Avro
504 N/O
Biplano
de Instrução
A e r o na v e s
I2A
E s p e c i f i c a ç ã o o r i g i n a l
Origem:
Grã Bretanha (A.V. ROE and Co. Ltd) Dimensões:
comprimento: 8,81 m; envergadura: 10,97 m; altura: 3,30 m; Superfície
alar: 29,7 m2.
Pesos: vazio: 7186 kg; máximo na
decolagem: 1.016 kg.
Motores:
um motor Armstrong Siddeley Linx IV C de 7 cilindros rotativo,
desenvolvendo 180, refrigerado a ar.
Desempenho: velocidade máxima: 161 km/h; razão inicial de subida: 267,6 m/min; teto de serviço: 5.182 m; Autonomia: 3
h. Armamento: ausente.
Tripulação: dois
tripulantes em tandem.
H i s t ó r i c
o
Seis
aeronaves adquiridas em 1928 e utilizadas até 1934. Inicialmente
matriculadas como 441 a 446. Posteriormente I2A-7 a I2A-9. Tanto podiam
ser da versão terrestre como naval
(1).
Quando a Revolução
Constitucionalista de 1932 começou, a Aviação Naval lançou mão dos
seus mais modernos aviões. Eram aeronaves Vought Corsair, Martim PM e
Savoia Marchetti S-55A. Em função do grande número de missões, essas
aeronaves foram bastante exigidas e estavam sobrecarregadas. Com o
desenvolvimento dos combates também ao sul do estado do Mato Grosso para
um conjunto No dia 11 de julho,
políticos do sul do estado de Mato Grosso aderiram à causa
constitucionalista. A região era estratégica para os constitucionalistas
pois com o bloqueio do porto de Santos, a região do sul do Mato Grosso
tornou-se uma alternativa para conseguir itens necessários ao esforço de guerra provenientes do exterior.
A guarnição do exército em Campo Grande, comandada pelo general
Bertoldo Kingler acaba aderindo ao movimento. Por outro lado, o efetivo do
Arsenal de Marinha do Ladário (hoje Base Fluvial de Ladário), assim como
a flotilha ali baseada, eram totalmente fiéis ao Governo Federal. Na
época, a Aviação Naval não possuía aeronaves na região e a
intensidade dos combates no Vale do Paraíba não permitia o deslocamento
dos principais aviões para longe deste "front". Em
agosto, a Marinha decide enviar dois hidroaviões Avro 504N/O, armados com metralhadoras Vickers de 7.7 mm, para serem utilizados no auxílio às ações da Flotilha do Mato Grosso.
Como os campos de pouso existentes mais próximos a Ladário estavam em mãos dos
revoltosos, decidiu-se enviá-los via Rio da Prata/Rio Paraguai. As
aeronaves só chegaram em Ladário no dia 7 de setembro (2).
Na falta de aeronaves
para acompanhar a movimentação das tropas constitucionalistas, a Marinha
requisitou um Junkers F13 do Sindicato Condor, que fazia a rota Corumbá-Campo Grande,
para a tarefa de reconhecimento aéreo. Numa das missões, foi constatada
a aproximação dos constitucionalistas, via estrada de ferro, da
localidade de Porto Esperança. Ao sobrevoar a composição, o avião foi avistado e atacado, retornando a Corumbá com mais de 20 perfurações de bala.
De imediato, foi ordenado deslocamento dos navios da Flotilha (Monitor Pernambuco, Canhoneira Oiapoque e Rebocador Voluntário)
para Porto Esperança. Os combates começaram em 31 de julho e se
estenderam até o final de setembro, com a retirada das tropas
constitucionalistas.
Após a retirada, o Arsenal de Marinha do Ladário
recebeu um comunicado dos constitucionalistas informando que as tropas do
Governo Federal deveriam abandonar o Arsenal sob pena de ser ele destruído pela aviação adversária.
O Arsenal não dispunha de defesa antiaérea e os dois Avro 504N/O não
eram páreos para os Curtis Falcon. Decidiu-se então adaptar canhões de 47mm e 57mm
na canhoneira Oiapoque para atirarem com grande elevação. No início de outubro, três aviões Curtiss Falcon O-1E provenientes de Campo Grande, atacaram o Arsenal de Marinha de Ladário, lançando quatro bombas e efetuando ataques contra o
rebocador Voluntário com tiros de metralhadoras. Os Avro 504 N/O não decolaram
mas a canhoneira Oiapoque abriu fogo, obrigando os atacantes a se retirarem.
F o t o s
Seqüência de três Avro 504 N/O equipados com flutuadores. FOTO:
SDGM
B i b l i o g r a f i
a
(1) PEREIRA NETTO, F. C.
Aviação Militar
Brasileira 1916-1984. Ed. Revista de
Aeronáutica: Rio de Janeiro, 1985. p.36-37
(2)
LAVENERIE-WANDERLEY, N. F. História da força aérea brasileira. 2.
ed. Rio de Janeiro: Ed. Gráfica Brasileira, 1975. p.
130-131.
|