AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA

Avro 504 N/O

Biplano de Instrução


A e r o na v e s

I2A

441

442

443

444

445

446

 


E s p e c i f i c a ç ã o   o r i g i n a l

 

Origem: Grã Bretanha (A.V. ROE and Co. Ltd)
Dimensões: comprimento: 8,81 m; envergadura: 10,97 m; altura: 3,30 m; Superfície alar: 29,7 m2.

Pesos: vazio: 7186 kg; máximo na decolagem: 1.016 kg.

Motores: um motor Armstrong Siddeley Linx IV C de 7 cilindros rotativo, desenvolvendo 180, refrigerado a ar.

Desempenho: velocidade máxima: 161 km/h; razão inicial de subida: 267,6 m/min; teto de serviço: 5.182 m; Autonomia: 3 h.
Armamento: ausente.

Tripulação: dois tripulantes em tandem.


H i s t ó r i c o

 

Seis aeronaves adquiridas em 1928 e utilizadas até 1934. Inicialmente matriculadas como 441 a 446. Posteriormente I2A-7 a I2A-9. Tanto podiam ser da versão terrestre como naval (1).

Quando a Revolução Constitucionalista de 1932 começou, a Aviação Naval lançou mão dos seus mais modernos aviões. Eram aeronaves Vought Corsair, Martim PM e Savoia Marchetti S-55A. Em função do grande número de missões, essas aeronaves foram bastante exigidas e estavam sobrecarregadas. Com o desenvolvimento dos combates também ao sul do estado do Mato Grosso para um conjunto No dia 11 de julho, políticos do sul do estado de Mato Grosso aderiram à causa constitucionalista. A região era estratégica para os constitucionalistas pois com o bloqueio do porto de Santos, a região do sul do Mato Grosso tornou-se uma alternativa para conseguir itens necessários ao esforço de guerra provenientes do exterior. A guarnição do exército em Campo Grande, comandada pelo general Bertoldo Kingler acaba aderindo ao movimento. Por outro lado, o efetivo do Arsenal de Marinha do Ladário (hoje Base Fluvial de Ladário), assim como a flotilha ali baseada, eram totalmente fiéis ao Governo Federal. Na época, a Aviação Naval não possuía aeronaves na região e a intensidade dos combates no Vale do Paraíba não permitia o deslocamento dos principais aviões para longe deste "front". Em agosto, a Marinha decide enviar dois hidroaviões Avro 504N/O, armados com metralhadoras Vickers de 7.7 mm, para serem utilizados no auxílio às ações da Flotilha do Mato Grosso. Como os campos de pouso existentes mais próximos a Ladário estavam em mãos dos revoltosos, decidiu-se enviá-los via Rio da Prata/Rio Paraguai. As aeronaves só chegaram em Ladário no dia 7 de setembro (2).

 

Na falta de aeronaves para acompanhar a movimentação das tropas constitucionalistas, a Marinha requisitou um Junkers F13 do Sindicato Condor, que fazia a rota Corumbá-Campo Grande, para a tarefa de reconhecimento aéreo. Numa das missões, foi constatada a aproximação dos constitucionalistas, via estrada de ferro, da localidade de Porto Esperança. Ao sobrevoar a composição, o avião foi avistado e atacado, retornando a Corumbá com mais de 20 perfurações de bala. De imediato, foi ordenado deslocamento dos navios da Flotilha (Monitor Pernambuco, Canhoneira Oiapoque e Rebocador Voluntário) para Porto Esperança. Os combates começaram em 31 de julho e se estenderam até o final de setembro, com a retirada das tropas constitucionalistas.

Após a retirada, o Arsenal de Marinha do Ladário recebeu um comunicado dos constitucionalistas informando que as tropas do Governo Federal deveriam abandonar  o Arsenal sob pena de ser ele destruído pela aviação adversária. O Arsenal não dispunha de defesa antiaérea e os dois Avro 504N/O não eram páreos para os Curtis Falcon. Decidiu-se então adaptar canhões de 47mm e 57mm na canhoneira Oiapoque para atirarem com grande elevação. No início de outubro, três aviões Curtiss Falcon O-1E provenientes de Campo Grande, atacaram o Arsenal de Marinha de Ladário, lançando quatro bombas e efetuando ataques contra o rebocador Voluntário com tiros de metralhadoras. Os Avro 504 N/O não decolaram mas a canhoneira Oiapoque abriu fogo, obrigando os atacantes a se retirarem.


F o t o s

Seqüência de três Avro 504 N/O equipados com flutuadores. FOTO: SDGM


B i b l i o g r a f i a

(1) PEREIRA NETTO, F. C. Aviação Militar Brasileira 1916-1984. Ed. Revista de Aeronáutica: Rio de Janeiro, 1985. p.36-37

(2) LAVENERIE-WANDERLEY, N. F. História da força aérea brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Gráfica Brasileira, 1975. p. 130-131.