AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA

CAP-4 Paulistinha

Emprego Geral e Instrução


A e r o n a v e s

N-710

 


E s p e c i f i c a ç ã o   o r i g i n a l (1)

Origem: Brasil (Companhia Aeronáutica Paulista)
Dimensões: comprimento: 6,71 m; envergadura: 10,67 m; altura: 2,10 m; Superfície alar: 17,00 m2.

Pesos: vazio: 320 kg; máximo na decolagem: 535 kg.

Motores: um motor ContinentalA-65-8 de 4 cilindros em linha, desenvolvendo 65 HP, refrigerado a ar.

Desempenho: velocidade máxima: 160 km/h; razão inicial de subida: 240 m/min; teto de serviço: 3.800 m; Autonomia 4 h.
Armamento: ausente.

Tripulação: dois tripulantes em tandem


H i s t ó r i c o

 

O interesse do empresário paulista Francisco Pignatari pela aviação data do final da década de 1930, quando ajudou o projetista italiano L. Bresciani na construção de dois protótipos. Em fins de 1940, a Laminação Nacional de Metais, uma das empresas do Grupo Pignatari, criou uma divisão de aviação e passou a produzir planadores. A boa recepção dos planadores no meio aeronáutico encorajou Pignatari a criar uma empresa de construção de aviões. Assim, em agosto de 1942, surgiu a Companhia Aeronáutica Paulista - CAP (2).

Além de toda a estrutura industrial herdada do Grupo Pignatari a CAP associou-se ao IPT de São Paulo e passou a trabalhar no projeto do avião IPT-4, renomeado CAP-1 "Planalto" e nos seus derivados, o CAP-2, o CAP-3 e o CAP-3A (3). Mas o projeto de maior sucesso comercial foi o CAP-4 "Paulistinha".

Musal
O EAY-201 Ypiranga fotografado em 1936 ainda com o motor original. O desenho básico lembra o Paulistinha.

O projeto do Paulistinha baseou-se na aeronave EAY-201 Ypiranga, cujos direitos de fabricação, pertencente à Empresa Aeronáutica Ypiranga, foram adquiridos. Novamente com a ajuda de técnicos do IPT, o projeto foi revisto e em 2 de abril de 1943 o primeiro exemplar deixou as linhas de montagem (2).

O Paulistinha foi produzido em três versões, sendo que o modelo CAP-4A era a versão de instrução com 777 unidades produzidas. As outras duas versões eram o CAP-4B, capaz de transportar uma maca (somente dois protótipos produzidos), e o CAP-4C "Paulistinha Rádio" para regulagem de tiro de artilharia (um protótipo construído). 

Além das suas boas qualidades aeronáuticas, o sucesso comercial do Paulistinha deveu-se também à Campanha Nacional de Aviação, um movimento criado em 1941 para levantar recursos para a compra de aeronaves de instrução de fabricação nacional, visando sua distribuição aos diversos aeroclubes do Brasil.

 

O Paulistinha era robusto, de pilotagem simples e manutenção fácil. Por ser de construção simples, a CAP chegou a fabricar um Paulistinha por dia em 1943, no auge de sua fabricação, que encerrou em 1948. Com exceção dos motores, que vinham dos EUA, praticamente todos os demais itens eram de fabricação nacional (2)(3).

Em 1955 a Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva adquiriu os direitos de fabricação do Paulistinha, bem como alguns gabaritos e todas as plantas do modelo CAP-4 (4). O projeto foi ligeiramente modificado e rebatizado de Paulistinha 56. Mais de 240 exemplares foram fabricados nessa "segunda vida". 

A Marinha do Brasil adquiriu apenas uma única aeronave para emprego geral e instrução em 1962. Não se conhecem maiores detalhes da aeronave, mas acredita-se que a mesma tenha sido uma das fabricadas pela Neiva da década de 1950. Passou para a FAB em 1965, onde não recebeu matrícula e foi sucateada em seguida (1).


F o t o s

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P e r f i l 

O esquema de cores e indicativos visuais mostrado acima baseia-se no padrão adotado pela MB no início da década de 1960 para aeronaves de instrução.


B i b l i o g r a f i a

 

(1) PEREIRA NETTO, F. C. Aviação Militar Brasileira 1916-1984. Ed. Revista de Aeronáutica: Rio de Janeiro, 1985. p.66

(2) ANDRADE, R. P. História da Construção Aeronáutica no Brasil. Artgraph Ed., São Paulo, 1991. p. 56-69. 

(3) INSTITUTO HISTÓRICO-CULTURAL DA AERONÁUTICA. As fábricas e seus Aviões. In: História Geral da Aeronáutica Brasileira. Ed. Itatiaia Ltda. Rio de Janeiro: 1991. v. 3, p. 342-347

(4) ANDRADE, R. P. História da Construção Aeronáutica no Brasil. Artgraph Ed., São Paulo, 1991. p. 128.