AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA

Curtiss HS-2L

Aerobote biplano de Patrulha e Anti-submarino


A e r o na v e s

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E s p e c i f i c a ç ã o   o r i g i n a l

Origem: EUA (Curtiss Aeroplane and Motor Co. In.)
Dimensões: comprimento: 11,88 m; envergadura: 22,58 m; altura: 4,44 m; Superfície alar: 74,59 m2.

Pesos: vazio: 1.950 kg; máximo na decolagem: 2.917 kg.

Motores: um motor Liberty 12-N de 12 cilindros em "V", desenvolvendo 350 HP (360 ?) e refrigerado a água.

Desempenho: velocidade máxima: 132,76 km/h; razão inicial de subida: 70,1 m/min; teto de serviço: 1.585 m; Autonomia 4-5 h.
Armamento: uma metralhadora Lewis 0.303 pol (7.7 mm) e dois suportes sob as asas para bombas de 104 kg (230 lb).

Tripulação: três tripulantes sendo dois lado a lado e um terceiro na proa. 


H i s t ó r i c o

 

Os EUA declararam guerra ao Império Alemão em 6 de abril de 1917. Nessa época, só existia uma base aeronaval (Pensacola/FL) dotada de alguns aeroplanos de treinamento. Por esse motivo, a marinha norte-americana só pode operar contra os submarinos alemães com contratorpedeiros. Percebendo a necessidade de possuir aviões anti-submarinos, a US Navy elaborou um plano de re-equipamento aéreo em maio do mesmo ano (3).

Por conta desse plano, surgiram vários modelos incluindo o Curtiss HS-1, uma aeronave de patrulha e anti-submarino. Percebeu-se logo de início que o motor Curtiss de 200 HP não tinha potência suficiente para missões de combate. O mesmo então foi substituído por um Liberty de 360 HP, alterando o nome para HS-1L. Os primeiros exemplares foram entregues em março de 1918 (3).

O HS-2L assemelhava-se muito ao modelo anterior (incluindo o motor) porém possuía uma envergadura maior (1). O aumento da envergadura permitiu o aumento da capacidade ofensiva de duas bombas/cargas de profundidade de 180 libras (82 kg) para duas de 230 libras (104 kg) (3). O armamento era completado por uma metralhadora Lewis (estojo contendo 97 projéteis) instalada na proa. O HS-1L e o HS-2L formaram a base da aviação naval de patrulha da US Navy durante a I Guerra Mundial (3).

Após a declaração de guerra ao Império Alemão em outubro de 1917, o Governo Brasileiro realizou vários contatos com os aliados afim de que estes auxiliassem no desenvolvimento aeronáutico do país. Em março de 1918 chegou ao Brasil uma Missão Militar Norte-americana. Nesse período vieram também várias aeronaves para a Escola de Aviação Naval (EAvN), incluindo seis Curtiss HS-2L. Eram aeronaves modernas para a época e representaram as primeiras aeronaves de emprego tático da Marinha (4).

No ano de 1919, os biplanos H-2L foram responsáveis por dois "raids" considerados de longa duração para a época. O primeiro, executado pelo H-2L nº 11, chegou a Ilha Grande em 15 de agosto. No segundo, o tenente Delamare comandou o H-2L nº 15 até a cidade de Santos, onde amerrisou nas águas do estuário em 17 de outubro (4).

 

Nessa época, os "raids" de longa distância eram não só aventuras mas grandes desafios aos homens e máquinas da época. Num deles, duas aeronaves tentaram realizar, de forma inédita, o vôo Santiago - Rio de Janeiro. Durante a última etapa (Santos - Rio de Janeiro) uma das aeronaves sofreu um acidente durante uma aterrissagem de emergência e ficou totalmente inutilizada. A Marinha então cedeu o HS-2L nº 11 para que o piloto chileno completa-se a sua viagem(4).

Mas o material de vôo estragava-se rapidamente naquela época. Em 1919, o HS-2L nº 10 já não constava mais no inventário de aeronaves da Escola (5). A aeronave nº 12 sofreu um acidente em Ilha Grande no dia 5 de julho de 1921 (o mecânico Catanho foi gravemente ferido no acidente) e foi retirada da lista de material aéreo da Escola. Nessa mesma época, o nº 13 encontrava-se em reparos. No ano seguinte foi a vez do nº 11 ser reparado (6). As aeronaves restantes foram utilizadas até 1923 (2).


F o t o s

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B i b l i o g r a f i a

 

(1) PEREIRA NETTO, F. C. Aviação Militar Brasileira 1916-1984. Ed. Revista de Aeronáutica: Rio de Janeiro, 1985. p.19

(2) TAYLOR, M. J. H. (Ed.) Jane's Encyclopedia of Aviation. Crescet Books. Nova York, 1989. p.281  

 

(3) LAWSON,R. L. The History of US Naval Air Power. Temple Press Aerospace, 1985. p. 13-16.

 

(4) LAVENERIE-WANDERLEY, N. F. História da força aérea brasileira. 2. ed. Ed. Gráfica Brasileira: Rio de Janeiro, 1975. p. 60-63.

 

(5) MOURA, R. S. Relatório do Ministério da Marinha do ano de 1919. Imprensa Naval: Rio de Janeiro, 1920. p. 79-81

 

(6) MIRANDA, J. P. V. Relatório do Ministério da Marinha do ano de 1921. Imprensa Naval: Rio de Janeiro, out. 1922. p. 139-143.