AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA

 

Curtiss MF

Aerobote de instrução e emprego Geral


M a t r í c u l a s

45

E-1

E-2

E-3

E-3Bis

E-4

E-5

E-6

E-7

E-8

 


E s p e c i f i c a ç ã o   o r i g i n a l  (1)

Origem: EUA (Curtiss Aeroplane and Motor Co.)
Dimensões: comprimento: 8,78 m; envergadura: 15,16 m; altura: 3,53 m; Superfície alar: 37,34 m2.

Pesos: vazio: 839 kg; máximo na decolagem: 1.128 kg.

Motores: um motor propulsor Curtiss OXX-3 de 8 cilindros em "V", desenvolvendo 100 HP e refrigerados a água.

Desempenho: velocidade máxima: 115,87 km/h; razão inicial de subida: 73,1 m/min; teto de serviço: 1.250 m; Alcance: 555 km.
Armamento: originalmente ausente, porém a Aviação Naval o empregou como bombardeio (3).

Tripulação: dois tripulantes em tandem. 


H i s t ó r i c o

 

O Curtiss MF foi a aeronave escolhida pela US Navy para substituir os modelos F. De certa forma, isso também ocorreu na Aviação Naval Brasileira. Em 1920, foram adquiridos dez aerobotes do tipo Curtiss MF. Essas aeronaves foram utilizadas até o ano de 1931 (1).

Quando a revolução tenentista surgiu na cidade de São Paulo em 5 de julho de 1924, o Governo Federal logo se encarregou de realizar o bloqueio naval do porto de Santos. Coube a Aviação Naval o envio de algumas aeronaves para dar suporte às embarcações da Marinha. Dentre essas aeronaves, estavam alguns Curtiss MF, que realizaram missões de reconhecimento em apoio (2).

Talvez a ação de maior destaque que aviões tipo Curtiss MF da Aviação Naval tenham participado foi o apoio prestado às forças navais na Amazônia contra movimentos revolucionários de oposição ao Governo Central. No final do mês de julho de 1924, revoltosos tomaram o Forte de Óbidos, localizado no Rio Amazonas entre as cidades de Santarém e Manaus. Como resposta, o Governo Federal enviou uma frota que levava consigo duas aeronaves Curtiss MF (3).

 

No dia 24 a força naval, levando tropas do exército, deixou Santarém com destino ao Forte do Óbidos, onde os revoltosos estavam entrincheirados. O plano era executar um desembarque no dia 26 de julho. Caberia aos Curtiss MF executar missões de reconhecimento ao forte antes da chegada da esquadra. Além disso, as aeronaves deveriam ser armadas com bombas para danificar as posições dos revoltosos. O ataque que antecedia o desembarque foi realizado de forma simultânea pelos navios e pelas aeronaves. O forte respondeu ao fogo mas não conseguiu atingir os aviões. Ao final da tarde, os revoltosos pediram o fim imediato das hostilidades e propuseram a rendição incondicional (3). A artilharia naval e o apoio aéreo fizeram o serviço e não houve necessidade do desembarque das tropas do exército.


F o t o s

 

Curtiss MF. FOTO: SDGM 


B i b l i o g r a f i a

(1) PEREIRA NETTO, F. C. Aviação Militar Brasileira 1916-1984. Ed. Revista de Aeronáutica.Rio de Janeiro: 1985. p.28

 

(2) Rudnei, D. C. A aviação militar e as revoluções, 1922-1935. In: História da Força Aérea Brasileira. Disponível em: <http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/port/histrevo.html>. Acesso em: 7 jun. 12003.

(3) FARIA DE ALENCAR, A. Relatório do Ministério da Marinha do ano de 1924. Imprensa Naval: Rio de Janeiro, mai. 1925. p. 19 - 

(4) http://www.gallipolidigger.com/_borders/ucak.005.Curtiss_mf.jpg. Acesso em: 7 jun. 2003.