Focke-Wulf
Fw 58B
Bombardeiro, Patrulha
Marítima e Emprego Geral
S u b v a r i a n t e s e M a t r í c u l a s
D2Fw
2AvN
209
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E s p e c i f i c a ç ã o o r i g i n a l (D2Fw) (1)
Origem:
Alemanha (Focke Wulf
Flugzeugbau GmbH),
Brasil (Fábrica do Galeão) Dimensões:
comprimento: 14,2 m; envergadura: 21 m; altura: 4,21 m; Superfície
alar: 47,00 m2.
Pesos: vazio: 2.400 kg; máximo na
decolagem: 3.600 kg.
Motores:
dois motores Argus AS-10 de oito cilindros,
desenvolvendo 240 HP e refrigerados a ar.
Desempenho: velocidade máxima: 263 km/h; velocidade de cruzeiro: 238 km/h; razão inicial de subida: 180,58 m/min; teto de serviço: 5.400 m; Alcance máximo: 730
km. Armamento: duas metralhadoras Rheinmetal Borsig MG 15 de
7,92 mm sendo uma no nariz e outra no dorso, atrás da cabina de pilotagem
e oito cabides para bombas de 25 kg sob as asas. Posteriormente
esse armamento foi substituído por outro de procedência norte-americana
(duas
metralhadoras Browning .30 e um cabide externo
para 113kg).
Tripulação: piloto,
co-piloto, bombardeador e rádio-operador.
H i s t ó r i c
o
Na
segunda metade da década de trinta, a aviação naval contava com cerca de
143 aviões em seu inventário. No entanto, aproximadamente 60 estavam sem
condições de vôo por falta de apoio de terra (peças sobressalentes,
mecânicos experientes e oficinas adequadas) (2).
Essa
situação forçou o Ministério da Marinha a buscar uma solução que
englobasse a contratação de técnicos estrangeiros, formação de
profissionais brasileiros, construção de oficia de reparo de aeronaves no
Brasil e montagem/construção de aeronaves
modernas. As tentativas iniciais com os norte-americanos não produziram
resultados.
Por
outro lado, o Governo de Berlim naquela época tinha grandes interesses
políticos e comerciais em conquistar mercados na América Latina. A
necessidade da Marinha parecia uma boa oportunidade para isso. Após
algumas iniciativas infrutíferas com a indústria aeronáutica
norte-americana, o Ministério da Marinha aceitou a proposta alemã que
dispôs nada menos que cinco fábricas para a concorrência brasileira.
O
contrato foi finalmente assinado com a renomada indústria alemã
Focke
Wulf. O projeto era bastante ambicioso e, até
aquele momento, nada parecido tinha ocorrido em termos de aeronáutica no
país. Pelo contrato, cabia a Marinha a escolha do terreno e toda a obra
civil da construção dos galpões da futura fábrica. Os alemães então
enviariam técnicos, instrutores e ferramental. O projeto dividiu-se em
quatro etapas, nas duas primeiras seriam montados os aviões Fw-44 de treinamento e Fw-56
de treinamento avançado. Na seqüência, o projeto previa a montagem/fabricação de aeronaves bimotores Fw-58 e encerraria com o Fw-200 Condor (2).
Após
a conclusão da primeira etapa (montagem dos Fw-44), o Ministério da Marinha decidiu cancelar o
passo seguinte e passar direto para a produção de bombardeiro Fw-58. Essa decisão foi motivada pelos acontecimentos
geopolíticos que ocorriam na Europa naquele tempo.
Em
relação ao Fw-58 “Wehie”, ele era uma aeronave moderna para a sua época.
Projetada pelo famoso engenheiro aeronáutico Kurt Tank, voou pela
primeira vez em 1935. Atendia a uma especificação da Luftwafe para uma aeronave bimotor de treinamento
capaz de ser empregada em missões de bombardeio leve e outras funções.
Eram simples de pilotar e manobravam como um caça, além de operarem em
pistas não preparadas.
Em
julho de 1937 chegou ao Brasil, por via marítima, o primeiro Fw-58 totalmente desmontado. Juntamente com ele,
vieram os componentes para a montagem de outras dez aeronaves. O protótipo
ficou pronto antes do final do mês de julho e recebeu a matrícula 147. As
aeronaves desse primeiro lote foram denominadas D2Fw. Essa nomenclatura na Marinha obedecia a seguinte
regra: “D” significava emprego geral; “2” representava o segundo modelo (o
primeiro foi o Fw-44) e “Fw” vinha de Focke Wulf. O número subseqüente com três algarismos
representava o número da aeronave dentro da série. O Fw-58 matrícula D2Fw-147 foi
responsável pelo treinamento tanto das equipes de vôo como os técnicos e
mecânicos que iriam fabricar o restante da série (2).
No
ano seguinte foram montadas as demais aeronaves. O último dos dez aviões
foi entregue a Marinha no início do mês de outubro de 1938. Embora fossem
exemplares montados com componentes alemães, já possuíam algumas partes fabricadas no
Brasil como a tela externa. Esse lote recebeu as matrículas 168 a 177.
Todos os aviões foram inicialmente formar a Segunda Esquadrilha de Adestramento
Militar (2ª EAM), na época sediada na Base de Aviação Naval do Rio de
Janeiro (Ilha do Governador/RJ), incumbida de
prover treinamento avançado e, secundariamente, serviços de
aerofotogrametria e emprego geral (3).
Além
da matrícula oficial, os Fw-58 exibiam na sua
fuselagem um código composto por três letras com um número em cada
extremidade. O primeiro número e as letras indicavam a esquadrilha (2 -
EAM – Segunda Esquadrilha de Adestramento Militar) e o último número
correspondia ao número da aeronave na esquadrilha. Posteriormente a letras
foram substituídas simplesmente por “V” (adestramento).
Concluído
o primeiro lote de dez aviões, a Aviação Naval partiu para um segundo lote
de 15 aviões. Embora muito semelhantes, os aviões dessa segunda série
utilizaram uma porcentagem maior de componentes nacionais e componentes
importados dos EUA. No Brasil eram fabricadas, além da tela dos modelos
anteriores os pneumáticos, os freios, as hélices, o contraplacado de madeira para parte da fuselagem e as
estruturas das asas (em madeira). Dos EUA vieram além do armamento (também
colocado no primeiro lote) os rádios de comunicação. Essas mudanças nos
componentes tornaram a aeronave mais pesada e, conseqüentemente, mais
lenta. Para diferenciar do lote inicial, os Fw-58 dessa série foram designados na Marinha como
2AVN (segundo modelo da Aviação Naval).
O
primeiro aparelho 2AVN voou em maio(3) (julho, segundo (2)) de
1940. Porém, antes que a série fosse completada, a Aviação Naval deixou de
existir. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 20 de janeiro de
1941, todos os exemplares da Marinha foram repassados para a nova pasta.
Na medida em que os aviões restantes do segundo lote fossem completados,
eles eram entregues diretamente a FAB. O último saiu da fábrica do Galeão
em 12 de dezembro de 1942. Na Força Aérea, os Fw-58 foram designados FG 2 e
voaram com as cores da FAB até 1951. No Museu Aeroespacial, localizado no
Campo dos Afonsos (Rio de Janeiro), encontra-se
preservado o único Fw-58 do mundo. No entanto,
esta aeronave voou pela primeira vez em dezembro de 1941 (4), e portanto, não pertenceu a Aviação Naval.
F
o t o s
Não
disponível
B i b l i o g r a f i
a
(1) PEREIRA NETTO, F. C.
Aviação Militar
Brasileira 1916-1984. Ed. Revista de
Aeronáutica: Rio de Janeiro, 1985. p.53
(2) ANDRADE, R. P. História da Construção
Aeronáutica no Brasil. Artgraph Ed., São Paulo/SP 1991. p. 31-38.
(3) ALAMINO, A. C. História da Força aérea
brasileira - Focke-Wulf 58 Weihe. Disponível em: <http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB>.
Acesso em:
(4) CASTRO, L. B. de (Ed.) O Museu Aeroespacial Brasileiro. São Paulo: Ed. Aero, 1984?. p. 227-228.
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