AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA

  Macchi M.9

Aerobote de reconhecimento e bombardeio


M a t r í c u l a s

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E s p e c i f i c a ç ã o   o r i g i n a l (1)

Origem: Itália (Aeronáutica Macchi)
Dimensões: comprimento: 9,50 m; envergadura: 15,40 m; altura: 3,30 m; Superfície alar:48,50 m2.

Pesos: vazio: 1.250 kg; máximo na decolagem: 1.800 kg.

Motores: um motor Fiat A12 bis de 6 cilindros em linha, desenvolvendo 300 HP

Desempenho: velocidade máxima: 187 km/h; razão inicial de subida: 140,35 m/min; teto de serviço: 5.500 m; Autonomia 4 h.
Armamento: ?

Tripulação: dois tripulantes lado a lado. 


H i s t ó r i c o

 

Com o término da I Guerra Mundial, no final de 1918, a aquisição de material aeronáutico no exterior, bem como o intercambio de profissionais da aviação, ficou mais fácil. Nessa época a Aviação Naval, através da Escola de Aviação, adquiriu um grande número de aeronaves de diferentes procedências. Em 1919 foram adquiridos da Itália cinco aerobotes de emprego tático tipo Macchi M.9 (1).

Na época em que os Macchi M.9 foram comprados, o grande desafio aéreo no continente era realizar um "raid" entre as capitais do Brasil (Rio de Janeiro) e da Argentina (Buenos Aires). As primeiras duas tentativas, uma realizada por um piloto inglês e outrta por um argentino, não tiveram sucesso.

No dia 6 de outubro de 1920, o então Tenente Delamare, em companhia de um sub-oficial, decolou com um Macchi 9 para tentar realizar a façanha aérea. No mesmo dia atingiu a cidade de Santos e decidiu prosseguir viagem. Passando próximo de Camburiú/SC, a aeronave teve uma avaria no comando dos ailerons. Esse problema fez com que eles descessem para reparos. Durante a decolagem, o casco atingiu uma rocha submersa mas o avião prosseguiu viagem. Próximo ao entardecer, decidiram pousar perto de Anhatomirim/SC para o pernoite. As avarias no casco fizeram com que a aeronave naufragasse próximo à praia. O avião foi então desmontado e rebocado para Florianópolis/SC, onde reparos de emergência foram feitos (2).

A viagem só pode prosseguir no dia 16 de outubro, quando o Macchi 9 decolou de Florianópolis. Ao passarem por Laguna, os suportes do aileron se desprenderam, forçando um novo pouso para reparos. Durante a amerrissagem na Lagoa Imaruí a asa direita entrou na água. A aeronave foi então submetida a novos reparos em Laguna, onde permaneceu até o dia 26 do mesmo mês.

 

O trecho Laguna Porto Alegre também teve seus problemas. Durante o vôo, o revestimento de lona da hélice desprendeu-se, forçando uma amerrissagem em Cideira e na Lagoa dos Patos. A aeronave atingiu Porto Alegre no mesmo dia (26 de outubro) e pousou no Rio Guaíba. A decolagem de Porto Alegre ocorreu no dia 30 e, depois de um pouso em Pelotas, chegaram a cidade de Rio Grande. Nessa altura da viagem, a aeronave precisava de uma revisão geral. Decidiu-se então retirá-la da água e executar os reparos no seco. Durante o içamento, o Macchi caiu do guindaste encerrando de vez a viagem.

No ano de 1920, a Aviação Naval perderia o seu primeiro Macchi 9. A aeronave nº 31, durante um vôo próximo à escola, entrou em parafuso e caiu no mar. Os dois tripulantes (2º Tenente Freire e o 1º Tenente Guimarães) faleceram no acidente (3). As demais aeronaves foram utilizadas até o ano de 1923 (1).


F o t o s

Foto: SDGM


B i b l i o g r a f i a

 

(1) PEREIRA NETTO, F. C. Aviação Militar Brasileira 1916-1984. Rio de Janeiro: Ed. Revista de Aeronáutica. p.15

(2) LAVENERIE-WANDERLEY, N. F. História da força aérea brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Gráfica Brasileira, 1975. p. 53-59.

(3) CHAVES, J. F. Relatório do Ministério da Marinha do ano de 1920. Imprensa Naval: Rio de Janeiro, abr. 1921, p. 43-45

(4) FARIA DE ALENCAR, A. Relatório do Ministério da Marinha do ano de 1922. Imprensa Naval: Rio de Janeiro, abr. 1921. p. 6 - 10