AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA

NA 46

Treinamento e Adestramento


A e r o n a v e s

V1NA

192

193

194

195

196

197

198

199

200

201

201

203

 


E s p e c i f i c a ç ã o   o r i g i n a l (1)

Origem: EUA (North American Aviation)
Dimensões: comprimento: 8,40 m; envergadura: 12,80 m; altura: 4,14 m; Superfície alar: 23,00 m2.

Pesos: vazio: 1.503 kg; máximo na decolagem: 2.028 kg.

Motores: um motor radial Wright R-975-7Whirlwind de 9 cilindros, desenvolvendo 400 HP, refrigerado a ar.

Desempenho: velocidade máxima: 273,7 km/h; razão inicial de subida: 370,2 m/min; teto de serviço: 6.019 m; Autonomia 6 h.
Armamento: duas metralhadoras Browning .30 sendo uma na asa direita e uma sincronizada com a hélice no capô. Uma metralhadora móvel na traseira. Até 4 bombas de 50 kg sob as asas. 

Tripulação: dois tripulantes em tandem


H i s t ó r i c o

 

Projeto e desenvolvimento

A North American Aviation começou em 1928 como uma empresa que simplesmente investia em outras companhias ligadas ao setor de aviação como a fabricante de aeronaves Curtiss Aircraft Corporation e a companhia aérea TWA.

Em 1933 a empresa sofreu uma grande reestruturação. O ex-engenheiro chefe da Douglas Aircraft Corp. (James Kindelberger) foi indicado como novo presidente da empresa. Uma de suas primeiras ações foi a criação da divisão General Aviation Corporation, responsável por projetar e construir suas próprias aeronaves. A divisão acabou ocupando as antigas instalações em Dandalk (Maryland) da Curtiss-Caproni.

O primeiro projeto da General Aviation foi o "model 15" (ou GA-15 e, posteriormente, NA-15), uma aeronave de asa baixa, com dois cockpits independentes e abertos e trem de pouso fixo. O projeto foi oferecido ao US Army Air Corps e aceito como avião de observação O-47. Baseado no relativo sucesso do O-47, a General Aviation decidiu participar da concorrência do novo avião de treinamento básico  do Exército.

Designado NA-16 (o primeiro projeto a ostentar as iniciais da North American Aviation (2)), o protótipo voou em abril de 1935, exatamente seis semanas antes da apresentação das propostas. O projeto NA-16 venceu a concorrência, mas o Exército solicitou uma série de modificações, incluindo a cobertura total do cockpit com um canopi deslizante. A readequação de projeto levou à criação de um novo protótipo, agora designado NA-18. Após inspeção e aprovação do Exército, 42 unidades foram encomendadas sob a designação militar BT-9 (Basic Trainer type 9). A versão de produção, agora redesignada NA-19, voou pela primeira vez em abril de 1936 e as entregas começaram pouco tempo depois.

O BT-9 representou uma grande evolução sobre os seus antecessores. Além disso, foi a primeira aeronave de treinamento do Exército a contar com canopi deslizante, slats no bordo de ataque das asas (devido aos problemas de estol de ponta de asa) e flaps. Mas herdara o trem de pouso principal fixo do NA-15.

Após o primeiro pedido de 42 aeronaves, o Exército encomendou mais 40 aeronaves ligeiramente modificadas, designadas BT-9A. A versão seguinte (BT-9B), a primeira com armamento interno (2), incorporou uma metralhadora .30" localizada no capô motor radial e deslocada para o lado direito. Ainda no ano de 1937, o Exército encomendou 67 unidades aperfeiçoadas na versão A, designadas BT-9C. Este modelo deveria equipar a "Organized Reserve Force".

 

O projeto NA-16 despertou o interesse da Marinha dos EUA, que acabou adquirindo uma versão do BT-9B chamada NJ-1, e de Forças Armadas de outros países. O primeiro país a firmar uma encomenda foi a França (quando a França caiu em junho de 1940, parte das aeronaves passaram para a Luftwaffe), que recebeu os primeiros exemplares no final do ano de 1939 (2). Pouco tempo depois, países como Austrália, China e Honduras adquiriram diferentes versões baseadas no modelo básico. E para cada cliente a companhia North American adotava uma designação diferente.

Na Marinha do Brasil

O Brasil inicialmente cancelou uma compra de BT-9, cuja designação adotada pela fábrica era NA-43 (3). A encomenda efetiva ocorreu em 1939 (1) (1938 segundo (4)), quando a Aviação Naval adquiriu 12 exemplares (1). Segundo o fabricante, a designação era NA-46 (NA-16-4), um modelo baseado na versão BT-9C.

As aeronaves receberam as numerações de 192 a 203 e foram designadas V1NA. Todas possuíam armamento composto por duas metralhadoras Colt Browning M2 calibre .30", sendo uma na asa direita e outra sincronizada no capô do avião (5). Além disso, uma terceira metralhadora podia ser instalada na nacele traseira.

Os aviões tiveram vida curta na Aviação Naval, pois em fevereiro de 1941 todos os dozes exemplares foram repassados para o Ministério da Aeronáutica (6). 


F o t o s

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B i b l i o g r a f i a

 

(1) PEREIRA NETTO, F. C. Aviação Militar Brasileira 1916-1984. Ed. Revista de Aeronáutica: Rio de Janeiro, 1985. p.66

(2) DAVIS, L. T-6 Texan. In Action - Aircraft Number 94. Squadron/signal publications: Carrollton (Texas), 1989. p.4-7.

(3) SCRAMBLE North American/Designations. Disponível em: <http://www.scramble.nl/wiki/index.php?title=North_American/Designations>, acesso em: 03 Jan 2008.

(4) CUNHA, R. D. História da Força Aérea Brasileira - North American T-6. Disponível em:<http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/>, acesso em: 04 Jan 2008.

(5) MARTINS COSTA, F. A. Memória - Armamento Aéreo Brasileiro anterior a 1941 - Metralhadoras. Revista Aeronáutica nº 259, nov/dez 2006. p. 12

(6) INSTITUTO HISTÓRICO-CULTURAL DA AERONÁUTICA. Concretização da idéia. In: História Geral da Aeronáutica Brasileira. Ed. Itatiaia Ltda. Rio de Janeiro: 1991. v. 3, p. 90.