AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA

Savoia-Marchetti S-55A

Aerobote de Bombardeio e Patrulha


M a t r í c u l a s

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11

 


E s p e c i f i c a ç ã o   o r i g i n a l (1)

Origem: Itália (Società Idrovolanti Alta Italia)
Dimensões: comprimento:  m; envergadura:  m; altura:  m; Superfície alar:  m2.

Pesos: vazio: ? kg; máximo na decolagem: ? kg.

Motores: dois motores ? de cilindros rotativo, desenvolvendo ? HP.

Desempenho: velocidade máxima: ? km/h; razão inicial de subida: ? m/min; teto de serviço: ? m; Autonomia ? h.
Armamento: 4 metralhadoras Lewis .303, uma em cada proa e 2 a ré dos cascos, 1 torpedo ou 400 kg de bombas na seção central.

Tripulação: ?


H i s t ó r i c o

Depois de uma longa travessia iniciada na cidade de Roma (Itália), chegava ao Brasil, em janeiro de 1931, uma esquadrilha italiana comandada pelo General Italo Balbo. Os onze Savoia Marchetti S.55A despertaram o interesse do Governo brasileiro e acabaram sendo negociados por café (2). Os aviões foram entregues à Aviação Naval em julho do mesmo ano (3). Essas aeronaves foram incluídas na Flotilha Mista Independente de Aviões de Patrulha, baseada no Galeão (RJ) junto com os Martin PM.

 

Após as tripulações brasileiras serem treinadas por italianos, foram selecionadas sete aeronaves (além de mais uma para apoio e socorro) para a realização de um vôo de longo curso. Os aviões número 1, 2, 3, 4,  5, 6 e 7 voaram até Buenos Aires para as comemorações da data nacional de 9 de julho. Em seguida, voaram para  a capital uruguaia onde as festividades nacionais ocorreram em 18 de julho e onde a aeronave de socorro nº 10 permanecia (2).

Um ano após a aquisição dos Savoia-Marchetti, eclode a Revolução Constitucionalista no estado de São Paulo. Como a causa constitucionalista encontrava poucos simpatizantes na marinha, praticamente todo o aparato bélico da esquadra, incluindo as aeronaves da Aviação Naval, estava a serviço do Governo de Getúlio Vargas.

Dentre as onze aeronaves adquiridas, quatro haviam sido perdidas em acidentes e uma estava indisponível. Dessa forma a Marinha contava com apenas seis aviões em julho de 1932. Pelo menos três S-55 (números 1 e 6 além de outra aeronave) foram selecionados para operarem contra os revolucionários a partir de Vila Bela (atual cidade de Ilha Bela), litoral paulista, no dia 11 do mesmo mês. Esses aviões tinham como missão apoiar os navios da esquadra no bloqueio ao Porto de Santos. Além disso, cabia aos aviões executar missões de bombardeio a alvos terrestres também (4). 

No dia 27 de julho, dois S-55, juntamente com um Martin PM, decolaram de Vila Bela para atacarem um objetivo estratégico - as instalações da usina elétrica de Cubatão (Light). Logo na decolagem, um dos S-55 teve problemas no motor e não seguiu na missão. Durante o vôo, o Martim PM também acabou retornando para Vila Bela. A tripulação do S-55 que restou, avaliou que uma única aeronave não poderia executar a missão e acabou abortando-a. Nova tentativa foi feia no dia seguinte com um Martim PM e um S-55 mas ao sobrevoarem Cubatão, os alvos estavam encobertos. A Usina foi finalmente atacada por um S-55 no dia 28, mas os estragos foram mínimos.

 

Diversas outras missões foram executadas pelos S-55 contra posições paulistas partindo sempre de Vila Bela. Já no final do conflito, a Aviação Naval decidiu investir contra o Forte de Itaipu, na entrada do Porto de Santos. No dia 3 (ou 13 (4)) de setembro três S-55A, escoltados por um único Corsair, atacaram o forte e despejaram seis bombas de 150 libras (68 kg). Dois dias depois essas mesmas aeronaves voltariam  a atacar o forte (3). O resultado dos ataques foi grande, danificando as dependências da Primeira Bateria e toda a sua rede elétrica (4).

Posteriormente, as cinco aeronaves restantes receberam novas matrículas (P1S-16 a P1S-20). Com as modificações introduzidas no sistema de classificação de aeronaves da Aviação Naval em 1933, os aviões receberam as matrículas 1-P-4 a 1-P-8. Em 1936, todos os S-55 foram desativados (1).


F o t o s

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B i b l i o g r a f i a

 

(1) PEREIRA NETTO, F. C. Aviação Militar Brasileira 1916-1984. Ed. Revista de Aeronáutica: Rio de Janeiro, 1985. p.41

(2) LAVENERIE-WANDERLEY, N. F. História da força aérea brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Gráfica Brasileira, 1975. p. 130-131.

(3) Flores Jr., J. 1932 A Guerra no Ar. Revista Força Aérea nº 2, março 1996. Action Ed. p. 28 - 41

(4) Muniz JR., J. Raids aéreos e outros acontecimentos. Disponível em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0058i.htm>. Acesso em: 02 fev. 2003.

(5) TAYLOR, M. J. H. (Ed.) Jane's Encyclopedia of Aviation. Crescet Books. Nova York, 1989. p.381