Para Lula, Brasil será potência regional após acordo com a França

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Ao cimentar a parceria “privilegiada” entre Brasil e França na área da Defesa, com a assinatura de dois acordos que podem somar US$ 8,3 bilhões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou seu objetivo de fazer do País uma potência militar – ao menos em termos regionais. Em discurso ao final da assinatura desses compromissos bilaterais, ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy, Lula disse que a capacidade militar é a condição “inexorável” para que um país “se transforme em uma potência e seja respeitado no mundo inteiro”.

“É preciso que o Brasil assuma a grandeza que Deus lhe deu quando criou o mundo e que os nossos diplomatas nos deram quando fizeram a divisão do espaço geográfico, no século passado”, afirmou Lula. “É preciso que a gente tenha clareza de que dar importância às Forças Armadas significa dotar o Brasil de conhecimento tecnológico. É exatamente isso que a França oferece ao Brasil.”

Lula deixou claro que o ambicionado poderio militar brasileiro não terá vocação para o ataque. Didático, elencou a necessidade de defesa de um “país que tem a coragem e a capacidade de dizer não” e que conta com a Amazônia, com reservas de petróleo na sua plataforma continental, com 8.000 quilômetros de costa marítima e com boa parte da água doce do mundo. Conforme destacou, um país como esse “não pode prescindir de estar altamente preparado” para a defesa.

Dirigindo-se a Sarkozy, Lula ressaltou a importância “histórica” dos contratos assinados minutos antes na área da Defesa – o efeito prático de maior relevância da visita oficial do presidente francês ao Brasil. O primeiro, com custo que pode chegar a US$ 2,6 bilhões, envolve a compra de 51 helicópteros da Europter France, que serão montados pela Helibrás em Itajubá (MG) e entregues à Força Aérea Brasileira (FAB).

O segundo contrato se refere à aquisição, pela Marinha do Brasil, de quatro submarinos convencionais Scorpéne e ao apoio da França para a concepção e construção da parte não-nuclear do primeiro submarino com propulsão nuclear. Trata-se de uma operação estimada em US$ 5,7 bilhões. Ambos os contratos trazem uma cláusula repudiada na maior parte dos acordos em áreas sensíveis como essa – a transferência de tecnologia francesa ao País.

Sarkozy deixou claro que, ao estimular a parceria entre os governos e as empresas dos dois países na área de Defesa, espera “irradiar” a ação das companhias francesas pela América do Sul.

Os contratos tiveram como suporte legal o Plano de Ação da Parceria Estratégica, também assinado ontem. Além de destacar que o “Brasil e a França serão, um para o outro, parceiros privilegiados na área de Defesa”, esse guia da cooperação bilateral prevê a conjugação de esforços para a reforma da governança internacional, cria um grupo de trabalho na área econômico-comercial e envolve a aproximação de posições nas discussões sobre mudança do clima.

“Um Brasil poderoso será um elemento de estabilidade no mundo”, afirmou Sarkozy. “Queremos que o Brasil possa ascender à governança mundial, queremos que a liderança do presidente Lula seja compreendida, assim como a nossa mensagem em favor da refundação do sistema financeiro global”, acrescentou.

Fonte:
www.estado.com.br

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ARCANJO

“Os civis não vão se atolar na lama, porque suja o sapato”. É absolutamente inacreditável ler uma coisa dessas em pleno século 21. Os civis da iniciativa privada atolam o pé na lama das periferias de onde saem de madrugada para trabalhar, gerar riquezas e base para cobrança de impostos que custeiam toda a estrutura governamental do país, no ambito civil e militar. Os civis que trabalham no mercado privado se espremem, sob chuva ou sol, num sistema de transporte indigno trabalhando mais de 12 horas por dia para gerar mais riquezas e mais impostos para ampliar, na medida do… Read more »

JACUBÃO

Gostei do futurólogo, meu caro joão.

Obrigado.

João-Curitiba

Caros Walderson e Ivan Tem como não concordar com vocês? Impossível. Assino embaixo. Prezado Hornet Sempre comentários equilibrados. Futurólogo Jacubão Seremos potência não apenas tendo estes meios relacionados, mas tendo condições de desenvolvê-los e construí-los aqui. E é esta a nova mentalidade que o PDN está propondo. Portanto, o que você hoje classifica como um sonho, já pode ser chamado de esperança. A todos os colegas Quanto ao acordo com a França, vejo assim: Naqueles filmes que passam à tarde para o público juvenil, sempre têm nas escolas os grupos rivais e as vítimas destes grupos. Mas tem também aquele… Read more »

AJS

Caro
Alexandre Assemanny

Acredito fortemente, que em toda nossa história, nunca adquirimos material de 1ª linha dos EUA, porque eles nunca quizeram a AL dotada de armamento de ponta, seja no mar, terra ou ar, mísseis BVR, só venderam ao Chile, após o Perú ter recebido os seus da Russia, e no primeiro momento, deixaram estocados no território americano.

JACUBÃO

Meu caro IVAN.
Que a conta é cara nós sabemos.
Agora, se somarmos todos os Reais desviados todos os anos, mêses, semanas, dias, horas, etc…, veremos que não seria algo tão impossível assim, pois não saberíamos nem por onde começar a calcular os desvios de verba, mas dá para imaginar que com certeza é muuuuuuuuuuuuuuuuuito dinheiro, comcorda comigo?

Ivan

É Jacubão, vc botou para quebrar.
Mas cuidado para não quebrar o Tesouro Nacional.
Esta conta aí é cara, amigão.

Pinchas Landisbergis

O plano é bom , exequivel, o prazo é extremamente Loooooongooooo!!!
não compreendo porque tanto tempo . meia duzia de caças em 2014, o 1o sub 2016 , vamos virar o século a espera será que teremos tempo para tudo isto???, ou nossas zotoridadis se julgam eternas, de repente acharam a fonte da junventude e não contam para ninguém.

Almeida

Jacubao, essa sua MB potencia regional ta mais forte q a RN, Marine Nationale, Marinha Popular da China, etc! So perde pra USN! Sonhozinho grandioso este seu hein? Ta mais pra pesadelo, vai manter td isso ai q vc quer com o nosso PIB…

JACUBÃO

Valeu HORNET, como eu falei, apenas um sonho atualmente imposível para o brasil.

Um grande abraça para voçê.

JACUBÃO

Abraça não, abraço!…hehehe

Hornet

Jacubão,

Eu entendi, claro, um sonho bom…mas quem sabe um dia.

Sou a favor de sonhos bons, e não nutro simpatias por pesadelos avarentos. É isso aí.

um forte abraço

JACUBÃO

POTÊNCIA MILITAR REGIONAL NA MINHA OPINIÃO SERIA: *CINCO FRAGATAS *SEIS CORVETAS *DOIS SUPER DESTRÓIERS *QUATRO SUB CONVENCIONAIS *DOIS SUB NUCLEARES *SEIS NAVIOS PATRULHA LANÇADORES DE MÍSSEIS SUP-SUP *DOIS NAVIOS ANFÍBIOS *UM NAVIO TANQUE *DOIS NAVIOS TRANSPORTE OBS: ESSE QUANTITATIVO FICARIA EM CADA UMA DAS BASES NAVAIS ESPALHADAS PELA COSTA BRASILEIRA E MAIS UM PORTA AVIÕES NO RIO E OUTRO NA BAHIA. ISSO DARIA UM TOTAL DE: *25 FGAGATAS *30 CORVETAS *10 SUPER DESTRÓIERS *20 SUB COMVENCIONAIS *10 SUB NUCLEARES *10 NAVIOS ANFÍBIOS *30 NAVIOS PATRULHA LANÇADORES DE MÍSSEIS *05 NAVIOS TANQUE *10 NAVIOS TRANSPORTE *02 PORTA-AVIÕES TERIA AINDA AS FLOTILHAS… Read more »

Hornet

Amigo Jacubão,

gostei do seu “sonho”, mas vou te dizer uma coisa, se a MB um dia tiver tudo isso aí que vc colocou, não seríamos potência regional de jeito nenhum…seríamos uma das maoires potências mundiais, superando de longe a Royal Navy, a Marine Nationale, a marinha da China e a do Japão, meio que empatando com a marinha da Russia e acho que só ficando atrás da US Navy….

Tem certeza que nesse seu sonho o Brasil era “apenas” um potência regional?….hehehe

Mas bem legal sua distribuição dos meios da “MB do futuro”, gostei.

um forte abraço

William Canaris Jr

O presidente francês faz bem o papel de vendedor: mente e aumenta antes e até a concretização do negócio. Pelo menos De Gaulle era francês e franco quando disse que “O Brasil não é um país sério”…
Alguns dizem que ele na verdade disse: “O Brasil não é um país. Sério!” A França quer desencalhar alguns produtos (Scorpene/Marlin, Rafale, Fragatas etc), pois seus “parceiros” do Oriente Médio já caíram nas garras dos anglos e russos, os africanos estão com chineses e russos, por aí vai. Saídas? Brasil e Antártica, como esta está desabitada…

William Canaris Jr

Também acho que a “parceria” do Brasil com a França começou lá atrás quando eles empurraram goela abaixo, via ONU e CS, a missão de paz no Haiti, ex-colônia espoliada ao máximo pela pátria do Corcunda (de Notre Dame), que foi uma grande figura… Devemos ter cuidado com esse tipo de “parceria”, pois os franceses já abocanharam 1/4 da Embraer (para ter acesso às inovações e espionar né, bobinhos brasileiros?). A francesa Areva, sucessora da KWU, está bolinando o governo federal para reativar (sob seu controle) o programa de centrais termonucleares… e poder ter acesso ao programa nuclear brasileiro, via… Read more »

Hornet

Amigo Walderson, eu diria mais: pessimismo em excesso ou é coisa da hiena Hard (“Oh, vida! Oh dia! Oh, azar!”) ou então se traduz como um conservadorismo também extremado, que teme as mudanças. E ter medo das mudanças é um problema sério, especialmente quando essas mudanças estão indo ao encontro daquilo que sempre foi o anseio de todos os que pensam a Defesa no Brasil: independência tecnológica e modernização dos meios das FAs… Gostei do que vc escreveu. É por aí mesmo. Caro Ivan também concordo contigo. O Brasil tem um zilhão de problemas, e um zilhão de meios para… Read more »

zocca

walderson muito bem, a carapuça com certeza vai servir para muitos pessimistas de plantão, que pelos comentarios deles parece que estão torcendo pra que tudo de errado. gracias

Alexandre Assemany

correçao: nao recebemos tecnologia e meios condizentes com nossa grandeza economia, territorial e agora economica,

Nao recebemos tecnologia e meios condizentes com nossa grandeza economica, territorial e agora cultural e social.

Desculpe.

Alexandre Assemiraany

Eu fico me perguntando uma coisa até hoje, por que o Brasil nao é um parceiro de 1ª linha dos EUA? Por que assim como Inglaterra, Australia, Nova Zelandia, Japao, Koreia do Sul, España, Italia e Alemanha, dentre outros, nao recebemo tecnologia e meios condizentes com nossa grandeza economia, territorial e agora economica, por que nao podemos ter MEIOS NAVAIS de ultima linha, F-22 e F-35 tanques de ultima geraçao, acho que faltou um pouco mas de vontade politica (inclusive dos militares, quando estavam no poder), poís sempre quissemos ser uma via alternativa a UE e aos EUA, e hoje… Read more »

Ivan

Quanto ao acordo com a França, acredito que temos muito a ganhar em conjunto com a eles. Um acordo para ser bom tem que ser bom para todos. Bem, então vamos vigiar e defender a nossa parte. Vejo hoje a França em um encruzilhada. Com quem ela vai realizar parcerias estratégicas? 1) União Europeia Ela faz parte, mas insiste em manter uma atidude independente, como exemplifica o desenvolvimento do RAFALE, fugindo do consórcio europeu que originou ou Typhoon, alegando uma diferença de conceito (1 tonelada de peso se não me engano). Na verdade acrditava em abocanhar um pedaço do mercado… Read more »

Ivan

Hornet,
Vc como sempre muito sensato. Parabêns.

Ivan

Lancen, Já somos uma potência econômica. Muito mal distribuida, com forte concentração em commodities como metais, grãos, derivados da cana-de-açucar e carnes, mas somos uma potência. Existe um mercado consumidor interno que não havia nos anos 50. Temos ainda muitos pobres, renda ainda mal distribuida, mas somos uma potência. Temos que ter esta consciência disto e agir de acordo. Vamos agregar valor ao que exportamos e GANHAR mais. Fico profundamente irritado quando vou ao comércio varejista e encontro talheres e facas chinesas por menos da metade do preço das nacionais. Porque? Mão-de-obra quase escrava. Eles não tem INSS, FGTS e… Read more »

F-15

Pra brasileiro a mulher do visiznho é sempre mais gostosa…
Qualquer coisa que os outros países fazem é uma maravilha, ja o brasil, quando faz dizem que o que foi feito é ruim…

Walderson

E povo que reclama. Se alguém faz, não está bom. Se alguém não faz, tb não está bom. Não estou entendendo mais nada. Falava-se muito que não iria sair. Saiu. Se fosse no Chile, nos EUA, na Inglaterra, na França, a população estaria feliz, mas no Brasil, não. Nossos ANALISTAS nunca estão satisfeitos com nada. Querem que num estalar de dedos o mundo mude, e o Brasil passe a ser a nova e única potência mundial. Nada está bom. Fala sério. Penso que seria um momento para darmos pulos de alegria. Pode não ser a melhor coisa do mundo, mas… Read more »

Lecen

Potência “regional”?

Bom saber o tamanho da ambição do Brasil.

Então somos o que agora? Uma potência “caseira”?

Mauro Lima

Creio que sim… se tiver “culhões” e chagar-se à conslcusão que foi um péssimo negócio para o país!

E é disto que estamos precisando!

Hornet

Amigos Leo e Iuri, vcs têm razão em suas preocupações e desconfianças. No entanto, segundo o cronograma do MD, apenas no ano que vem é que a origem (ou designação) das verbas necessárias para a implementação de todo o END será apresentada ao Congresso pelos ministros Mangabeira/Jobim e por fim votada…e será por esse atual Congresso…e aqui inclui (se não estou enganado, mas agora estou com preguiça de baixar o END e ler o documento de novo) as garantias orçamentárias para o cumprimento dos contratos já assinados e dos que ainda serão assinados, cumprimentos dos contratos até o fim. É… Read more »

Igor

Não entendi o pq das aspa em privilegiada.

Leo

Iuri,

Creio que o problema maior não é do congresso. Existe apoio político para o plano. O problema é o famoso contingenciamento de verbas.

Em países sérios, o Chile é um excelente exemplo, cumpri-se o orçamento. Orçamento é Lei! Tem que ser cumprido!

Iuri Korolev

Leo
Esta continuidade, em minha opinião,só será possível por tão longo tempo se o Congresso(putz!) comprar a idéia, pois lá são votadas as LOA’s (leis orçamentárias) e seus líderes permanecem no poder de forma mais contínua.
Sabe-se lá como fazer isto.
Sds
Iuri

Mario

o palno é de estado e não de governo,o plano vai andar sim,mesmo se o futuro presidente tem nojo dos militares ele é obrigado a pelo menos permitir que o MINISTÉRIO DA DEFESA e as nossas FORÇAS ARMADAS atualisem o PND [Plano Nacional de Defesa]

Melk

A ascendencia da importancia do Brasil no planeta é algo evidente, felizmente este governo dá passos (ainda que não na velocidade que gostariamos) nescessarios para a afirmação do Brasil como nova potência mundial, não é tarefa facil, mas, perfeitamente possivel…

Almeida

E la vai a imprensa marrom nacional dizer q o objetivo da EDN eh nos transformar numa “potencia militar”. Pq nao dizem “transformar uma potencia economica e politica numa potencia militar”?

Isso sem falar no minimo cuidado com a veracidade das informaçoes publicadas, acho q td mundo ja sabe a esta altura q os 50 EC-725 nao sao exclusivamente para a FAB.

Leo

Isto vai levar pelos menos 20 anos, se houver continuidade em outros governos. Caso contrário, não vai passar de mais um “voo de galinha”.