FREMM

O texto integral do acordo é um tanto extenso para ser colocado aqui, na íntegra, mas pode ser acessado diretamente no site do Ministério das Relações Exteriores, clicando-se aqui.

Selecionamos, abaixo, trechos relativos à Defesa, destacando especialmente os ligados à Marinha do Brasil.


“Ato assinado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo Presidente do Conselho de Ministros da Itália, Silvio Berlusconi.

Washington, 12 de abril de 2010.

PARCERIA ESTRATÉGICA ENTRE A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E A REPÚBLICA ITALIANA

PLANO DE AÇÃO

O Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva,

e

O Presidente do Conselho dos Ministros da República Italiana, Silvio Berlusconi,

Considerando os sólidos e tradicionais laços de amizade que unem o Brasil e a Itália, fortalecidos no decorrer do tempo pela presença significativa no Brasil de uma ampla comunidade de origem italiana;

Reiterando a disposição conjunta de trabalhar em estreita articulação em prol da paz e da segurança internacionais, do respeito aos direitos humanos, do fortalecimento do multilateralismo, da conservação do meio ambiente, do desarmamento e não-proliferação e da promoção do desenvolvimento com justiça social;

Renovando a disposição de aprofundar o diálogo político no âmbito da parceria privilegiada entre o Brasil e a Itália, doravante denominados as “Partes”;

Reafirmando o empenho de ampliar e diversificar o comércio Brasil-Itália, a cooperação industrial e o fluxo de investimentos bilaterais;

Cientes das vantagens e benefícios mútuos derivados da cooperação das respectivas indústrias nacionais;

Decidiram adotar o presente Plano de Ação com vistas ao aprofundamento da parceria estratégica Brasil-Itália:

(…)

IV – Cooperação em matéria técnico-militar e de defesa

Brasil e Itália recordam que a celebração conjunta, em Pistóia e demais cidades italianas, em abril de 2010, do 65º aniversário da campanha da Força Expedicionária Brasileira no teatro italiano de operações, durante a Segunda Guerra Mundial, é emblemática da amizade e da solidariedade entre o Brasil e a Itália e do apego de ambos os países aos valores da paz e da democracia.

As Partes registram a satisfação mútua pelos resultados do Programa AM-X de desenvolvimento, instalação e produção de aeronaves e os benefícios decorrentes da cooperação técnica e do intercâmbio bilateral do Programa para eventuais futuras colaborações no setor aeroespacial.

As Partes destacam a relevância do Acordo assinado pelo Estado-Maior do Exército Brasileiro com uma empresa italiana para a produção, em regime de parceria com a indústria brasileira, de dois mil e quarenta e quatro (2.044) veículos blindados para o transporte de pessoal, em um período de vinte (20) anos. De tal acordo emana a expectativa de colaboração entre a indústria brasileira e italiana para desenvolvimentos posteriores no campo de meios e sistemas terrestres.

As Partes reafirmam a relevância, para uma aproximação progressiva entre as Marinhas do Brasil e da Itália, da prática de reuniões bienais entre os respectivos Estados-Maiores de suas Forças Armadas, do intercâmbio regular de visitas de oficiais e do diálogo regular entre as duas Forças no campo do controle naval do tráfego marítimo.

À luz desta crescente cooperação, as Partes decidem desenvolver um relacionamento privilegiado no campo da defesa, embasado na parceria industrial e transferência de tecnologia. Este relacionamento privilegiado entre os dois países no campo da defesa será matéria de acordo específico entre os respectivos Ministérios da Defesa. Deverá conferir, em princípio, prioridade aos seguintes projetos de colaboração:

· desenvolvimento e produção de unidades navais, especificamente navios-patrulha oceânicos, fragatas e navios de apoio logístico, incluindo sistemas de combate, de navegação, de armamento e de contramedidas eletrônicas;

· intercâmbio de experiências e de tecnologia no setor de transporte terrestre e no desenvolvimento de produção de veículos blindados e sistemas para o Exército Brasileiro;

· sistemas de proteção do espaço terrestre e marítimo;

· manutenção de motores para aeronaves e navios;

· sistemas de Radar para a defesa aérea (Radar 3D);

· aviões e sistemas de treinamento;

· aplicações espaciais militares e de segurança referentes a: comunicações militares via satélite; ou observação da Terra via satélite-radar e serviços baseados no SAR (Radar de Abertura Sintética).

As Partes poderão, ademais, incluir áreas adicionais de colaboração na lista de projetos prioritários supracitados, tais como:

· sistemas para o Projeto “Amazônia Azul”;

· Sistemas para a Defesa Nacional; e

· digitalização dos sistemas do Exército Brasileiro (Soldado do Futuro, Sistema de Gerenciamento de Combate etc).

(…)

XVII – Implementação

A implementação das atividades mencionadas no presente Plano de Ação será tratada pelas áreas competentes de ambos as Partes, sob a coordenação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália. O acompanhamento da implementação das atividades do Plano de Ação será coordenado, dentro de sua esfera de competência, pelo Conselho Brasil-Itália de Cooperação Econômica, Industrial, Financeira e para o Desenvolvimento, que se reúne anualmente no marco do “Acordo-Quadro de Cooperação Econômica, Industrial e para o Desenvolvimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Italiana”, assinado em 12 de fevereiro de 1997, que instituirá Grupo de Trabalho específico que se reunirá em base periódica.”

FONTE: Ministério das Relações Exteriores

IMAGEM: Marina Militare (Marinha Italiana)

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Fábio  Mayer

Ou seja,

NADA de concreto, apenas palavrório…

RL

Tire esse RADAR 3D da lista pq nós já o temos, inclusive em desenvolvimento uma nova versão.

SABER-M 200.

Ehehe

Clêuber

Que boa notícia essa parceria firmada com a Itália!A Itália é bem mais confiável que os EUA. As fragatas Italianas são muito boas, o Brasil necessita de escoltas e a congenere Italiana da Freem Francesa deverá ser tanto para a função de defesa aérea como para a função de guerra antisubmarina. Espero que essas escoltas venham equipadas com os Aster’s 15 e 30 para que a MB possa contar com capacidade de defesa de longo alcance A MB também necessita urgentemente de navios para a função anti-minagem!As corvetas suecas seriam a melhor opção e seriam também excelentes navios para o… Read more »

Leandro RQ

Posso estar errado, mas…

Creio que na verdade estão ratificando um acordo que já estava sendo cumprido, sem ser oficializado.

A IVECO vai construir os novos blindados do EB. A Marinha já vem negociando a compra(construção) de novas Fragatas.

Ou seja, estão colocando no papel, algo que já vem acontecendo na prática.

Galileu

Eu sempre quis saber o que é esse soldado do futuro do EB.
Será que é o soldado com uma farda de qualidade joelheira, cotoveleira, luva, um rádio que preste e etc…??

Quem souber me diga.

(EDITOR, não apague não é off topic está escrito no acordo^^)

MO

Ok Galileu, roger that

Um detalhe antes dos JA DEU FREEMM AO SUGO

Lembram que as FREMM Abajour, Vitraux et Soutien tbm eram batata !, e que no END tem um monte de coisa escrita, que deveriamos isso e aquilço que nunca sairá do papel …

Vamos aguardar antes dos JA DEU ISSO, JA DEU AQUILO …

Abs
MO as pessimist only

Miguel

Já assinamos acordos com França, EUA e agora com a Itália.Mas até agora nada saiu do papel.

Miguel

Lembrando que apenas a construção dos helicópteros e submarinos está acertada.

Ivan

É interessante o acordo, pois mostra a abertura para mais fornecedores de materiais de defesa!

Pode ser que o MD está atento aos riscos de comprar somente material de defesa de um país.

Apesar de não divulgado, o acordo com os EUA pode também deve abrir esta possibilidade!

Se não estou equivocado, acordo semelhante foi feito com a Polônia. O que aparentemente demonstra a preocupação do MD neste sentido.

!

Almeida

Depender de todos para não depender de ninguém.

MO

Ahh Almeida, boa e tem um detalhe no caso

Todos os fornecedores são alinhados, ou seja se zicar os tres citados de tão um corte total .. lembrar das Malvinas …

Abs
MO

GUPPY

Acho que é melhor aumentarmos nossas probabilidades em relação a fornecedores de material bélico. Os jatos MB339(quero dizer a versão mais nova) podem interessar ao Brasil.
Abraços

rogerio

na moitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa acordos assinado

rogerio

So penso o seguinte se comprar da frança so os helicopteros e submarinos
os franceses poderam dificultar o tão sonhado submarino nuclear ja pensaram nisso hemmmmmmmmm ?

Musashi

Nada mais natural do que se aproximar também da Italia, sendo que ja temos bastante história com a mesma e esta tem como principal parceira a França.
É um alinhamento que só esta sendo formalizado. Estes tratados são de extrema importância, estamos escrevendo o futuro.

Matheusts

agora agente vai de F/A-18E e FREEN teria alguma possibilidade de algum Nae com catapulta de pelo menos 30.000 pro brasil????

Almeida

Ostra, eu to pensando mais na questao economica e tecnologica: manutençao, diversificaçao de fornecedores, armamentos, etc. Sabe pq? Pq no Mundo globalizado de hj (TM), se QUALQUER pais q nao sejam os 5 membros permanentes do CS da ONU fizerem uma besteira como a Argentina fez em 1982, duas coisas sao certas: 1. Vai ficar sozinho, com o resto do Mundo contra; 2. A guerra nao vai durar nem uma semana. Importante agora é ter meios ultra modernos e em prontidao maxima, para obter uma vitoria decisiva e rapida, antes que td acabe, por via diplomatica, economica ou militar externa.… Read more »

Almeida

Imaginem o Brasil com td Made In France brigando com esta na OMC no futuro… vai sair caro, literalmente, financeiramente falando mesmo. Agora, se temos o q os EUA, França, Italia, Suecia, Alemanha e ate mesmo Russia tem de melhor, nenhum deles sozinho tera mto poder sobre nos. Basta comprar com outro. E em hipotetico caso de conflito armado, ei, os franceses usaram uma backdoor no software de comando do submarino nuclear, quem vai proteger o litoral agora? Rafales com Exocets ou Super Hornets com Harpoons ou Gripens com RBS? Ou FREMM com Milas? Ou baterias costeiras de S-300 e… Read more »

RL

Tem um detalhe muito importante ai nisso tudo que ao meu ver pode ser tão lucrativo por diversos parametros quanto o fato de comprarmos. É o de VENDERMOS tb para estes paises. Um bom exemplo disso é o próprio exemplo do Tucano para os EUA. Podem ser vendidos para a França, Itália, India dentre outros paises. E a lista não se limita aos Tucanos. Temos ai tecnologia para modernizar aviões em toda a América Latina, Argentina e Colombia por exemplo. Temos os Astros III, misseis anti-radares, misseis anti-aereos, enfim. Bem falou nosso amigo Almeida Almeida disse: 13 de abril de… Read more »

Fabio

Acho LINDO esses acordos de “papel”…porém para que ainda não sabe…

já foi avisado oficialmente que 50% de TODO ORÇAMENTO das FA esta contigenciado ou seja: metade de tudo não pode ser usado!!!!

resumindo: vai faltar o básico como comida, luz, combustivel!

Ricardo

Ta, legal, mas expliquem ai… De onde vira a verba ? O Opalão ta la do jeito que esta hoje devido a falta de verba… OS A-4 tão la do jeito que estão por falta de verba… Atualização dos Navios da MB tambem sofrem com falta de verba… Prometeram não fazer mais cortes por algum tempo, nós bobos mortais acreditamos e na seqüencia, “contigenciamento de verba” e não me venha que contigenciamento não é corte, se não se pode usar a verba é corte… Me expliquem de onde vai sair tudo isto ? So acredito vendo… Povo não tem memória,… Read more »

GUPPY

RL

Perfeito.

Abraços

GUPPY

RL,

Eu havia pensado justamente na FAB quando mencionei os MB339, mas evitei escrever a palavra(sigla) FAB para não melindrar o MO que quando ler alguma coisa relacionada com “(argh) aviãozinho”, sai do sério e eu poderia ficar sem ver uma camiseta com um GUPPY desenhado o resto da minha vida. Ahahahahahahah…. Quer conferir: Leia o coment dele em “Desenhos da classe ‘Knox’ – parte 1” às 21h 13min.

Abraços

Nick

Apesar de admirar as FREMM, gostaria que a MB focasse nos Subs e OPVs, se iniciar vários projetos ao mesmo tempo, corre-se o risco de não terminar NENHUM.

Fora ainda existe o fato que uma expansão dos meios navais, exige aumento de pessoal e verbas de custeio. Ou seja, por enquanto, é apenas boas intenções.

Talvez no máximo 2 FREMM Italianas para trasnferêcia de know-how em construções modulares.

[]’s

Cláudio Melo

Parceria importante, principalmente no campo da construção de meios navais de superfície.

Trata-se de desdobramentos da Estratégia Nacional de Defesa, em plena implementação.

Só não tenho notícias do Serviço Civil de Amplas proporções previsto na END.

Cláudio Melo

O “Opalão” e os A4,s estão do jeito que estão SÓ por falta de verba. Capacidade operativa não depende só de dinheiro. Requer conhecimento e doutrina de emprego, coisas que ainda estamos adquirindo.

Cláudio Melo

Correção: não estão SÓ….

Leandro

Que venham as FREMM italianas…melhor ainda se vier um Cavour junto!!!

MO

olha ai .. num falei .. tava demorando ….

MO

Gilberto Rezende

Só para título de comparação, este é uma acordo de VERDADE com a Itália citando programas e objetivos definidos, navios patrulha oceânicos, radares 3D (PARA MB), soldado do futuro e etc…
O Acordo com os EUA embora mais “badalado” pela mídia nacional não tem nada REMOTAMENTE similar sendo absolutamente genérico e protocolar…