Pela primeira vez uma aeronave da Marinha participa do Exercício

A Operação CRUZEX V conta pela primeira vez com a participação de uma aeronave da Marinha do Brasil. Na cidade de Campina Grande (PB), onde estão alocados três helicópteros Black Hawk do 7°/8° Grupo de Aviação, Esquadrão Hárpia, da Força Aérea Brasileira, há também o helicóptero naval UH-14 Super Puma, do Segundo Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2). A aeronave é utilizada para o transporte de tropas (fuzileiros navais) e de carga externa, operações especiais e resgate SAR. No contexto do exercício operacional, os helicópteros formam uma unidade militar desdobrada que fica de sobreaviso para cumprirem a missão de busca e resgate em combate de pilotos e tripulantes ejetados e/ou abatidos em voo.

O Chefe de Operações do Segundo Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral HU-2 e Encarregado do Destacamento Aéreo Embarcado, Capitão-de-Corveta Hélcio Blacker Espozel Júnior, explica que participar pela primeira vez de uma manobra militar do porte da CRUZEX, com o emprego real do meio aéreo, é fundamental para aprimorar a operacionalidade de seu Esquadrão, estreitar laços doutrinários e operacionais com a Força Aérea Brasileira, além de entrosar equipes e equipagens para o combate.

“Embora a Marinha do Brasil participe com diversos observadores em vários setores da operação CRUZEX, nós do HU-2 somos o único meio aéreo realmente empregado no exercício, para realizar as missões de CSAR (Combat Search and Rescue), doutrina altamente desenvolvida pelo 7°/8° GAv, o mais experiente Esquadrão de CSAR do País. Isto possibilita um ganho operacional e de experiência sem igual, ainda mais com a postura da FAB de dividir conhecimento e nos participar de todas as fases de concepção, preparação e emprego nas missões. Com toda certeza, além de nós da Marinha do Brasil, todo o País ganha com a interoperabilidade aqui exercida”, ressalta Capitão-de-Corveta Espozel.

Uma das grandes dificuldades aprimorada pelo Exercício são as comunicações. Toda a diferença cultural entre Marinha e Aeronáutica se traduz num conjunto de palavras e fraseologias diferentes que devem ser balizadas para que as equipes possam interagir e cooperar no cumprimento das missões, já que uma aeronave é fundamental para a segurança da outra. Só para se ter uma idéia, se durante o check das aeronaves alguém pedir para fechar a tampa do motor, o mecânico da Marinha dirá: “Na virada, verifique a capuxana”. Pela Aeronáutica será: “No pré-voo quente, verifique a carenagem”. Desta forma, para que todos pudessem se entender e falar a mesma língua, foi feito um briefing de quase duas horas para definir fraseologias e procedimentos no solo e no ar.

Para o Tenente-Coronel Aviador Marcelo Fornasiari Rivero, Comandante do 7°/8° Grupo de Aviação (GAv), a operação CRUZEX V foi mais uma oportunidade para o Esquadrão colocar em prática a doutrina de CSAR em um ambiente bastante próximo do real. “Participar novamente de uma operação do porte da CRUZEX V representa um salto operacional para o esquadrão e uma experiência ímpar para todos os tripulantes. O 7°/8°, como de praxe, preparou-se bastante para esse exercício. Desde o início do ano, foram intensificadas as instruções teóricas e práticas para as equipagens, de modo a permitir o máximo aproveitamento por parte de todos os militares envolvidos e aumentar a eficácia de suas operações”.

Além disso, o Comandante do 7°/8° GAv ressaltou a importância de trabalhar em conjunto com uma Unidade Operacional da Marinha do Brasil: “operar neste cenário tático em conjunto com outro esquadrão altamente operacional, como o HU-2 da Marinha do Brasil, foi um grande privilégio para o nosso esquadrão.

Independente de termos mais vivência no tipo de missão executada, a capacidade operacional das tripulações da Marinha trouxe uma nova perspectiva ao planejamento e à condução das operações aéreas. A troca de experiências tem sido extremamente valiosa”, ressalta. Além do trabalho em parceria com a Marinha do Brasil, destaca-se a estreita coordenação com os militares do Grupo de Comunicações e Controle (GCC), do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Recife (BINFAE-RF) e de todas as demais Organizações Militares que dão suporte às operações aéreas e o perfeito enlace das atividades do contingente de Campina Grande com a Direção do Exercício CRUZEX V.

FONTE: FAB

Subscribe
Notify of
guest

10 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Colt

A Marinha na Cruzex! Bacana.
Eu achava mesmo que não custava trazer os Super Hornets para participar, mesmo eles sendo da US Navy, aliás seria muito bom poder observar o SH em ação.

Berti

Espero que depois da modernização dos AF-1(s), estes também sejam convidados a participar da CRUZEX.
Os pilotos da marinha também precisam de treinamento contra defesa aérea e não só contra defesa de frota e vejo a CRUZEX como uma boa oportunidade para isso..
Lembro sempre dos pilotos da Royal Navy na guerra das malvinas enfrentando os Mirages III da força aérea Argentina.

Sds

RtadeuR

“… ainda mais com a postura da FAB de dividir conhecimento e nos participar de todas as fases de concepção, preparação e emprego nas missões. Com toda certeza, além de nós da Marinha do Brasil, todo o País ganha com a interoperabilidade aqui exercida”, ressalta Capitão-de-Corveta Espozel.”

Observador

Aí está um tópico que o “Poder Naval” e o “Poder Aéreo” poderiam lançar: se o objetivo é das duas forças é utilizarem um único caça, qual seria então a aeronave de asa rotativa mais adequada para o uso em terra e embarcada?
Sei que não seria possível usar apenas um único modelo, mas hoje nosso país faz coleção de helicópteros.

Quais seriam os mais adequados para o emprego simultâneo pelas duas forças?

Rodrigo

Observador disse:
17 de novembro de 2010

Resposta simples…

Veja qual elas escolheram, que não foi o EC725 do MD.

Mauricio R.

De fato, tem Blackhawk na FAB e no EB e Sea Hawk na MB.
Somente faltariam alguns Merlins, p/ encerrar de vez essa asneira de ressucitar o Tracker!!!

Mauricio R.

“…doutrina altamente desenvolvida pelo 7°/8° GAv, o mais experiente Esquadrão de CSAR do País.”

Modesto, não???
Especialmente qndo se sabe que o equipamento da MB, não tem nem flir e nem radar de seguimento de solo…
Será que ao menos tem NGV???
E um baita de um anjo da guarda!!!

MVMB

Noves fora o “marketing” de que são todos amigos e vão operar juntos em defesa da pátria, pode-se observar nas entrelinhas que apesar de termos avançado em integração das forças e em operações combinadas/conjuntas ( o que é extremamente louvável e elogiável), ainda falta muito para podermos ter o mínimo de interoperabilidade entre as forças. O “gap” inicia-se nos procedimentos de comunicações e vocabulario (como se fossem idiomas distintos) até meios incompatíveis entre si e que não se falam (data-link). Em meu entendimento, essa deveria ser uma das prioridades do MD ao adquirir novos meios e para a formação e… Read more »

André Luis

MVMB disse:
18 de novembro de 2010 às 6:58

Concordo.
Só que aqui cada um quer ser o rei do seu quintal.

W@sh

Mauricio R. disse: 17 de novembro de 2010 às 21:48 “…doutrina altamente desenvolvida pelo 7°/8° GAv, o mais experiente Esquadrão de CSAR do País.” Modesto, não??? Especialmente qndo se sabe que o equipamento da MB, não tem nem flir e nem radar de seguimento de solo… Será que ao menos tem NGV??? E um baita de um anjo da guarda!!! ========================================================= Amigo ou eu sou muito ruin ou vc não sabe nada de interpretação de texto. Pelo que entendi o oficial da MB elogiava os esquadrões da FAB (7°/8° GAv,) e não o HU-2. Aqui tem gente que ignora a… Read more »