Último submarino operativo da Marinha do Canada sai de serviço e seu retorno previsto é para 2016. A Marinha do Canada fica assim, sem nenhum submarino operacional,  pondo em dúvida o futuro de sua Força de submarinos.

O programa de submarinos já custou cerca de US$ 900 milhões, e tem sofrido vários problemas para sua manutenção, o que têm impedido que os submarinos estajam disponíveis para as operações regulares.

Um relatório da mídia em julho observou que um dos submarinos, o HMCS Windsor, chegou ao Canadá no outono de 2001, mas desde então, ele operou por apenas 332 dias. O HMCS Corner Brook foi danificado quando bateu no fundo do mar durante um treinamento, em junho, na Costa Oeste e agora está no cais. Ele irá ser reparado e revisado durante uma parada planejada de manutenção.

Mas não está programado para retornar ao mar antes de 2016, e a Marinha confirmou em um e-mail para o Ottawa Citizen.

O HMCS Chicoutimi, que foi danificado por um incêndio em 2004 matando um oficial, continua sendo estigmatizado, o que deixa apenas o HMCS Windsor e o HMCS Victoria, que também não estão disponíveis no setor operativo como opções para retorno rápido. “A Marinha está concentrada no HMCS Victoria e no HMCS Windsor que estarão retornando ao setor operativo no início de 2012”, declarou o porta-voz da Marinha tenente-Comandante Brian Owens através de e-mail. “Testes de mar já estão em andamento com HMCS Victoria, antecipando seu retorno ao mar.”

Ele observou que existem  planos para que o HMCS Vitória faça um mergulho de teste no porto Esquimalt na Ilha de Vancouver ainda este mês como parte de um plano, “para verificar a integridade do submarino à prova d’água, e a funcionalidade de outros sistemas de chave.”

Mas o analista de defesa Martin Shadwick disse que as últimas notícias sobre os quatro submarinos é mais um golpe para o programa.

“Todos os argumentos que a Marinha usou para ter submarinos 10 ou 15 anos atrás, ainda estão fundamentalmente válidos, mas eles não foram capazes de fornecer exemplos concretos aos políticos do porque os submarinos não estão disponíveis”, explicou Shadwick, um professor da Universidade de Iorque. “Isso faz com que o submarinos fiquem muito mais vulneráveis ​​aos cortes orçamentarios no departamento e fora dele. “Ele disse que a futura sobrevivência da força de submarinos poderia ser colocada em perigo, se os problemas continuarem.

O Canada comprou os submarinos de segunda mão da Grã-Bretanha e teve a entrega dos mesmos entre 2000 e 2004. A Marinha disse que fez uma análise aprofundada dos submarinos para garantir que eles atendessem as necesidades canadenses, mas problemas com os submarinos da classe Victoria começaram a se materializar quase que imediatamente.

Soldas de alta pressão tiveram que ser substituídas e rachaduras foram encontradas em algumas das válvulas nas quatro submarinos. Tubos de aço também precisaram ser substituídos, pois os submarinos foram colocados em reserva na Grã-Bretanha com água em seus tanques de combustível. O HMCS Victoria também passou por reparos depois de uma rachadura ter sido descoberta em seu casco. Além disso, houve atrasos na instalação de equipamentos canadenses, como o controle de fogo, armas e equipamentos de comunicações. Os submarinos ainda não são capazes de disparar torpedos. “A introdução da Classe Victoria foi repleta de muitas questões e enfrentou uma série de contratempos “, uma nota informativa de maio de 2009 produzida pela Marinha reconheceu essa deficiência.

O Ottawa Citizen obteve o documento através do acesso ao direito de informação. Em julho, reportagens mencionando documentos da Marinha, outros problemas foram observados, mostrando que os submarinos também possuem restrições para mergulhar em determinadas profundidades, por causa de problemas de ferrugem.

Em junho, dois marinheiros ficaram feridos quando HMCS Corner Brook chegou ao fundo do mar, próximo a Som Nootka, na costa oeste de Vancouver Island. O submarino estava realizando manobras submerso durante a formação avançada de oficiais submarinistas.

Mergulhadores fizeram uma avaliação inicial de danos no HMCS Corner Brook, e descobriram que houve danos à fibra de vidro no arco dome o que poderia significar que pode haver danos ao equipamento sonar que ele contém, afirmou o tenente-Comandante Brian Owens.

Houve também um vazamento de menores proporções em um tanque de lastro a vante. “O escopo exato do dano, e estimativa de reparo subseqüentes, só pode ser obtido depois de uma avaliação mais completa e com o submarino docado para que as especificações de reparo completo sejam feitas”, acrescentou. Não se sabe o custo dos reparos neste momento. O HMCS Corner Brook está docado em Esquimalt e está sendo usado como uma plataforma de treinamento para submarinistas. Ele está passando por um regime de manutenção já agendados em que o mínimo de trabalho será feito, como a substituição de determinados componentes e fazendo um levantamento de engenharia do que precisa ser feito durante uma revisão muito mais elaborada chamada de período de trabalho Extended Docking ou EDWP. O submarino não vai para o mar novamente até que o EDWP seja concluído. Owens disse que o  EDWP do HMCS Corner Brook está previsto para ser concluído em 2015-16, tornando o navio disponível para testes, ensaios e treinamento de pessoal em 2016.

Fonte: timescolonist

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Marcelo

Interessante artigo. Estes estao piores que o Brasil. Submarinos adquiridos a anos e nao podem disparar torpedos? Ainda bem que nao compramos subs da Inglaterra!

daltonl

Marcelo… estes submarinos estavam entre os melhores no inicio dos anos 90 e as inumeras inovações foram em parte responsaveis por tantos problemas em uma classe totalmente nova e mais avançada que não teve tempo de “amadurecer” devido ao fim da guerra fria. Tivessem permanecido em serviço na Royal Navy mais do que meros 2 anos, antes de serem encostados na reserva e abandonados, teriam sido atualizados e as falhas posteriores mais facilmente consertadas. Mais atrasos e aumento nos custos resultaram do fato que os canadenses queriam sensores e armas americanos instalados. Nem que o Brasil quisesse poderia adquirir submarinos… Read more »

Mauricio R.

O lado negro dos dividendos da paz após o fim da Guerra Fria, nos EUA foram por exemplo, aqueles F-15 caindo devido a fadiga estrutural.

daltonl

E o lado “bom” Mauricio, exemplificado pelos submarinos classe “Ohio” e pelos misseis “Trident II”, a excelencia de ambos permitiu que os EUA se dessem ao luxo de adiar o desenvolvimento de novos. Dos 18 submarinos construidos, 4 foram reabastecidos e convertidos para SSGNs, o que deu um novo vigor na guerra com armas convencionais e dos demais 14, 5 já foram reabastecidos e modernizados para que possam alcançar 45 anos de vida e outros 2 estão passando pelo mesmo processo no momento. O mesmo ocorre com os misseis que estão sendo melhorados e tendo sua vida prolongada até por… Read more »

GUPPY

De qualquer maneira, Dalton, lamentável a situação em que se encontram os submarinos canadenses, afinal de contas, o Canadá é do mundo desenvolvido. Fiquei surpreso.

Abraços

daltonl

É verdade Guppy, mas os canadenses tem uma tradição submarina muito menor do que a nossa e operaram um número muito menor de unidades também ao longo da história.

Além do mais, trocaram os 4 Oberons que eles possuiam por estes 4, mais avançados porém pobremente conservados pela Royal Navy, mas,
a força de submarinos continuou com apenas 4 unidades, isso, em
um país cercado por dois oceanos.

O que era pouco, continuou pouco.

abraços