No dia 26 de julho a US Navy (Marinha dos EUA) testou uma bomba guiada JSOW AGM-154C-1 contra um navio alvo Mobile Ship Target (MST) de 80 metros de comprimento, demonstrando a capacidade de atacar alvos móveis no mar. A JSOW foi disparada de um F/A-18F a 35km do alvo.

O casulo ATFLIR do Super Hornet guiou a bomba usando o telêmetro laser para determinar as coordenadas do alvo e transmitir para a JSOW por um datalink (Link 16). Na fase terminal, um sensor de imagem infravermelho fez o reconhecimento e classificação do alvo, comparou com uma biblioteca de alvos e determinou qual era o melhor ponto de pontaria. O alcance da JSOW C-1 é de 100km quando disparada a uma altitude de 12 mil metros. A JSOW C-1 deve entrar em operação no fim de 2013. A US Navy deve comprar 1650 JSOW C da Raytheon.

A Raytheon está propondo uma versão propulsada da JSOW com alcance de 500km. A JSOW-ER já foi demonstrada em 2009 voando 264 milhas. A versão operacional terá que receber uma ogiva menor que a de 454kg atualmente em uso. A cabeça de guerra do Maverick de 136kg é uma opção para diminuir os custos.

A US Navy tem várias armas antinavio que poderão ser substituídas pela JSOW. Os AGM-84 Harpoon têm alcance de 100km, mas não podem receber atualização em voo. Os SLAM-ER têm alcance de 250km atualização de meio curso, mas precisam de um operador continuamente. As Paveway e JDAM guiadas a laser têm capacidade antinavio e contra alvos móveis limitados.

O Maverick tem alcance de 25km, sendo usado contra pequenos navios e foi empregado recente na Líbia, quando um P-3C Orion da US Navy neutralizou um navio patrulha. Os helicópteros da US Navy usam o Hellfire guiado a laser contra navios.

O Maverick e o Hellfire deverão ser substituídos pelo Joint Air-Ground Missile (JAGM), sendo que o Maverick deve operar até 2020. O JAGM terá sensor trimodo com capacidade de guiamento por imagem infravermelha, laser semi-ativo e radar de onda milimétrica. A Lockheed Martin e a Raytheon/Boeing estão competindo no programa JAGM com a escolha planejada para 2012.

A GBU-53B Small-Diameter Bomb II (SDB II) foi projetada para atacar alvos em terra, mas tem capacidade de atacar pequenos alvos móveis no mar. O sensor é o mesmo do JAGM

O AGM-88 HARM é outra arma com capacidade de atacar navios. O objetivo é destruir os sensores e diminuir a capacidade do navio de se defender. O AIM-9X também está recebendo a capacidade de atacar alvos no mar e já demonstrou-a após mudanças no software. Durante operações no Iraque, já ocorreram situações em que os pilotos de Hornet ficaram sem munição e pediram autorização para disparar seus AIM-9X contra alvos em terra, o que foi negado.

FONTE: Revista SeaPower

NOTA DO EDITOR: apesar de ter um alcance menor que o Harpoon, a JSOW tem uma cabeça de guerra mais potente. A capacidade furtiva das JSOW permite que voem mais alto, o que aumenta o alcance. O sensor passivo também garante a furtividade e a precisão e compensa a perda do poder destrutivo, e menos armas devem ser necessárias para saturar um alvo. A JSOW também tem capacidade de atacar alvos em terra incluindo navios no porto.

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joseboscojr

Como o post se refere apenas às armas antinavios aerolançadas, ficou faltando o Penguin, que até onde sei ainda deve estar em operação nos helicópteros, em que pese o uso macivo do Hellfire II. Em relação à JSOW C-1, acho que há um equívoco. Ela possui data-link de duas vias e pode sim enviar imagens e receber correções de curso, em geral para refinar a “pontaria” de modo a atingir pontos críticos do navio, diferente da versão C que usa apenas o método ATA (aquisição automática de alvos) em que a varredura com o imageador térmico é feita de forma… Read more »

joseboscojr

Que um AIM-9X dá conta de atingir uma lancha ou um veículo em terra a gente sabe, o difícil é, nessa época de “vacas magras”, autorizar o uso de um míssil de 200.000 dólares pra atingir um caminhão velho.
Off topic:
Provavelmente até um Amraam pode fazê-lo. O radar ativo do Amraam é compatível com a função antinavio e contra alvos em terra poderia ser guiado via data-link combinado com o modo GMTI do radar.
Na década de 70 o Sparrow foi experimentado a bordo dos SH-2 Seaprite como míssil antinavio.

G-LOC

Bosco. O Penguim nem foi citado no artigo original. Imagino que saiu de operação.
O datalink citado no artigo era o Link 16. Não é um datalink de banda larga para transmissão de vídeo.
Eu citei o HARM que está em uso e não considerei o AARGM que está em desenvolvimento. O mesmo vale para o LOGIR.
O modo totalmente automático do SLAM é contra alvo fixo.
Se não me engano um F-4 da USN disparou um Sparrow e atingiu um contratorpedeiro turco no Vietnã. O Sparrow não está mais em operação.

FCGV

As taticas estão constantemente evoluindo gradualmente, adaptando-se a tecnologia. Hoje assim como nos tempos do motor a vapor e a tatica de Ramming, mais adiante, o grande canhao e a era dos Dreadanoughts, hoje podemos estar a beira da mudança. Vivemos hoje a era do missel e essa é a principal arma ofensiva da atualidade. No entanto, como em outros tempos de mudança, um dos fatores principais que sempre impulsionaram a evoluçao e algumas vezes a revoluçao, é o simples fator defesa. Quando a defesa se torna mais eficiente que o ataque, nao basta retocar os antigos paradigmas, mas sim,… Read more »