Batismo de fogo do Brasil na Segunda Guerra completa 70 anos

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Há exatos 70 anos, a pacata cidade de Fortaleza, com pouco mais de 180 mil habitantes, foi a porta de entrada de um convite nada agradável: entrar na II Guerra Mundial. Era 22 de maio de 1942 quando um avião B 25J Mitchel partia do Ceará para realizar o primeiro disparo contra um navio inimigo.

O Brasil, que até então se mantinha à distância da guerra iniciada em setembro de 1939, foi empurrado ao combate quando, quatro dias antes, um submarino italiano acertou o navio brasileiro Comandante Lyra dentro de águas nacionais.

Em 18 de maio de 1942, o navio brasileiro estava a 330 metros de Fernando de Noronha quando recebeu um torpedo, bombas e disparos de canhão de 100mm. O submarino Barbarigo foi certeiro e causou grandes prejuízos, mas não chegou a afundar o navio cearense. Parecia, então, mais um recado do que propriamente um ataque fatal.

Tanto que a edição do jornal O POVO do dia 25 de maio publicou “Está causando espécie, aqui, o fato de ter o submarino alemão, depois de atacar o navio brasileiro ‘Comandante Lira’, deixado o mesmo flutuando, com possibilidades de salvar-se, quando habitualmente os traiçoeiros e covardes corsários do Eixo não largam a sua presa antes de sabê-la de fato irremediavelmente perdida, sem se importar com a sorte das tripulações”.

FONTE: www.opovo.com.br

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daltonl

O Barbarigo não teve tempo de acabar com o Comandante Lira, graças ao radiotelegrafista José Henrique da Silva que conseguiu transmitir o aviso de SOS com grande risco de perder a própria vida…possivelmente o primeiro herói brasileiro da II Guerra, e graças a isso logo em seguida uma aeronave surgiu fazendo o Barbarigo afastar-se. O cruzador USS Milwaukee foi um dos navios que apareceram para efetuar o resgate e mais tarde enquanto escoltava o Comandante Lira que seguia rebocado o Barbarigo tentou torpedear o USS Milwaukee sem sucesso…porém o comandante Enzo Grossi recebeu uma medalha por ter torpedeado um encouraçado… Read more »

GUPPY

Submarinos italianos no Atlântico Sul ? Eu só tinha conhecimento da presença de submarinos alemães. Como eles ( os italianos) eram reabastecidos? Será se tinham algum esquema logístico semelhante às “Vacas Leiteiras”? Ou usavam como base as Guianas Francesas/Holandesas, já que a França e a Holanda estavam ocupadas pela Alemanha aliada da Itália ? Outra: Como conseguiam passar pelo Estreitos de Gilbratar, controlado e vigiado pelos ingleses?
Caro Dalton, help!

Abraços

MO

incruzivel operaram na costa da Banania

daltonl

Guppy… os italianos entraram na guerra apenas em meados de 1940 e aproveitando-se da fraqueza dos britanicos na ocasião, não tiveram muita dificuldade de atravessar o estreito, mas, não querendo abusar da sorte, os submarinos que passaram, quase 30, na ocasião, ficaram baseados na costa francesa ocupada pelos alemães,ou seja, eles não precisavam retornar à Itália. Depois não apenas os britanicos reforçaram mais o estreito, como a capacidade de combater da Italia apenas diminuiu mes após mes e e em meados de 1943, os italianos estavam fora da guerra…e a marinha italiana rendeu-se…um triste espetáculo. Os submarinos italianos eram no… Read more »

GUPPY

Muito obrigado pelos esclarecimentos, Dalton.
MO, brigado também.

Abraços aos dois.

Observador

Senhores, Lembro de haver lido, há muitos anos atrás, creio que na Revista “Vela & Motor”, a qual mantinha ums seção sobre histórias pitorescas ocorridas no mar, um artigo sobre um ataque planejado pelos italianos ao Rio de Janeiro. A Regia Marina planejava um ataque a base da Marinha do Brasil do Rio de Janeiro com um único submarino. Ele entraria na Baia da Guanabara à noite, apenas com seus motores elétricos, dispararia todos os seus torpedos dos tubos dianteiros e, ao virar e ligar os motores a diesel para fugir, dispararia os torpedos dos tubos traseiros. Creio que o… Read more »

daltonl

Um ataque semelhante ao que o U-47 fez em Scapa Flow em 1939 vitimando o HMS Royal Oak ? Nunca li nada a respeito mas por curiosidade encontrei o seguinte: Em 1943, poucos meses antes da capitulação italiana o submarino Archimede foi enviado novamente à costa brasileira na altura de Pernambuco e de lá seria reabastecido por um submarino alemão ou italiano na área e seria então capaz de alcançar o Rio de Janeiro, mas o plano foi cancelado. Não encontrei nada sobre qual seria a intenção de enviar um submarino tão ao sul…mas poderia ser sobre o que vc… Read more »

fragatamendes

Prezado, OBSERVADOR, o palo Italiano deve ter sido cancelado porque desde o início da guerra a nossa Marinha colocou uma rede de aço fechando a entrada da baia de guanabara ela era aberta e fechada por uma flotilha de Rebocadores armados para a passagem de navios nossos e aliados.Nossos Submarinos também foram muito importantes no treinamento dos navios da nossa armada e das marinhas aliadas que operavam aqui pois eram identicos aos Submarinos Italianos que torpedeavam os mercantes aqui nas nossas costas.Abraços do MENDES.

daltonl

Se os italianos tinham tal plano, de fazer um submarino entrar na Baia da Guanabara, coisa que nem os alemães tentaram, acredito que haveria alguma literatura a respeito ao menos na internet. Acho, que a ideia de enviar o Archimede mais ao sul, talvez tenha levado algum entusiasta a “aumentar” as coisas, parecendo ser de fato um plano concebido e com chances de ser posto em prática. O envio do Archimede, possivelmente seria para tocaia fora da Baia, o que não significaria sucesso garantido…os japoneses tentaram em Pearl Harbor e falharam não apenas em atingir navios mas também de passar… Read more »

daltonl

Por outro lado, acho conveniente mencionar aqui que os italianos fizeram uso de minisubmarinos, na verdade, torpedos tripulados de pequeno alcance transportados por submarinos e alcançaram feitos notáveis como danificar os HMSs Valiant e Queen Elizabeth. Estas armas estavam restritas ao mediterraneo e foram transportados por submarinos relativamente pequenos cerca de 600 toneladas não adequados ao Atlantico. Talvez se versões maiores tivessem sido construidas, a exemplo do que fizeram os japoneses, e transportados em submarinos de grande alcance e usando uma grande dose de imaginação, tais torpedos tripulados não poderiam ter sido usados dentro da Baia da Guanabara…afinal os japoneses… Read more »