Rússia se prepara para enviar navios para a Síria

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Nikolai Filchenkov

MOSCOU – O governo da Rússia está se preparando para enviar dois navios de guerra à Síria, com o objetivo de reforçar a segurança na base naval russa em Tartus, no litoral sírio, e retirar equipamentos do local. Segundo declaração de um alto comandante da Marinha russa à agência Interfax, sempre utilizada para divulgar anúncios de Moscou, as embarcações Nikolai Filchenkov e Caesar Kunikov foram as escolhidas para a missão no porto mediterrâneo. O comandante, que não quis ser identificado, não especificou a data de chegada dos navios. A Marinha russa e o Ministério da Defesa de Moscou ainda não comentaram o assunto.

Damasco e Moscou são fortes aliados militares desde os tempos da Guerra Fria. A Síria compra bilhões de dólares da indústria armamentista russa e abriga a base naval permanente de Moscou em Tartus. O porto é utilizado como sede de logística de navios comerciais e de embarcações de combate a piratas no Mar Mediterrâneo, ação que faz parte de um programa de cooperação da Otan. Raramente navios de guerra atracam no local, segundo Moscou.

A Rússia tem utilizado seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para impedir uma ação militar da comunidade internacional contra os conflitos internos na Síria, que deixaram ao menos 9 mil mortos desde o início de 2011, segundo dados das Nações Unidas. Moscou defende que a situação dos conflitos sírios deve ser resolvida em um diálogo entre forças da oposição e do governo. No entanto, pedidos de cessar-fogo e pela implantação do plano de paz do enviado especial da ONU Kofi Annan não foram atendidos.
No ano passado, o governo sírio de Bashar al-Assad começou a ser pressionado por manifestações da Primavera Árabe que pediam a queda do presidente e a realização de eleições no país. Em resposta, forças de segurança iniciaram uma severa repressão militar aos opositores, o que resultou na morte de milhares de civis e na formação milícias armadas de oposição.

Mais confrontos em Homs

Ainda nesta segunda-feira, ativistas do grupo Observatório Sírio pelos Direitos Humanos denunciaram mais confrontos na cidade de Homs, uma das sedes da oposição da Síria. Segundo eles, forças do governo iniciaram um intenso bombardeio e tiroteio contra milicianos locais. No fim de semana, o chefe da missão da ONU na Síria pediu que mulheres, crianças, idosos e doentes deixem os locais de conflitos, como Homs.

FONTE: Agência O Globo, com agências internacionais

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