A Rússia se prepara para a exploração intensiva dos recursos energéticos em sua plataforma ártica. Agora, a principal tarefa é considerar todos os riscos, para não causar dano à ecologia da região, consideram os especialistas.

O programa de prospeção da plataforma continental do Ártico e exploração de seus recursos minerais até 2030 prevê o aumento da extração de petróleo em 5 vezes e do gás em 4 vezes. Segundo avaliações do governo da Rússia, o efeito econômico da realização do programa é esperado por volta de 200 bilhões de euros.

A exploração da plataforma continental ártica da Rússia leva mais de um decênio. Hoje os índices de extração de petróleo são de 13 milhões de toneladas e de gás – de 57 bilhões de metros cúbicos. Os hidrocarbonetos são extraídos na região do Mar de Okhotsk, junto à ilha de Sacalina. Prepara-se também a exploração da jazida de Prirazlomnoe, na plataforma continental do Mar Petchorsk. Uma das maiores do mundo é a jazida de gás condensado de Shotkmanovskoe, situada na região do mar de Barents – assinala o chefe da cátedra de exploração das jazidas marinhas de petróleo e gás da Universidade Estatal Russa de Petróleo e Gás I.M.Gubkin, Boris Nikitin:

“Pode-se dizer que suas reservas ultrapassam as reservas da jazida norueguesa de Troll em 3 vezes e meia. Elas constituem mais de 4 trilhões de metros cúbicos de gás. Isto possibilita obter desta jazida 50-199 bilhões de metros cúbicos de gás por ano. As perspectivas de tais companhias como Gazprom e Rosneft indicam que, até 2030, metade do gás será extraído das jazidas marinhas.”

Com isto surge a questão da segurança da extração dehidrocarbonetos no Ártico. O meio ambiente nesta região é muito frágil, ele é o mais vulnerável do planeta e não resistirá a grande carga industrial. O governo da FR coloca a tarefa de estudar detalhadamente o problema das consequências ecológicas dos trabalhos na plataforma continental e da responsabilidade em caso de danos. As jazidas atualmente em exploração na bacia do Ártico observam todas as normas ecológicas – afirma Boris Nikitin.

“Lá não há problemas com a poluição do mar. Os materiais desnecessários, que nós usamos na construção dos poços, na escavação, no processo de sua exploração, são recolhidos na plataforma, retirados e destruídos à parte.”

A legislação russa permite trabalhar na plataforma continental somente às companhias que têm experiência de trabalho de no mínimo 5 anos. Essas limitações são justificadas – consideram os cientistas. Os acontecimentos no Golfo do México mostraram como é complexo eliminar acidentes desse gênero e combater suas consequências. Ora, no Ártico as condições são ainda mais rígidas – diz o especialista em exploração de petróleo e gás em plataforma continental, membro correspondente da Academia de Ciências da Rússia, Vassili Bogoiavlensky:

“As condições tropicais contribuíram para liquidação do acidente ocorrido no Golfo do México. Na água marinha cálida existem muitas bactérias, e algumas delas contribuíram para que os hidrocarbonetos fossem absorvidos por elas e elaborados. Mas no Ártico não há tais bactérias. Por isso, se houver um derrame, o petróleo ou irá baixar como fração pesada para o fundo do mar, ou atingirá a costa e irá poluí-la.”

Os cientistas russos elaboram tecnologia de prevenção de acidentes ambientais. As plataformas de petróleo modernas estão equipadas com um sistema de prevenção que exclui as fugas de petróleo para o mar. Aprenderam a escapar dos icebergs, que representam uma ameaça nas águas do norte. Foram elaboradas plataformas cuja parte superior pode  se “separar” e sair para o mar, evitando choques com geleiras. Todos os cálculos de segurança dos equipamentos para a extração de petróleo e gás – afirmam os especialistas – são feitos com grande reserva. Mesmo que haja uma onda de 15 metros uma vez em 100 anos, a plataforma será elevada, de modo que nenhuma tempestade a afetará “Tudo depende das pessoas – estão convictos os especialistas russos – e não do mar em que nós estamos.

A Rússia pretende intensificar a exploração da plataforma continental dos mares do Norte. Para a economia do país é uma chance real de se “preparar para a possível revolução energética” sobre a qual o chefe do gabinete de ministros falou recentemente.

FONTE: Voz da Rússia

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