A Marinha chinesa realizou exercícios no mar do Leste da China nesta sexta-feira, demonstrando ao Japão sua força em meio a uma disputa dos dois países por ilhas inabitadas entre eles.

Japão e China têm exibido força marítima e reforçado a disputa pelas ilhas recentemente. Elas são chamadas de Diaoyu em chinês e de Senkaku em japonês.

Em setembro, a China irritou-se quando o Japão nacionalizou algumas das ilhas da região, o que gerou protestos anti-japoneses violentos no país. A posse das ilhas também é reivindicada por Taiwan. Apesar de inabitadas, elas são cercadas por águas ricas em peixes e depósitos subaquáticos de energia.

O exercício chinês desta sexta-feira envolveu 11 embarcações da esquadra do mar do Leste da China, além da Guarda Costeira e companhias do ramo pesqueiro. Além disso, oito aeronaves do Exército chinês sobrevoaram o local durante a prática.

Os treinos foram focados em táticas de patrulha e reações a emergências em caso de ameaça ao território chinês.

De acordo com a agência de notícias estatal chinesa, a Guarda Costeira e as embarcações pesqueiras foram recentemente seguidas e incomodadas por navios estrangeiros.

Na terça-feira, aeronaves militares japonesas afirmaram ter visto navios de guerra chineses próximos às ilhas disputados. A China disse que eles estavam apenas numa missão de treinamento.

No domingo, a Marinha japonesa celebrou seu 60º aniversário com um grande exercício nas águas locais, envolvendo 40 navios. A China foi um dos países que enviou representantes para participar da festa dos japoneses.

IRRITAÇÃO

O exercício dos chineses aconteceu um dia depois que ministros japoneses visitaram um memorial de guerra, visto como um símbolo do militarismo do Japão, o que irritou o Ministério das Relações Exteriores da China.

“O Santuário Yasukuni é um pilar espiritual usado pelo militarismo japonês para suas agressões no exterior. Ele ainda consagra criminosos de guerra que devem às pessoas vitimadas pesadas dívidas sangrentas”, disse o porta-voz Hong Lei durante entrevista na quinta-feira.

“Nós pedimos ao lado japonês para encarar de frente e refletir sobre a história e respeitar estritamente as suas solenes declarações e promessas a respeito de questões históricas, e enfrentar a comunidade internacional de forma responsável.”

Os laços entre os países são assombrados há anos pelo que o governo chinês afirma ser devido à recusa do Japão de admitir atrocidades de guerra cometidas por soldados japoneses na China entre 1931 e 1945.

FONTE: Associated Press via Folha de S. paulo

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