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Às voltas com a crise econômica e com sua popularidade em baixa, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, preparou uma festa descrita como “épica” para o retorno da fragata Liberdade, que ficou mais de 70 dias retida em Gana, na África.

Ontem, desde cedo, caravanas de militantes governistas, reunidos por grupos como o La Cámpora -liderado pelo filho da presidente, Máximo Kirchner-, chegavam de ônibus a Mar del Plata, cidade litorânea a cerca de 400 km da capital, Buenos Aires.

Os kirchneristas empunhavam faixas e cartazes com dizeres como “Cristina coragem” e “Néstor vive”, alusão ao marido e antecessor da presidente, morto em 2010.

O navio, que chegou pouco depois das 19h de ontem (horário de Brasília), era escoltado por 200 embarcações civis e trazia 143 marinheiros; 98 deles, que já tinham deixado a fragata antes da liberação, retornaram a ela para ser recebidos com festa.
Em discurso, a presidente Cristina Kirchner considerou o retorno da fragata símbolo “da defesa incondicional dos direitos da Argentina e do respeito a sua soberania”.

Também houve um panelaço contra Cristina durante o evento. A polícia impediu o contato entre manifestantes e militantes kirchneristas.

A população de Mar del Plata (cerca de 700 mil pessoas) mais que dobra durante o verão. Segundo comentaristas argentinos, esse foi o motivo pelo qual Cristina decidiu receber a fragata lá, e não no porto de Buenos Aires -muitos moradores da capital viajam nas férias de janeiro.

Fundo abutre

A fragata Liberdade, navio-escola da Marinha argentina, foi retida no porto de Tema, em Gana, em 2 de outubro. A retenção foi determinada pela Justiça do país africano a pedido do fundo de investimentos americano NML, que cobrava da Argentina uma dívida de US$ 370 milhões.

Após a crise de 2001, que resultou na queda do então presidente Fernando de la Rúa, o governo argentino fez operações de “reestruturação” com seus credores, e a maioria aceitou receber menos na hora de resgatar seus títulos da dívida argentina.
No entanto, alguns investidores, entre eles o NML, recusaram-se a assinar o acordo e exigem o pagamento de 100% do valor da dívida. Esses fundos são chamados de “abutres”, por comprar títulos podres para especulação.

Na época da retenção da fragata, Cristina declarou que a Argentina não aceitaria “extorsão de nenhum tipo”. “Podem ficar com a fragata, mas nenhum ‘fundo abutre’ ficará com a liberdade, a soberania e a dignidade deste país”, discursou a mandatária.

A Argentina recorreu às Nações Unidas, e em 15 de dezembro o Tribunal Internacional sobre Direito do Mar, ligado à ONU, ordenou que a fragata fosse liberada.

FONTE: Folha de S. Paulo via Resenha do Exército

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Paulo Itamonte

Só faltou o Messi na festa dando umas embaixadinhas. Fala sério. Fundo do poço.

Francisco de Bem

Não sei de vocês, mas esse tipo de notícia só me entristece, acho que a Argentina merecia mais do que isso. Não que nós estejamos no paraíso, mas é como dizem, sempre tem alguém melhor e alguém pior do que a gente…

Enfim, a Argentina poderia ter deixado o caudilhismo de lado e abraçado algumas idéias que floresceram aqui nos governos THC e Lulla, tal qual apertar o cinto e tentar pagar a divida externa…

Aldo Ghisolfi

Nunca vou ser autoridade… jamais faria festa em cima duma vergonha nacional como essa. Eu mandaria a Liberdade chegar devagarinho, velas arriadas, ao cair da noite e ancorava no arsenal entre dois navios muy grandes…

Aldo Ghisolfi

Francisco de Bem, boa tarde. Também penso como tu, mas cada um tem o que escolhe. Acho que os verdadeiros caudilhos pegariam em armas contra estes argentinos que chamas de caudilhos. Na realidade, já que falastes, até acho que está fazendo falta aqui entre nós correr de novo o velho sangue dos caudilhos maragatos… federalistas!

Alexandre marlon

Não foi ainda no governo do Figueiredo(aqui), que a argentina deu o calote?
Obs.: Foi de propósito e em vista dos últimos acontecimentos lá que coloquei a 1ª letra do país deles como minúscula.

Bem, o povo argentino está colhendo o que plantou, os quadrilheiros (presidente argentina e cia.) foram parar no governo graças ao voto dos próprios argentinos.

Danzig

Os argentinos estão pagando o preço de sua arrogância centenária, de se acharem os europeus da América do Sul e superiores aos demais países. Como dito acima, o Brasil não é um mar de rosas, mas ainda assim, politica e economicamente, estamos à dianteira deles. Mesmo diante disso, para os argentinos, nós continuamos a ser os “macaquitos”. Na boa, torço todos os dias para os argentinos irem à bancarrota de vez, e esse dragão chamado Mercosul ir por ralo abaixo. Na Ásia, no Hemisfério Norte e na África teremos parceiros melhores do que os caudilhos e cocaleiros latinos.

ANDRÉ MATOS

Breguice.

Juliano Mendonca

Sabem aquelas pessoas que não chamam os amigos pra ir em sua casa por vergonha da vizinhança ? (acreditem, existem estas pessoas)

Lendo essa matéria me senti assim em relação a nossa vizinha Argentina, e olha que aqui em casa ta uma bagunça..

gayneth

E pensar que eles eram,OS CARAS. Choooooooooooooora Argentina. Mas não por Evita e nem por Cristina. Mas por vocês mesmos!

Giordani RS

“…desde cedo, caravanas de militantes governistas…chegavam de ônibus a Mar del Plata, cidade litorânea a cerca de 400 km da capital, Buenos Aires.”

Isso me lembra um certo governador de um certo estado braZileiro…ah! Lembrei! O governador-boneco-sinforoso sérgio cabral…

Quando os hermanos chegam no fundo do poço…eles se põem a cavar!!!

Requena

Aquele sentimento de “vergonha alheia”…

Fabio ASC

Giordani RS, isso lembra exatamente o que ocorre aqui em Brasília no 7 de Setembro, até” lanchinho” eles pagam, e , se você um entusiasta quiser assistir ao desfile das arquibancadas, só com carteirinha do partido.

cristiano.gr

Essas vergonhas que os argentinos vêm sofrendo são boas para dar bem nos dedos desses metidos arrogantes que se acham os tais e que nenhum povo latino aguenta.