31 anos do afundamento do cruzador argentino ‘General Belgrano’

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Belgrano (2)

vinheta-destaqueNo dia 2 de maio de 1982, por volta das 18h30, o submarino nuclear britânico HMS Conqueror disparou três torpedos Mk.8 de tiro reto à proa do cruzador General Belgrano, à distância de apenas 1.380 jardas (1.255m), praticamente à “queima-roupa”. O primeiro torpedo explodiu na proa do cruzador, e o segundo próximo à sua superestrutura. Vinte minutos depois do ataque, o comandante do cruzador ordenou à tripulação o abandono do navio, em balsas salva-vidas infláveis, que aparecem na foto do alto na cor laranja. Navios argentinos e chilenos resgataram 770 tripulantes do General Belgrano do mar, entre os dias 3 e 5 de maio. Um total de 323 homens pereceu no ataque, entre eles dois civis.

Belgrano1

O cruzador General Belgrano era o ex-USS Phoenix da classe “Brooklin”, de 13.500t de deslocamento. Estava armado com 15 canhões de 6 polegadas e oito de 5 polegadas, todos de calibre maior que o dos canhões da frota inglesa. O navio teve sua construção iniciada em 1935 e lançamento em 1938. Ele escapou do ataque japonês a Pearl Harbor em 1941 e foi descomissionado em 1946, sendo transferido à Argentina em 1951.
Além dos canhões, o General Belgrano também tinha recebido lançadores de mísseis Exocet MM38, assim como suas escoltas (embora haja informações de que os lançadores do cruzador fossem maquetes, destinadas a enganar o inimigo sobre suas reais capacidades – ver destaque na imagem abaixo).

ARA Belgrano MM38

Com o envio da frota britânica para o Atlântico Sul em abril de 1982 e o fracasso das negociações diplomáticas após a invasão das Ilhas Malvinas/Falklands por forças argentinas, as frotas do Reino Unido e da Argentina foram colocadas no teatro de operações para a disputa. De um lado, os ingleses planejavam o desembarque anfíbio para retomada das ilhas e do outro, os argentinos pretendiam forçar a desistência dos britânicos infligindo pesadas baixas.

Embora o programa de reaparelhamento da Armada Argentina não estivesse concluído, as corvetas A69 equipadas com mísseis antinavio Exocet MM-38 já haviam sido incorporadas em 1978. Na Aviação Naval, a entrega dos jatos franceses Super Étendard estava sendo finalizada. Os Super Étendard eram armados com o AM-39, versão do Exocet lançada de aeronaves.

A Armada havia incorporado recentemente dois destróieres antiaéreos Tipo 42 de projeto inglês (da mesma classe do HMS Sheffield, que seria atingido no conflito por um AM-39 argentino), também armados com o Exocet MM-38. O míssil também tinha sido instalado em antigos destróieres recebidos usados da Marinha dos EUA (USN).

No dia 2 de maio de 1982, a Frota Britânica enviada pelo Reino Unido para recuperar as Falklands (invadidas por forças argentinas em 2 de abril), já havia entrado na Zona de Exclusão (imposta à Argentina pelo Reino Unido) de 200 milhas em torno das ilhas. A FT estava em algum ponto a nordeste das Malvinas (ver mapa abaixo).

Mapa Malvinas

Às 3h20 da manhã, o almirante Woodward, comandante da FT britânica, foi despertado por seu “staff” com o aviso de que um avião S-2 Tracker argentino tinha iluminado a frota inglesa com o radar de busca e que os inimigos agora sabiam sua posição.

Um jato Sea Harrier foi despachado para a marcação do contato, a fim de investigar. O piloto da aeronave mais tarde informou que, durante o voo, seu RWR (Receptor de Alerta Radar) registrou que seu caça foi iluminado por um radar de direção de tiro, Tipo 909, que equipava os destróieres Tipo 42 argentinos.

25-de-Mayo-S-2-Trackers 2

Os Grumman S-2 Tracker do Grupo Aéreo do ARA 25 de Mayo conseguiram localizar os porta-aviões ingleses nos dias 1º e 2 de maio de 1982

 

Desta forma, confirmou-se que a cerca de 200 milhas de distância da FT britânica estavam presentes o porta-aviões argentino ARA 25 de Mayo e suas escoltas Tipo 42, o Santísima Trinidad e o Hércules. O almirante Woodward sabia que o porta-aviões 25 de Mayo levava 10 jatos Skyhawk capazes de atacar com 3 bombas de 500kg cada, o que significava um possível ataque de 30 bombas à FT britânica, logo após o amanhecer. E ainda havia o temor de que os jatos Super Étendard também pudessem decolar do 25 de Mayo, armados com Exocets.

25 de Mayo

Capitânia da Armada Argentina, o ARA 25 de Mayo era equipado com jatos A-4Q Skyhawk e estava sendo preparado para operar jatos franceses Super Étendard. Com problemas na propulsão, o navio não conseguiu gerar vento relativo suficiente no convoo para lançar seus aviões no momento decisivo

 

Para piorar a situação, a 200 milhas ao sul das Malvinas estavam à espreita o cruzador ARA General Belgrano e duas escoltas, que poderiam chegar em poucas horas à distância de tiro de seus Exocet contra a FT britânica.

O Almirante Britânico concluiu que o 25 de Mayo e o General Belgrano estavam fazendo um movimento em pinça e que um dos dois precisava ser eliminado. O submarino nuclear HMS Conqueror, comandado por Christopher Wreford-Brown, estava acompanhando o cruzador argentino de perto há dois dias. Já outro submarino britânico, o HMS Spartan, ainda não tinha encontrado o 25 de Mayo. Como a posição do navio-aeródromo argentino não era conhecida, o cruzador foi o alvo escolhido.

O Conqueror descobriu um navio-tanque argentino e o acompanhou até o ponto de encontro com o General Belgrano, chegando a assistir à operação de reabastecimento. As ROE (Regras de Engajamento) não permitiam ao submarino britânico disparar contra o cruzador argentino naquele momento, pois o mesmo se encontrava fora da Zona de Exclusão imposta pelos próprios ingleses.

O almirante Woodward precisava pedir ao Comandante-em-Chefe na Inglaterra para alterar as ROE e ordenar ao Conqueror que atacasse o General Belgrano imediatamente. Mas o pedido enviado à Inglaterra por satélite iria demorar muito, o que poderia fazer com que o submarino perdesse contato com seu alvo.

Assim, Woodward ordenou o ataque enviando a seguinte mensagem ao submarino: “From CTG (Commander Task Group) 317.8 to Conqueror, text prority flash – attack Belgrano group.” Ao mesmo tempo, solicitou permissão da revisão da ROE, esperando que ela fosse atendida, pela emergência da situação.

ARA Bouchard

O destróier ARA Hipólito Bourchard era um dos navios veteranos da Segunda Guerra Mundial, transferidos da US Navy, que escoltavam o cruzador ARA General Belgrano quando foi atacado. Na foto, pode-se ver à meia-nau os contêineres de mísseis antinavio MM-38 Exocet, que ofereciam perigo aos navios ingleses

 

O Grupo-Tarefa (GT) do General Belgrano estava navegando a 13 nós, acompanhado pelo Conqueror, que fazia perseguição padrão “sprint-and-drift”, que consiste em navegar em grande profundidade a 18 nós por 15 ou 20 minutos, subindo depois para a cota periscópica, navegando a 5 nós, a fim de atualizar a posição do alvo pelo oficial de controle de tiro. Depois, a perseguição recomeçava.

O temor de Woodward e do comandante do submarino era o cruzador rumar para o banco Burdwood, uma elevação no fundo do mar que obrigaria o submarino a navegar numa profundidade menor e perder o contato com seu alvo. Por isso a pressa em tomar logo a iniciativa de atacá-lo, enquanto havia contato.

Às 08h10 do dia 2 de maio, o GT do General Belgrano mudou de curso, agora rumando para o continente. Às 13h30, o Conqueror recebeu o sinal de mudança de ROE vindo da Inglaterra.
O Comandante do submarino, Christopher Wreford-Brown, comentou mais tarde suas impressões sobre a navegação tática do cruzador:

“O comandante do navio, capitão Hector Bonzo, parecia não estar nem um pouco preocupado em ser alvo naquele momento”. O cruzador navegava a 13 nós, com sua escolta de destróieres mais à frente, num leve ziguezague. O comandante do navio argentino não era submarinista e parecia conhecer pouco de submarinos, principalmente os nucleares. Se conhecesse, estaria navegando em velocidade bem mais alta, com os navios-escolta lado a lado protegendo seu costado e fazendo um ziguezague mais agressivo, para evitar possíveis torpedos. Para completar, os escoltas do General Belgrano estavam navegando com os sonares ativos desligados.”

Às18h30, o HMS Conqueror aproximou-se do General Belgrano em alta velocidade por bombordo, passando por baixo de seu alvo e subindo para a cota periscópica por boreste, a fim de conseguir uma boa solução de tiro.

O comandante Christopher já tinha se decidido em usar velhos torpedos de tiro reto Mk.8 da Segunda Guerra Mundial, pois levavam maior carga explosiva e eram mais confiáveis que os novos Tigerfish Mk.24, guiados a fio. Por precaução, os tubos estavam carregados com 3 torpedos Mk.8 e 3 Mk.24. Os torpedos foram disparados à proa do cruzador, para que encontrassem o navio numa posição futura.

HMS-Conqueror-Falklands-War

HMS Conqueror navegando na superfície acompanhado da HMS Penelope

 

Segundo o comandante do Conqueror, os disparos dos torpedos foram feitos à “queima-roupa”, numa distância de 1.380 jardas (1.255m), com os operadores de sonar do submarino ouvindo bem alto o característico som dos hélices do cruzador, algo parecido com “Chuff-chuff-chuff… chuff-chuff-chuff…”.

Após 55 segundos do disparo inicial, o primeiro torpedo explodiu na proa do cruzador, no ponto após a âncora e antes da primeira torreta. A proa foi arrancada pela explosão, sendo vista pelo periscópio pelo comandante Christopher, que ficou abismado. Logo veio a explosão do segundo torpedo, que atingiu o navio próximo à sua superestrutura.

O terceiro torpedo acabou errando o cruzador e explodiu, por acionamento da espoleta de proximidade, perto da popa do destróier argentino ARA Bouchard, sem maiores danos. Vinte minutos depois do ataque, o comandante do General Belgrano ordenou à tripulação o abandono do navio, o que foi feito sem pânico, em balsas salva-vidas infláveis.
Como estava escuro, os escoltas do cruzador não sabiam ainda o que havia acontecido, pois este ficou sem rádio após o ataque. Quando perceberam o ocorrido, tentaram inutilmente o lançamento de cargas de profundidade.

Conqueror_jolly_roger

O submarino nuclear HMS Conqueror ao retornar à Inglaterra hasteou a bandeira “Jolly Roger” comemorando o afundamento do cruzador Belgrano

 

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Emmanuel

Ótima matéria….e os ingleses…sempre eles…esses piratas filhos da mãe….

R.Silvestro

No documentário do History, aos 27:06 ,o CPT Héctor Bonzo, comandante do ARA General Belgrano fala:

“… O que não sabíamos… POIS NÃO TINHAMOS ELEMENTOS PARA SABê-LO ERA que ali perto a uns 10, 15 mil metros estava o submarino nuclear.”

Esse comentário dele no History é pra “esquivar-se de culpa” ou eles não tinham mesmo como saber do sub. nuc.???

Jorge Tadeu

Parabéns pela bela matéria a respeito do afundamento do cruzador Gen. Belgrano! A despeito do entendimento de uns acerca da “ilegalidade” do engajamento e afundamento do Belgrano, estando ele “fora da zona de exclusão”, acredito, s.m.j., que nada mais houve do que a tomada da decisão tática mais acertada para a situação… A rota do Belgrano poderia ser abruptamente alterada e, ele poderia de fato tentar engajar a Força Tarefa britânica, até porque os ingleses não tinham como saber dos problemas de máquinas do porta-aviões argentino…

Dalton

Não sei se é o caso, mas como muitos já perguntaram sobre aquela bandeira pirata arvorada no HMS Concheror, trata-se de uma tradição na Royal Navy e na verdade um reconhecimento a todos os submarinistas de todas as nações. Resumidamente, durante a I Guerra Mundial o Almirantado britanico chamou de piratas e covardes os submarinistas alemães o que acabou ofendendo os proprios submarinistas britanicos. Ao afundar navios alemães o capitão de um submarino britanico orgulhosamente e desafiadoramente arvorou a bandeira pirata fato logo conhecido pelos almirantes em questão. Em suma, foi dito: somos tão covardes e piratas quanto nossos adversários… Read more »

Jorge Tadeu

Inexplicável mesmo é a aparente ausência de precauções táticas dos navios argentinos em situação de conflito, o que poderia demonstrar um estranho “relaxamento” dos comandantes em virtude de se encontrarem os navios fora da zona de exclusão ou, pura e simples falha no funcionamento dos sonares ativos desses navios… Isso nunca se saberá ao certo…

Biduguento

Prezados,

a ROE é comunicada ou é apenas definição interna de formas de obter objetivos? Sendo comunicável, após a modificação do ROE a Argentina precisaria ser (ou foi) notificada pela Inglaterra das mudanças?

Carlos

Parabéns pela ótima matéria.
Pergunto-me porque partiram os Argentinos para a invasão sem estarem devidamente preparados!?
Os melhores submarinistas argentinos na Alemanha para receber dois submarinos novos!?!
Aos 08.25
http://youtu.be/RoqY4LlO-Kk
Tanta irresponsabilidade do Almirantado Argentino, porque não adiaram a invasão!? Partir para guerra, sem dar a melhor chance para ganhar, é criminoso.
Que alma daqueles marinheiros descanse em paz e de todos os que perderam a vida nesta guerra

Paulo Itamonte

Pegando a deixa do Dalton, sobre o Tamandaré ( ex USS Saint Louis ) tem uma história interessante sobre ele. Quando houve o ataque a Pearl Harbor, um dos navios que conseguiram fugir do porto foi o Saint Louis. Ele foi atacado principalmente por um pequeno submarino Midget ( anão ) que não conseguiu atingi-lo com os únicos dois torpedos que possuia. Todos os midgets foram destruídos ou danificados em Pearl Harbor. A história interessante é: o comandante do submarino japonês que atacou o Saint Louis foi capturado, sobreviveu a guerra e depois dela veio morar aqui no Brasil e… Read more »

MO

na época de 1980 nao, se nos primordios não sei

Airacobra

Uma grande lição para nossas forças armadas, o inimigo nunca esperará a prontificaçao dos seus meios para atacar, a pior coisa para um combatente é ter meios que nao possam ser usados em sua plenitude e nem na quantidade desejada, duvido que as caldeiras do belgrano estivessem todas em cima, enquanto navegava garanto que tinha praças virando dias e noites para tentar prontificar maquinas, armamentos, sistemas, etc, o mesmo pode-se dizer dos dois Cts que o escoltavam, e mesmo também do 25 de maio mais ao norte, que nao pode atingir a veloc necessária para gerar vento relativo para lançamentos… Read more »

Emmanuel

quem viver verá…ou não…

emerson

Olá a todos. São muitas as perguntas sobre o que motivou os argentinos invadirem as ilhas malvinas como fizeram. Certamente, dois fatores foram decisivos… Thatcher estava enfraquecida e a condição econômica da Inglaterra era bem ruim; a situação política na Argentina era insustentável e o governo militar tinha poucas opções. Talvez os argentinos tenham feito duas apostas de risco… a Inglaterra não irá responder militarmente e os EUA (e Chilenos) ficarão neutros. Claro que sabiam do risco de estarem errados, mas o prêmio seria muito bom se estivessem certos. É fácil concluir que os Argentinos não estavam suficientemente preparados para… Read more »

Templário

Excelente matéria, comentários curtos, suscintos e claros e que faciltaram o entendimento de um leitor leigo (eu) na arte da guerra naval.

emerson

Caro Airacobra. Vivemos uma condição bem peculiar de nossa história. Por um lado, a crise do petróleo na década de 70/80 que resultou na crise da divida nos 80/90 e somente pôde ser resolvida no segundo governo de Lula, fez com que a infraestrutura do país ficasse estagnada por décadas. Hoje, felizmente, vivemos uma condição de pleno emprego e o setor de infraestrutura parece se reorganizar, por exemplo com a ampliação dos portos, aeroporos, energia, comunições, etc. Contudo, estes investimentos ainda não estão concluídos e muito menos amortizados. Por outro lado, gastos com defesa (excluídos os em P&D) não são… Read more »

emerson

Caro Airocobra, Um ponto importante para quem monta o orçamento é que quando um custeio pode ser transformado de dólares para reais, isso alivia em muito o peso financeiro. Assim, se ao invés de se comprar um submarino totalmente construido em um estaleiro no exterior por 500 milhões de dolares, você consegue monta-lo em um estaleiro nacional, digamos 20% mais caro (um chute), o que ocorre é que o desembolso em moeda estrangeira não fica em 600 milhões de dólares, mas cai para 1/3… uns 200 milhões. O resto é desembolsado em moeda local para o pagamento de salários, obras… Read more »

virgilio

Ótima matéria.

Muito triste para os Argentinos e que tenham mais sorte no futuro contra os ingleses.

Emmanuel

caro emerson, caso vc não saiba, nossos “caças modernizados” estão com idades que que variam de 30 a 40, ou mais, (me corrijam se eu estiver errado). esses aviões não eram para estar sendo modernizados, e sim substituídos. que bom que temos muitos militares, pena q cerca de mais de 80% do orçamentos do militares é para pagamento de soldo, o resto é para avião, fuzil, tanque e por aí vai. talvez vc não tenha noção do “buraco de merda” (pedindo desculpas a todos) que as forças armadas estão, mas antes de vir com esse discurso de q nunca antes… Read more »

colombelli

Assin embaixo do que escreveu, supra, o emmanuel. Modernização do F-5 esta sendo substitutivo da aquisição dos caças que o governo, ocupado por aquele senhor e pela Dilma ja adia a 10 anos sem jsutificativa. Helicopteros franceses: Com embargo de vôo sobre o mar e a preço de U$60.000.000.00 a unidade. Submarino nuclear como projeto absoluitamente destoante da doutrina defensiva do Brasil, pois é arma absolutamente ofensiva. Ademais, sua unica vantagem que é levar a guerra na costa inimiga não pode ser alcançada com um o dois exemplares. Se era pra patrulhar a costa em postura defensiva, os diesel-elétricos dariam… Read more »

colombelli

Quanto à matéria, excelente, e denota algo sabido por quem ja foi militar profissional ou estuda história militar, ou as duas coisas, como é meu caso, qual seja: em regra, e de forma geral, os latinos serão sempre militares com menor capacidade combativa do que os britãnicos e alemães. Questões históricas e culturiais os fazem frios, e, portanto, mais eficientes em combate. Nós, latinos, é como se diz aqui no sul, como “tosa de porco”, ou seja, muito grito e pouca lã. Claro que há na américa latina militares excelentes, mas a média geral é esta que se viu nas… Read more »

Wagner

Eu não mudo minha opinião : o afundamento foi desnecessário. É minha opinião e espero não ser hostilizado como kirchnerista e chavista, tal como fizeram neste blog anos atrás, quando falei a mesma coisa. Opinião todo mundo tem, e eu tambem tenho a minha. A não ser que alguns ” defensores do sistema liberal e democratico” queiram me xingar de novo… Obviamente os argentinos estavam despreparadíssimos para a guerra, e isso me lembra a frase famosa de Raeder, em 1939 : ” O melhor que podemos fazer é morrer com bravura” . Foi uma lamentavel perda de vidas. E uma… Read more »

Dalton

Paulo…

quanto a sua pergunta…

“notar o pequeno guindaste ( grua ) na popa para recolher hidroavioes de reconhecimento. A Argentiina será que operava hidroavioes no Belgrano?”

A resposta é não ! O guindaste para aeronaves permaneceu, assim como no Tamandaré, Barroso e demais cruzadores que vieram parar na Argentina e no Chile e também nos encouraçados classe Iowa mesmo quando estes foram modernizados nos anos 80, porém as catapultas foram retiradas de todos eles muito antes e o guindaste utilizado para funções mais mundanas, como embarque de carga.

abs

Almeida

Este será o futuro do NAe São Paulo, caso ele saia da doca algum dia para encarar qualquer marinha oceânica moderna.

Almeida

E Wagner, política à parte, sim, é triste ver 300, 3 ou um Homem morrer em qualquer guerra.

Mas convenhamos que 1. as nações estavam em conflito aberto, 2. era um alvo militar, 3. todos que morreram ali eram militares em serviço e 4. foram os argentinos quem provocaram e desmoralizaram as forças armadas britânicas. Mesmo excluindo-se um eventual uso tático do navio nos combates, ele era um belo alvo estratégico, nem que fosse para melhorar a moral dos britânicos.

Como dizem por aqui, “não sabe brincar, não desce para o playground”.

Emmanuel

Lema da legião estrangeira:
“soldado é feito para morrer, e aqui se manda para onde se morre” (ou mais ou menos isso).
Se até os franceses pensam dessa forma, não devemos pensar diferente.
Somos pacíficos? O Paraguai agradece nossa forma pacífica de ser.
Guerra é guerra. Ou se mata, ou se morre tentando. O resto é livro de história (ou blog militar…..hehehehehehe)

emerson

Caro Emmanuel Me recuso a discutir qualquer coisa em termos partidários nem fazer juízo de valor sobre se as decisões tomadas nos últimos vinte anos são corretas ou não. Quando menciono um ou outro nome, o faço por para referência de tempo. E quero acreditar que não fui suficientemente claro em meu post sobre a lógica do orçamento federal. Primeiro, não podemos ignorar que o MD possuiu o maior orçamento entre os ministérios, maior que os orçamentos do MEC e dos recursos do SUS. O aumento dos gasto militares somente serão possíveis pela redução dos investimentos em infraestrutura ou em… Read more »

Marivaldo

Não se esqueça que o Ministério de Defesa é a fusão de três ministérios por isso tem um orçamento deste tamanho.

StadeuR

Os tempos mudaram mesmo ou não mudaram nada, depende do ponto de vista do observador .
Esse problema está no Comitê de Descolonização da Onu a anos e até agora não teve resultados positivos para a reivindicação legítima da Argentina. Se esse conflito ocorresse novamente acredito que a América do Sul se uniria a Argentina, não cabe mais nos tempos de esse abuso colonizador britânico.
Abs.

http://www.naval.com.br/blog/2010/09/24/hms-gloucester-kirchner-agradece-apoio-de-colega-uruguaio/#axzz2SAobsKUi

Marivaldo

Concordo com o abuso colonizador.

Corsario DF

Ótima matéria,

Mais uma prova de uma marinha treinada e outra…

Largada!!!

ST.

Bosco

Naquela época havia deficiências em radares capazes de detectar e rastrear alvos próximos ao nível do mar. Mesmo os navios armados com o Sea Wolf não tinham como se defender eficientemente de um ataque rasante, fosse com mísseis ou com aviões. Os Sea Wolfs eram eficientes contra mísseis subsônicos de primeira geração, como o Stix, e sua versão original não havia sido pensada para ser usada contra um míssil como o Exocet, que voa não raro a 3 m de altitude. Em 82 só havia mísseis com capacidade sea skimming no Ocidente e os britânicos, como não tinham bola de… Read more »

Marcos

É provável que essa tenha sido a última guerra, como direi, “convencional”, no sentido que os combates, no mar, no ar e na terra, foram na base do homem à homem: os torpedos usados foram diretos, os combates aéreos foram na base do engajamento, os misseis ainda precisavam ser levados próximos ao alvo.

Carlos Peçanha

Acho que nasceu daí o sonho brasileiro do subnuc. O pior é que estão achando que possuindo apenas 1 terão poder para decidir qualquer guerra no mar.
Alguém pode me dizer se em caso de acidente com o sub nuclear o Brasil estará preparado para fazer o socorro? Alguém pensou nisso? Ou vão chamar os americanos? Já pensaram num vazamento radioativo? Estamos preparados? Vamos estar?????

Bosco

Carlos, O objetivo da MB é ter 5 subnucs (ou seriam 4?). Quanto a ter capacidade de socorro se ele “afundar” numa profundidade aquém da de colapso (uns 500 metros no máximo) temos alguma capacidade de resgate usando nosso navio de salvamento submarino, agora, não há dúvidas que viriam meios de vários países na tentativa de salvar a tripulação. Se for em profundidade maior não há como salvar a tripulação tendo em vista que o sub iria literalmente ser esmagado. Nesse caso, o reator ficaria no fundo e o dano ambiental seria nulo ou muito reduzido no caso de haver… Read more »

emerson

olá Carlos Peçanha, você tem razão sobre o impacto que a guerra das malvinas teve sobre a MB para desenvolver o SubNuc, contudo esse projeto é bem mais antigo. Logo após a II Guerra, o Gov. Federal organizou o CNPq para organizar e financiar pesquisas na área nuclear, inclusive tendo sido criado o IPEN (instituto nacional de pesquisas energéticas e nucleares). A marinha teve um papel fundamental nesse processo, basta lembrar o papel do Almirante Alvaro Alberto, que não por coincidência dá nome à usina nuclear de Angra e será o nome do submarino nuclear. Pouca gente sabe, mas dentro… Read more »

Airacobra

Emerson, discordo, Dinheiro nós sabemos que há aos montes, se compararmos nosso pib com o de vários países por ai veremos que nao é bem assim, nao pretendo escrever muito, pois nao sou adepto a alimentar discussões sobre politica ja que ja se sabe onde vai parar, e pouco me interessa, para entender oque quero dizer é só consultar um post anterior do colega “jeca tatu”, nao lembro se aqui ou no aereo, o qual foi quase perfeito, pecando somente na conclusao, parte que me diz respeito (ele deve ter algum trauma com militares, mas que para mim vem ao… Read more »

emerson

Olá Bosco, dada a profundidade maior do que 500 metros, acho improvável que haja um caranguejo possa sofrer os efeitos da radiação, já que a água é um excelente atenuador de radiação…. mas não podemos descartar que uma água viva que viva nessas profundidades não seja afetada.. felizmente, ela não teria como sair da baia de Guanabara e caminhar até o Maracanã… mas talvez ela bloqueasse a saída da baia.. o desastre seria terrível… o nível da água subiria, encobrindo todo o Rio, Niteroi e Duque de Caxias…. acho que apenas um artefato termonuclear poderia destrui-la… mas ai sim, a… Read more »

Airacobra

E em tempo, Ótima matéria
E muito grato ao blog por abrir os comentários mesmo que temporariamente, pois faz tempo que eu nao tinha o prazer em “rabiscar” uns e outros “garranchos” nesse ótimo blog, mas sei que para o próprio bem do blog os comentários tem que ser restritos mesmo, para evitar muitas besteiras escritas, desde que os comentarios ficaram restritos o nível dos comentarios melhorou muito
E um abraço a meu amigo jacubas, pois já tem uns três anos que nao tenho contato com ele, só o vejo vez ou outra através do blog

MO

ele ta la no Acre (kkkk) …

Lucas S.C.

Pobre Belgrano e combatentes argentinos desta guerra, e pensar que no final da guerra o povo estava mais preocupado com a copa de 82 mais do quê o que estava ocorrendo nas Malvinas………..

MO

hipoteticamete se fosse aqui, haveria diferenças de quem foi a nota 10 no quesito macaquice da GRES unidos da desuniao do morro do macaco penteado ? ou de quem seria o ‘lider’ (?) do GGG 11 … ?

Jeca Tatu

Detestamos nossos defeitos.Principalmente aquele que encontramos nos outros.

Guilherme Poggio

Lembro como se fosse hoje, parado em frente à TV Triniton lá de casa (coloria), assintindo o Jornal Nacional informando sobre o afundamento do Belgrano.

Como o tempo passa…

Bosco

Emerson,
De qualquer forma vai ter caranguejo gigante. rsrss

Poggio,
Eu como ainda não tinha nascido não lembro de nadinha.

Bosco

Quem leu aquele livro da Guerra das Malvinas que tinha um capítulo escrito pelo Godoy?
Naquela época ele já viajava na maionese. rsrsrr
Mas não posso negar que aquele foi meu livro de cabeceira por uns 2 ou 3 anos. Vez ou outra eu dava uma olhadinha no capítulo do Godoy sobre as “armas futuristas” usadas na guerra e viajava mais que o autor. rssrsss

Alex Nogueira

Sem dúvida uma guerra cheia de batalhas interessantíssimas!!!!!

Cabe aos militares do Brasil estudar e re-estudar cada “capítulo” dessa guerra a fim de aproveitar ao maximo a experiência dos “hermanos” e não cometer os mesmos erros.

emerson

Caro Almeida,

Peço desculpas se você esperava uma resposta ao seu comentário, mas prefiro evitar polemizar em termos políticos ou eleitorais.

Podemos, se quiser, debater em outro forum. Não aqui. Até porque não me sinto confortável com termos em caixa alta. Prefiro deixar as mauísculas para os caranguejos gigantes.

Emmanuel

Eu passo depois desse post de Jeca Tatu….

colombelli

Prezados Amigos O orçamento do MD foi, ano passado, o terceiro, perdendo so pra previdência e para a saúde. Quanto aos gastos com pessoal, que consomem a maior parte, quase 70% do total, o grande mal esta no pessoal “não combatente” e na folha de inativos. O sistema brasileiro de previdência dos servidores públicos, com remuneração integral nos proventos de aposentadorias ou pensões, mais a folha dos não combatentes, faz com que um orçamemento relativamente alto em vista de padrões mundiais ( ver dados do SIPRI, recentemente divulgados) se transforme em parcos inventimentos reais em equipamento. Estamos, no EB, com… Read more »

Felipe

Recomendo este podcast sobre o tema, além de divertido é muito interessante.

http://jovemnerd.ig.com.br/nerdcast/nerdcast-303-a-guerra-das-malv-falklands/

Giovane

Tem gente que fala afundar esse navio foi um crime de guerra.
Eu particularmente não acho, vocês acham que se o Belgrano visse um navio britânico não iria atacar?

Evandro

Sinceramente, a Argentina invadiu uma ilha soberana de outro pais, totalmente despreparada, isso nada mais nada menos que a consequência da guerra, o afundamento foi legitimo e por incompetência dos argentinos, a verdade e que alguns amigos aqui defendem a Argentina, mas ela começou a guerra, com intuito de desviar as atenções de problemas econômicos na época da ditadura, se esta ilha fosse brasileira nos nAo iríamos defender e tentar tomar ela de volta ?hipocrisia falar que não, a diferença que o descaso com nossas forças armadas e enorme e infelizmente escuto de vários amigos a seguinte fala, para que… Read more »

Marivaldo

Os senhores não sabem quem a Argentina tinha planejado invadir.

Adriano

Um tal de Brasil né …

Almeida

Melhor deletar logo minha conta por aqui, o nível intelectual dos comentaristas despencou mesmo…

Almeida

É o que dá abrir os comentários do blog para os arruaceiros pagos pelo PT virem aqui fazer propaganda eleitoreira e dizer falácias aos incautos.

Soyuz

Eu chamo as malvinas de a guerra didática. Depois da IIGG nãohouve conflito que tivesse tanta diversidade de forças. Porta aviões, submarinos, desembarque, combate entre jatos, guerra terrestre. Tudo de forma simétrica e com amplas chances para ambos os lados. Um tipo de guerra que no futuro previsível não existirá mais.