Torpedo F21

Torpedo F21

Torpedo F21

Virgínia Silva

ClippingNEWS-PAA Mectron, empresa controlada pela Odebrecht Defesa e Tecnologia, foi contratada pela Marinha para desenvolver o projeto de um torpedo pesado nacional em escala reduzida.

O investimento previsto no projeto, de acordo com o diretor de Sistemas de Armas da Marinha, vice-almirante Alípio Jorge Rodrigues da Silva, é da ordem de R$ 240 milhões. O prazo para o desenvolvimento do torpedo, segundo ele, é de oito anos.

O torpedo, conhecido no segmento de defesa pela sigla TPNer, é o principal armamento empregado por submarinos para atuar contra forças navais hostis.

O diretor de Sistemas de Armas da Marinha explica que os submarinos da classe Tupi e o Tikuno são armados, atualmente, com os torpedos MK-48, fornecidos pela empresa americana Raytheon Company.

O projeto TPNer integra o programa Esporão, criado pela Marinha com o objetivo de estruturar processos de transferência de tecnologia do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). A ideia do programa é contribuir para o desenvolvimento nacional e posterior manutenção de componentes do sistema de combate dos submarinos no Brasil.

“O desenvolvimento e a produção de armamentos inteligentes por empresas nacionais contribuem para tornar a Marinha independente para equipar seus meios operacionais livre de pressões externas, além de possibilitar o melhor conhecimento sobre o desempenho da arma”, afirmou o vice-almirante.

A Mectron, segundo o oficial da Marinha, terá a oportunidade de absorver tecnologias na área de acústica submarina, comando e controle, gravação e registro, medição, avaliação e garantia de qualidade.

O vice-almirante Alípio lembrou que a Marinha vem tentando incluir outras empresas brasileiras nos projetos de desenvolvimento dos principais equipamentos que serão instalados em suas próximas unidades. “As empresas Avibras, Omnisys e Ezute, junto com a Mectron participam do desenvolvimento do míssil antinavio Man-Sup. A empresa Consub desenvolve e produz os sistemas de controle tático e de armas dos nossos navios”, afirmou.

Com este projeto, segundo informou a Mectron, o Brasil dá um passo importante para integrar um pequeno grupo de países que têm sob seu controle a tecnologia deste tipo de armamento, do qual fazem parte os Estados Unidos, a Alemanha, a França, o Reino Unido e a Rússia.

De acordo com a controlada da Odebrecht, o torpedo pesado TPNer também permitirá ao Brasil um maior controle sobre o principal armamento de seus novos submarinos. Esse submarinos estão sendo construídos para cumprimento da missão de proteção da Amazônia Azul, como são conhecidas as águas jurisdicionais brasileiras Para o desenvolvimento deste projeto, a Mectron assinou um contrato de parceria com a companhia alemã Atlas Elektroni.

O vice-almirante da diretoria de Sistemas de armas da Marinha disse que ainda não é possível saber se o contingenciamento de recursos na área de defesa irá afetar o projeto do torpedo nacional. “Os projetos que poderão ser afetados pelo contingenciamento de recursos serão avaliados a cada ano pela alta administração naval”, afirmou.

 

FONTE: Valor Econômico

Subscribe
Notify of
guest

39 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Victor Matheus

Ótima notícia!
Eu apoio o investimento, mas daqui a pouco tem gente reclamando ¬¬.

Sérgio Ricardo

Isso é extremamente necessário !!!

Vitor

Ótima iniciativa, no entanto com pelo menos 20 anos de atraso.

Alem

Muito bom!! espero que cada vez mais pesquisa na área de defesa aconteçam.

Marcos F.

Não é que reclamam sem nenhum motivo, é que sabem que o dinheiro é curto.
Mas boa a sorte a Marinha e a Mectron, que haja bons resultados!

carvalho2008

Sou totalmente a favor….o medo é chegar alguem de fora e…..vapt!!! compra a empresa leva tudo embora e fecha a unidade aqui….

Silva

Galante,

“Torpedo pesado nacional” até aí tudo bem, agora “em escala reduzida” aí já não entendi nada. Você poderia explicar para esse leigo o que significa essa última parte?

Ficou confuso para mim, torpedo pesado em escala reduzida!?

Sds.

Wellington Góes

Carvalho, por isto que eu defendo de que grandes conglomerados (afora a questão da corrupção endêmica que precisa e está sendo combatida) estejam mais envolvidos nestes projetos. É ingenuidade achar que neste ramo só prosperam as mais honestas e honradas empresas, tem que ter muito dinheiro, além de muito trânsito político.

Neste ramo não é para qualquer um, mas o Brasil precisa sim ter seus players para salvaguardar nossos interesses aqui (na região) e lá fora.

Até mais!!! 😉

Robsonmkt

Na minha opinião, a ideia da MB somente vai funcionar se estas empresas tiverem condições de disputar o mercado internacional com esses produtos.

Se forem feitos única e exclusivamente para atender à MB, sem um projeto de contínuo aperfeiçoamento, estratégia de marketing e apoio governamental para exportação, em poucos anos o conhecimento adquirido será perdido assim que a linha de produção for encerrada por faltade novas encomendas.

Bosco

Um míssil interessante que quase não tem similar no mercado é o FOG-MPM. Esse sim seria uma boa “mercadoria”, mas por algum motivo que me foge completamente ao entendimento nunca foi pra frente.
Torpedo pesado? Sei não!!

Mike Dutch

Eu apoio totalmente o desenvolvimento do torpedo e caso saia do papel vai ser um enorme salto tecnológico,mas como no BR a maioria dos projetos ou chega com atraso ou nem sai do papel eu acredito que quando chegar vai ter coisa melhor no mercado !

Eder Albino

Bosco
6 de fevereiro de 2015 at 18:09

Bosco, quais as especificações desse míssil?

Saudações.

Bosco

Eder, Ao meu ver qualquer país pra emplacar no restrito universo do mercado de armas guiadas tem ou que ser inovador ou que ter um produto altamente competitivo. Se levarmos em conta, por exemplo, que mais de 2000 torpedos Mk-48 já foram lançados em testes, chegamos à triste conclusão que estamos tentando pegar o bonde andando com essa história de desenvolver um torpedo pesado autóctone. Não que seja impossível, mas é uma tarefa hercúlea, pra dizer o mínimo. Se estiverem pensado em ter um torpedo só pra ser adotado pela MB, pior ainda. Outro exemplo é o do míssil MSS-1.2,… Read more »

SpaceJockey

Até que enfim, vai que consiga-se vender tbm a alguns pa;ises da AS…

Kojak

Mestre Bosco, ponto.

Mauricio R.

Caraca pagar p/ uma empresa que não sabe nada de nada e nem aprende nada, somente pq é do mesmo grupo de uma certa empreitera é o ó do borogodó!!!
Só no Brasil!!!

Wellington Góes

Amigo Robson, como estamos com o FBM temporariamente com problemas, vamos participando dos debates por aqui?!?! Rsrsrs Pois então amigo, compartilho do mesmo pensamento, os produtos desenvolvimento têm que atender às nossas FFAA, mas também estarem em consonância com o mercado, pois não adianta apenas nos atender e ficar apena na escala de demanda interna, isto porque é sabido do baixo número a ser atendido. Se não houver aceitação no mercado internacional, a linha de produção/montagem dente a fechar e ai perde-se todo o investimento no desenvolvimento e montagem da linha de produção. Exemplos temos aos montes e não é… Read more »

Wellington Góes

Acho eu que com o interesse que ODT vem tendo mais e mais sobre este setor (que muito mais dinâmico do que é o setor da construção civil e, ao que parece, experimentou do gosto apetitoso do aparato tecnológico e do dinheiro envolvido), aliado ao parceiro alemão, bem como o tempo de oito anos para o projeto. Acredito que é factível sim termos um torpedo nacional, agora é questão de perseverança e tempo.

Bosco

Torpedo pesado: Peso na faixa de 1,5 a 1,8 t. Diâmetro de 533 mm Comprimento: em torno de 6 metros ogiva: semi-perfurante na faixa de 300 kg espoleta de impacto, retardo o proximidade (pressão e/ou magnética) motorização: baterias elétricas ou um motor térmico de ciclo fechado (geralmente usando o combustível Otto II). Propulsão: hélices duplas contrarrotativas ou jato d’água. alcance máximo: 50 km em baixa velocidade (40 nós) Velocidade máxima: 65 nós Profundidade máxima: 800 m orientação: inercial e sonar (ativo/passivo) Link de dados: via fio de cobre ou fibra ótica. Seja lá o que a Mectron fizer, deve ser… Read more »

Baschera

Mais do mesmo…. como já disse isto em outras oportunidades…. e o Bosco já frisou… que escala de produção é que vamos ter ?? Fabricar uma ou duas dezenas e depois ?? Este é um mercado reduzidíssimo, mas apesar disto tem muitos concorrentes. Eu fabricaria um modelo simples, de baixo valor, com baixíssimo índice de eletrônica..imune a contra medidas portanto…sem link de dados… limitado a correr em linha reta contra o alvo..de baixo custo e destinado a aquelas marinhas de baixo orçamento… mas com algo de inovador…. que tivesse uma velocidade superior e fosse capaz de percorrer uma distância bem… Read more »

Bispo

como anda a tecnologia supercavitações dos russos… torpedo Shkval.

MO

em tempo

novo novisimo zero bala do estaleiro pra ca, very first primeira escala em SSZ 300 m x 48,20 de boca- 9.400 teus =

http://santosshiplovers.blogspot.com.br/2015/02/mv-cma-cgm-tigris-9ha3801-maiden-voyage.html

16 photos

Bosco

Baschera, “…que tivesse velocidade superior” Não dá ideia não que vão querer desenvolver um torpedo de supercavitação. srsrss Eu acho que torpedo é coisa muito séria e sofisticada e não vejo o Brasil isoladamente em condições de desenvolver um torpedo em estado da arte (lê-se: competitivo no mercado externo) em 10 anos, sem uma parceria internacional de peso nesse segmento. Partir logo para um torpedo pesado acho meio que exagero. Por que não um torpedo leve? Um torpedo leve tem maior demanda mesmo que só para a MB e FAB, já que pode ser lançado de unidades de superfície, helicópteros… Read more »

Bosco

O Tikuna não conseguiu num exercício se aproximar do Carl Vison a distância de periscópio sem ser detectado? Pois se tivesse disparado uma salvo de torpedos burros, de corrida reta, provavelmente teria conseguido afundá-lo. Se o Tikuna passou pelas defesas antisubmarinas externas (helicótperos) e internas (escoltas) e chegou a distância de periscópio, contra meios menos defendidos poderia fazê-lo também, e usar torpedos burros, a la Conqueror, que afundou o General Belgrano com torpedos burros Mk VIII a 1,5 km, com uma salva de três tiros. Mas voltando à realidade, não acho que hoje há espaço para torpedo burros, mesmo porque… Read more »

Bosco

E já que se falou de todos os tipos de torpedos, aí vai as especificações do Shkval, de supercavitação, tiradas direto da Wiki:
Peso: 2,7 t
Diâmetro: 533 mm
Comprimento: 8,2 metros
Ogiva: 210 kg
Velocidade máxima: 200 a 250 nós.
Alcance máximo: 15 km
Motor: foguete sólido
Orientação: inercial

Oganza

Caríssimo Bosco, 7 de fevereiro de 2015 at 14:37 Vc deu o caminho das pedras da roubalheira que vai ser esse projeto… mais um número circense da trup que se tornou a Guarda Costeira Brasileira. Nossas FFAA hj tem 3 problemas Sérios: 1 – Conjuntura Política, 2 – Conjuntura Administrativa 3 – e o pior de Todos – As Zonas de Conforto que hj são institucionalizadas. A resolução da segunda e da terceira estão ao alcance das FFAA, mas só se houver uma mudança na mentalidade para extirpar a Terceira Primeiro… sem isso, continuarão sendo no todo ineficientes com desempenhos… Read more »

Aldo Ghisolfi

Muito boa notícia, mesmo que, lá longe, bem pertinho, esteja evidente a empreiteira; precisamos desenvolver a pesquisa e acho que a MB está no rumo… esperemos para ver a rota percorrida.

Parabéns à MB!

Bosco

Há torpedos pesados que chegam a 80 nós, como o Spearfish dos britânicos.

Wellington Góes

Eu entendo que o desafio é grande, mas não acho que seja insuperável para se ter um bom produto. Não creio que consigam, de primeira, um produto competitivo para o mercado, provavelmente será um torpedo de segunda linha dentro da própria MB, como o míssil Piranha na FAB e o próprio MANSUP à MB, ainda sim será um avanço tecnológico importante. Eu não sou conhecedor sobre o processo de desenvolvimento de armamentos subaquáticos, mas creio que o entendimento da MB é usar o mesmo caminho usado para desenvolver o MAN, ou seja, focar o desenvolvimento da versão mais básica e… Read more »

Marcello ASM

Já não era sem tempo pois este desenvolvimento deveria ter sido iniciado tão logo o Brasil começou a construir submarinos por aqui mesmo como resultado do acordo de cooperação com a Alemanha. E nem seria a primeira vez que o Brasil busca este objetivo. Aqui mesmo no Poder Naval tem, pelo menos, uma matéria a respeito: http://www.naval.com.br/blog/sistema-de-armas/falando-em-fabricacao-de-torpedos/ Apenas o fato de se dispor de submarinos nada significará caso, para armá-los, se dependa da boa vontade de outros países. O fornecimento de material bélico é sempre de natureza política, nunca puramente comercial. E, como tal, repleto de restrições, condicionantes e demais… Read more »

nonato

Como é que se desenvolve um equipamento militar desses do nada? É fácil? É alguma do outro mundo? Como se gastam esses 240 milhões no desenvolvimento? Comprando aço? Horas de trabalho dos engenheiros em campo e no computador? Pagando viagens de engenheiros para fabricas de empresas parceiras? Não seria melhor o próprio governo marinha dominar essa tecnologia?

Bosco

Nonato, Te garanto que 240 milhões de reais poderia nos abastecer com uns 100 torpedos em estado da arte com validade pra pelo menos uns 20 anos. Se for pra fazer em pequena escala, sem potencial de mercado, só pra abastecer nossos poucos submarinos, melhor comprar de prateleira, porque senão vamos gastar o triplo pra ter o mesmo tanto de torpedos, e ainda corremos o risco dele ser bem inferior e até com risco de ficarmos na mão na hora H. Se for um programa de longo prazo pra produzir um produto competitivo e entrar de verdade no mercado, contratando… Read more »

Kojak

Bosco
8 de fevereiro de 2015 at 20:00 #

Compra de prateleira e ponto.

Mestre Bosco disse tudo.

Wellington Góes

Encaminhado a questão da produção de submarinos maiores e mais pesados, além do próprio subnuc, o desenvolvimento de armamentos é e seria um segundo passo natural. Todo este assunto ainda está muito incipiente. Então é esperar e dar tempo ao tempo.

Até mais!!! 😉

Ricardo_Recife

Sinceridade, eu tenho minhas dúvidas se não é apenas “jogar dinheiro fora”.

Desenvolver um torpedo pesado custa caro, e a escala de produção também importa muito. Para que desenvolver um torpedo pesado que apenas o Brasil vai utilizar e a um preço alto. Um novo torpedo pesado para que conquiste mercado deve vir com inovações tecnológicas que o coloquem em um patamar acima dos concorrentes.

Abs,

Ricardo

Cristiano Almeida

Como citado acima, quais as restrições para uso de um torpedo comprado de outro país ? O país fabricante deve autorizar o uso ? Ele tem algum tipo de dispositivo que impeça o uso livre ?

MO
joseboscojr

Cristiano, Diz a lenda que os britânicos receberam códigos de desativação do Exocet, nas Malvinas. Se isso fosse verdade o Exocet não seria um dos mais vendidos mísseis antinavios do mundo, com uns 60 países que o adota. Ou seja, isso é lenda criada por entusiasta leigo porque se fosse verdade seria divulgado entre os usuários no mundo real e eles simplesmente não comprariam, mesmo porque, cada país tem um serviço de inteligência e tem profissionais capacitados e todos sabem até a cor da cueca do presidente da Hughes ou da BAE. O mesmo ocorre com qualquer outro míssil ou… Read more »