Ante a resistência dos peruanos, Bolívia acerta com Uruguai saída para o mar

6

MINOLTA DIGITAL CAMERA

As chancelarias da Bolívia e do Uruguai começaram a discutir os termos de um convênio que dê sentido prático ao entendimento estabelecido, mês passado, pelo presidente boliviano Evo Morales com o então presidente José Mujica, do Uruguai, no sentido de que os bolivianos obtenham uma saída para o Atlântico por meio do porto de águas profundas de Rocha, 210 km a nordeste de Montevidéu.

De acordo com o comandante geral da Armada boliviana, vice-almirante Waldo Leonel Calla Rodríguez, as embarcações bolivianas se utilizariam do sistema fluvial Paraná-Paraguay para alcançar a cidade de Rocha, de, aproximadamente, 26.000 habitantes.

O plano da Marinha da Bolívia é instalar em Rocha um serviço aduaneiro e uma estação militar com funções de Capitania dos Portos. A previsão é de que essa área receba apenas navios mercantes e, eventualmente, embarcações militares de transporte, de bandeira boliviana, desarmadas.

De acordo com os chefes navais da Bolívia, o porto de mar agilizará a participação de oficiais da força naval boliviana nas equipes multinacionais que zelam pela segurança do tráfego marítimo e a salvaguarda da vida humana no mar ao longo da costa sul-americana do Atlântico.

Resistências – A notícia do entendimento boliviano-uruguaio veio à luz depois que ficou evidente a falta de disposição do Parlamento peruano para aprovar um tratado firmado em 2010 pelos presidentes Alan García, do Peru, e Evo Morales, da Bolívia.

O documento prevê que ao governo de La Paz seja permitido instalar uma escola naval e um pequeno quartel da Marinha boliviana no porto peruano de Ilo, 1.165 km a sudoeste de Lima, perto da fronteira do Peru com o Chile.

O início das negociações com esse propósito datam de 1992. Em 2012, e de novo em 2013, Morales pediu publicamente aos políticos peruanos que aprovassem os termos do acordo que ele assinara com García, mas nos círculos oficiais peruanos há muita resistência ao assunto.

O governo Ollanta Humala e uma parcela dos chefes militares locais temem irritar os chilenos – que arrebataram a faixa litorânea boliviana durante a Guerra do Pacífico, no fim do século XIX –, e alguns parlamentares consideram potencialmente perigosa a presença de militares da Bolívia em Ilo – comunidade de pouco mais de 60.000 pessoas às margens da foz do rio Osmore.

Dois anos atrás, os bolivianos garantiram que a escola naval a ser estabelecida em Ilo formaria apenas comandantes de navios mercantes; e se dispuseram até a tolerar que essa instalação ficasse sob o controle da Marinha peruana. Mas nem isso serviu para alavancar a boa vontade do Congresso do Peru.

Os bolivianos já desfrutam de facilidades operacionais nos terminais marítimos chilenos de Arica e Iquique, mas se mostram dispostos a transferir seu movimento comercial para os portos peruanos de Ilo e Matarani.

Subscribe
Notify of
guest

6 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Ricardo Barreto

Só tem um pequeno detalhe geográfico. Como vai fazer isso? Em cima da Argentina ou do Brasil? Passando pelo Paraguai ainda. Muito entranho essa logística.

John Paul Jones

Podem registrar aí ….

Quem vai terminar construindo este porto é a Odebrecht com “nosso” dinheiro do BNDES !!! ha ha ha ha

Kojak

Tem toda lógica,
ainda mais com o PIB boliviano “engordando” com indústrias exportadoras, agribusiness bombando ……… vejam ………..

http://www.guiageo-americas.com/mapas/americasul-politico.htm

https://www.youtube.com/watch?v=Xq47ePWPM-g

Já no Chile ………………. (rs)

Kojak

Editores,

dois link’s, liberem por favor.

Prometo nas próximas dois post para não ficar dando trabalho desnecessário a vocês. Falha minha.

Desculpem-me !

rommelqe

Da fronteira com o Brasil, em Aquidauana, até o Atlantico pode-se navegar de forma até facil. Ocorre que deveríamos cobrar pedágio com juros e correção, assim como construir sim o porto no Uruguai, desde que com pagamento antecipado.