Retenção do porta-helicópteros ‘Vladivostok’ custa mais de R$ 1 milhão por mês a Paris

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porta-helicópteros Vladivostok - foto AP via Voz da Rússia
O “Vladivostok”, primeiro Mistral russo, está pronto desde novembro em Saint-Nazaire

 

A decisão do presidente socialista François Hollande de embargar a entrega de dois porta-helicópteros classe Mistral à Marinha da Rússia – como forma de retaliar a política hostil do governo de Moscou em relação à Ucrânia –, não criou uma polêmica apenas do ponto de vista político para o Estado francês. Também abriu uma discussão econômica.

O Palácio do Eliseu (sede do Executivo, em Paris) assiste em silêncio a uma guerra de especulações acerca dos custos que a manutenção do navio de projeção de força e comando Vladivostok já estaria gerando para os cofres franceses.

O barco ficou pronto em novembro para ser entregue a uma tripulação russa, mas é mantido sob guarda no porto de Saint-Nazaire desde então. Nas últimas semanas noticiou-se, extraoficialmente, que a permanência do Vladivostok em um atracadouro do litoral do Atlântico estaria cobrando 2,5 milhões de Euros (cerca de 8,56 milhões de Reais), mensalmente, aos contribuintes franceses.

Entretanto, esta semana, o semanário Le Marin – especializado em assuntos navais –, citando “uma fonte próxima ao assunto”, informou que esse custo não ultrapassa, mensalmente, os 400 mil Euros (1,37 milhão de Reais) – valor equivalente ao de uma docagem, em Saint-Nazaire, com serviços de reparos.

Os russos contrataram os seus classe Mistral ao grupo DCNS/STX France por 1,2 bilhão de Euros (4,10 bilhões de Reais), e já pagaram parte do contrato.

Como o presidente Vladimir Putin não dá sinais de que vá recuar no apoio aos separatistas ucranianos, parece cada vez menos provável que tanto o Vladivostok quanto seu irmão-gêmeo Sebastopol – que se encontra em fase de provas de mar –, sigam mesmo para a Rússia.

Na última semana de março surgiu o rumor de que o Vladivostok seria recolhido à base naval de Brest.

Há muitas conjecturas, também, sobre o destino final que pode ser dado às duas belonaves, caso não aconteça uma distensão entre a Rússia e o Ocidente. Uma das hipóteses mais comentadas nos meios diplomáticos da capital francesa, é a de que ao menos um dos classe Mistral possa ser entregue a uma tripulação militar belgo-holandesa, que operaria a embarcação sob a bandeira da Força Naval da Agência Europeia de Defesa.

Atualmente, essa coalizão de marinhas europeias coordena a chamada Operação Atalanta, de patrulha anti-pirataria no Chifre da África.

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Marcos

O outro poderia vir para cá. Abandonaríamos definitivamente o Opalão da Baia de Guanabara e poderíamos adquirir um lote de F-35B. Contrataríamos a Odebrech para fazer alguma adaptação, com custo do dobro da aquisição do Mistral, e todos ficariam felizes. E, sim, requereríamos uma ToT irrestrita, paga evidente, para evitar que os motores do F-35 derretessem o local do pouso.

Marcos

Basta ter o dinheiro, evidente!

John Paul Jones

Taí uma sucata de oportunidade que valeria a pena ….

Não sem antes esperar 03 anos mofando na França igual os OPV da BAe que a MB comprou ….

Qualquer prejuízo para os “Corsarios” Franceses é pouco, principalmente se forem da DCNS. ha ha ha ha …..

Pangloss

Entregar os navios à Rússia pode sair muito mais caro.

MO

Engraçado que não aparecerem candidatos a eventuais aquisições desta classe

em tmpo = um dos nossos = powta navio era meu xodo quando norueguês =

http://santosshiplovers.blogspot.com.br/2015/04/nt-bow-oceanic-pplm-imagens-noturnas.html

Iväny Junior

Um navio deste porte para combater piratas é um pouco exagerado, rsrsrs

rommelqe

Ironic mode on: Que tal fazer um negócio triangulado com os franceses e russos. A proposta consiste na compra do Vladivostok (entrega imediata) mediante os seguintes pagamentos: 1. Como down payment entregamos o Foch na forma em que se encontra -totalmente reformado e modernizado – para os russos a titubo de pagamento referente ao valor da entrada ja transferido para a França; tem direito,ao comandante Muricy, sistemas de defesa coordenados pelo Rogerio Ceni e sistemas de ataque com o valororso Pato 2. Entregamos à França os 15 EC-725 fabricados no Brasil até hoje mais 35 Ec-725 a serem fabricados usando… Read more »

Mauricio R.

Por mim esses navios podem apodrecer, lá na França.