NAe São Paulo A12

Mauro Cesar Rodrigues Pereira
Almirante de Esquadra (Ref) – Foi o último ministro da Marinha do Brasil, de 1 de janeiro de 1995 a 1 de janeiro de 1999. A partir de então, com o Ministério da Defesa, o cargo passou a ser de Comandante da Marinha

Antes de abordar tópicos relativos à esquadra necessária ao Brasil é forçoso relembrar suas responsabilidades em função da área de atuação esperada.

Cabe, portanto, falar sobre a fronteira oriental do país, a mais desconhecida de nossa sociedade, pois a muito poucos é dado conhecê-la, por suas condições singulares.

Trata-se de uma fronteira marítima, cujas características nada têm a ver com o que se considera, normalmente, em relação às fronteiras terrestres, bastante conhecidas e estudadas por todos.
Para simplificar esta introdução, algumas comparações serão destacadas.

Inicialmente, a fronteira terrestre é tomada como uma medida linear, é passível de demarcação no terreno, por marcos ou acidentes geográficos e separa territórios sob a responsabilidade de estados nacionais constituídos, que sobre eles exercem soberania plena.

Atlântico_Sul

Fronteira marítima
No caso marítimo, principalmente na condição brasileira, que se abre frontalmente para o oceano Atlântico, a fronteira é uma superfície de mar, que começa em uma linha imaginária, sem possibilidade de demarcação, delimitando regiões de massa líquida e do solo subjacente, onde são conferidos ao país direitos, mas não soberania, sendo livre à navegação de qualquer um, de qualquer bandeira.

Enquanto a fronteira terrestre possui cerca de 16.000 quilômetros de extensão e nos separa de nove estados soberanos, a fronteira marítima tem um bordo externo com aproximadamente 11.000 quilômetros, medidos sobre a linha imaginária, e apresenta como dimensão principal 4.500.000 quilômetros quadrados. Acima e além dessa área não há países com responsabilidade sobre o espaço, que pode ser frequentado por quem o deseje, trazendo à nossa fronteira qualquer país do mundo.

Enquanto as regiões internas às fronteiras terrestres são fruto de conquistas legítimas e, portanto, propriedade, os direitos nos espaços marítimos decorrem de convenções internacionais que, ao atribuírem tais direitos a alguém, também lhe impõem deveres, dentre os quais o de exercer os direitos segundo regras universais, cabendo-lhe impedir que terceiros as deixem de observar, sem falar ser de sua responsabilidade o impedimento a outrem de desfrutar do que lhe é ali atribuído.

ZEE brasileira

Embora as semelhanças de tamanho, de biodiversidade, de recursos vivos e não vivos nelas existentes e as cobiças externas que despertam justifiquem a denominação de Amazônia Azul ao espaço marítimo onde exercemos jurisdição limitada, por ser comparável à bem conhecida Amazônia, essa verde, há inúmeras diferenças importantes a considerar entre ambas, algumas já mencionadas linhas atrás. Enquanto a posse da área terrestre garante-se pela fixação de população brasileira, sendo viável incentivar, para tanto, o aumento da densidade populacional, tal não pode acontecer na área marítima, essencialmente desabitada, o que requer patrulhamento constante por forças navais.

A fronteira oriental, portanto, nasce de direitos assegurados internacionalmente em contrapartida à aceitação e bom cumprimento de deveres. Estes resultam, por vezes, em aumento considerável da área sob responsabilidade brasileira. É o caso das obrigações assumidas em tratados sobre salvaguarda, busca e salvamento da vida humana no mar, comumente conhecida pela sigla SAR, derivada do idioma inglês. A área marítima atribuída ao Brasil passa, com isso, de quatro milhões e meio de quilômetros quadrados, cerca de metade do território continental, para perto de treze milhões e novecentos mil quilômetros quadrados, atingindo distâncias da costa de até 1.850 milhas náuticas, ou seja, quase 3.500 quilômetros.

Além de precisarmos manter patrulhamento naval nessas áreas imensas, em função dos compromissos obrigatórios, há por considerar que delas e até além delas podem ser desfechados ataques ao território nacional ou às águas jurisdicionais, sendo, assim, região em que a capacidade de tomar ações de defesa tem de ser considerada.

O-Emprego-do-Poder-Naval

Controle de área marítima
Não é lícito ou viável cogitar-se, liminarmente, da negação do uso do mar em casos de crise, seja pela prudência de não escalar as reações a possíveis opositores em limites superiores à gravidade da situação, de forma contraproducente, seja porque a liberdade dos mares terá de ser mantida em relação a não adversários. Conclui-se daí que a esquadra terá de contar com alta capacidade de exercer o controle de áreas marítimas.

Falar-se em tal controle significa a formação de considerável força de superfície à qual caberá, também, em tempos de paz, exercer o patrulhamento naval, tanto com navios menores em águas próximas, como com os de maior porte em distâncias longínquas.

O propósito deste texto é alcançar um grande público, incluindo as pessoas cujos interesses nos assuntos de defesa precisam ser aguçados e ter os conhecimentos sobre a matéria ampliados – e não só os conhecedores do tema. Cabe, então, alongar o comentário sobre o que seja uma força de superfície balanceada.

Conforme já mencionado, são necessários navios-patrulha de pequeno porte para cobrir o intenso tráfego nas águas costeiras e mais os de porte médio para as áreas oceânicas, mas ainda relativamente próximas e navios de maior porte, escoltas – como corvetas e fragatas – ou mesmo navios principais, para alcançar e permanecer em operação a milhares de milhas de terra, em mar aberto.

NAe São Paulo 433a

É este último componente que constituirá o cerne da esquadra apta ao combate nas ações em caso de crise ou conflito. Dadas as características de seu emprego em regiões afastadas das bases por largos períodos de tempo, navios de apoio logístico deverão igualmente dela fazer parte.

O poder de ataque dessa esquadra terá de ser capaz de enfrentar, com alta probabilidade de sucesso, forças equivalentes ou inferiores de inimigos eventuais, ou de desencorajar forças superiores a sofrerem o desgaste do enfrentamento. Tal capacitação exigirá meios de ataque e defesa nos ambientes de superfície, submarino e aéreo.

Ao contrário do forte encouraçamento de séculos passados, as unidades navais são, atualmente, protegidas por uma bolha formada por armamento antiaéreo, antimísseis e antissubmarino, além de considerável aparato de contramedidas eletrônicas e de guerra eletrônica. Essa bolha, para ser eficaz, exige a atuação conjunta e coordenada de navios especializados, inclusive submarinos, organizados em força-tarefa, que não podem prescindir de cobertura aérea constante e aproximada.

Avulta, então, a essencialidade do navio-aeródromo, que passa a ter o papel capital na força naval, onde pode, inclusive, assumir com vantagens as funções de comando e controle daquele conjunto complexo.

Fotos NAe São Paulo 545a

Projeção de poder
Os comentaristas menos avisados, frequentemente leitores de textos com apresentação sensacionalista de avanços tecnológicos nas armas e da arte da guerra, bem como de predições quanto ao futuro, provavelmente sem nunca terem sentido em exercícios e operações no mar as angústias e riscos com a falta de cobertura aérea de uma força naval, insistem em apontar a obsolescência do NAe. Ou, baseados em outro critério simplista, classificam-no como “arma de projeção de poder”, considerando-o impróprio em face de nossa política de defesa, não agressiva por natureza.

O campo principal de atuação de nossas forças navais encontra-se nos limites da Amazônia Azul e bem mais além, a distâncias que tornam inviável a cobertura aérea tempestiva e constante com aeronaves baseadas em terra. Também o progresso já alcançado pelos veículos aéreos não tripulados (VANT) e sua provável evolução, embora recomende incorporá-los às forças navais, ainda não permite vaticinar como próximo o abandono das aeronaves tripuladas. Assim, está plenamente justificada a presença obrigatória dos navios-aeródromo na esquadra corretamente balanceada, sendo ele, inclusive, excelente plataforma para operação de VANT.

No caso de acirramento de uma eventual crise, torna-se necessário escalar os procedimentos navais, passando-se à criteriosa negação do uso do mar.

NAe São Paulo com Sea Gripen

Avulta, então, a importância de submarinos tanto convencionais como, dadas as dimensões e distâncias dos cenários previsíveis, os de propulsão nuclear. Sua presença na esquadra, ademais, contribui significativamente para a dissuasão de atitudes agressivas contra o país.

Resta examinar, das formas clássicas de operações navais, a projeção de poder. Ainda que nossa Política de Defesa não contemple iniciativas de agressão ou conquista, nada impede ser estrategicamente indicada a projeção de poder com caráter defensivo, como estava explícito na PDN (Política de Defesa Nacional) editada em 1996. Seria o caso de observar, por exemplo, a imensidão oceânica que se abre diante da fronteira oriental, onde há um colar de ilhas e, mais além, o continente africano – locais passíveis de abrigar bases de onde poderiam ser desfechados ataques ao nosso campo de defesa. No caso de ser adequado neutralizar tais bases, impõe-se a capacitação para executar operações de projeção de poder. A esquadra, portanto, precisará de navios e embarcações de desembarque, de vários tipos e, novamente, não poderá prescindir de navios-aeródromo para assegurar o apoio aéreo mandatório.

Em suma, do que foi acima brevemente exposto, conjugado ao constante desenvolvimento das capacidades nacionais, que têm de ser defendidas de forma eficaz, inclusive em sua imensa e vulnerável fronteira marítima, conclui-se pela essencial posse de uma esquadra completa, bem equipada e balanceada.

Destacou-se, face às afirmações infundadas de obsolescência, a atualidade e imprescindibilidade dos navios-aeródromo, como, aliás, são provas as recentes iniciativas da China e da Grã Bretanha. Deve um navio-aeródromo ser o Capitânia da Esquadra.

Sea Gripen da MB na LAAD 2015 - 1

Artigo publicado originalmente na revista impressa Forças de Defesa número 3

Subscribe
Notify of
guest

165 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Trollbuster

Que o porta-aviões é necessário não há dúvida…

O que não vale a pena é ficar queimando vela com este coisa ruim ancorado no RJ e o seu grupo aéreo da guerra do Vietnã.

Para fingir que tem e opera é melhor dar baixa e quem sabe um dia conseguir pelo menos dois de verdade com um grupo aéreo de verdade.

Ze Abelardo

O Prosub torpedeou o SP. O SP precisa de 1 bi em reformas e mais outro para uma ala aerea crivel. Mesmo sem crise, nao havia dinheiro para os dois programas simultaneamente. O estaleiro e a base novas, mesmo paradas, geram despesas de manutencao.

Fernando "Nunão" De Martini

Bruno, . O projeto do chamado Sea Gripen avançou até um ponto em que, para prosseguir, é necessário haver um cliente interessado e disposto a investir no seu desenvolvimento final e aquisição. . Esse cliente pode ser a MB, que aguardava a definição do FX-2 da FAB para tomar sua decisão a respeito. . Porém, com o NAe São Paulo entrando numa hibernação mais profunda devido à falta de recursos, e a prioridade dos investimentos focada na recuperação da capacidade das fragatas e corvetas atuais (parte delas há anos em reparos e outras com restrições operativas), além dos submarinos em… Read more »

Carlos Campos

Um porta aviões sem dúvidas é algo muito bom de se ter porém na atual situação, ele se faz desnecessário, primeiro teríamos que concluir o ProSuper terminar o ProSub, desinflar a MB e depois de acrescentar outros navios, pensaríamos no Porta Aviões

Jucá Freire

Porta-aviões não é necessário para uma nação como o Brasil, se a nossa política externa é a de autodeterminação dos povos, defender diálogo e contra qualquer guerra, não tem o menor sentido possuir um PA. Porta-aviões é para levar aviões para além do alcance da FAB, ou para demonstrar poderio militar, ora, vamos guerrear contra quem? Africa? EUA? Gra-Bretanha? Argentina? Todos esses países são amigos e além disso não adianta ter só 1 PA, portanto, é um desperdício crônico de recursos, é absolutamente inútil e inconveniente. Eu defendo a tese de que o Brasil é um imenso porta-aviões, temos que… Read more »

Carlos Campos

não lembro quem disse a frase épica sobre os PA mas só pra lembrar: Quem tem um não tem nenhum, que tem 2 tem 1, quem tem 3 tem 1

robertobozzo

Excelente texto. Revela o pensamento da MB, o que deseja, e precisa, para si.
Infelizmente alguns comentaristas não leram o texto completamente…..

_RR_

Texto perfeito… Não há o que por ou tirar.

_RR_

Carlos Campos ( 27 de janeiro de 2016 at 18:09 ), . Um navio só está indisponível enquanto está passando por alguma manutenção ou PMM… Logo, não creio que essa premissa seja correta. Pra mim, quem tem um, somente as vezes não tem nenhum… . Evidente que existem outros pormenores a serem considerados, como por exemplo uma situação de treinamento, na qual a belonave certamente opera abaixo da capacidade real de combate. Mas, ainda assim, não creio que seja motivo para se construir “3 para ter 1″… . Penso que no mundo ideal para uma marinha de porte médio, ter… Read more »

Bosco

Se a MB achasse que porta-aviões fosse necessário para o Brasil ela teria pelo menos três operando, com caças supersônicos, com pelo menos 9 escoltas e navios de ressuprimento, e não um ferro velho ancorado.
Quem parece não achar necessário esses meios é a MB. Se não tem verba pra isso que mencionei acima, é porque porta-aviões não são necessários ao Brasil e devem ser esquecidos.

M. Silva

Essas “bases na África Ocidental” poderiam ser bombardeadas com reabastecimento aéreo? Um na ida e outro na volta pelo menos… Porque, se belonaves para lá forem enviadas, aí o Nae seria obrigatório para o devido apoio aéreo. Mas é mais provável ficarmos rosnando daqui do que mordê-los lá (o potencial inimigo também o deve achar, a China, que se infiltra na África, pode melhor dizê-lo). Ficará difícil e custoso para manterem forte e protegida essa rota de ataque a partir da costa africana. E poderemos negar o uso do mar e estabelecer a superioridade aérea aqui como método de dissuasão.… Read more »

Edcarlos

Submarino nuclear é mais arma de uso estratégico que tático. É extremamente caro de construir, de manter e para desmantelar. Se é mesmo importante para a MB ter submarino nuclear então que sejam construídos no minimo quatro e não apenas um.

Saudações!

Aurelio

Para quem domina o ciclo do enriquecimento do Urânio, sabe construir reatores nucleares navais, e tem jazidas de Urânio, como é o caso do Brasil, não é caro manter submarinos nucleares. Basta querer ! Podemos ter e operar seis submarinos nucleares, e o custo será bem menor que o do inútil ” congresso nacional “.

Marcelievsky

A função de um NaE na esquadra não é somente soberania no mar. É uma grande escola (como propriamente é chamado) e gera doutrina à MB

lynx

O Brasil tem condições de operar um NAe? Não. O Brasil tem recursos para comprar um ou reformar adequadamente o A-12? Não. A atual realidade brasileira permite sonhar possuir e operar um NAe? Não. Um país com a área oceânica e o litoral que o Brasil possui precisa de um NAe? SIM. Uma coisa é não poder ter. Outra é não precisar. Nenhum país como o nosso pode se considerar seguro no mar sem um NAe. Ou melhor, sem NAes em número que permitam prover a adequada defesa aérea a seus meios de superfície e, em última análise, ao seu… Read more »

Tamandaré

Como já disse o Sr. Jucá Freire, NAe é uma arma de projeção de poder. Não temos poder nenhum para projetar, simples assim!!! Como somos uma nação “da paz”, nosso objetivo é a autoproteção. O que fazer para isso: ter algumas boas escoltas, uma boa quantidade de navios de patrulha e algo mais importante pra servir de capitânea, como o G-40 Bahia. O São Paulo é PERFEITO para nós: cerca de 33.000 ton de deslocamento, carrega até 18 jatos leves, casco ainda em ótimo estado…. mas não temos dinheiro pra isso agora!! Vejam a China: é maior e mais importante… Read more »

Blind Mans Blufff

Muito bonito e bem escrito o texto, porem foge um pouco da realidade.

lynx

O Brasil tem condições de operar um NAe? Não. O Brasil tem recursos para comprar um ou reformar adequadamente o A-12? Não. A atual realidade brasileira permite sonhar possuir e operar um NAe? Não. Um país com a área oceânica e o litoral que o Brasil possui precisa de um NAe? SIM. Uma coisa é não poder ter. Outra é não precisar. Nenhum país como o nosso pode se considerar seguro no mar sem um NAe. Ou melhor, sem NAes em número que permitam prover a adequada defesa aérea a seus meios de superfície e, em última análise, ao seu… Read more »

zorannn

A questão é poder operar. Simplesmente ter não adianta. Um NAe não navega sozinho. Ele precisa de todo um grupo de apoio que não temos. o Nae é ‘a cereja do bolo’ e nem temos um ‘bolo’, então ele não faz sentido agora.

Seal

Eu acho a situação da MB um pouco parecida com situação vivida pela Marinha Espanhola durante a crise espanhola. E se a MB buscasse parceria Militar com alguma potência para financiar seus projetos de navios, assim como fez a Marinha Espanhola. Sem um financiamento junto com alguma potência, vai ser difícil a MB sair sozinha dessa. O Porta -aviões Espanhol Príncipe das Astúrias ficou na mesma condição do A-12 São Paulo. Com a política de reaproximação estabelecida e o fim do isolamento espanhol,começa a assinatura de um pacto militar com os EUA. A ligação com os Estados Unidos entretanto estabelecida,… Read more »

Bosco

Se porta-aviões fosse necessário de acordo com a visão do Estado Brasileiro existiria verba com ou sem crise. A Copa foi julgada necessária e acharam verba. As Olimpíadas foram julgadas necessárias e acharam verba.
Se não tem verba é porque não é necessário pela visão do Estado.

barbosa

Parece que o texto foi escrito com base nos últimos questionamentos relacionados ao NAe. Não sei quando foi publicado o número 3 da Revista. O texto é muito bom porque fornece um background. Dá uma visão do nosso mar territorial (e nomenclaturas correlatas). O conhecimento do autor também dispensa comentários, tendo em vista tratar-se do último ministro da aeronáutica (redução de ministérios…). Mas discordo ou pelo menos não compreendo alguns aspectos ressaltados no texto. Por exemplo, alguns colegas aqui disseram concordar acerca da necessidade, mas não teríamos condições de utilizá-lo. O autor fala acerca da importância de se ter apoio… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“barbosa em 28/01/2016 as 0:32
Parece que o texto foi escrito com base nos últimos questionamentos relacionados ao NAe.
Não sei quando foi publicado o número 3 da Revista.”

.
Barbosa, bom dia.
.
O número 3 da revista Forças de Defesa, no qual esse texto foi publicado originariamente, saiu no terceiro trimestre de 2011.
.
Vale lembrar, porém, que os “últimos questionamentos relacionados ao NAe” são, na verdade, questionamentos de longa data que se repetem periodicamente. Assim, mesmo um texto escrito em 2011 continua a valer como resposta a diversos questionamentos recentes.

XO

Prezados, prestem atencao ao que foi escrito pelo lynx… abraço…

Oganza

XO e Lynx, eu concordo, plenamente. Mas na minha time line isso é para ser pensado/executado em 2030, encomendado em 2035 para ir ao mar em 2040, pois temos que ter uma Marinha minimamente efetiva primeira e isso meus caros, irá consumir toda a década de 20 com esse resto de década que nos resta servindo para tapar os buracos. Essa é a realidade. – Ps.: O pensamento e o trabalho pragmático dos marinheiros de hj é que definirão a Marinha que os meus netos vão ter. Quem sabe possa ser essa ai desenhada e corroborada por fatos que o… Read more »

pauloB.

boas, tenho certeza que nao existe á necessidade de termos um porta avioes. por dois motivos singulares;NAO TERIAMOS CONDIÇOES DE PROVER UMA ESCOLTA A ALTURA; O BRASIL NAO TEM VERBAS PARA MANTER UM PORTA AVIOES. com certeza o que o brasil precisa e de 2 ou 3 submarinos nucleares juntamente com uma marinha, boa marinha de esquadra, mais, se é que me permitem uns 36 su 35 bem preparados para ataque maritimo. com tres esquadroes sendo um no sul ,um no sudeste e um terceiro no nordeste ou norte. OUTRO PONTO NUNCA TOCADO E QUE OS PORTA AVIOES SAO MEIOS… Read more »

Bardini

A maneira mais racional de o Brasil ainda operar um NAe está na reforma do NAe SP, por mais que seja necessário investir U$ 1 Bi em sua reforma e na de sua ala aérea, ela representa não mais do que um décimo do que seria necessário para comprar um novo navio bem como a ala aérea necessária, pois chutando alguns preços, para ilustrar: . 1x PA ~ 50.000 tons ~ U$ 5.0 Bi 36x Sea Gripen ~ U$ 4.5 Bi 2x E-2 Hawkeye ~ U$ 0.5 Bi + Turbo Trader + Helicópteros . Total da brincadeira: ~ U$ 10… Read more »

americomatheus

Alguém aqui no Brasil com o “saco roxo” poderia mandar essa sucata contaminada para Alang?

aldqueiroz

Bruno 27 de janeiro de 2016 at 16:35
Bruno, o ‘Sea Gripen’ só existe em maquetes e em peças de publicidade e marketing da Saab, nada além disso… Mas creio que não há chance dem mesmo remota de que possa ser desenvolvida uma variante naval do Gripen, a contar apenas com a eventual demanda da MB. Desenvolver um avião naval a partir de um modelo de operação baseada em terra não é algo trivial, que baste adaptar ganchos de trem de pouso para conectar a catapulta…!

Vader

Bem, se tem uma coisa que o texto demonstra bastante é o total e completo descolamento entre o almirantado e a realidade. Isso só prova que uma minha tese em que venho refletindo já há algum tempo está correta: A Marinha do Brasil VAI acabar! Ponto. Em 15 ou 20 anos, senão antes, não teremos mais Marinha, a não ser como mais uma repartição pública do gigantesco Estado brasileiro, para cobrar imposto e encher o saco do cidadão. O brasileiro é simplesmente incapaz de se olhar no espelho. Incapaz de se enxergar. Isso deve ser estudado não pela psicologia (mesmo… Read more »

Rafael

Primeiro precisamos de 18 escoltas , 5 para atuar com o PA e as outra 12 cobertas para guardar a ZEE e o litoral e no mínimo 18 OPVs, no mínimo 6 submarinos todos convencionais , a prioridade é no meu ver as OPV e o sisgaaz pra ontem , depois as corvetas e a reforma do AMRJ e por último o PA eo suas escoltas, enquanto os submarinos podíamos ter continuado com a classe tikuna que previa mais dois até 2010 em vez de ter construído a Barroso e a compra dos scorpene.

Rafael

Seguindo meu comentário estaríamos com 6 ou 7 submarinos, instalando e colocando o sisgaaz em operação e já estariamos com as 18 OPVs , na armada terias hoje as 3 inhaumas, 5 Niterói e 3 greenhalts totalizando 11 navios, aí já poderíamos partir pra segunda fase reformas do AMRJ e construção das 12 corvetas para substituir os navios atuais aí quem sabe depois se tudo rola se tudo certo partiriam os para as escoltas e o PA

Jeff

MB falando balelas, dizendo que criticam o NaE sem saber e sem conhecer a realidade. Pelo meu precário conhecimento, sei que pelo menos a peça precisa flutuar pra ser operacional.

Nos poupem por favor. De desculpas esfarrapadas já estamos cheios.

M. Silva

Concordo com o Vader. Não teremos também exército (combatentes contra a dengue e socorristas em catástrofes) e nem força aérea (táxi aéreo de político). Assim, fica mais fácil sermos escravizados pela China (e sua fome de commodities) e sermos sabotados pela Bolívia, Paraguai, Cuba e Venezuela (drogas, armas, bandidos e terroristas-guerrilheiros). Tudo isso com as bênçãos dos carreiristas aduladores de corruptos governantes. O brasileiro é completamente sem noção, um caso de insanidade mental coletiva. Gente lúcida no Brasil é uma aberração…Essas certezas crescem com os anos. Conviver com o brasileiro médio dá uma nítida sensação de estar lidando com um… Read more »

Victor Filipe

Alexandre Galante o valor de Algumas das Usinas Hidrelétricas construídas aqui no norte supera 20 Bilhões a copa do mundo igualou (se não superou ) esse valor e as Olimpíadas também daria pra montar uma boa marinha com essa grana. ao meu ver o Brasil precisaria de duas Esquadras capitaneados por duas NAes uma com sede no Nordeste e outra ao Sul do pais uma força com quatro subs, nove escoltas, uma Nae mais navios de apoio por esquadra seria o suficiente ao meu ver, faria qualquer pais pensar quatro vezes antes de nos atacar e para os colegas que… Read more »

fidalgo

Gosto do S. Paulo. apesar de ser antigo, se a estrutura estiver em boas condições, daria sempre o modernizar. Os chineses compravam de certeza! claro que tudo é uma questão de preço!! Concordo com o Vader, o erro pode ter sido comprá-lo com aquela idade. A marinha australiana está a modernizar-se e encomendaram vários navios à Espanha. Do ponto de vista politico a Austrália sempre foi um país relevante e que sabe bem de que lado está. O Brasil com muitas mais potencialidades e recursos nunca quis ter esse papel no mundo!

carlos alberto soares

Bosco 27 de janeiro de 2016 at 19:07
Onde assino ?

carlos alberto soares

Alexandre Galante 28 de janeiro de 2016 at 7:26
Antigamente se alocava orçamento conforme o interesse político.
Nas últimas três décadas aloca-se orçamento conforme intere$$e$.
Simples a$$im.

carlos alberto soares

Caro Oganza 28 de janeiro de 2016 at 1:07
É por ai, mas tem mais ….
Vader 28 de janeiro de 2016 at 9:50
Fica Vadinho, fica Vadinho ……..

paulo sergio mendes thimoteo

M Silva e Vader na veia,falaram tudo.Boa tarde a todos.

Marcelo Andrade

Vader meu velho, você foi genial!!! A Força esta mesmo com você!! E completo. Vamos parar com este papo besta de que a Copa e as Olimpiadas são as culpadas da crise!!! Temos dinheiro pra fazer 20 Copas e 20 Olimpíadas se quisermos, mas, esquadra não gera votos minha gente!!!

Gen. Escobar

Esse país não é levado a sério pelo povo e muito menos será pelos seus governantes! Esse texto é surreal e utópico! Queremos dar atenção para a África…e não conseguimos sequer dar um apoio ao projeto de Favelas Pacificadas no RJ. Chega a ser uma aberração e insanidade! Uma total falta de conexão entre FA e Governo! Não temos dinheiro, criatividade e vontade de fazer o certo! Copa do Mundo e Olímpiadas pode gastar 50 bi…mas defender nosso território, não! Comentei em outro post…o Brasil NUNCA irá para a guerra, NUNCA! Sequer foi para a II WW! Foi como Força… Read more »

Alfredo Gomes Moraes

Em resumo, diante de tantos brilhantes comentários feitos a esse tópico, quero parabenizar aos comentaristas por todo o conhecimento a este empregado,mas não vamos esquecer que, diante da imensidão costeira que o Brasil possui e tecnologia embarcada em nossa Marinha,é uma vergonha ainda não possuirmos um estaleiro para construir um navio aeródromo à altura de nosso país !

Negrão

Senhores, existe a possibilidade de fazer um super tucano adaptado para a marinha, seja embarcado ou não? Seria interessante pelo custo/benefício?

Negrão

E se comprássemos navios chineses, quais e que quantidade seria necessária para proteger a Amazônia Azul?
Seria interessante produzi-los todos aqui ou só parte ou nada?

fidalgo

“Só quando os socialistas espanhóis finalmente aceitaram a entrada na NATO, é que o porta-aviões foi concluido.Quando entrou ao serviço por volta de 1988, a União Soviética estava já à beira do colapso e com o desaparecimento do perigo soviético nos mares, a função do porta-aviões espanhol foi parcialmente alterada. Ele continuou a ser um símbolo de capacidade naval da Espanha, demonstrando que o país tem capacidade para controlar a área sul do Atlântico-Norte e as águas da Zona Economia Exclusiva de Portugal, que a Espanha considera tradicionalmente como parte da sua zona de influência.” _____ Fiz uma citação do… Read more »

Adriano Luchiari

Mais um artigo perfeito como tese e, pra variar, descolado da realidade.

carvalho2008

Barbosa, O que o texto tenta ao relacionar o Nae com Submarinos, e que na ausencia de uma força aeronaval de oposição, voce delegaria ao agressor uma imensa liberdade operacional da aviação ASUW adversária. Logico que um sub deve operar escondido e assim é. Recorra a uma alegoria da natureza equiparando o Submarino a um Crocodilo….ele fica invisivel, escondido, posicionando no local provavel onde a presa ira aparecer para dar o bote…mas ai, o Gnu esperto antes de ir beber agua pede para o elefante ou hipopotamo ( que inclusive tambem está la na agua) ir la na frente e… Read more »

fidalgo

Também gostaria de dar mais um contributo aqui ao fórum. Comprar armamento sofisticado, como navios de guerra, não é como comprar arroz no mercado. Pega-se no dinheiro, faz-se uma lista dos de melhor qualidade e compra-se! um porta-aviões francês, um navio de apoio logístico coreano, escoltas chinesas e talvez uns aviões russos… ou não!! deixa cá ver… suecos. É preciso definir bem as estratégias politicas e económicas que isso implica ou então andar a comprar sucata que ninguém quer. Por isso é que o Siroco foi oferecido primeiro a Portugal, parceiro da UE e da NATO, do que ao Brasil.… Read more »

fidalgo

https://youtu.be/7ltAtL0UHv0 Pois é Carvalho, mas qualquer naçãozinha feliz europeia podia afundar toda a esquadra brasileira em pouco tempo. Vou dar um exemplo estúpido e ridículo para você entender melhor – Portugal – 10 milhões de habitantes, 900km de costa, dois arquipélagos, Açores e Madeira, uma dívida que em 10 anos passou de 60% do PIB para os 132% atuais, completamente incapaz de defender a sua ZEE (a maior da Europa) mas onde bastavam os dois modernos submarinos com AIP de origem alemã e as fragatas em segunda mão compradas à Holanda para afundar a armada brasileira, S. Paulo incluído! por… Read more »

Léo Barreiro

Senhores
Para nós não estaria bom uns dois cavour? Mais simples de operar, mais barato… Não teríamos os trackers e traders mas poderíamos operar helicópteros para isso.ou não? Uma dúvida que sempre tive é se um caça pode ser reabastecido por um helicóptero?