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Ex-CT Pernambuco na BNRJ, fotografado no dia 13 de junho de 2012. Foto: Nunão

Breve Histórico

O Contratorpedeiro Pernambuco (D30) foi lançado em 1964, então, como USS Bradley (FF-1041), que atuou na Guerra do Vietnam. Chegou à cidade do Rio de Janeiro, em 13 de dezembro de 1989, acompanhado pelos CT Pará (D27), CT Paraná (D29) e CT Paraíba (D28), que formaram, na época, os Classe Pará da Força de Contratorpedeiros da nossa Esquadra. Destacavam-se pelos seus inéditos sistemas propulsores de um só eixo, com plantas de vapor trabalhando a 1200psi e, também, pelos potentes sonares AN/SQS-26 de 240 Kw, cujos transdutores pesavam 27t. A aludida Classe serviu à Marinha do Brasil de 1989 a 2004. Em maio de 2006, a Portaria nº 126/2006 destinou o ex-D30 para ser utilizado como alvo da Esquadra.

USS Bradley (FF1041)
USS Bradley (FF1041)

Por demanda do CASOP, em abril de 2010, a empresa Qualytech Inspeção e Serviços Ltda. apresentou um relatório no qual classificou os cabeços e as obras vivas do casco como “não satisfatórios” para o seu reboque como alvo. Instada pela DSAM, a DEN inspecionou o casco e considerou inexequível a sua utilização como alvo, no estado em que se encontrava, tendo sugerido uma série de obras estruturais necessárias para o reboque do casco, em segurança, até a área de exercício. Em função do relatório, o CASOP sugeriu que o casco fosse alienado, o que foi ratificado pelo ComemCh, em junho de 2010. Seu processo de vistoria, avaliação e destinação fui concluído, em abril de 2011.

Em julho de 2012, a EMGEPRON realizou o primeiro leilão do casco, que foi arrematado pela Mafra Comércio de Equipamentos Automotores Ltda, pelo valor de R$ 300.000,00. A referida empresa, após ter tomado posse do bem, não cumpriu o prazo limite para a retirada do casco – 29 de outubro de 2012 – tendo concordado em pagar R$ 42.000,00 pelo período de uso do cais. Após uma série de pendências de ordem administrativa e judicial, em abril de 2013, a EMGEPRON aplicou a penalidade administrativa de perda da propriedade do casco à Mafra e, em maio de 2013, realizou novo leilão para sua venda, mas não obteve sucesso.

O Reboque
O estado de degradação estrutural do casco, aliado ao fato de já ter ocorrido o seu desmanche parcial no cais, com a total retirada de cabeços, cunhos e buzinas dos conveses (foto1), acarretou enormes dificuldades e riscos para a execução das manobras de desatracação e seu reboque seguro até o dique Alte. Branco.

ex-D30 - 1
Foto 1 – Situação do casco atracado no Píer 3 interno, já parcialmente desmanchado

Assim, objetivando executar o necessário reboque, com o mínimo de riscos, a BNRJ contratou uma empresa especializada – PICOLO E ASSOCIADOS LTDA. – para periciar a situação estrutural do casco (viga navio) e elaborar um plano de reboque para a condição em que ele se encontrava.

Em 14 de outubro de 2014, a citada empresa apresentou o aludido trabalho, que, após ter sido analisado e ratificado pela DEN, apontou a necessidade de em uma série de ações, por parte do Departamento Industrial da BNRJ, no sentido de reforçar os pontos do casco que apresentavam fragilidade estrutural e, também, para instalar dispositivos de fortuna, em substituição aos cabeços, buzinas e balaustradas, que foram retirados durante o desmanche parcial no cais.

Coube ao CASOP a colocação de caixões de concreto nos locais fragilizados do chapeamento das Bravos, bem como a instalação e operação de moto-bombas para um eventual esgoto em emergência, durante o reboque do casco do Píer 3 interno até o dique (fotos 2 e 3).

ex-D30 - 2
Foto 2: Casco sendo desatracado do Píer 3 e iniciando o reboque para o dique Alte. Branco
Foto 3 – Casco chegando ao dique Alte. Branco
Foto 3 – Casco chegando ao dique Alte. Branco

A Docagem
Devido ao considerável calado de navegação e pelas características dimensionais dos apêndices dos seus cascos (sonar, leme e hélice), os Classe Pará nunca foram docados na BNRJ. Assim, para viabilizar sua docagem seria condição sine qua non a redução do seu calado de navegação. Consequentemente, a primeira dificuldade a ser transposta seria evitar que, durante a passagem do casco ao longo do dique, seu gigantesco domo do sonar (16 x 6m) não derrubasse as dezenas de picadeiros e berços montados para apoiar o casco.

Tal obstáculo foi contornado, literalmente, pelo tipo de manobra adotada, deslocando-se o casco ao longo do dique, sempre na diagonal em relação à linha de centro do dique, de forma a garantir que o seu domo passasse entre a linha de berços laterais de bombordo e a parede lateral do dique, onde a folga máxima era de 0,30m. Em virtude dessa folga ser crítica, para manter o correto posicionamento do domo, foi usado o artifício de talingar a sua proa ao chassi da grua, que o acompanhou, paralelamente, durante o seu deslocamento até área segura para ele voltar ao centro do dique, sem o risco do domo derrubar os berços e picadeiros (foto 4).

Foto 4 – Deslocamento em diagonal ao longo do dique, com a proa talingada ao chassi da grua
Foto 4 – Deslocamento em diagonal ao longo do dique, com a proa talingada ao chassi da grua

A segunda dificuldade seria a necessidade do casco docar sobre um arranjo de picadeiros e berços “em rampa”, pois, pelo fato do domo calar 3,04m abaixo da quilha, mesmo utilizando-se um dos fossos existentes naquele dique para alojá-lo (foto 5), no instante que a parte inferior do domo apoiasse no fundo do fosso, haveria um desnível de 0,85m da sua quilha em relação à horizontalidade da linha de base do plano de docagem original dos Classe Pará. Tal condição implicou na criação de um novo plano de docagem, especialmente elaborado para a inédita situação.

Domo alojado no fosso, que é destinado aos hélices das Fragatas Classe Niterói
Foto 5: Domo alojado no fosso, que é destinado aos hélices das Fragatas Classe Niterói

A última dificuldade a ser eliminada seria a redução do calado de navegação para viabilizar a entrada do casco no dique, mesmo considerando as preamares de sizígias. Ocorre que, pelo fato dele apresentar, na ocasião, um acentuado trim de popa, provocado pela expressiva redução de peso da sua Seção Alfa em função do desmanche parcial da proa, enquanto atracado, verificou-se que, embora o seu sonar estivesse com um calado favorável à entrada no dique, o seu leme não.

Como solução, optou-se pela realização do corte submerso de 0,80m da porta do seu leme, com o emprego de mergulhadores da BACS. Ressalta-se que a precisão na realização do citado serviço seria fundamental para o sucesso da operação de docagem, pois, além de assegurar a passagem daquele apêndice pela soleira do dique, viabilizaria a utilização do próprio leme como coluna de “fortuna” para apoiar toda a seção Charlie, que ficaria em balanço, após o esgoto do dique (foto 6).

Finalmente, em 20 de novembro de 2014, foi realizada a docagem bem sucedida, dando início ao inusitado serviço de desmanche de um contratorpedeiro num dique da MB.

Foto 6 – Detalhe da parte do leme que foi seccionada, enquanto o casco ainda se encontrava flutuando e, também, da atuação do leme como uma “coluna de fortuna” apoiando a popa
Foto 6 – Detalhe da parte do leme que foi seccionada, enquanto o casco ainda se encontrava
flutuando e, também, da atuação do leme como uma “coluna de fortuna” apoiando a popa

O Desmanche
A inexperiência e ausência de históricos sobre desmanches de navios, no âmbito da MB, fez com que essa se tornasse a fase mais difícil, trabalhosa e arriscada de ser solucionada, dentro do exíguo prazo de liberação daquele dique para permitir a importante docagem do NE Brasil.

Assim, a partir de 21 de novembro de 2014, iniciou o grande desafio de desmanchar e retirar 2.243t do dique, composta por 1.596t de estruturas metálicas e equipamentos a serem cortados a maçarico, 516t de material sólido não metálico (concreto, isolamentos térmicos etc), 75t de resíduos oleosos, 25t de água remanescente embarcada nos tanques e, aproximadamente, 30t de borracha que formava o gigantesco domo e revestia, internamente, todas as estruturas de aço de proa.

Priorizando a situação trabalhista e, principalmente, a segurança dos operários envolvidos na realização do volumoso e arriscado serviço, bem como a garantia legal para atuação da fiscalização por parte do Departamento Industrial, o Comandante da BNRJ decidiu que o desmanche fosse realizado pela SAND Serviços Ltda., empresa possuidora de Contrato de Natureza Contínua com a BNRJ para prestação dos serviços de caldeiraria. Já o entulho, por ser, em sua maioria, composto por material contaminante (amianto, asbesto, lã de vidro, borras de óleo e graxas etc) foi removido pela TRANSUNIVERSAL Pinturas e Anticorrosão Ltda., outra empresa com Contrato de Natureza Contínua e possuidora de certificação ambiental para o transporte e destinação de material contaminante.

Inicialmente, o desmanche estava programado para ser concluído até o final de janeiro de 2015, mas os seguintes complicadores comprometeram tal meta:

  1. o ineditismo e a inexperiência por parte de todos – Marinha e Empresas – na execução desse tipo de serviço, principalmente com relação às interferências inesperadas encontradas, durante o corte das estruturas de aço, tais como conveses concretados e grandes áreas revestidas com borracha e isolamentos térmicos contaminantes e de difícil remoção;
  2. a falta de fluidez para retirada do material oriundo do desmanche para fora do Complexo de Mocanguê, ocasionado pelo gargalo da Ponte Rio-Niterói, que limitava o fluxo e a carga dos caminhões e carretas que transportavam a sucata;
  3. a capacidade de içamento das gruas dos diques ser limitada a 3t;
  4. as altas temperaturas ocorridas nos meses de dezembro e janeiro, que prejudicaram, sobremaneira, o rendimento dos operários, que, além de estarem trabalhando numa atividade irradiadora de calor (maçaricos), estavam dentro de estruturas metálicas sob sol e não ventiladas.

Constatando que, pelo ritmo do desmanche, a docagem do NE Brasil na BNRJ estaria ameaçada, o Comandante da BNRJ, em 06 de fevereiro de 2015, realizou uma reunião, com todos os entes envolvidos no desmanche, para elaboração de uma estratégia que acelerasse a liberação do dique, estipulando como data limite o dia 12 de março de 2015.

Assim, após os necessários ajustes no plano de corte elaborado pela SAND ao novo cronograma estipulado pela BNRJ, as seguintes ações foram adotadas objetivando o cumprimento da meta:

  • criação do 2º turno de trabalho, em regime de horas extras, por parte dos funcionários das empresas envolvidas – inclusive nos feriados e finais de semana;
  • contratação de guindastes com grande capacidade para retirada dos grandes equipamentos e de seções do casco com maiores pesos e volumes (foto 7);
  • solicitação do apoio de CavMec (cavalos mecânicos) do Batalhão Logístico do CFN, para realizar deslocamentos intra-Base dos grandes equipamentos e blocos do casco (foto 8), para que fossem desmontados, posteriormente, fora do dique, a fim de encurtar o caminho crítico para sua liberação (foto 9).
Foto 7 – Guindaste contratado de grande capacidade (para até 440t) retirando uma das caldeiras
Foto 7 – Guindaste contratado de grande capacidade (para até
440t) retirando uma das caldeiras
Foto 8 – Operação conjunta de dois guindastes sobre rodas da BNRJ para retirar o lançador de mísseis (20t) ASROC de cima do CavMec do CFN
Foto 8 – Operação conjunta de dois guindastes sobre rodas da BNRJ para retirar o lançador de mísseis (20t) ASROC de cima do CavMec do CFN
Foto 9 – Grandes blocos e equipamentos retirados do ex-D30 e deslocados pelo CavMec do CFN, para que pudessem ser desmanchados, posteriormente, fora do dique
Foto 9 – Grandes blocos e equipamentos retirados do ex-D30 e deslocados pelo CavMec do CFN, para que pudessem ser desmanchados, posteriormente, fora do dique

Assim, graças à acertada “correção de rumo” na realização do desmanche do ex-D30, em 06 de março de 2015, o NE Brasil docou na BNRJ, seis dias antes da data estipulada como limite e sem comprometimentos para o seu PMG2015.

JÚLIO FRANCISCO DE ARAÚJO ALFRADIQUE
Capitão-de-Fragata (T-RM1)
Assessor para Operação e Manutenção dos Diques

CT_Pernambuco_-_D_30_USA
CT Pernambuco (D30)

FONTE: Informativo Porta-Batel da BNRJ – Edição I – 2º Semestre de 2015 / COLABOROU: Ezequiel Ferreira Leite

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Rodolfo

Fui encarregado da divisão de máquinas no recebimento, encarregado da divisão de reparos, chefe de máquinas e imediato, nos sete anos em que servi nesse navio. A tristeza que me invade é enorme. Esse tipo de matéria só traz tristeza as pessoas. Totalmente dispensável. Faz sofrer a quem ama o navio, e só sabe o que é amar um navio quem já viveu em um. Parem com isso! Respeitem a memória dos navios, eles tem alma própria.

Alfredo Araujo

300 mil reais por milhares de toneladas de aço…

Me lembra uma empresa americana que pagou X milhões de dólares por centenas de aviões considerados sobras da segunda guerra mundial. Eles recuperaram o investimento APENAS drenando o combustível dos tanques dos aviões…

Roberto Santos

Respeitando a todos que serviram nesse belo navio, tenho a dizer sobre o que li o seguinte: Somos amadores em tudo. Não temos administradores competentes, não temos equipamentos e ferramental, como demonstrado, fazemos as coisas no improviso ” Jeitinho “, isso digo em todas as esferas públicas. Vergonhoso !
Excelente reportagem, mesmo que o ex imediato não tenha gostado. Se soubesse eu mesmo tinha comprado por R$ 300.000 e ganho uma grana como investimento.

Dalton

Triste de fato, mas, uma matéria fundamental para que saibamos das dificuldades encontradas
ao lidar com o desmantelamento de um navio o aprendizado ganho e a superação das dificuldades encontradas como comprovado pela liberação do dique para o NE Brasil antes da data prevista e isso, liberação de diques no prazo, é algo perseguido por todas as marinhas do mundo.

EParro

Rodolfo 6 de fevereiro de 2016 at 1:38
Roberto Santos 6 de fevereiro de 2016 at 9:26
Dalton 6 de fevereiro de 2016 at 9:43

Fico consternado com seu depoimento, Rodolfo.
Entretanto, acompanho os pensamentos de Roberto Santos e de Dalton, pois considero de suma importância o conhecimento de fatos como este, que a meu ver, deveriam ter maior divulgação para que haja uma maior consciência das agruras pelas quais passam as FFAA atualmente.

Saudações.

Roberto Santos

É isso Dalton, estou em casa on line, fiquei sabendo através de um amigo que esse ano, nem catanho ” Lanche ” teve pro pessoal que vai fazer a inspeção naval da Galinha D`água no Galo da madrugada aqui em Recife. A crise tá grande, o que me remete a outra reportagem do Corveta Frontin para alvo.
Alvo ? que Alvo, se não temos munição pra uma hora de combate.
VERGONHOSO.

yluss

Excelente artigo e muito elucidativo para todos nós que não somos da área mas nos interessamos pelos assuntos de defesa e amamos nosso país e nossas FAs. Parabéns ao PN! A tristeza sentida pelo Sr. Rodolfo é digna de respeito por todos nós, MAS em nada diminui a importância e a seriedade de um artigo tão bem estruturado e que nos mostra mais uma vez, um pouco da realidade por que passa nossas FAs. Sr. Rodolfo, como leitor assíduo deste e outros sites que informam sobre nossas FAs, discordo totalmente que esse artigo é uma falta de respeito, muito pelo… Read more »

Roberto Santos

Eparro, compreendo o que o Rodolfo falou, no caso como ex tripulante ele se sente triste com os fatos, porém está pecando como pecam os chefes navais ” Almirantes ” que se calam diante desse governo inconsequente. Uma Marinha não pode ter uma tecla de liga e desliga, só liga quando estiver precisando, Marinha é cara, mas quando vc precisar ela têm que estar pronta. Lembra da excelente reportagem feita aqui sobre a Guerra da Lagosta ? fomos pegos de calças curtas, e hoje repetimos a mesma coisa, nada mudou, somos irresponsáveis porque como cidadães não cobramos dos políticos, e… Read more »

Sergio Ricardo

Como contribuinte acho importante, saber qual fim levou o investimento feito com meus sagrados impostos.

Renato de Mello Machado

O início,meio e o fim,é normal na vida.Todos nós vamos nos desmanchar também.O problema é não ter a reposição dos meios de forma digna.Na verdade, isso é o quê dói mais.

Dalton

Roberto…

a realidade da maioria das marinhas não é o “glamour” do combate e sim coisas bem mais
mundanas e inglórias e de tanto ler sobre a situação “ruim” das outras vejo com bons
olhos cada pequena conquista como essa.
abraços

Wagner

É triste mesmo quando um navio é desmanchado, principalmente, a meu ver, um navio militar.

Nunca vai ser agradável.

Podiam te-lo transformado num museu.

mas, e daí, quem se importa ?? No BR ninguem quer saber de nada, olha o Carnavaaaall !!!!

JORGE JOSÉ MAGALHÃES CUFARO

Fiz parte da primeira tripulação deste navio, em 1989, San Diego, na US. Naval Station, era da Divisão O-1, que tinha como Encarregado o então Almirante Edervaldo Teixeira de Abreu Filho. Estive neste navio como CB-TL e o Sargenteante da minha Divisão. Na viagem de avião C-130 Hércules até San Diego levamos 28 horas de voo, e no regresso ao Brasil, paramos em Manzanillo, Trindad and Tobago, Cartagena e Recife, chegado ao Rio de Janeiro no dia 13 de dezembro daquele mesmo ano.Hoje ao ver as fotos acima, sinto muita tristeza, pois foram dias de glórias neste navio, mesmo tendo… Read more »

franklin junior

E qdo vão começar o do NAe São Paulo (A-12) ?

Cleilton

Servi 8 anos e meio nessa belonave,como marinheiro servi de julho de 1996 até dezembro de 1999 e como cabo MR servi de dezembro de 2000 até janeiro de 2006 quando fui para a escola de Sargento.Estive na mostra de Desarmamento e permaneci no GruMan(Grupo de Manutenção) e tive o dissabor de cobrir o D-30 da proa,pois tínhamos esperança que a reserva seria passageira.Lembro-me do Comte. Rodolfo como imediato e compartilho do mesmo sentimento dele,pois só quem viveu naqueles conveses,é capaz de entender a ALMA daquele navio.Grande parte do que eu aprendi, das amizades que ainda possuo, das cicatrizes em… Read more »

Juarez

A dificuldade de movimentação vertical dos gui dastes de apoio do AMRJ demonstram as nossas limitações de efetuar grandes reparos e ainda mostra que a modernização e talvez um PPP faz se necessária com urgência antes de qualquer outro delírio como o de Itaguaí.

G abraci

Fernando "Nunão" De Martini

Juarez, no caso específico eram os guindastes da BNRJ, não do AMRJ. Mas certamente o conjunto de guindastes do AMRJ também precisa ser renovado para qualquer sonho mais alto de retomada das capacidades de construção etc.

Jagderband44

Que fim levou o sonar e o asroc?

carlos alberto soares

Cleilton 6 de fevereiro de 2016 at 16:07 Aos Marinheiros que aqui se declararam servidores do Brasil e dessa Nau, a aqueles que não se declararam mais igualmente serviram e servem ao Brasil e nas Naus da MB meus sinceros sentimentos e respeito. Rodolfo 6 de fevereiro de 2016 at 1:38 Entendo, quando vi as fotos me “bateu” um profundo sentimento de tristeza. Voltamos aos devaneios: Como se sentem os Marinheiros, sim os verdadeiros Marinheiros, como se sentem ? Itaguaí, Sub’s, coisas absolutamente inatingíveis e ai “…………..nem catanho ” Lanche ” teve pro pessoal que vai fazer a inspeção naval… Read more »

MO

MaMateia totalmente plausiva e necessatia em um mundo local totalmente aculturado naval sera estranho que as midias mesmo pseudo especializadas tenham um minimo de noção do que seja isto Isto mostra para todo mundo que houve u. CT “Ticondebuco”, D 30, classe Garcia, ex USS Bradley Ff 1041 e assim twrminou dua historia Muito melhor do que em alguns anos ninguem souber comogoi a vida e historia ate o fim deste Bravo uanto lamentacao da materia … pq sera que não fico surpreso com as palavras … perguntaria o que twria feito para pteservacao de sua memoria … Ah, em… Read more »

carlos alberto soares

Caro MO
Ver um Amigo/Irmão sangrando afeta a todos.
Nem mais nem menos, apenas diferente em cada um.
Abraços Amigo.
Vi as fotos da ponta da praia, muito boas.

cesar ipolito

CTBUCO “Leão do Norte” da divisão de reparos, só quem passou sabe das conquistas nas comissões, exercícios, fainas de mantimentos e serviços de patrulha do cav daquele navio. Os adestramentos e portos visitados. Grato por tudo e por todos que fizeram parte dos comandos e da tripulação. Bravo zulu.

Mauricio R.

“…também, pelos potentes sonares AN/SQS-26 de 240 Kw, cujos transdutores pesavam 27t.”
.
Mas fizeram o “serviço chinês” nesse sonar e em seus transdutores????

Mauricio R.

Se é que esse sonar inteiro, não tenha que ser devolvido aos americanos, peça por peça, parte por parte, manuais inclusos; como forma de resguardar a tecnologia. Mesmo que datada e até obsoleta.

Airacobra

Triste fim de um navio, principalmente o que leva o nome de meu estado, tenho varios amigos que serviram nele, lembro da época em que ele se destacava nos exercicios de tiro em alcatrazes, deixo aqui meus sentimentos a todos que ja serviram neste belo e honrado navio.

Luciano

Alguns anos atrás o EB produziu um material sobre o Brasil na II Guerra Mundial, realizando diversas entrevistas e depois disponibilizando transcrições das mesmas, tanto me material impresso quanto em cd-rom (História Oral do Exército na Segunda Guerra Mundial – HOESGM), o que se tornou uma ferramenta fantástica para quem pesquisa ou se interessa pelo assunto. Pergunta, o centro de memoria da marinha nao tem um projeto de coleta e registro das tripulações de sua embarcações?

Fernando "Nunão" De Martini

“Luciano em 07/02/2016 as 17:35” “XO em 07/02/2016 as 18:31” “Luciano em 07/02/2016 as 22:02” . Luciano e XO, boa tarde. . O antigo SDM mudou de nome para DPHDM (Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha), a partir de meados de 2008, ampliando também suas atribuições. . Quanto a programas ligados à História Oral, sei que houve iniciativas do SDM que prosseguiram após essa mudança. . Nas décadas de 1970-80 sei que o alte reformado e historiador Helio Leôncio Martins gravou entrevistas com oficiais contemporâneos seus (na ativa nas décadas 1930/40/50/60), e cheguei a solicitar na DPHDM alguns… Read more »

Luciano

*registro de depoimentos

XO

Luciano, o Serviço de Documentação da Marinha tem um vasto acervo, mas não sei o quanto é oriundo de testemunho do pessoal… Mas, em todo caso, Conheço um bom livro vendido pelo SDM, A bordo do Contratorpedeiro Barbacena, o qual reune experiencias vividas por diferentes militares na IIGM, mas condensadas como tivessem sido vivenciadas a bordo de um so Navio…

Luciano

Xo, obrigado pela indicação. Já tinham me indicado o SDM, porém, como meu foco de pesquisa sempre foi a FEB e meu tempo era exíguo para entregar a dissertação, nunca pude conhecer seu acervo. Trabalhei com o material do Arquivo Histórico do Exercito (AHEx-PDC-RJ). Nao conheço os detalhes do projeto do CT Barbacena, porém, metodologicamente é um pouco temerária essa ação de condensar narrativas. Porém, é muito importante que a MB tenha açoes no sentido de preservar sua memória. Você conhece esse material que citei? Há o depoimento de alguns militares da marinha, no Tomo 8, relatando suas ações no… Read more »

Luciano

Aliás, nao precisa ser uma ação de pesquisa institucional. O Poder Naval seria extremamente indicado para algo assim. O conhecimento de causa, os contatos , o trânsito institucional, juntamente com a ajuda de historiadores profissionais, garantiria um excelente trabalho, que poderia ser publicado numa edição especial da revista e ainda ser lançada uma edição digitalizada, na integra, com todas as entrevistas realizadas.

Vou mais longe, poderia ser um projeto das 3 forças, envolvendo toda a Trilogia!

Nonato

Melhor sonar do.mundo? Um navio da década de 1960?
E quanto a navios que completam a vida operacional?
Qual é o destino deles? Alvo? Museu? Desmanche? Relíquia?
Não sou do ramo mas pelo que falaram da para imaginar que os que servem em determinados navios criam laços com eles.
Mas o que deve ser feito? Não desmanchar os navios?
Ou matérias desse tipo não são comuns nem bem vistas?
Como acontece no exterior?
Eu que não sou do ramo encarei tudo de forma bem natural…

Luciano

Nunão, trabalhei no mestrado com veteranos da FEB, realizando entrevistas com veteranos da ANVFEB-BA, mas tb utilizei fonstes documentais da AHEx. Estou para fazer o doutorado, mas ainda trabalhando com o EB, mas nas primeiras décadas do século XX. Contudo, é bom saber “onde as cobras dormem”, pois tenho amigos que pesquisam a história das 3 forças e o grupo de historiadores que abordam a História Militar dentro das academias civis é relativamente pequeno. Muito obrigado pelas indicações das fontes! especialmente o trabalho sobre história oral, que foi a fonte que mais utilizei no mestrado em história (“Memórias do front:… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“Luciano em 08/02/2016 as 22:10 Sua produção acadêmica esta disponível na net? Vc escreveu sobre o que no mestrado e doutorado?” . Luciano, boa tarde. . Obrigado por compartilhar sua dissertação. O tema é muito interessante e já baixei para ler assim que possível. . Meu mestrado foi defendido bem depois do seu, em 2014, e o doutorado está em andamento desde o ano passado. A pesquisa atual é sobre a construção de navios de guerra no Brasil em meados do século XX. O mestrado foi sobre esse mesmo tema, mas num período anterior: 1850-1910. A dissertação de mestrado está… Read more »

carvalho.

CT-BUCO tive a honra de servir por 3 anos!!!bravo -zulu LEÃO DO NORTE um triste final para um PAÍS sem memória.

Dalton

Nonato… a maioria dos navios que dão baixa vão para o desmanche. Alguns são usados como alvos e uns poucos são transformados em recifes artificiais e museus. . No caso de navios museus nos EUA acontece o seguinte: um grupo de pessoas interessadas em preservar um determinado navio juntam a quantia necessária para a conversão em museu, inclusive pagamento de pessoal, contactam autoridades para fornecer um lugar adequado e apresentam a proposta para a US Navy que após analise e assegurar-se que o navio será bem tratado cedem o mesmo, caso contrário o navio terá seu destino escolhido pela US… Read more »

Nonato

Valeu Dalton. Todo mundo fala em conservar memória. Mas isso não é fácil. E parece que não depende so de Cultura de um povo. Nem sei se na Europa eles fazem isso. Já imaginou a quantidade de gente para trabalhar em um navio? Ou os custos de manutenção? Até no caso do navio mencionado, para o desmanche é uma trabalheira… Por isso a empresa que arrematou desistiu… Se nem a marinha está preparada para lidar com essas situações… E isso nos remete ao Museu da TAM. Difícil se autossustentar. Ele pelo menos tem dezenas de aeronaves e deve vir para… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Nonato, bom dia. . Não sei se você sabe, mas já existem navios-museu no Rio, atracados ao cais do Espaço Cultural da Marinha, bem na área central da cidade: . https://www1.mar.mil.br/dphdm/espaco-cultural-da-marinha . Do acervo aberto à visitação, há um submarino da década de 1970, um contratorpedeiro de escolta da década de 1940, este último veterano da Segunda Guerra Mundial, a famigerada réplica da nau-capitânea do Cabral comemorativa dos 500 anos do Descobrimento, e também um rebocador de 1910 que fez parte da divisão que se juntou aos aliados ao final da Primeira Guerra Mundial, e que após várias décadas de… Read more »

Luciano

Nunão, muito obrigado por disponibilizar sua produção acadêmica! Já baixei tudo e lerei com muito gosto! O seu mestrado me fez lembrar o trabalho de um historiador, Adler Homero F. de Castro, que conheci através do meu orientador. Adler é uma sumidade sobre fortificações do séc XIX e é alguém que o próprio exército consulta quando tem interrogações! Ele poderia ser um grande colaborador do Forças Terrestres, no minimo. … Eu tô tendo alguma dificuldade com minhas fontes para o doutorado. Principalmente para as primeiras décadas do século XX. Se vc tiver um pouco de tempo e paciência posso explicar… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Luciano, pode mandar seu e-mail para o endereço da lateral direita da página (fale com os editores).
.
PS – o trabalho de Adler H.F. de Castro é bem interessante, tenho um livro no qual ele é co-autor, com Victor H. Mori e Carlos A. C. Lemos, e que trata de fortificações militares da Baixada Santista.

Carlos Alberto Soares

“Fernando “Nunão” De Martini 10 de fevereiro de 2016 at 12:15
Nonato, bom dia.”
Há também um Sea King, quando reabrir vá visita-lo como sugeriu o De Martini, vai gostar.

Edervaldo Filho

Fui o primeiro Encarregado da Divisão O-1 e Oficial de Manobra desse imponente Navio.
Carinho especial pelo ex-D-30.
Missão muito bem cumprida por todos da primeira tripulação.
LEÃO DO NORTE!

jagderband#44

O que acham da Knox?
Deslocava 2000 Ton a mais que a Garcia….

Fernando "Nunão" De Martini

jagderband#44, boa tarde. . Eu gosto muito da classe Knox. Foi um melhoramento significativo da classe Garcia, notadamente na confiabilidade da propulsão, e com mais espaço útil. Não foi à toa que construíram quase 50 delas, mais do que a soma das demais classes anteriores de contratorpedeiros de escolta / fragatas da USN do pós IIGM. Foi nessa classe que finalmente a USN conseguiu o equilíbrio entre porte / armamento / sensores / operação de helicóptero em contratorpedeiros de escolta com propulsão a vapor e equipados com o grande sonar AN/SQS-26. . Só serviram relativamente pouco tempo (20 anos em… Read more »

jagderband#44

Obrigado pela opinião Nunão.

As duplas Spruance + Knox ou Spruance + Garcia impunham respeito nos mid70´s e 80´s!

Carlos Eduardo Oliveira

Servi de 94 a 96 nesse navio.
Tive bons e maus momentos nele.

José Everaldo da Silva

Servi no D – 30 de 90 a 92 como marujo na praça de caldeiras neste período fiz 100 dias de mar e participei de varias operações navais.

Mateus S. De Souza

Todo navio retirado de serviço deveria ser ecologicamente desmantelado e não afundado ao mar, como em muitos casos. Parabéns á MB pela iniciativa.

Netto

A gente pode não gostar do comando, da oficialidade, da voga, da rotina ou até de alguns companheiros….Mas nunca deixamos de gostar dos navios por onde passamos.Só quem nunca serviu embarcado pode afirmar que um navio é só um monte de ferro. Serví embarcado em 4 CTs e falo por experiencia própria.O PERNA foi meu último navio, de onde desembarquei em 1997.Até hoje, guardo a camiseta com o desenho do navio e trabalhos marinheiros que ganhei em minha despedida.Saudades…

Elias Júnior

Tudo na vida tem um fim infelizmente. ..servi 6 anos com honra no Leão do Norte….belonave ativa e funcional….
Agora vem uns paisanos sem noção falar do que não entende….