SH-16 Seahawk da MB, lançando míssil Penguin

SH-16 Seahawk da MB, lançando míssil Penguin

100anosNo dia 23 de agosto de 2016 a Aviação da Marinha do Brasil completa 100 anos de história. Nessas dez décadas a Aviação Naval esteve presente em momentos importantes da história brasileira, criando a primeira escola militar de aviação do País e, portanto, tornando-se o berço da nossa aviação militar.

Como pioneira no Brasil, a Aviação Naval contribuiu com o desbravamento das rotas aéreas do litoral e em operações de patrulha durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1941, a Aviação da Marinha cedeu pessoal, bases aéreas navais e aviões para a criação da Força Aérea Brasileira.

Macchi M-9 Aerobote de reconhecimento e bombardeio da Marinha
Macchi M-9 Aerobote de reconhecimento e bombardeio da Marinha, no ano 1919

Atualmente, além de patrulhar nossos mares e águas interiores, nossos aviões e helicópteros são rotineiramente requisitados para diversas missões, tais como atividades de busca e salvamento, assistência hospitalar aos ribeirinhos da Amazônia e Pantanal Matogrosense, além de apoio à defesa civil em situações de calamidade pública, tais como enchentes, incêndios florestais e desastres ambientais.

Aviação Naval - linha do tempo
Linha do tempo da Aviação Naval Brasileira – Autor: Guilherme Poggio

A Aviação Naval é composta, basicamente, do Comando da Força Aeronaval, sediada em São Pedro da Aldeia, à qual estão subordinadas a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, o Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Almirante José Maria do Amaral Oliveira, a Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia, o Centro de Intendência da Marinha em São Pedro da Aldeia, cinco Esquadrões de Helicópteros e um Esquadrão de Aviões, e de mais três Esquadrões de Helicópteros, sediados em Manaus (AM), Ladário (MS) e Rio Grande (RS).

Além dos exercícios operativos que realizam com os nossos fuzileiros navais ou embarcados nos navios da Esquadra e das Forças Distritais, os helicópteros também participam de comissões hidrográficas em navios da Diretoria de Hidrografia e Navegação, nas Operações Antárticas e, ainda, em diversas missões de apoio, destacando-se as de caráter humanitário, tais como as de busca e salvamento e as de transporte em programas sociais do governo federal.

Cabe ressaltar as atividades normativas, técnicas e gerenciais realizadas pela Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM) em prol da Aviação, em especial aquelas relacionadas à modernização, a obtenção de novos meios aeronavais e à Segurança da Aviação Naval.

IH-6B Jet Ranger
Bell Jet Ranger III (IH-6B)

Esquadrão HI-1

O Esquadrão HI-1 foi criado em 1962, e sua missão precípua é realizar a parte prática de voo do Curso de Aperfeiçoamento de Aviação para Oficiais, a fim de complementar o ensino teórico ministrado no Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval. O HI-1 dispõe de helicópteros do tipo Bell Jet Ranger III (IH-6B), na versão “emprego geral” para instrução básica de voo.

Modelo Esquilo 1 Antártica
Esquilo Bi-Turbina (UH-13)

Esquadrões HU-1, HU-3, HU-4 e HU-5

O Esquadrão HU-1, primeira Unidade Aérea Operativa da Marinha do Brasil, foi criado em 1961 e, desde a sua ativação, vem participando de quase todas as operações aeronavais. Possui helicópteros Esquilo Monomotor (UH-12) e Esquilo Bi-Turbina (UH-13) para emprego em missões de ligação e observação; esclarecimento; lançamento de paraquedistas e de mergulhadores de combate; transporte de tropa; serviços hidrográficos; busca e salvamento; apoio humanitário; apoio às atividades na Antártica e muitas outras, razão pela qual lhe foi conferido o título de: “O FAZ TUDO”.

O 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-3), Esquadrão Tucano, foi criado pela Portaria Ministerial nº 0054 de 31 de janeiro de 1994 e ativado no dia 14 de abril do mesmo ano, tendo suas origens no Destacamento Aéreo Embarcado da Flotilha do Amazonas (DAE-FlotAM), criado em 1979 na cidade de Manaus, Amazonas.

No início de suas atividades, o Esquadrão Tucano utilizava helicópteros Bell Jet Ranger II (UH-6) de fabricação norte americana, atualmente utiliza o Helibrás Esquilo (UH-12).

Esquilo da MB
Esquilo UH-12

O 4º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-4), Esquadrão Gavião, foi criado pela Portaria Ministerial nº 0292 de 16 de maio de 1995, tendo suas origens no 1º Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) criado na Base Fluvial de Ladário, nas margens do Rio Paraguai, no Mato Grosso do Sul, atuando sob o comando do Sexto Distrito Naval. Atualmente emprega o Helibrás Esquilo (UH-12)

O 5º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-5), Esquadrão Albatroz, foi ativado no dia 25 de junho de 1998, nas antigas instalações da Base de Aviação Naval do Rio Grande, na Ilha do Terrapleno de Leste na Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul.

O Esquadrão Albatroz utiliza os helicópteros Helibras UH-12 Esquilo, realizando operações ribeirinhas e patrulhas fluviais, realizando missões de busca e salvamento (SAR), esclarecimento visual, transporte de tropa, evacuação aeromédica (EVAM), ligação e observação, apoio logístico, apoio às operações especiais, reconhecimento armado e ataque aéreo.

UH-14 Super Puma_VERTREP
UH-14 Super Puma

Esquadrão HU-2

O Esquadrão HU-2 foi criado em 1986 e dispõe das Aeronaves UH-14 Super Puma e UH-15 Super Cougar, estando capacitado para as mais diversas missões, em especial o Transporte de Tropa, Esclarecimento Aéreo, Lançamento de Paraquedistas e de Mergulhadores de Combate e Operações de Busca e Salvamento.

Super Lynx - 2
AH-11A Super Lynx

Esquadrão HA-1

O Esquadrão HA-1 foi criado em 1978 com a missão de prover os meios aéreos do sistema de armas das Fragatas classe Niterói, a fim de ampliar as possibilidades dos sensores de bordo, assim como a capacidade de reação destes navios. Ao Esquadrão são atribuídas missões de esclarecimento de área marítima, acompanhamento de alvos além do horizonte radar dos navios, resgate e salvamento em alto-mar e transporte de feridos. As aeronaves AH-11A Super Lynx podem ser armadas com torpedos, bombas de profundidade e mísseis ar-superfície.

SH-16 Seahawk e NPaOc Apa
SH-16 Seahawk e NPaOc Apa

Esquadrão HS-1

O 1º Esquadrão de Helicópteros Antissubmarino (HS-1) foi criado em 28 de maio de 1965 pelo então Ministro da Marinha, Almirante de Esquadra Paulo Bosisio. Tem como missão realizar operações antissubmarino.

Foi pioneiro, em 1965, na participação de aeronaves antissubmarino baseadas no NAeL Minas Gerais (A-11) e, em 21 de julho de 1967, no lançamento de torpedo de um helicóptero. Opera atualmente helicópteros Sikorsky SH-16 Seahawk que também tem capacidade para atacar navios.

O seu lema é: “Ad astra per aspera” (É árduo o caminho para os astros).

AF-1 pousando
AF-1 pousando no NAe São Paulo

Esquadrão VF-1

O 1º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1) foi criado pela Portaria Ministerial nº 256, de 2 de outubro de 1998, contando inicialmente com vinte e três aeronaves McDonnell Douglas A-4KU Skyhawk provenientes da Força Aérea do Kuwait.

A Marinha do Brasil tinha perdido o direito de operar aeronaves de asas fixas em 1965, transferindo as suas aeronaves deste tipo para a Força Aérea Brasileira, ao mesmo tempo em que a FAB transferiu para a MB os helicópteros navais que possuía.

Pelo Decreto Presidencial nº 2.538, de 8 de abril de 1998, a Marinha do Brasil recuperou o direito de operar as próprias aeronaves de asa fixa destinadas a operar a partir de seus navios. Nesse mesmo ano foram recebidos os aviões A-4KU Skyhawk, 20 monopostos e 3 bipostos, que receberam respectivamente as designações AF-1 e AF-1A.

VF-1 15 anos
AF-1 com pintura comemorativa dos 15 anos do Esquadrão VF-1

Os Skyhawk da Marinha estão passando por modernização na Embraer e recebendo as designações AF-1B e AF-1C (bipostos).

O treinamento dos pilotos do VF-1 é realizado na Força Aérea Brasileira, na Armada da República Argentina e na Marinha dos Estados Unidos da América.

O esquadrão operou a partir do Navio-Aeródromo Ligeiro NAeL Minas Gerais, posteriormente substituído pelo NAe São Paulo, que atualmente encontra-se parado aguardando recursos financeiros para uma grande reforma.

NAe São Paulo
NAe São Paulo
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Rinaldo Nery

Parabéns à Aviação Naval pelo seu centenário! Tenho muito orgulho de ter tido a oportunidade de servir por três anos na Macega, de 1988 a 1990, e conhecer por dentro a nossa Aviação Naval. Lembro dos coquetéis após a cerimônia, no hangar do HA-1, regados a um bom cubano trazido pelo Minas Gerais. Penso que foi um erro histórico a crise FAB/MB, em 1965, que selou o fim da aviação de asa fixa na MB, retornando, somente, com a ativação do VF-1. Hoje o Brasil e a MB teriam um componente aéreo mais poderoso e capaz. A visão, naquela época,… Read more »

Rinaldo Nery

No hangar da Direção do PAMAGL, nos seus corredores, há várias fotos da época de ouro da Aviação Naval. Aquele hangar foi construído pela MB.

Delfim Sobreira

Pergunta : a MB usa 4 modelos de helicóptero médio, existe algum estudo pra se usar um único modelo multimissão ?

Juarez

Os SP devem ser retirados em breve, ficando os Lynx, os MH 16 e as Kombis, por mim, se passava as kombis nos cobres e se compravam mais SH60 versão utilitários, mas…

Bravo Zulu aos aviadores navais.

G abraço

XO

BZ aos AvN… belas fotos… do Esquilo, então… fez lembrar a lenda naval de uma autoridade que saiu cuspindo fogo porque a ANV estava “com a porta zarconada”… rsrsrsrsrsrs…

Dalton

Faltou mencionar o “Wasp”…um helicóptero pequeno, mesmo assim o piloto tinha que ser bom para pousar nos antigos contratorpedeiros.

Marcelo Andrade

Juarez, pelo que li os SP deverão ser distribuídos para outros Esquadrões, notadamente, na Amazônia e Ladario, mas pode ser que tenha sido cancelada esta ideia.

Participei de dois eventos de aniversário da Aviação Naval, ambos a convite do meu amigo CA Matias, que foi comandante da Macega e da Força Arronaval.

Alexandre

A aviação naval da Marinha Brasileira é um motivo de orgulho para todos nós, mesmo com todos os problemas que passamos, mesmo que nossos caças A4 não estejam todos modernizados, mesmo que nosso porta aviões precise de uma modernização, ainda assim, somos sem dúvidas a melhor e mais capaz Marinha de guerra da América Latina, e isso se deve a nossa aviação naval, que nos garante não somente superioridade aérea, mas também uma grande vantagem aos nossos navios de guerra em detecção aérea , transporte, guerra anti submarino e guerra anti navio. Para se ter uma ideia, nossa aviação naval… Read more »

Rinaldo Nery

Menos, Alexandre. Não tem nem 5 A-4 disponíveis. E um modernizado está no fundo do oceano. Forçou a barra querendo comparar com as Marinhas chilena e peruana, que têm hipóteses de guerra reais (uma contra a outra).

Aviation

Rinaldo Nery Depois de 5 anos volto aqui pra responder seu comentário, veja quantos A4 temos hoje? Claro que estrategicamente não vamos usar tudo ao mesmo tempo, mas temos os 6 em linha amigão. Desdenhou do seu próprio patrimônio,

Alexandre…BZ

Rubens Herédia

Caros, pena eu desconhecer o fato anteriormente, mas, deixo meu registro e desejo de sorte e admiração pela força. Em breve desejo iniciar meu programa para TV, no segmento do HISTORY Channel e, poderíamos realizar alguma matéria …. Abço.