ARA San Juan: baterias não eram novas, foram recondicionadas

101

Baterias do submarino ARA San Juan

Baterias do submarino ARA San Juan sendo reparadas

Há quase doze anos, em 1º de dezembro de 2005, o Estatuto Geral da Armada Argentina assinou um contrato com a Hawker GmbH alemã para os trabalhos de substituição de 964 células de propulsão do tipo bateria Varta 14UR12F para o submarino ARA San Juan pela soma de Cinco Milhões e 100 mil euros (€ 5.100.000,00), segundo o Relatório Nº 77 do Senado da Nação, página 329.

Como comparação, um conjunto de baterias para um submarino Type 209 custa de 3,5 a 4 milhões de dólares por 440 elementos de baterias novas. Como o TR-1700 tem mais que o dobro das baterias do Type 209, um conjunto completo de baterias novas para ARA San Juan poderia ultrapassar facilmente os € 7.000.000,00 na cotação de hoje.

Porém, não foi feita a substituição por baterias novas, como se pretendia em 2005. Elas foram recondicionadas, conforme revelaram fontes do Poder Naval na noite de quinta-feira, 23 de novembro. E, de fato, o estaleiro Tandanor, que fez o reparo de meia vida no ARA San Juan, diz em seu site que foi feito “um replacado e a reparação integral de cada uma das 960 baterias“. Também é informado pelo Tandanor que as válvulas e outros mecanismos do submarino foram reparados para atingir sua condição original. As baterias da ARA foram alteradas pela empresa Varta.

Hidrogênio – Vale acrescentar que o manual do fabricante original do TR-1700 recomenda a troca das baterias por novas a cada 5 anos, pois um dos problemas das baterias velhas é que elas liberam muito hidrogênio.

O período em que as baterias mais produzem hidrogênio é justamente durante a recarga, por isso, quando o snorkel é usado na recarga o ar é puxado dos compartimentos de baterias primeiro, é levado até os motores e colocado para fora pelo snorkel.

Fontes do Poder Naval informaram que, para evitar a concentração de hidrogênio na atmosfera do submarino, é feito o “battery monitoring”, que mantém o monitoramento das baterias e informa se elas estão produzindo muito hidrogênio. Isso porque o hidrogênio, caso atinja uma concentração de 3% de na atmosfera do submarino, é inflamável se houver uma faísca. Com mais de 5% de concentração ele se torna explosivo.

Curto circuito – Os informes de que o comandante do ARA San Juan, em suas últimas comunicações com a base antes de desaparecer, relatou entrada de água no snorkel e um curto-circuito nas baterias, podem ajudar a explicar porque houve uma explosão no submarino. Podem até mesmo ser aventadas hipóteses de faísca e explosão a partir desse curto-circuito, caso a concentração de hidrogênio estivesse mais alta que o limite.

Porém, são apenas hipóteses. Somente quando e se o submarino for encontrado é que será possível, a partir da análise do naufrágio, chegar mais perto de uma conclusão sobre a verdadeira causa da perda do ARA San Juan.

La Nacion – Nesta manhã de 24 de novembro, enquanto finalizávamos esta matéria, o assunto das baterias do submarino San Juan também começou a ganhar mais destaque na mídia argentina, em especial no jornal La Nacion. Segundo o jornal, fontes qualificadas da Armada Argentina disseram que os elementos da bateria estavam em condições de uso e que a repotencialização realizada na argentina, com supervisão do fabricante alemão, foi cumprida de forma satisfatória. Essas fontes também destacaram que “se o San Juan saiu para sua missão é porque estava em ótimas condições para fazê-lo”.

A razão para recondicionar ao invés de comprar elementos novos de bateria foi o custo. Cada elemento novo custaria, segundo o jornal, cerca de 10.000 euros, o que multiplicado por 960 euros, chegaria a uma fortuna (9 milhões e 600 mil euros, mais ainda do que o estimado pelo Poder Naval, no início desta matéria). Por isso, segundo o jornal, foi decidido usar as mesmas carcaças e trocar os seus elementos desgastados e o ácido, num trabalho conhecido como “replacado”, com garantia de seis anos de uso em 100% da capacidade.

Relembrando a celebração após um longo trabalho

27 de setembro de 2011. Naquela tarde, a então presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner participou das festividades para finalizar o reparo de meia-vida do Submarino ARA San Juan (S42). A cerimônia ocorreu nas instalações do Complejo Industrial Naval Argentino (CINAR), composto pelos estaleiros Tandanor e Almirante Storni (anteriormente Estaleiro Domecq), especialmente construído para a produção dos submarinos TR-1700, localizado em Costanera Sur, na Cidade de Buenos Aires. O chefe do Estado-Maior da Armada da Argentina, almirante Jorge Omar Godoy recebeu a presidente, que discursou.

“Hoje estamos terminando o que se chama as principais tarefas para o “reparo de meia-vida” do submarino ARA San Juan (S42), que foi lançado em 1983 e começa a fase de preparação”, explicou a presidente Cristina Fernandez de Kirchner durante a cerimônia. Ela também mencionou em seu discurso a intenção, no futuro imediato, de montar o submarino ARA Santa Fe, paralisado desde o final da década de 1980.

A presidente disse que “um setor que foi considerado totalmente perdido está sendo lançado”; e afirmou que “a Argentina começou a desempenhar um papel que nunca deveria ter sido abandonado”, ao mesmo tempo que elogiava “o trabalho de técnicos, cientistas, trabalhadores e engenheiros”. A presidente indicou que o principal trabalho do submarino ARA San Juan foi realizado inteiramente por técnicos argentinos, em contraste com o que aconteceu anos atrás, quando um navio gêmeo “teve que ser reparado no Brasil” porque “a indústria naval havia sido desmantelada”.

Uma vez concluída a sua manutenção, que incluiu a incorporação de um radar de navegação portátil, equipamentos de comunicação e um plotter, o ARA San Juan retornou ao mar. No relatório das obras descritas pelo estaleiro Tandanor, foi indicado que “a reparação da semi-vida de um submarino é uma das obras mais difíceis e complexas da indústria naval”.

A principal dificuldade foi cortar o casco para permitir a substituição dos motores. Uma vez que essa tarefa foi concluída, os motores foram trocados, as baterias foram reparadas e parte do equipamento foi renovado de modo que, no final de 2011, os segmentos do casco foram soldados novamente. O trabalho foi definitivamente concluído em 2014, o que permitiu que o San Juan retomasse suas atividades de patrulha marítima a partir de então. O ministro da Defesa, Agustin Rossi, culpou o atraso da obra pela falta de fundos e ausência de mão de obra qualificada.

Subscribe
Notify of
guest

101 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Anildo Silva

Esse e’, sem duvida, um forte candidato a ser um dos motivos da explosao, mas como a materia destaca, encontrar o submarino e’ absolutamente necessario para se tentar apurar as verdadeias razoes deste infeliz acidente.

E’ aquela coisa, o barato as vezes acaba saindo caro… bem mais caro.

SmokingSnake ?

E as consequências do populismo e da corrupção do kirchnerismo segue fazendo mal a Argentina, aqui não é muito diferente deixaram o país totalmente sem dinheiro.

Alex Nogueira

Acredito que o fator principal desse acidente foi mesmo a entrada de água pelo snorkel, infelizmente o comprimento do tubo foi pequeno em vista das condições de mar quando do procedimento de coleta de ar, a partir dai a sucessão de eventos aconteceu em efeito dominó, onde cada detalhe culminou para a perda do submarino. Muito triste. *Mesmo que o recondicionamento das baterias não tenha sido o fator primário para essa explosão, cedo ou tarde poderia vir a ser a fonte primária de algum outro acidente, espero que todas as marinhas do mundo, que operem submarinos passem a dar mais… Read more »

Emmanuel

“(…)A presidente indicou que o principal trabalho do submarino ARA San Juan foi realizado inteiramente por técnicos argentinos, em contraste com o que aconteceu anos atrás, quando um navio gêmeo “teve que ser reparado no Brasil” porque “a indústria naval havia sido desmantelada”.”
Já vi essa conversa antes.
Aqui no Brasil.
Esse é o resultado.
Espero que não aconteça nada parecido com a nossa marinha.
Ainda tenho esperanças que eles serão encontrados vivos e resgatados.
Abraço.

Burgos

Galante, Nunão, Srs do Blog;
Bom dia a todos;
A quem interessar.
O site do UOL publicou a lista com o nome dos falecidos dessa tragédia, com um breve resumido da vida dos que se foram.
Galante!!!
Bem que blog podia prestar também uma homenagem postando essa lista também !!!
É possível ?!

Jefferson Santiago

Sou mais um que acompanha como entusiasta o site sem participar por não ter o nível da turma. E, também, mais um que ficou aflito com este caso.
Todo acidente e incidente geram novas regras e procedimentos para evitá-lo, seria o caso de, em tempos de paz, abandonar um submarino (no mínimo abortar a missão) em tais circunstancias com as baterias daqui para frente ?

Junior

“Preço de Banana resulta em serviço macaco” . Não se recomenda economizar na manutenção de um simples automóvel por questões de segurança , o que dizer de um equipamento tão complexo como este .

leonel testa

Embora o desfecho foi o pior possivel embora o mais provavel quero parabenizar o PODER NAVAL pela excelente cobertura do caso Jornalismo puro

Guilherme Poggio

Burgos

Não temos a confirmação do falecimento dos tripulantes.

donitz123

Não poderia ter sido a explosão de um torpedo a causa? Já aconteceu antes.

HMS TIRELESS

E eis que o populismo corrupto, irresponsável e incompetente dos Kirchners continua fazendo vítimas mesmo já tendo se passado dois anos do dia em que a Rainha louca dos Pampas foi defenestrada junto com sua malta de bandidos da Casa Rosada. Assim, caso seja comprovado que a causa desse trágico e lamentável acidente, que pode ter ceifado a vida de combatentes inocentes a serviço da Republica Argentina condenando-os a um túmulo subaquático, é imperioso que os responsáveis sejam punidos. Entretanto tal punição não pode ficar restrita apenas aos que ocupavam os altos postos na Armada argentina e no ministério da… Read more »

Marcelo-SP

1. “o manual do fabricante original do TR-1700 recomenda a troca das baterias por novas a cada 5 anos, pois um dos problemas das baterias velhas é que elas liberam muito hidrogênio.” 2. “foi decidido usar as mesmas carcaças e trocar os seus elementos desgastados e o ácido, num trabalho conhecido como “replacado”, com garantia de seis anos de uso em 100% da capacidade.” Como é que se dá 5 anos de uso para baterias novas e 6 para recondicionadas??? Não posso dizer qual foi a causa do acidente, mas me parece que o acúmulo de hidrogênio deveria estar sendo… Read more »

Audax

SmokingSnake ? 24 de novembro de 2017 at 8:31 E as consequências do populismo e da corrupção do kirchnerismo segue fazendo mal a Argentina, aqui não é muito diferente deixaram o país totalmente sem dinheiro. Concordo com vc totalmente. Esse assunto foi motivo de discussões acaloradas no outro tópico que preferi não perder meu tempo. Mas aqui como lá sofremos do mesmo problema. Na última década e meia tivemos governos populistas que ajudaram a afundar o país é sucatear saúde, escolas e as Forças Armadas. Quem não gostou, lamento. Nem percam o tempo em reclamar pois nem me darei o… Read more »

Roger

“Fontes do Poder Naval informaram que, para evitar a concentração de hidrogênio na atmosfera do submarino, é feito o “battery monitoring”, que mantém o monitoramento das baterias e informa se elas estão produzindo muito hidrogênio. Isso porque o hidrogênio, caso atinga uma concentração de 3% de na atmosfera do submarino, é inflamável se houver uma faísca. Com mais de 5% de concentração ele se torna explosivo.” Comentei aqui ontem, meu estranhamento de 2 das 7 sondas instaladas em todo planeta terem detectado a explosão. Só para efeito de consulta, na Wikipédia consultem o que é uma: “BOMBA DE HIRDOGÊNIO” Podiam… Read more »

Dalton

Se é que havia torpedos a bordo…muitas vezes em missões de rotina, treinamento, um submarino necessariamente não é “municiado”… “ammo onload” como se diz em inglês,
mas, não acredito que seja a causa, nenhuma fonte teorizou isso e o que aconteceu no
“Kursk” russo foi algo diferente e extremamente incomum para se ter como exemplo.

HMS TIRELESS

Audax 24 de novembro de 2017 at 9:23

Em qual tópico se deu a discussão meu amigo?

Audax

Submarino não tem caixa-preta, a caixa-preta é o submarino’ diz juíza argentina.

HMS TIRELESS. Se quiser vá lá e jogue gasolina na brasa. kkkk

Burgos

Pois é Guilherme Poggio!!! Bom dia; Não se tem a confirmação, mas já estão a + de 8 dias desaparecidos. A todos me desculpe a triste realidade mas Vou falar uma coisa aqui que ninguém ainda se tocou disso. A Marinha Argentina só está cumprindo o protocolo e outras formalidades. E vou mais longe disso. Ela já devia saber e foi informado lá pelo quarto ou quinto dia após o desaparecimento do sub pelo órgãos competentes da Áustria e dos EUA (anomalia hidroacústica). Triste, mas é realidade !!! Com vida com certeza não estão mais!!! Só por um milagre supremo.… Read more »

HMS TIRELESS

Audax 24 de novembro de 2017 at 9:34

Vou jogar um SUBROC! lembra dele?..rs!

César A. Ferreira

Alguém por aí não sabe o que é uma bateria? O fato delas terem sido re-emplacadas. ou seja, terem sido as placas, os diodos, trocados significa que a bateria é nova. O serviço foi feito pela Varta! Alguém aí acha que _________________________ É aquela velha história, depois da comoção nacional a depressão, e a raiva que impõe a busca por culpados. É a hora do oportunismo político. ______________________ É o que faz a mídia argentina não especializada. Existem três nações que eu saiba que são capazes de reparar submarinos na América Latina: Argentina, Brasil e Chile. O ataque ideológico promovido… Read more »

Nunão

HMS Tireless e Audax, o espaço aqui é para debate, não para fomentarem rixas pessoais.

Moderem as atitudes, brigar por brigar ou usar o espaço como palanque pra disputas ideológicas são motivos para apagarmos comentários e bloquearmos comentaristas.

Vocês já frequentam a Trilogia tempo suficiente para saber disso.

Audax

Lembro sim. Afff. Vai fazer um estrago. Em outros post coloquei. 1- o acidente deve ter sido rápido e não haveria sobreviventes. 2- que a falta de recursos seria um fator contribuinte. 3- quando se dessem conta que tudo estava perdido abririam a Caixa de Pandora da ARA. Acusações seria disparadas para todos os lados. 4- muitos do alto comando seriam culpados e a última geração de almirantes que combateram nas Malvinas deixaria a ativa. 5- que após algum tempo fariam manobras diversionistas inaugurando monumentos e dando nome das vítimas a OMs. Não sou nenhum cara inteligente, é apenas o… Read more »

MARCO ANTÔNIO TEIXEIRA DE CARVALHO

Uma pergunta, como está a manutenção do nossos 5 submarinos ?

HMS TIRELESS

OK Nunão, embora eu ache que certos comentaristas merecem ser desmascarados!

pgusmao

Não há dúvida que o acidente ocorreu em decorrencia de cortes orçamentários cada vez maiores nas FA argentinas, prontidão militar de qualidade exige investimentos, não dá para brincar, espero que o Brasil leve como lição essa tragédia e não comprometa a segurança de nossos militares. Sou da opinião de que se não tem condições para ir ao mar, o melhor é não ir.

André

Uma Marinha que (sempre) almejou despontar no Atlântico Sul – outrora até poderosa -, que depois de sucessivas crises econômicas e mais recentemente de muitos anos de Kirchnerismo, chega ao estado (precário ao extremo) operativo dos dias de hoje… Os militares de lá devem se sentir num desalento só… No mais, como não desconfiar, nesse cenário, de que o acidente do San Juan não seja, ao menos em alguma medida, fruto dessa precariedade da ARA que a cada ano só faz aumentar? Que ao menos sirva de alerta para o Brasil e a MB, esta última que almeja um dia… Read more »

HMS TIRELESS

Concordo contigo Pgusmão!

camargoer

Olá Roger. Uma explosão causada por gás hidrogênio é uma reação de combustão muito rápida. Consome oxigênio e forma água, liberando muita energia que eleva a temperatura que acelera a reação. É uma reação química que libera muita energia muito rapidamente. Uma das consequências, é a elevação da pressão interna e a geração de uma onda de choque. Por outro lado, uma bomba de hidrogênio é um evento de fusão nuclear. A primeira é uma reação química, a segunda uma reação nuclear.

FRITZ PILSEN

Em países com as dimensões, as condições econômicas e sociais do Brasil e da Argentina o cobertor é sempre mais curto do que a necessidade. Claro que a classe política e o sistema corrupto atrapalham também. Porém, convenhamos, que países em desenvolvimento tem questões bem mais urgentes para equacionar do que investir em armas de guerra; principalmente quando analisamos o cenário das próximas décadas e a evolução da sociedade e podemos concluir que o risco de conflitos armados entre países é cada vez menor (ainda bem). Não acho justo culpar a Cristina Kichner pelos eventuais problemas ocorridos na reforma geral… Read more »

HMS TIRELESS

Eu discordo…..

_______________
uma das características do Kirchnerismo, além da corrupção, foi o pesado aparelhamento do Estado argentino, em especial por uma máfia chamada “La Campóra” que era dirigida pelo primeiro-filho Maximo Kirchner.

Ademais e como bem colocado pelo NAVAL, impunha-se a SUBSTITUIÇÃO das baterias e não o seu mero recondicionamento.

COMENTÁRIO EDITADO.

Roger

camargoer 24 de novembro de 2017 at 10:05

Obrigado por nos informar detalhadamente sobre esta grande diferença entre os tipos de explosões do Hidrogênio

Fila

Eu não diria que estamos podendo abrir mão de investimentos na Defesa, PELO CONTRÁRIO. O que acho injusto é jogar todas as culpas e infelicidades em um orçamento que deixa a desejar. Todo mundo quer ter mais dinheiro, até as forças armadas americanas reclamam de orçamento apertado, apesar dos 700 bi de dólares a que tem direito.

Apenas insisto que, se não há segurança para operar, que não opere. Essa informação sobre a segurança proporcionada pelo meio e a decisão de se navegar, cabia apenas a Armada.

Danilo José

O fabricante recomenda a troca a cada cinco anos, o que realmente eu gostaria de saber é se as baterias do ARA San Juan, tivessem sido trocadas por novas e ele partice em missão erguesse o snorkel em mar revolto entra água o suficiente para alcançar as baterias e seu compartimento, mesmo sendo novas estas também poderiam explodir ou entrarem em curto circuito a ponto de explodir o compartimento por excesso de vapor de hidrogênio ???

Saudações amigos do blog,

Danilo José

Bosco

Camargoer,
Só complementado seu comentário dirigido ao Roger, uma explosão provocada pela fusão do “hidrogênio” é um evento peso por peso milhões de vezes mais energético que qualquer reação química.

camargoer

Olá Roger. O assunto é sempre interessante. Tem um livro muito legal do Dalton Barroso “A física dos explosivos nucleares” que vale a pena. O texto é avançado, mas se você tiver paciência e não se preocupar demasiadamente com a matemática, dá para aprender muito.

Roger

Bosco 24 de novembro de 2017 at 10:26

Agora consigo entender o porque de usarem o termo:
-Mãe de todas as bombas
Se uma reação química da concentração de hidrogênio dentro do submarino fez isso, o que poderia imaginar se ele tivesse carregando uma ogiva, mas isso “se ele fosse” um submarino nuclear (que não é o caso)

Roger

camargoer 24 de novembro de 2017 at 10:37

Agradeço pela dica de leitura

camargoer

Olá Bosco. Obrigado pela observação. Isso realmente é relevante para a discussão. Valeu!

camargoer

Olá Roger. O Daton tem um tese “SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE DETONAÇÕES TERMONUCLEARES EM MEIOS HÍBRIDOS DE FISSÃO-FUSÃO, IMPLODIDOS PELA RADIAÇÃO” mas teria que buscar lá no IME no RIo de Janeiro. Eu acho que ela não está disponível para baixar pela internet.

Roger

camargoer 24 de novembro de 2017 at 10:41

Esse assunto desperta muito interesse, afinal desde a época da 2ª guerra, a única arma que qualquer pais faz de tudo para possuir e deter sua tecnologia, é a Termo Nuclear. Prova disso é a fissura do ditador Norte Coreano em finalizar seus testes de misseis, e depois mostrar ao mundo (que esse louco) pode ameaçar qualquer nação que se oponha a ele.

Dilbert SC

Acompanho a trilogia a muito tempo mas nunca postei nada aqui. Gosto mais de ler os comentários dos nossos especialistas. Como sou engenheiro eletricista e tenho um bom conhecimento em banco de baterias, me sinto mais a vontade para dar meu pitaco. Durante o processo de recarga das baterias é o momento em que elas mais geram hidrogênio. E hidrogênio em ambientes confinados é extremamente perigoso por ser facilmente explosivo. Nenhum equipamento recondicionado fica no mês patamar de um novo. No Brasil não temos mais empresas especializadas em grandes bancos de bateria e nos últimos anos esses equipamentos são importados… Read more »

Tamandaré

Entendo que isto possa ser encarado de forma negativa pelas pessoas, mas esse “recondicionamento” é um processo certificado, feito por profissionais, que tem algum grau de garantia e segurança, correto??

Sendo isso verdade, não vejo como seja possível jogar a culpa dos fatos (se realmente tiver havido essa explosão em virtude do hidrogênio) nas baterias remodeladas.

Se eu tiver entendido errado a situação, perdoem-me! Bom dia a todos

Marcelo-SP

Fritz Pilsen, você não fala “a doenta”, “a adolescenta” ou “a videnta”. Portanto, não deveria falar o ridículo “a presidenta”. Essa novilíngua que o petismo quer impor aos brasileiros, desprezando séculos da língua portuguesa, só denota a soberba ignorante daqueles que a praticam como forma de posicionamento. Fica a dica…

Rinaldo Nery

Interessante. Fui linchado no outro tópico porque relacionei o acidente com cortes orçamentários perpetrados por governos populistas. E agora matéria vem corroborar o que postei. Como diz o Juarez, o tempo é o senhor da razão.

Walfrido Strobel

Eu ja visitei uma indústria que recondicionava baterias de caminhões nos anos 90 em Curitiba, ela sai com a mesma qualidade da nova. Eles tiram o ácido, abrem a bateria, tiram todas as placas, lavam, depois colocam placas novas que podem ser do mesmo produtor das baterias novas ou de outro produtor, trocam os terminais e no final fecham o conjunto lacrando as laterais para não vazar e enchem de ácido. Vejam que no caso Argentino foi feito com material e supervisão da VARTA, fabricante das baterias. Como as placas, os separadores, o acido e os terminais são novos, na… Read more »

Renan

(9 milhões e 600 mil euros – 5.100.000,00= 4,5 milhoes de euros. Já sei quanto custou cada vida de cada marinheiro naquele submarino incriveis 103 mil euros. “, as baterias foram reparadas e parte do equipamento foi renovado ” Ou seja meia boca. Incrivel um submarino não ter uma bolça para o snorquel. Onde funcione como um diafragma, a agua aspirada fica no fundo e é expulsada por bombas, e o ar seja coletado pela parte de cima impedindo a aspiração de agua pelo motor. Eu tinha comentado horas antes da publicação do PN sobre a possibilidade de agua ter… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“Incrivel um submarino não ter uma bolça para o snorquel. Onde funcione como um diafragma, a agua aspirada fica no fundo e é expulsada por bombas, e o ar seja coletado pela parte de cima impedindo a aspiração de agua pelo motor.”

Renan,
Quem disse que não tem? O snorkel de submarinos é desenvolvido de forma a evitar a ingestão de água do mar, com dispositivos de segurança. Pode ter não funcionado de acordo, ou as condições de mar extrapolaram os parâmetros de segurança.

PAULO SANTANNA

A ser confirmar essa hipótese, já sabem quem são os culpados, né?

PAULO SANTANNA

Corrigindo: A se confirmar ………..

Leandro Costa

É bom lembrar, antes que a torrente de críticas se inicie (ou continue ainda mais forte), que mesmo que o submarino seja encontrado, não significa que possa ser acessado, ou que se possa entrar nele, ou muito menos que se possa erguê-lo ou se retirar partes dele. Fazer qualquer tipo de busca ou retirada de material pesado do fundo do oceano é algo EXTREMAMENTE complicado que envolve um sem número de variáveis. Navios como o Glomar Explorer não surgem do dia para a noite, certo? Muito do que foi aprendido com desastres passados foi adquirido através de análise de imagens… Read more »

Jose de padua

Realmente o tempo é o senhor da razão! Mas no caso do seu comentário Cel. Nery ele se desfez no comentário seguinte, Strobel está correto, baterias recondicionadas tem praticamente qualidade igual ao das outras. Quanto a entrada de agua pelo snorkel, a falha da solenóide que fecha a entrada quando as ondas ultrapassam a altura do snorkel causam entrada de agua vem acima do aceitável, pq mesmo.em condições OK d funcionamento, eventualmente entra agua mesmo. Acho q o correto seria não esnorquear com mar muito crespo. Outra coisa q não sei é se o procedimento padrão quando submerso são escotilhas… Read more »