Concepção do Izumo com F-35B

Concepção do Izumo com F-35B

TOQUIO (Reuters) – O Japão está considerando modificar o destróier porta-helicópteros Izumo para que ele possa operar caças furtivos F-35B dos Marines dos EUA, disseram fontes governamentais na terça-feira, quando Tóquio enfrenta a expansão marítima da China e o desenvolvimento nuclear de mísseis da Coreia do Norte.

O Japão não teve mais porta-aviões de convés corrido desde a derrota na Segunda Guerra Mundial em 1945.

Qualquer remodelação do Izumo teria como objetivo se preparar para um cenário em que aeródromos no Japão fossem destruídos por ataques com mísseis e no reforço da defesa em torno das ilhas do sudoeste do Japão, onde a atividade marítima da China aumentou.

Três fontes governamentais próximas ao assunto disseram que o governo japonês estava estudando a possível aquisição futura de aviões de combate F-35B, que pode decolar e pousar verticalmente, à medida que busca a remodelação do Izumo.

O Izumo de 248 metros (814 pés), o maior navio de guerra do Japão, equipado com um convés de voo plano, foi projetado com o objetivo de receber caças F-35B. O elevador que liga o convés com o hangar pode transportar a aeronave, disseram as fontes.

As possíveis medidas de reposição incluíram a adição de uma rampa curvada no final do convés, melhora da resistência ao calor do convés contra o propulsor do jato e o reforço da capacidade de controle de tráfego aéreo do navio, disseram.

No entanto, o ministro japonês da Defesa, Itsunori Onodera, disse que o governo não estava tomando medidas concretas para modificar o Izumo.

“Em relação à nossa postura de defesa, estamos constantemente realizando vários estudos. Mas nenhum exame concreto está em andamento sobre a introdução do F-35B ou a remodelação dos destróieres de classe Izumo “, disse Onodera a jornalistas na terça-feira.

O Izumo tem um navio irmão chamado Kaga.

O destróier porta-helicópteros Izumo DDH-183

O Japão freqüentemente realizou exercícios conjuntos com porta-aviões dos EUA nos últimos meses para aumentar a dissuasão contra a Coreia do Norte.

Uma das três fontes do governo chamou esses exercícios de “uma ótima oportunidade de ver com nossos próprios olhos como os militares dos EUA operam seus porta-aviões”, enquanto o Japão examina a possível conversão do Izumo em um porta-aviões.

A tensão regional aumentou desde que a Coreia do Norte realizou seu sexto e maior teste nuclear em setembro. Pyongyang disse que, um mês depois, testou com sucesso um novo míssil balístico intercontinental que poderia chegar a todo o continente americano.

O Japão também se preocupa com os mísseis de longo alcance da China e gostaria de garantir medidas para lançar caças de porta-aviões no caso de pistas operadas por forças dos EUA no Japão ou pela Força Aérea de Auto-Defesa do Japão serem destruídas por mísseis.

O artigo 9 da constituição pacifista do Japão, se tomado literalmente, proíbe a manutenção das forças armadas. No entanto, os governos japoneses o interpretaram para permitir um exército exclusivamente para autodefesa.

Possuir um porta-aviões poderia levantar uma questão de constitucionalidade, disseram as fontes, de modo que o governo deve abordar a questão em suas novas Diretrizes do Programa de Defesa Nacional a serem compiladas até o final de 2018.

O destróier porta-helicópteros Kaga DDH-184

FONTE: Reuters

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Lucas Henrique

Prevejo algum especialista sugerindo isso no HMS Ocean em 5,4,3,2…

Gustav

Na minha opinião o F-35 não seria a melhor opção, acredito que o Japão poderia optar pelos Harriers, levando em conta a alta capacidade que a indústria tem para modernizar projetos, vide os exemplos dos F-4 e dos F-15 japoneses. Poderiam até usar esses aviões como “tapa buracos” enquanto projetam um V/STOL próprio ou em parceria com a Coréia do Sul.

Leo Barreiro

Pessoal

Por favor, como eles fariam para operar um AWACs? Ou outros meios que os porta-aviões americanos e franceses possuem? Nesse caso usariam helicópteros?

Por que lembro das discussões sobre o CAVOUR, e os demais P.As desse tipo, isso para eles não seria um deficiência? Ou eles o usariam em conjunto com os americanos? Ou a distancia entre a China e o Japão poderia ser coberta com um E3-Sentry?

Desculpa a enxurrada de perguntas.

Dalton

Não há mais “Harriers” disponíveis…eles deixaram de ser fabricados…e os que ainda existem em apenas 3 países serão utilizados até o fim…é o F-35B ou nada.
.
Um NAe que não possa utilizar um “AWAC” de asa fixa…não é deficiente…apenas está em outra categoria e o mesmo sempre poderá contar com aeronaves baseadas em terra e/ou aeronaves aliadas.

Roberto Bozzo

Que interessante, o Izumo tem apenas 9 mts a menos de comprimento que o LHA América, então acho que tem plenas condições de operar o F35B mesmo sem o sky-jump. Não saberia dizer quantas aeronaves F35B ele poderia operar (ele leva até 28 aeronaves no geral), mas uma composição de uns 15 F35+helis+V22 não parece ser inviável. Outra coisa, parece haver um movimento mundial de se investir em NAes para operar aeronaves STOVL embarcadas, no lugar de NAes catobar; não sei se pelo custo ou para se ter uma maior utilização de meios em tempos de paz. Um NAe catobar,… Read more »

Roberto Bozzo

Quanto a um AWACS para operar em LHD/LHA seria interessante a proposta da Bell para um EV-22; este movimento de várias nações na utilização de LHD/LHA pode ser o impulso necessário para o desenvolvimento final do EV-22, gerando a escala necessária.

Bavaria Lion

Se for viável, eles já mostraram que fazem e rápido.
Pelo tamanho do burburinho, deve ter um plano em andamento.

Dalton

O comprimento total é de 248 metros…mas…o convés de voo utilizável é menor…por conta de um “recorte” na parte dianteira …ainda bastante extenso, mas, a diferença com o USS América acaba sendo maior que 9 metros.
.
Os chineses já declararam que pretendem possuir NAes tradicionais…com catapultas…não vejo
uma tendência e sim nações que simplesmente não possuem recursos para manter grandes
NAes e grandes alas aéreas e terão que se submeter às limitações impostas.

Bardini

“o Izumo tem apenas 9 mts a menos de comprimento que o LHA América, então acho que tem plenas condições de operar o F35B mesmo sem o sky-jump.”
.
Esse é outro exemplo nesta faixa de dimensão: https://www.fincantieri.com/en/products-and-services/naval-vessels/multirole-lhd/
.
Os Italianos poderão operar F-35B a partir deste navio.

Bardini

É, aquele “recorte” ali deve complicar as coisas.

Carlos A Soares

Cite as disponibilidades reais do Harrier no planeta TERRA ?

“Gustav 27 de dezembro de 2017 at 12:29
Na minha opinião o F-35 não seria a melhor opção, acredito que o Japão poderia optar pelos Harriers ….”

Carlos A Soares

Dalton
perfeito.

Bavaria
eficiência total com certeza.

Tema tópico,
operem o F 35B, vão precisar com os N Korea.

Carlos A Soares

CIWS Phalanx

Pomposo na proa e certamente na popa.

Danilo José

Mais ja se fala isso desde que o japão comicionou o izumo, foi construido com reforço já para receber os f-35b no futuro e uma futura sky jump, observem a proa do navio ta facil pro estaleiro erguer o sky jump.

Dalton

Até o USS América necessitou modificações para operar com o F-35B…o “Izumo” também precisará.

marcelo km

Prevejo o Japão comprando o Prince of Wales e construindo outro da classe Queen Elizabeth.

Léo Barreiro

Dalton
Muito obrigado!!

Jodreski

“Prevejo o Japão comprando o Prince of Wales e construindo outro da classe Queen Elizabeth.”

Com que base vc afirma isso amigo? Pq não o USS Gerald Ford por exemplo?? kkkkk

Um achismo de boteco de esquina tomou o blog?

Jodreski

Uma discussão terá que ser feita no Japão para que haja uma mudança constitucional. Os artigos vem de uma época onde eles faziam sentido (não para mim mas com certeza para os aliados que o derrotaram), hoje com certeza o cenário é bem diferente, Japão é um aliado bem importante dos Estados Unidos, e é até do interesse americano que ele tenha aliados com grande poder bélico na região, o poderio Chinês vem crescendo junto com suas intenções expansionistas, Japão e Korea (juntos aos EUA) poderiam se contrapor a essa força chinesa. Não vamos viajar na maionese e pensar em… Read more »

Paulo Nunes

Realmente parece haver um movimento mundial de se investir em NAes para operar aeronaves STOVL embarcadas, a india esta a caça dos últimos Harriers disponiveis, a Russia já se apercebeu disso e já sinalizou que voltará a fabricar aeronaves STOVL. Se ela fizer um bom caça, nem precisa ser um 5+ bastaum 4,5 Harrier modernizado que vai vender muito.

marcelo km

Pq não o USS Gerald Ford por exemplo??

2 Classe Gerald Ford ficariam muito cara para nunca serem usadas. Melhor 2 da classe Queen Elizabeth com convôo modificado para CATOBAR com 36 F-35C e 4 E-2C(D?), mais 4 submarinos SSGN .
Daí os Chineses pirariam de verdade.

Dranuits

Para mim esse é o medo da China, o Japão possui a tecnologia de construção de uma marinha de guerra e de forma rápida. A China está correndo atrás do prejuízo com o NA dele, querendo construir outro. O Japão também sabe como utilizar um NA vide na II WW os China’s estão aprendendo. Ou seja os Chinas têm grana possuem gente mais não possuem a tecnologia e proficiência japonesa aí nesse caso é outra coça nos chinas

Danilo José

Na questão técnica, não tenha dúvidas a capacidade industrial do japão é fenomenal, a Mitsubishi heavy industries está lá pra isso, fabrica de tudo.

Ivan BC

Diferente do que alguns dizem por aí, é de interesse dos EUA ter aliados fortes no campo militar, não é em vão que os países mais próximos dos EUA tem forças militares excelentes e indústria militar próxima.
Espero ver o Japão com uns 2 porta-avioes de verdade e mais uns 3-4 da classe izumo.
Quanto a China, não é exemplo para nada!
Abraço!

Helio Eduardo

Roberto Bozzo 27 de dezembro de 2017 at 13:12, acho que a “tendência” renasceu porque aí está o F-35B para alimentar, com sua existência, projetos da espécie.

Helio Eduardo

Lucas Henrique 27 de dezembro de 2017 at 12:24, rindo até agora…..

Danilo José 27 de dezembro de 2017 at 14:56, é isso aí…

marcelo km 27 de dezembro de 2017 at 19:08, e sua sugestão é baratinha, né…. por favor!!!

Lucas de souza braga

O F-35 Lightning II foi projetado e construído para combater as ameaças aéreas e terrestres mais avançadas – tornando-o perfeito para a Força de autodefesa do Japão Air (JASDF).

Ronaldo de souza gonçalves

O Japão deve sim em fazer acordo com israel e importar os antimísseis deles,devem se aparelhar com uma artilharia antiaérea maciça de ponto,de área de de longo alcance.Deve sim em vez de procurar porta aviões,fabricar mais submarinos aips e Diesel negar o mar as forças atacantes.Pela proximidade com a china porta aviões não lhe adiantará muito,pois já perdeu a doutrina de operar porta aviões.Devem priorizar construções de corvetas e navios patrulhas bem armados,e por ultimo desenvolver bastante abrigos antiaéreos e antinucleares para a população das grandes cidades toquio osaka etc.quanto ão izmo sim dota-los do f-35 já que foi pensado… Read more »

Marco

Os navios estao cada vez mais polivalentes, imaginar um LHD sem capacidade de prover PAC nem para a area de Heli desembarque, parece um absurdo e ao mesmo tempo a solucao parece ficcao, mas se olharmos os projetos Ingleses de operar Sea Harriers em Fragatas tipo Amazon com o sistema Sky Hook faz parecer facil, o premio era alto porem as dificuldades tecnicas e o risco foram demais para os anos 70/80, agora para a segunda decada do Sec XXI nao deveria ser mais facil?

ROBINSON CASAL

Por que razão a China está preocupada com a operação de jatos F-35 no porta-helicópteros do Japão ?