BAP Pisco (AMP-156)

BAP Pisco (AMP-156) quando estava em construção

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

A Marinha do Peru anunciou, nesta quinta-feira (19.04), que o BAP Pisco (AMP-156), seu primeiro navio-doca de assalto anfíbio e Projeção Estratégica da classe Makassar, iniciou de manera exitosa suas provas de mar.

O cumprimento dessa etapa deixará esse moderno LPD (Landing Platform Dock) pronto para, entre o fim deste ano e o início do próximo, ser comissionado pela Armada Peruana.

Uma segunda unidade do mesmo tipo teve sua primeira chapa cortada recentemente.

Ao contrário de outras marinhas, que divulgam o aprontamento dos seus navios de assalto anfíbio enfatizando a capacidade dual que eles possuem – de operar também como barco de Assistência Humanitária (no caso de desastres naturais) –, os chefes navais peruanos têm ressaltado as capacidades marinheiras e de combate do seu Makassar.

O navio, de 122 m de comprimento, 22 m de largura e 4,5 m de calado, desloca 7.294 toneladas.

Ele foi lançado ao mar a 25 de abril de 2017, todo construído, pela empresa SIMA (Servicios Industriales de la Marina)-Peru, em aço naval de alta resistência dos tipos “A” e “AH 32” (este, específico para embarcações oceânicas de médio e grande portes).

A propulsão é garantida por dois motores diesel de 2.275 kw, três geradores de 500 kw e um gerador de uso no cais. Velocidade operacional máxima: 16,5 nós.

Oteos-N

Mas o que chama a atenção, especialmente de adidos navais estrangeiros lotados em Lima, é a preocupação da Marinha local com o equipamento de autodefesa do Pisco, projetado com a assistência da companhia espanhola Escribano Mechanical & Engineering:

  • um canhão de 40 mm na proa;
  • sistema de defesa de ponto (curta distância) conformado por um equipamento optrônico Oteos-N (plataforma eletro-óptica estabilizada em dois eixos, com giro em 360º e emprego dia/noite), que orientará duas estações de acionamento remoto Sentinel, dotadas de canhões de 30 mm, e quatro estações (também de manejo à distância) do tipo Guardián, equipadas com metralhadoras pesadas de 12,7 mm.

Esse complexo de armas acoplado ao Oteos-N é conhecido, na Armada Peruana, pela sigla SCAMO, de Sistema de Control de Armas por Medios Optrónicos.

Nas atuais provas de mar, o Pisco ainda não transporta nem a peça de artilharia na proa, nem as estações remotas de armamento.

De qualquer forma, a configuração de armas do LPD peruano é comparável ao armamento de autodefesa do navio-doca de assalto anfíbio Sargento Aldea, da Marinha do Chile, que desloca 12.000 toneladas.

A unidade chilena está equipada com três postos de defesa de ponto Simbad, três canhões Breda-Mauser de 30 mm e quatro metralhadoras de 12,7 mm.

Augusta SH-3D Sea King da Armada Peruana pousando na fragata da classe “Lupo” BAP Mariátegui (FM 54)

Sea King

Tripulado por 100 militares, o Pisco pode acomodar outros 457, entre pessoal de Aviação, fuzileiros navais e, eventualmente, equipes extraordinárias de socorristas.

No limite, seu deck de voo é capaz de operar, simultaneamente, dois helicópteros do porte do Sikorsky Sea King, e ainda manter um terceiro em hangar.

A coberta abaixo do convés de voo está apta a receber viaturas (da tropa de fuzileiros) de até 40 toneladas. Além disso, o barco transporta dois lanchões de 23 m, tipo LCU MGP 2000, capazes de operar, inclusive, como unidades de reconhecimento costeiro.

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b.verde

Parabéns aos Peruanos.

o7 a todos.

Jr

Não adianta, mesmo depois de resolvido o problema das fronteiras marítimas, o Peru sempre vai comprar os seus meios pensando no Chile como potencial adversário

Adler Medrado

E estão certos.
Os chilenos sempre posam de bam bam bam, os vizinhos tem que ficar espertos mesmo.
Eu pessoalmente não confio em nenhum dos nossos vizinhos hispânicos que sempre invejaram nosso império.

Claudio

império ? kkkkk

Luiz Henrique

acredito que ele se referiu a era do Brasil Império, que de fato era muito imponente na América do Sul e batia de frente com qualquer um no globo se fosse necessário.

Hélio

Sem falar que os nossos vizinhos ainda consideram o Brasil um país imperialista.

Alejandro Perez

Humildade e racionalidade sao características marcantes do brasileiro, invejadas e reconhecidas em toda a América Latina.
Principalmente pelos “invejosos hispanicos”…a

Mikhail Bakunin

Cuidado, entre as infinitas qualidades do brasileiro não consta a de reconhecer ironia escrita. Sim, este comentário é irônico.

Mk48

Bela aquisição da Marinha Peruana.

Mk48

E também um belo alvo para os Scorpenes chilenos.

Miguel Felicio

Eita mania de desmerecer coisas dos outros. Temos aqui outros tantos de alvos (SP, Bahia o futuro PH e outros também.)
Um ótima aquisição dos Peruanos, principalmente por ter sido construída no próprio país, coisa difícil de acontecer por aqui.

Mk48

Mais um que cai de para-quedas no post dos outros. Você leu o meu post acima deste que você já julgou ?

Vamos combinar uma coisa ? Daqui para a frente peço que nao comente os meus posts , ok ?
Abs.

Alejandro Perez

Peru tbm tem uma importante capacidade submarina, com mais de 100 anos de experiencia e altamente profissional.

Mk48

Não tenho dúvidas do profissionalismo da arma submarina Peruana, mas ocorre que os submarinos peruanos não tem a menor chance em combate contra os Scorpenes chilenos e em breve brasileiros também.

Esteves

Se existem dois tipos de navios, submarinos e alvos, esse já nasceu alvo.

Alex Nogueira

Navio simpatico, pena a velocidade ser tão pouca, no mais, a versão do Chile me agrada por ter 3 reparos do Simbad (espero que seja a versão RF), pois uma embarcação de valor estratégico como essa precisa ter ao menos uma capacidade miníma de defesa.

Nilson

Lembrando a quem possa interessar que o Sargento Aldea chileno é o ex-Foudre, irmão mais velho do nosso NDM Bahia, ex-Siroco.

Esteves

Pois é. O plano da MB era construir 4 Makassar. Não deu.

Estamos atrás do Chile e do Peru. Vai saber se até a Bolívia acaba ultrapassando nossa Força.

Bardini

Em que dimensão a MB tinha planos de construir 4 navios classe Makassar?
Na sua?
.
O planejamento que a MB tinha era para 4 Navios de Propósitos Múltiplos, coisa que um classe Makassar nunca será.
https://www.marinha.mil.br/cpn/content/navio-de-propositos-multiplos

Thom

Menos Esteves.
Peru tem um plano de reforma para suas FFAA.

Por que o Peru não se torna um parceiro comercial bélico do Brasil?

O Brasil necessita de um navio tanque e patrulhas oceânicos.
Os fuzileiros estão bem “servidos” com o Bahia e o Pernambuco.
Peru deve “abrir do olho” com os chilenos amigos dos britânicos(entenderam? hahahahaha).
“Pobre” Argentina. hahahahahaha

Esteves

Lula não estava de todo errado embora a Odebrechet tenha arrastado 4 presidentes peruanos para a lama.

Se esses são nossos vizinhos, é com eles que vamos. O cobre chileno não é eterno. Nem os pescados. A terra só presta pra uvas. O Peru…penso que só dá japonês.

Nos anos de chumbo estivemos mais próximos das ditaduras nazistas latinas. Foi por dever de ofício. Negócio é negócio. Estamos assistindo esses países ultrapassarem nossa capacidade de construção de meios. Uns podem dizer que perdemos somente na grana. Outros na determinação.

O fato é que perder para o Peru continua sendo esquisito.

Alejandro Perez

Deverías conhecer o Perú…terías uma grande surpresa. Juntamente com o Paraguai estao crescendo a 4% ao ano. O Brasil, menos de 2% e com populacao de 200 milhoes.
Ngm faz milagre, e o Peru a décadas embarcou em um projeto de desenvolvimento que hj mostra seus resultados.

Otto Lima

Os quatro ex-presidentes do Peru envolvidos em negócios escusos com a Odebrecht são: Alan García (1985-1990 e 2001-2006), Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2006-2011) e Pedro Paulo Kuczynski (2016-2018). Quanto ao crescimento econômico, o Peru, o Chile, a Colômbia e o Paraguai têm obtido resultados consistentes sem fazer firulas, fazendo apenas o dever de casa, o que parece incompreensível para a classe política brasileira.

Fabio Jeffer

Boa Thom
Confiar nos ingleses é a mesma coisa que entrar na jaula de um leão bonzinho com fome

Luiz Floriano Alves

Confiar nunca, todos tem os seus interesses e territórios a proteger. A nossa herança Lusa é a unidade. A America Espanhola se fragmentos em diversas republicas sob a influencia das diferentes etnias autóctnes. Aqui foi diferente, o nativo foi exterminado ou subjugado. Criamos um Apartheid nacional com o nome de Estatuto do Indío e um orgão para garantir sua aplicação: FUNAI. Lembramos dos nossos selvícolas, apenas, para dar nomes: XAVANTE, TIKUNA. TAMOYO, etc…

Alejandro Perez

A América hispanica fragmentou-se sob o domínio de diferentes ELITES criollas locais, vc quer dizer…

Lucio Pinheiro

Os nativos já se exterminavam antes. Praticavam a escravidão , o infanticidio e a antropofagia.

carvalho2008

Eu realmente sempre penso se este tipo de navio nao poderia ser versionado para NapaOc e Mini CAM. . A velocidade é pequena, mas possui mais espaço do que o suficiente para carregar uma ou duas Rhibs de Carenagem blindada e rapidas de interceptação. Alem das Rhibs, poderia operar desde helis ridiculamente leves e eficientes como o Ah-6 Litle Bird a ate os helis medios e pesados da MB . . Um Makassar com 2 Rhibs com 10 homens e um Ah-6 Litle bird seria bem barato de operar no modo NapaOc. Haveria espaço, conforto e possibilidade de alta permanencia… Read more »

Otto Lima

A Damen pensou em uma família de navios com essas características multipropósito, o CROSSOVER, que pode ser configurada para vários tipos de missão: patrulha, escolta, assalto anfíbio, guerra de minas, missões humanitárias…

http://products.damen.com/en/ranges/crossover

Walfrido Strobel

A classe Makassar foi inspirada nos Damen, no final dos anos 90 foi incorporada na Holanda o HNLMS Rotterdam (L800) da Damen. . . No início dos anos 2000 a Daewoo International fabricou e vendeu para a Indonésia o LPD KRI 972 Tanjung Dalpele, atualmente KRI 990 Dr. Soeharso, um navio hospital, claramente inspirado nos Rotterdam. . https://www.lintasntt.com/wp-content/uploads/2016/01/kri-suharso.jpg . Depois a Coreia do Sul suspendeu a venda dos Tanjung Dalpele class e lançou uma atualização um pouco menor, porem mais barata e de fusto menor de operação, a Makassar class que hoje é fabricada na Coreia do Sul, Indonésia e… Read more »

Dalton

A classe “Makassar” é um bom navio, mas, ainda acho que a marinha brasileira estará melhor servida com o “ex-Ocean” e o “Bahia” e até onde der com o “Almirante Saboia” que já completou 50 anos, dos quais 8 na marinha brasileira, desde 2009 e o “Garcia D’Avila” 30 anos, 10 anos de marinha brasileira adquirido em 2007. . A marinha peruana precisava desesperadamente de 2 novos navios “anfíbios” assim nada mais natural do que dar prioridade a eles o que não é o caso da marinha brasileira que corretamente tem como prioridade novos submarinos sendo construídos aqui e já… Read more »

Ivan BC

Quanto comentário doido e fora de contexto.

Aldo Ghisolfi

Ivan BC, concordo em parte, principalmente pq não nos vejo como latino-americanos.

Walfrido Strobel

É muito comum o Brasileiro não se ver como latino-americano, isso é um erro muito comum.
Um artigo de jornal que li a alguns anos aponta para o fato da maioria dos brasileiros só considerarem latino-americano quem fala espanhol.

Fernando "Nunão" De Martini

Walfrido, Apenas para contribuir: o termo ou expressão “latino-americano” ou “América Latina”, por seu lado, é uma construção, e que veio de fora (e não dos países da chamada América Latina): um intelectual francês cunhou a expressão. Adotar ou não é uma questão de identidade, ideologia, construção de uma tradição etc. Pode “pegar” ou não conforme o contexto histórico. Ao longo da história, o Brasil vivenciou tanto períodos de aproximação com a “América Hispânica” no sentido de com ela formar uma identintidade de “América Latina” (em contraposição à identidade de “América anglo-saxônica”, pois a formação se identidades se dá, principalmente,… Read more »

Complementando: dito isso, não acredito que deva ser chamado de “erro comum” a maior parte dos brasileiros não se ver como latino-americano. Se a maioria pensa assim, não é um erro por si, é uma escolha de identidade. Considerar-se ou não latino-americano depende de muito mais questões, de identidade, ideologia e tradição, do que a simples aceitação da expressão, como salientei acima. E não importa, por exemplo, quantos monumentos de concreto se construa para se tentar construir mentalmente essa identidade. É o caso do Memorial da América Latina, em São Paulo, que na prática só fica cheio em celebrações organizadas… Read more »

Foxtrot

Excelente oportunidade de cooperação de desenvolvimento com Brasil e Peru no âmbito da Unasul.
Mas forças “Alienígenas” conseguiram minar mais esse projeto de independência regional, ao contrario da união europeia que continua desenvolvendo independentemente e se fortalecendo regionalmente.
Como o caso da cooperação entre França e Alemanha em aviação de patrulha naval.

Otto Lima

LPD Classe Makassar, OPV Fassmer 80, nodrizas fluviales… Há bons projetos em execução na América do Sul que poderiam interessar à MB e uma cooperação com países como Peru, Chile e Colômbia seria oportuna.

Ronaldo de souza gonçalves

A Marinha peruana se alguém já notou cuida muito bem dos seus navios todos impecáveis,até mesmo aquele encouraçado do tempo da 2*guerra que passou para a reserva.Ela vai como pode, é veja que os almirantes lá preocupam com defesa antiaérea,que é de longe o maior perigo para os vasos de guerra.Quanto aõs sub chilenos é claro que uma embarcação desta tem grupo de escolta,que é mais capaz de combater submarinos.O Perú tem aproximação com Rússia compra muito equipamento russo,é ficou muito abertamente dos lado dos argentinos nas guerras da malvinas é tem nas suas fronteiras problemas com o chile(parece que… Read more »

Mk48

Exatamente. O País Sul Americano que mais abertamente e concretamente ajudou a Argentina durante a guerra foi o Peru.

Wellington

Entendo que a chamada América latina tb chamados os povos daqui, foi devido tanto o idioma portugues quanto o espanhol se originar do latin. Por isso embora as Guianas e Suriname estarem na America do Sul , ñ faz parte da América Latina.

Fernando "Nunão" De Martini

América Latina foi cunhada por um intelectual francês no século XIX, tal qual BRICS foi cunhado por um economista britânico recentemente. Depois, tanto um quanto outro pegaram.

Alex Barreto Cypriano

Olha o coeficiente prismático do BAP Pisco (~0,6) e me diz se esse bote é estável…