1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

Comandante Freitas

 

 

Nome

 

O NOME

 

Francisco José de Freitas, nasceu na Bahia, em 30 de abril de 1840, filho de Francisco José de Freitas e de Maria Antonia de Oliveira Freitas.

 

Aos 16 anos, em Aviso de 1º de março de 1856, iniciou-se a contagem de seu tempo de Praça como Aspirante da Escola Naval. Foi aprovado Guarda-Marinha por Aviso de 1º de dezembro de 1858 e cinco dias depois embarcou na corveta "Bahiana", em Viagem de Instrução que, a partir de 1859, passaria a ser de longa duração e ao Exterior, retornando à 20 de dezembro de 1859.

 

Ainda como Guarda-Marinha, foi embarcado na canhoneira "Belmonte", onde foi promovido a Segundo-Tenente por decreto de 2 de dezembro de 1860. Em 21 de outubro de 1861 embarcou na corveta "Imperial Marinheiro", até 4 de dezembro do mesmo ano, quando, designado Instrutor de Guardas-Marinha, foi destacado para a canhoneira "Belrnonte". Regressou para a corveta "Imperial Marinheiro" em 20 de junho de 1861. Foi promovido a Primeiro-Tenente por decreto de 2 de dezembro de 1862. A 17 de abril de 1863 foi nomeado, pelo Quartel-General da Marinha, para servir como Secretário e Ajudante de Ordens Interino do Comandante de Divisão (antigo posto, imediatamente superior a Capitão-de-Mar-e-Guerra) do Primeiro Distrito Naval. Um mês depois, desembarcou para a corveta "Niterói", até ser designado para servir como Secretário e Ajudante de Ordens do Comandante de Divisão do Quinto Distrito Naval, para onde seguiu, como passageiro, a bordo do paquete a vapor "Princesa de Joínvílle" , em 7 de agosto desse mesmo ano chegando a Belém no dia 23. Foi exonerado em 9 de março de 1864, a pedido, quando foi louvado pelo zelo, inteligência, dedicação e fidelidade com que serviu sob as ordens de seu Chefe. Nesse mesmo dia, embarcou no paquete a vapor "Cruzeiro do Sul", de regresso à Corte, onde se apresentou no Quartel-General da Marinha, no dia 26, para ser designado para servir na corveta "Niterói".

 

Em 1865, por decreto de 21 de janeiro, foi promovido a Capitão-Tenente; por decreto de 18 de fevereiro, foi condecorado com o Hábito de Cristo, pelos serviços que prestou na Campanha do Estado Oriental do Uruguay; e em Aviso de 25 de fevereiro, foi elogiado pela coragem demonstrada no assédio a Paissandu. Como Secretário e Ajudante de Ordens do Comandante da 3ª Divisão, embarcou na canhoneira "Jequitinhonha" e assistiu ao combate de 11 de junho de 1865 entre as Esquadras brasileira e paraguaia. Em frente à barranca de Riachuelo foi ferido, sem muita gravidade, em combate. A "Jeqititinhonha" encalha e o CT Freitas vai para a fragata "Amazonas" e de lá para o navio inglês "Espigador" que o conduz a um hospital de Buenos Aires. Teve alta em 22 de agosto de 1865 e, a bordo do navio-hospital "11 de junho", foi para Uruguaiana, onde assumiria o comando de uma bateria em terra. Após a capitulação dos sitiados, em 28 de setembro, veio ao Rio de Janeiro, e regressou a Buenos Aires para assumir o comando da corveta "Ipiranga", conforme Ordem do Dia n .º 21, de 16 de novembro de 1865, do Comandante da Divisão no Paraná.

 

Ainda em 1865, ele foi elogiado pelo Secretário da Marinha, em nome de Sua Majestade, o Imperador, e pela Câmara dos Deputados da Assembléia Geral Legislativa por sua participação em Riachuelo, em 11 de junho.

 

Como Comandante da corveta "Ipiranga", participou dos bombardeios a ltapiru, em abril de 1866; das operações de Curuzu, em 2 de setembro; dos fogos de Curupaity, em 22 de setembro de 1866, em 15 de agosto de 1867 e em 13 de fevereiro de 1868; e efetuou levantamento hidrográfico da lagoa Pires. Por esses e outros feitos, foi louvado em ordem do Dia n.º 9, de 7 de janeiro de 1867, e pelo Congresso Argentino.

 

Foi exonerado do comando da "Ipiranga" por Ordem do Dia n.º 133, de 6 de abril de 1868, do Comandante em Chefe da Esquadra. Regressou ao Rio de Janeiro, a bordo do vapor "Bonifácio", para tratamento da saúde, onde chegou em 27 de abril de 1868; mas logo a seguir, em Aviso do dia 29, foi nomeado para comandar o vapor "Paraense", sediado na Província do Pará, onde permaneceu até 7 de fevereiro de 1871. Regressa ao Rio de Janeiro para comandar a bombardeira "Forte de Coimbra" e servir como Instrutor de Guardas-Marinha.

 

Em 1872, o CT Freitas seria introduzido na Sinalização Náutica. Pela Comunicação da Secretaria da Marinha de 24 de janeiro, foi nomeado para receber ensinamentos sobre a construção de faróis e outras artes afins, na Europa e nos Estados Unidos da América, até 31 de outubro de 1873. De volta ao País, com a instrução adquirida, revelou-se o Oficial mais capacitado para, em cumprimento ao Aviso de 11 de junho de 1874, realizar sua primeira comissão de inspeção de faróis, até o Rio Grande do Sul, e de serviços, ao colocar a lanterna do farol de Paranaguá. Em seguida, partiu para o Norte, em comissão de inspeção e de estudos dos faróis de Pernambuco, Maranhão e Pará, que durou de 4 de novembro de 1874 a 7 de janeiro de 1875. Durante essa comissão, foi promovido a Capitão-de-Fragata, por decreto de 20 de dezembro. Em Decreto de 26 de janeiro de 1876, o Capitão-de-Fragata Francisco José de Freitas foi nomeado o primeiro Diretor da recém-criada Diretoria de Faróis, cargo que acumulava com o comando de um navio, no caso o "Araguary", para o qual foi nomeado Comandante por Aviso de 22 de janeiro de 1876. Por sua inadequação ao serviço de faróis, a "Araguary" foi substituída pelo Transporte a vapor "Bonifacio", para o qual CF Freitas foi também nomeado Comandante.

 

A resistência do brilhante Oficial, experiente profissional, pioneiro da sinalização náutica e cansado Comandante chegou cedo ao fim. O CF Freitas faleceu, precocemente, em 1880.


- Confraria do Bode Verde - http://www.bodeverde.hpg.ig.com.br

 

- Dantas, Ney. - A História da Sinalização Náutica Brasileira e breves memórias, Rio de Janeiro. Ed. FEMAR, 2000.

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