1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Submarino F 3

Classe Foca

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 1º de junho de 1912 (4)
Lançamento: 9 de novembro de 1913
Incorporação: 16 de março de 1914
Baixa: 30 de dezembro de 1933

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 250 ton (padrão), 370 ton (carregado).
Dimensões: 45.72 m de comprimento, 4.20 m de boca e 2.98 m de calado leve e 3.65 m de calado máximo.
Propulsão: diesel-elétrica; 2 motores diesel Fiat de 2 ciclos e 6 cilindros de 325 hp cada; 2 motores elétricos de 260 hp cada, acoplados a dois eixos acionando dois hélices de três pás cada.

Velocidade: máxima de 13.5 nós (superfície) e de 8.5 nós (imersão).

Raio de ação: na superfície 800 milhas náuticas à 13.5 nós; 1.600 milhas à 8.5 nós, ou submerso 18 milhas à 13.5 nós; 100 milhas à 4 nós.
Profundidade máxima de mergulho: 40 metros (testes).
Armamento: 2 tubos de torpedos de 18 pol. na proa. Capacidade para 4 torpedos Whitehead.
Equipamentos: 2 periscópios italianos do tipo Gallileo, estação radiotelegráfica do tipo Marconi.

Código Internacional de Chamada: PXYC (GBHX)(1)

Código Radiotelegráfico: SOX(1)

Distintivo Numérico: 93(1)

Tripulação: 23 homens, sendo 2 oficiais e 21 praças.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Submarino F 3, foi construído pelo Cantieri Navale Fiat San Giorgio, em La Spezia, Itália. Teve sua quilha batida em 1º de junho de 1912, foi lançado ao mar em 9 de novembro de 1913, e foi incorporado em 16 de março de 1914. Naquela ocasião, assumiu o comando, o  Capitão-Tenente Alberto Lemos Bastos.

 

1911

 

Em 30 de dezembro, pelos Avisos n.º 6439 e 6441, o então Ministro do Negócios da Marinha, Vice-Almirante Joaquim Marques Baptista de Leão, designou o Capitão-de-Corveta Felinto Perry, Chefe da Sub-Comissão Naval na Europa, com sede em La Spezia(2), encarregado de fiscalizar a construção dos submarinos F 1, F 3 e F 5. O Comandante Perry tinha como auxiliares o CT Américo Ferraz e Castro, 1º Ten. (Comissário) Lindozo Marinho Guimarães, o Escrevente de 2ª classe Gastão Urbino de Souza Guimarães, e como fiscais os CT Paulo Pires de Sá (Construção Naval) e 2º Ten. Leopoldo Antônio Ribeiro (Maquinas), mais tarde se juntando o CC José Machado de Castro e Silva.

 

1914

 

O F 3 realizou provas de mar na superfície e em imersão no Golfo de La Spezia, sendo entregue à Comissão de Recebimento em 16 de março de 1914, quando foi incorporado.

 

A oficialidade de recebimento, era composta pelos:

 

     - CT Alberto Lemos Bastos - Comandante

     - 1º Ten. Adalberto Landim - Imediato

 

Sobre a dificuldade da MB em manter seus meios, no livro - A vida nos FF (1914 - 1934) -, o Almirante Castro e Silva cita: "entenderam os nossos governantes que, para salvar as finanças do Brasil, deviam vender os navios de guerra que, pouco tempo antes, eles mesmos haviam julgado absolutamente necessários à defesa nacional. E devido à resistência, energia e firmeza do CF Felinto Perry, a venda dos nossos submarinos não se efetuou."

 

Em 15 de maio, partiu de La Spezia, a reboque do Rebocador de Alto-Mar "Donau" de bandeira holandesa, chegando ao Rio de Janeiro em 23 de junho, atracando no caís do Quartel da Defesa Móvel, na Ilha de Mocanguê Grande, sendo o primeiro a chegar ao Brasil.

 

Em 29 de junho, suspendeu levando a bordo o Ministro da Marinha, Almirante Marques de Leão e o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Gustavo Antônio Garnier, não mergulhando, tendo apenas realizado transito até a Ilha de Cotunduba.

 

Em 6 de julho, suspendeu, levando a bordo o Presidente da Republica, o MM e o CEMA, mais uma vez não realizando mergulho.

 

Em 14 de julho, foi criada pelo Aviso n.º  3447, de 17/07/1914 MM (OD 84/1914/507, do EMA), a Flotilha de Submersíveis composta pelos submarinos F 1, F 3 e F 5 e com sede no Comando da Defesa Móvel na Ilha de Mocanguê Grande, Rio de Janeiro.

 

Ainda em 1914, foi instituído o "Prêmio Independência" (precursor dos nossos atuais TORPEDEX e ECHO) pelo CT Alberto Lemos Basto. Era agraciado o navio que maior número de acertos obtivesse em lançamentos de torpedos, de acordo com o regulamento da época. O troféu alusivo, um brasão em prata de lei, hoje decora a galeria de peças históricas do Edifício Almirante Felinto Perry, sede do comando da Força de Submarinos na Ilha de Mocanguê. Nele, acham-se inscritos os nomes dos submarinos e os respectivos anos do concurso.


Os submarinos classe F dedicavam-se basicamente ao adestramento da tripulação no manuseio e manutenção dos equipamentos, operando na maioria das vezes dentro da Baia da Guanabara. Foram  realizadas também algumas comissões na Baia da Ilha Grande, e nas áreas de Cabo Frio e São Sebastião, sempre com o apoio de navios de superfície
(3). Ao que se sabe,  único porto visitado fora dessa área, foi o de Santos-SP.

 

1917

 

Em 26 de setembro, com a declaração do estado de guerra contra o Império Alemão, proclamada pelo Presidente Wenceslau Braz, os submarinos classe F tomaram parte em comissões de vigilância e patrulhamento nas proximidades do porto do Rio de Janeiro.

 

1922

 

Em março, saiu para o primeiro exercício de tiro em alvo móvel no interior da Baia da Guanabara, em treinamento para a disputa do "Prêmio Independência", sofreu um incidente de estabilidade horizontal, sem maiores conseqüências para a tripulação.

 

1928

 

Em 22 de agosto, pelo Decreto 18.365, a Flotilha de Submersíveis teve sua denominação mudada para Flotilha de Submarinos.

 

1933

 

Em 28 de dezembro, em virtude da desativação dos três submarinos da classe F, a Flotilha de Submarinos foi extinta pelo Decreto 23.656, passando a funcionar apenas os serviços do Tender Ceará e do Submarino de Esquadra Humaytá.

 

Em 30 de dezembro, deu baixa do serviço ativo, segundo o Aviso n.º 4232, de 18/11/1933 MM (Bol. 47/33/1987 MM). Na cerimônia de baixa os submarinos F 1, F 3 e F 5 foi realizado desfile naval e todos os tripulantes prestaram continência ao MM Almirante Protógenes Pereira Guimarães e demais autoridades a bordo do Tender Ceará, que se encontrava atracado no cais norte do AMRJ, onde atracaram a contrabordo ao final do desfile. Na ocasião era comandante da Flotilha o CF Adalberto Landim, que foi o primeiro imediato do submarino F 3 e ex-comandante do F 1 e do F 3.


Durante seu serviço na MB fez 762 horas de mergulho, lançando 83 torpedos.

 

Partes do casco do F 3, foram usadas para alicerce dos pilares da ponte dos escaleres da Escola Naval na Ilha de Villegagnon.

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CT Alberto Lemos Basto 16/03/1914 a 31/10/1917
CT Raul Rademaker Grunewald(5) 31/10/1917 a 20/06/1918
1º Ten. Affonso Celso de Ouro Preto 20/06/1918 a 30/07/1919
1º Ten. Horácio Bráz da Cunha(5) 05/08/1919 a 15/09/1919
CT Theobaldo Gonçalves Pereira 15/09/1919 a 30/12/1920
CT Adalberto Landim 01/02/1920 a 20/02/1922
CT Mário Hecksher 20/02/1922 a 01/12/1922
CT Aureliano de Almeida Magalhães 01/12/1922 a 05/01/1924
CT Armando de Pinto Lima 21/01/1924 a 26/12/1924
CT Hernani Fernandes de Souza 21/01/1925 a 23/03/1926
CT Amílcar Moreira da Silva 23/03/1926 a __/__/19__
CT Christiano Mária de Figueiredo Aranha 06/06/1927 a __/__/19__
CT Raúl Reis Gonçalves de Souza __/__/19__ a __/__/19__
CT José de Brito Figueiredo __/__/19__ a __/__/19__
CT Frederico Cavalcanti Albuquerque __/__/19__ a 30/12/1933

 

 

I m a g e n s

 

Não disponíveis no momento.

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Souza, Marco Polo Áureo Cerqueira de; Nossos Submarinos - sinopse histórica; 1ª edição; Rio de Janeiro; SDGM; 1986; pág.: 25-32.

 

- Comando da Força de Submarinos; Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004; Niterói; ComFors; 2004.

 

- Submarinos do Brasil - www.planeta.terra.com.br/relacionamento/submarinosbr.

 

- Jane's Fighting Ships 1931. London: Jane's Publishing Company Limited, 1931.

 

- Colaboração Pedro Caminha.


(1) As designações dos distintivos não correspondem aos usados hoje.

(2) A Comissão Naval na Europa na época, era sediada em Newcastle-on-Tyne, Inglaterra.
(3) Além do Tender Ceará, o Tender Cuiabá, a Torpedeira Goyaz e o Rebocador Laurindo Pita realizaram serviços de apoio aos submarinos classe F.

(4) No Livro Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004,  consta como tendo sua quilha batida em 19 de junho de 1912.

(5) No Livro Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004, não aparecem o CT Raul Rademaker Grunewald e o 1º Ten. Horácio Bráz da Cunha, como tendo sido comandado esse navio.