1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

NB Faroleiro Arêas - H 27

Classe Santana

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: ?
Lançamento: 12 de junho de 1954

Incorporação: 1954
Incorporação: 4 de julho de 1973

Baixa: 1º de março de 2001

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 109.96 ton (padrão), 173 ton (carregado)
Dimensões: 27 m de comprimento, 6.54 m de boca, 4.50 m de pontal e 2.50 m de calado.

Propulsão: 1 motor Bolinder de 4 cilindros "cabeça quente" de 640 hp.

Eletricidade: 1 motor gerador de 110V.

Velocidade: 10 nós.

Raio de Ação: 1.500 milhas náuticas.
Armamento: nenhum.
Sensores: 1 radar de navegação (instalado anos mais tarde).

Equipamentos: porão, com capacidade para 8 bóias tipo BL-1 sem mangrulhos e contrapesos, quatro com esses componentes desmontados ou 2 completas e montadas; e pau-de-carga de 2 ton.

Código Internacional de Chamada: PWZB
Tripulação: 7 homens, sendo um oficial, um sargento e cinco cabos e marinheiros. Mais tarde complementada por civis, num total de até 16 homens.

obs: caracteristicas da época da incorporação.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Navio Balizador Faroleiro Arêas - H 27, foi o único navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao Faroleiro João Arantes Arêas, que faleceu no Farol de São Tomé, vítima de acidente, enquanto o pintava no ano de 1948. O Faroleiro Arêas fazia parte de um numeroso clã de Faroleiros, naturais de Campos-RJ, que começou com Udgero Rodrigues Arêas, avô dos primos João Arêas e Raul Bragelone Arantes Arêas, este último, pai do brilhante Hidrógrafo Almirante Ivan Pereira Arêas. Foi segundo de uma série de três construidos pelo estaleiro Luna Projetos e Construções Ltda., na Ponta da Areia, em Niterói. Foi submetido a Mostra de Armamento em 1954. Foi seu primeiro comandante o 1º Tenente Francisco de Paulo Galvão França, que assumiu em 30 de novembro de 1956.

 

Iniciou o serviço na Marinha do Brasil na década de 50.

 

A guarnição de recebimento do Faroleiro Arêas foi a seguinte:

 

     - 1º Ten. Francisco de Paulo Galvão França – Comandante

     - SG Diógenes - Mestre do Navio

     - Motorista Felix
     - Motorista Djalma
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1956

 

Em novembro, partiu do Rio de Janeiro com destino a Belém-PA, onde foi incorporado ao Serviço de Sinalização Náutica do Norte (SSN-N).

 

1957

 

Em janeiro, chegou a Belém, sob o comando do 1º Tenente Vicente de Paula Galvão França, iniciando operações em proveito do Serviço de Sinalização Náutica do Norte (SSN-4).

 

Em 9 de junho, encalhou num banco de areia nas proximidades de Ilha Atuá, e mesmo tendo sido socorrida pela Cv Iguatemi - V 16 sofreu sérias avarias estruturais.

 

1957-60

 

Ficou imobilizado para reparos no estaleiro de Raimundo Brito Palheta, em Icoaraci.

 

1960-73

 

No período de 1957 a 1973, o NB Faroleiro Arêas operou sem que constituísse um Comando, porém mantendo-se subordinado ao Serviço de Sinalização Náutica do Norte. Naquela ocasião, devido ao constante trabalho em áreas próximas aos perigos à Navegação, que lhe compete demarcar e sinalizar, o Arêas sofreu novas graves avarias, permanecendo longo tempo em reparos na Base Naval de Val-de-Cães.

 

1973

 

Foi reconstruído na Base Naval de Val-de-Cães (BNVC), em Belém, no Pará, tendo inclusive o seu velho motor Bolinder, sido substituido por um novo motor MAN de 250 hp e instalados um gerador MWM de 19 KvA e um 1 MWM de 30 KvA.

 

Em 4 de julho, em cerimonia realizada na Base Naval de Val-de-Cães, foi finalmente incorporado a Armada por força do Aviso N.º 0526 de 12/06/1973 (Bol. do MM N.º 25 de 22/06/1973). Recebendo o indicativo de casco "H 27", e passando a existir como uma OM com comando proprio e não destacado.

 

Em setembro e outubro, seguiu para o rio Calçoene-AP, onde em 11 dias de faina mudou de posição o farol de mesmo nome que vinha sofrendo a ação das marés sobre as sapadas de sustentação e ameaça cair. O farol de Calçoene foi reacendido no dia 18 de outubro de 1973.

 

1976

 

Realizou comissão para reabastecer o farol de Calçoene-AP, quando constatou que o mar voltava a ameaçar a sua estrutura.

 

1982-83

 

Foi submetido a um PGR - Período Geral de Reparos, na BNVC. Tendo o casco todo em madeira, recebeu um tijupá de alumínio, mais um motor auxiliar (gerador) MWM de 30 KvA e mudanças na chaminé.

 

1983

 

Em agosto, realizou comissão de sinalização náutica e balizamento na Barra Norte do Rio Amazonas, nas proximidades do Porto de Manaus e nos cursos dos rios Tapajós e Amazonas, regressando ao fim da mesma para Belém-PA.

 

1984

 

Suspendeu de Val-de-Cães, para uma comissão de três meses no apoio ao balizamento na barra norte do Rio Amazonas.

 

Encalhou e sofreu avaria durante comissão hidrográfica no furo do Jaburu, sendo resgatado pela Cv Solimões - V 24.

 

1986

 

Em 1º de janeiro, teve sua subordinação transferida do Centro de Sinalização Náutica Almirante Moraes Rego para o SSN-4, pela Portaria do MM n.º 1.023.

 

2001

 

Em 1º de março, deu baixa do serviço ativo, pelo Aviso de 06/02/2001, tendo atingido as marcas de 1.747 dias de mar e 102.644,3 milhas navegadas. Em seus 47 anos de serviço, sendo 27 incorporado a Armada, o Faroleiro Arêas, realizou a manutenção do balizamento fixo e flutuante dos rios Amazonas, Pará, Tocantins, Negro, Solimões, Tapajós e Trombetas e deve destaque em diversas fainas como o balizamento do porto de Itaquí, , reconstrução dos Faróis Mandií, e Calçoene (braço norte do Rio Amazonas), recuperação da torre do Farol do Espadarte e a construção dos faroletes Tapará, Capela, Juriti e Porto Equador.

 

O u t r a s    F o t o s

 

Navios Balizadores como o Faroleiro Arêas, podem atingir áreas de navegação restritas, onde os navios maiores não podem chegar. (foto: SRPM) O NB Faroleiro Arêas, navegando nas águas barrentas do Rio Solimões. (foto: SRPM)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
1º Ten. Francisco de Paulo Galvão França 30/11/1956 a 17/01/1957
CT Milton Arílio de Almeida 17/01/1957 a __/__/195_

CT Antônio Martins

__/__/195_ a __/__/196_
CT Antônio Jansen Ferreira Filho __/__/1972 a __/__/1973
CT Rubimar Pacheco Leal 04/07/1973 a 29/06/1976
CT Paulo Cezar Dias de Lima 29/06/1976 a 22/05/1978
CT Délcio de Souza 22/05/1978 a 07/12/1979
CT Afrânio Paes Leonardo Pereira Júnior 09/01/1980 a 06/11/1981
CT Agaci Barros da Silva Sobrinho 06/11/1981 a 19/12/1983
CT Paulo Roberto da Silveira Carvalho 19/12/1983 a 29/11/1985
CT Ivân Pereira de Souza 29/11/1985 a __/__/198_
CT Paulo Augusto da Trindade __/__/198_ a __/__/198_

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Baker III, A.D. Combat Fleets of the World 1998-1999. Annapolis, MD: Naval Institute Press, 1998.

 

- Dantas, Ney. A História da Sinalização Náutica Brasileira e breves memórias, Rio de Janeiro. Ed. FEMAR, 2000.

 

- NOMAR - Noticias da Marinha, Rio de Janeiro, SDGM, n.º 707, mar. 2001.

 

- Revista Tecnologia & Defesa, São Paulo, Editora Aquarius, n.º 6, agosto de 1983; n.º 15, 1984.