1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

S Humaitá - S 14

Classe Gato

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 7 de abril de 1942
Lançamento: 13 de dezembro de 1942
Incorporação (USN): 15 de março de 1943
Baixa (USN): 18 de janeiro de 1957

Incorporação (MB): 18 de janeiro de 1957
Baixa (MB): 2 de outubro de 1967

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 1.475 ton (carregado na superfície) e 2.370 ton (carregado em mergulho).
Dimensões: 93.57 m de comprimento, 8.22 m de boca e 4.90 m de calado.
Propulsão: diesel-elétrica; 4 motores diesel GM-Winton 16-278A de 16V cilindros com 1.600 hp cada (1), 4 geradores Allis Chalmers de 1.100 Kw, 4 motores elétricos Allis Chalmers de 2.740 hp, acoplados a dois eixos e dois hélices de 4 pás. Um motor diesel auxiliar e um gerador auxiliar de 300 Kw.
Dois conjuntos de baterias Sargo de 126 celulas cada.

Combustível: 97.140 galões (US).

Velocidade: máxima de 20 nós (superfície) e 8.75 nós (imersão).

Raio de ação: 12.000 milhas náuticas à 10 nós (superfície ou com snorkel), 96 milhas à 2 nós (submerso) e 75 dias de autonomia.
Profundidade máxima de mergulho: 91 metros.
Armamento: 10 tubos de torpedos de 21 pol. (533 mm), sendo quatro na popa; com capacidade para 24 torpedos.

Direção de Tiro: TDC - Target Data Computer (Computador de Dados do Alvo - Eletro-mecânico) Mk 3 mod.5.

Equipamento Eletrônico: um sonar passivo JP 1; um sonar WCA; um telefone submarino UQC; 2 telefones submarinos de emergência BQC; um radar de superfície SJA; 1 transmissor-rádio TBL-6 e um TED; e os radioreceptores AN/URR-13, RAL-7, RAL-5, RBS-1, RBH-2 e RBO.

Código Internacional de Chamada: ?

Tripulação: 70 homens, sendo 6 oficiais e 54 praças.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Submarino Humaitá - S 14, ex-USS Muskallunge - SS 262, foi o quarto navio e o segundo submarino a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem a Fortaleza sobre o rio Paraguai, cuja passagem foi forçada pela Esquadra Brasileira, em 19 fevereiro de 1868. Foi construído pelo estaleiro Electric Boat Co., em Groton, Connecticut, e em 6 de abril de 1956 foi aprovada no Congresso Norte-Americano a Lei n.º 484 que autorizava sua cessão ao Brasil, sendo transferido e incorporado a MB na Base de Submarinos de New London, em Groton, em 18 de janeiro de 1957, pelo Aviso 0082 de 08/01/1957 MM (Bol. 04/57/680 MM). Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Fragata Lourival Monteiro da Cruz.

 

A oficialidade do recebimento do Humaitá foi a seguinte:

 

     - CF Lourival Monteiro da Cruz – Comandante

     - CC Jorge Gabriel Fernandes - Imediato

     - CC Olavo Aranha Pereira - CheMaq
     - CC João Baptista Torrents Gomes Pereira - CheOpe
     - CT Davis Thomas de Brito - CheArm

     - CT Enio de Azevedo Tavares - Enc.Div. M

     - CT Renato Tietzmann Silva – Enc.Div. O
     - CT Flávio Gonçalves Reis Vianna – Enc.Div. S

 

1957

 

Em 9 de março, partiu de New London em companhia do Submarino Riachuelo – S 15, incorporado na mesma data, fazendo escala em Havana (Cuba), San Juan (Porto Rico), Port of Spain (Trinidad e Tobago), Recife em 5 de abril, Salvador, e Rio de Janeiro onde chegou em 16 de abril, atracando no caís Norte do AMRJ.

 

Os submarinos Humaitá – S 14 e Riachuelo S 15, em abril de 1957, recém chegados dos EUA, cedidos por empréstimo de 10 anos. (foto: Revista Manchete, abril de 1957, via José Henrique Mendes)

 

Em 28 de agosto, suspendeu levando a bordo o Presidente da Republica Juscelino Kubitscheck de Oliveira, o Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra Antônio Alves Câmara Júnior, o Chefe do Estado Maior da Armada (CEMA), Almirante Renato de Almeida Guillobel, o Comandante em Chefe da Esquadra (ComenCh), Vice-Almirante Jorge do Paço Mattoso Maia, o Comandante da Flotilha de Submarinos, Capitão-de-Mar-e-Guerra Hermann Gonçalves Martins, e pequena comitiva, realizando imersão nas proximidades do porto do Rio de Janeiro, ao sul da Ilha Rasa.

 

1958

 

Conquistou o "Prêmio Alte. Felinto Perry" de eficiência.

 

Em dezembro participou das atividades da Semana da Marinha.

 

O Humaitá aberto a visitação pública na Semana da Marinha de 1958. Notar que a faixa da escada de portaló é do antigo Submarino de Esquadra Haumaytá da decada de 20. (foto: ?, via José Henrique Mendes) O Humaitá aberto a visitação pública na Semana da Marinha de 1958. (foto: ?, via José Henrique Mendes)

 

1960

 

Participou da Operação UNITAS I.

 

1961

 

Participou da Operação UNITAS II.

 

1962

 

Em setembro, participou da Operação UNITAS III, integrando um GT composto pelos CT Pará - D 27, Paraíba - D 28 (capitânia), Paraná - D 29 e Pernambuco - D 30 e o S Riachuelo - S 15. Em Recife-PE reuniu-se com o GT americano formado pelo CT USS Mullinnix - DD 944 (capitânia), F USS Lester - DE 1022 e o S Picuda - SS 382, sob o comando do USCOMSOLANT, CA (USN) John A. Tyree Jr.; e o GT uruguaio formado pelo CT ROU Uruguay - DE 01 e o ROU Artigas - DE 02, que se juntou a FT-76 no caminho para o Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro a FT-76 (Força-Tarefa UNITAS) recebeu a adição do GT argentino composto pelos CT ARA Alte. Brown - D 20 (capitânia), ARA Espora - D 21 e ARA Rosales - D 22 e o S ARA Santa Fé - S 11, na travessia Rio-Montevideo juntou-se a FT o NT ARA Punta Medanos - B 11. Prestaram apoio aéreo aeronaves de patrulha P-2V7 Neptune e de transporte R-4Y. Mesmo sem integrar a FT-76 o NAeL ARA Independencia - V 1, também prestou apoio aéreo com suas aeronaves S-2F Tracker. A fase Atlântico da UNITAS encerrou-se na Base Naval de Belgrano, com os navios norte-americanos seguindo para o Estreito de Magalhães onde em Punta Arenas juntou-se aos navios da Armada do Chile.

 

1963

 

Em 8 de maio, pelo Aviso 0191 (Reservado) do MM, a Flotilha de Submarinos teve sua denominação alterada para Força de Submarinos, como permanece até hoje.

 

1966

 

Em 24 de maio, a oeste da Ilha Grande, realizou, pela primeira vez na MB, faina de transferência de carga leve com outro submarino, o Bahia – S 12. O exercício foi conduzido a uma velocidade de 8 nós, tendo mar força 4 pela proa.

 

O Humaitá, - S 14 em faina de transferência de carga leve, com o S Bahia - S 12. (foto: Revista O Cruzeiro - 10/1966) O Humaitá, - S 14 em faina de transferência de carga leve, com o S Bahia - S 12. (foto: Revista O Cruzeiro - 10/1966) O Humaitá, - S 14 em faina de transferência de carga leve, com o S Bahia - S 12, de onde foi batida essa foto. (foto: Revista O Cruzeiro - 10/1966)

 

Em julho, nas proximidades da Ilha Grande, efetuou pouso no fundo, em semi-imersão, a 41 pés no canal da Ilha Gipóia, em frente à Praia Grande. Foi disparada a bóia marcadora de vante e realizado um adestramento de salvamento individual pela guarita do compartimento de Torpedos à Vante.

 

Em dezembro participou das comemorações da Semana da Marinha ficando aberto à visitação publica em Niterói entre os dias 7 e 9, suspendendo para o píer da Praça Mauá no porto do Rio onde permaneceu até o dia 13 de dezembro. Enquanto esteve em Niterói o navio recebeu a visita do Comandante, Oficiais e Guarnição do Forte de Santa Cruz.

 

1967

 

O Humaitá, - S 14, ja sem o canhão no convés. (foto: SDM)

 

Em 24 de abril, suspendeu do Rio de Janeiro, com destino a New London (Connecticut), a fim de ser submetido a uma inspeção estrutural. O propósito da viagem era avaliar a possibilidade de executar o overhaul (revisão geral) nos EUA, para revalidação de seu ciclo operativo. Todavia, a estimativa de custo, feita pela Electric Boat, tornou inexeqüível a realização do Período Normal de Reparos (PNR) do submarino.

 

Em 2 de outubro, na Base de Submarinos de New London, em Groton, foi submetido a Mostra de Desarmamento pela OD 040/67 de 02/10/1967 do CEMA, Almirante-de-Esquadra José Moreira Maia, sendo sua baixa do serviço ativo da Armada feita pelo Aviso 1819 de 08/08/67 MM/EMA (Bol. 35/67/4757 MM). Na seqüência foi efetuada a sua transferência para U.S.Navy, que, no ato, expediu o Certificado de Aceitação. A cerimônia foi presidida pelo Adido Naval Brasileiro em Washington e Ottawa, Contra-Almirante Floriano Peixoto Faria Lima.

 

Em 10 anos de serviço na MB, atingiu as marcas de 95.320 milhas navegadas, 679.5 dias de mar, 2.090 horas de imersão (2) e disparou 38 torpedos.

 

Foi o ultimo submarino da classe Gato, original, e depois de ser devolvido a U.S. Navy, foi usado como alvo para exercício de ataque com torpedos, no Atlântico.

 

A oficialidade da última Praça D'Armas do Humaitá foi a seguinte:

 

     - CC Günter Henrique "Zufa" Üngerer – Comandante

     - CT Roberto Mello de Carvalho Rocha - Imediato

     - CC ? - CheMaq
     - CC ? - CheOpe
     - CT ? - CheArm

     - CT ? - Enc.Div. M

     - CT ? – Enc.Div. O
     - CT ? – Enc.Div. S

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CF Lourival Monteiro da Cruz 18/01/1957 a __/__/19__
CF Antonio Jovino Pavan __/__/19__ a __/__/19__
CF Carlos Balthazar da Silveira __/__/19__ a __/__/19__
CF Jorge Gabriel Fernandes __/__/19__ a __/__/19__
CF Noísio Penna de Oliveira __/__/19__ a __/__/19__
CF Renato Tietzmann da Silva __/__/19__ a __/__/19__
CF Julio Assiz S. França __/__/19__ a __/__/19__
CF Gustavo Adolpho Engelk __/__/19__ a __/__/19__
CC Heitor Luiz Vellez __/__/19__ a __/__/19__
CC Günter Henrique "Zufa" Üngerer __/__/1966 a 02/10/1967

 

 

H i s t ó r i c o  A n t e r i o r

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Souza, Marco Polo Áureo Cerqueira de; Nossos Submarinos - sinopse histórica; 1ª edição; Rio de Janeiro; SDGM; 1986; pág.: 57-63.

 

- Friedman, Norman. U.S. Submarines Through 1945: An Illustrated Design History. Annapolis, MD. United States Naval Institute, 1995.

 

- Comando da Força de Submarinos; Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004; Niterói; ComFors; 2004.

 

- NavSource Naval History - www.navsource.org - último acesso em 04/04/2010.

 

- Nomar - Noticias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 61 dez. 1966.

 

- Submarinos do Brasil - www.planeta.terra.com.br/relacionamento/submarinosbr.

 

- SUBNET - www.subnet.com.

 

- Claude E. Erbsen, Ensign, USN. All Hands Magazine - USS Mullinnix during Unitas III Exercises of coast of South America 1962 Sailing with South America’s Navies, February 1963.

 

- Jornal Virginian-Pilot, 18 December, 1962.

 

- Warships of World War II - www.warshipsww2.eu/ - 12/12/2010

 

- USS Muskallunge - SS 262 - http://www.ibiblio.org/hyperwar/USN/ships/SS/SS-262_Muskallunge.html


(1) fez parte de um grupo de 12 submarinos da classe Gato, construídos pela Electric Boat que recebeu originalmente motores diesel de dupla ação Hooven-Owens-Rentschler (HOR). O fabricante sofreu diversos problemas no projeto e construção desses motores que se provaram problemáticos em termos de operação e manutenção, sendo substituídos nessas 12 unidades na primeira oportunidade possível, pelo GM-Winton 16-278A.

 

(2) No Livro Força de Submarinos 90 Anos - 1914-2004, aparecem as marcas de: 94.430 milhas navegadas, 677 dias de mar e 2.135 horas de imersão.