1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Corveta/Cruzador-Misto

Primeiro de Março

Classe Primeiro de Março

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 2 de julho de 1879
Lançamento: 7 de outubro de 1881
Incorporação: 13 de julho de 1882
Baixa: 1917

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 726.5 ton.

Dimensões: 56.12 m de comprimento e 50.63 m de comprimento entre pp, 8.46 m de boca, 4.27 m de pontal e 3.55 m de calado.
Blindagem: construção mista, com casco de madeira e ferro.
Propulsão: mista; a vela armada em Galera, com superfície vélica de 778,03 m2; e maquina horizontal a vapor, gerando 200 hp, com iniciada de 750 hp.

Velocidade: 10 nós com velas ou motor.

Raio de ação: 360 milhas à 6 nós.

Combustível: 30 toneladas de carvão.
Armamento: 2 canhões Nordenfelt de 57 mm, 2 canhões Hotchkiss de 37 mm e 2 metralhadoras.(2)

Tripulação: 141 homens, entre oficiais e praças.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Cruzador-Misto Primeiro de Março, inicialmente classificado como Corveta, foi o único navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem a data em que terminou a Guerra do Paraguai em 1870. Foi construída pelo Arsenal de Marinha da Corte no Rio de Janeiro, antigo Arsenal de Marinha da Corte, segundo os planos do Engenheiro Naval João Cândido Brasil. Teve sua quilha batida em 2 de julho de 1879, foi lançada ao mar em 7 de outubro de 1881 e incorporada em 13 de julho de 1882.

 

As maquinas instaladas na Primeiro de Março, foram aproveitadas da Corveta Encouraçada Herval, veterana da Guerra do Paraguai.

 

1882

 

Em 25 de dezembro, zarpou com destino Sul para ser incorporada à Divisão Naval sob o comando do Chefe-de-Divisão Joaquim Francisco de Abreu.

 

1883

 

Foi incorporada à Divisão Naval do Norte (?) sob o comando do Chefe João Mendes Salgado, tendo como porto base Corumbá. 

 

1884

 

Em 25 de janeiro, foi reclassificado como Cruzador.

 

Em 19 de agosto foi incorporado a Esquadra de Evoluções criada atraves do Aviso n.º 1541A, do então Ministro dos Negócios da Marinha, Almirante Joaquim Raymundo de Lamare. A Esquadra de Evoluções teve como primeiro comandante o Chefe-de-Esquadra Arthur Silveira da Mota, Barão de Jaceguai e era formada por dezesseis navios entre eles os Encouraçados Riachuelo, Sete de Setembro, Solimões e Javary, os Cruzadores Guanabara, Almirante Barroso, Trajano e Primeiro de Março, as Torpedeiras de 1ª Classe 1, 2, 3, 4 e 5 e as Torpedeiras de 4ª Classe Alfa, Beta e Gama. A Esquadra de Evoluções era o núcleo mais moderno de nossa Armada de então, correspondendo a Esquadra de hoje, e era dotada com os navios com a melhor propulsão, artilharia e torpedos. Com a criação da Esquadra de Evoluções foi incorporado à 2ª Divisão.

 

1887

 

Entre 11 de junho e 11 de setembro esteve estacionado no porto de Santos, seguindo posteriormente para a Ilha Grande onde permaneceu de 5 de outubro à 9 de novembro, chegando, depois, à Paranaguá em 4 de dezembro.

 

1888

 

Esteve em Paranaguá até 5 de julho.

 

1890

 

Passou a servir como Navio-Escola.

 

1907

 

Em 22 de janeiro, sob o comando do Capitão-de-Fragata Pedro Max de Frontin, suspendeu em Viagem de Instrução de Guardas-Marinha pela costa entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina.

 

1913

 

Servia como Navio-Escola de Artilharia estava baseado no Rio de Janeiro. Não desempenhou comissão alguma e necessitava de reparos.

 

1914

 

Ao final do ano, encontrava-se no Rio de Janeiro e em estado regular.

 

A oficialidade da baixa do Cruzador Misto Primeiro de Março foi a seguinte:

 

     - CC ? – Comandante

     - CT ? – Imediato

     - 1º Ten. Engº. Maquinista ? - Chefe de Maquinas

     - 1º Ten. ? - Encarregado de Armamento

     - 1º Ten. (Comissário) ? - Enc. do Material e Pessoal

     - 1º Ten. (MD) ? - Medico

     - 2º Ten. Engº. Maquinista ? - 2º Maquinista

 

1917

 

Deu baixa do serviço, após anos de serviços prestados à Marinha, foi entregue ao Lloyd Brasileiro para servir de de Escola aos Aspirantes a Piloto da Marinha Mercante, recebendo nessa ocasião o nome de "Venceslau Brás".

 

 

 

 

F o t o s

 

O Cruzador-Misto Primeiro de Março, fundeado na Baia da Guanabara. (foto: Marinha do Brasil, via Alte. Luis Alberto da Costa Fernandes) O Cruzador-Misto Primeiro de Março, fundeado na Baia da Guanabara. (foto: Marc Ferrez) foto: Marc Ferrez

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CF Antônio Pompeu de Albuquerque Cavalcanti __/__/1884 a __/__/18__
CF Pedro Max de Frontin __/__/190_ a __/__/190_

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.213.

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Brasilia, SRPM, n.º 530, out. 1987.

 

- A Marinha por Marc Ferrez - 1880-1910 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Editora Index - VEROLME, 1986.

 

- Mendonça, Lauro N.F. História Naval Brasileira Quarto Volume. Rio de Janeiro. SDM, 2001.

 

- Relatório do Ano de 1913, apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro da Marinha Alexandrino Faria de Alencar em abril de 1914.

 

- Relatório do Ano de 1914, apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro da Marinha Alexandrino Faria de Alencar em abril de 1915.


(1) No Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira, constam o Batimento de Quilha em 14 de agosto de 1879.

(2) No livro História Naval Brasileira, o armamento consta como 7 canhões Whitworth de 32 libras de calibre, 2 canhões Nordenfelt de 37 mm e 2 metralhadoras Nordenfelt de 11 mm. (dados referentes a 1888).