1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

Antônio Raposo Tavares

 

Quadro ilustrativo do bandeirante Raposo Tavares, que mora na Praça d`Armas. (provavelmente que desde a incorporação do navio). (foto: NPaFlu Raposo Tavares)

 

Nome

 

O NOME

 

Antônio Raposo Tavares, nasceu em Beja de São Miguel, no Alentejo, Portugal, por volta de 1598. Filho de Fernão Vieira Tavares, governador da capitania de São Vicente, veio para o Brasil em 1618 e se radicou em São Paulo em 1622. As bandeiras de Raposo Tavares, classificadas no grupo das despovoadoras, destinavam-se primordialmente a aprisionar indígenas. Asseguraram também a presença portuguesa, evitando a ampliação do domínio espanhol.

 

Em 1628, convicto de que lucros ambiciosos jaziam no sertão, desafiando a coragem dos audaciosos, Raposo dedicou-se a organizar uma bandeira que realizasse o seu sonho. Aprontou uma das maiores e mais poderosas que foram organizadas. Em setembro Tavares deixou São Paulo, acompanhado de sua gente, que eram 3.000 homens. Tomando o caminho do Sul, e seguindo até alcançar as cabeceiras do Nordeste, fixou-se em pontos convenientes daquela região. Empenhou-se em assegurar a posse dos atuais Estado do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso; ocupados então pelas reduções jesuítas. Na confusão da luta, vários indígenas conseguiram fugir, indo refugiar-se no aldeamento jesuístico em Guaíra; em terras espanholas. O bandeirante não se conformou. Não podia deixar fugir assim aquele lucro esperado, certo de que afinal julgava merecido. Não hesitou, ordenou seus comandantes a capturar os fujões. Aquela povoação não ia abrigar mais nenhum índio medroso. Mandou incendiá-la completamente, capturando não só os que haviam refugiado, como também os 3.000 escravos indígenas que depois foram vendidos a outras capitanias brasileiras. Durante certo tempo os índios representavam o que de maior havia no sertão. Era muito mais fácil encontrá-los do que descobrir minas ou batear rios.

 

De regresso a São Paulo, exerceu o cargo de juiz ordinário em 1633, função que abandonou no mesmo ano pelo cargo de ouvidor da capitania de São Vicente. Foi então excomungado pelos jesuítas, além de deposto pelo governador. Absolvido pela ouvidoria geral do Rio de Janeiro e reposto no cargo, participou de outra expedição em 1636. Nessa ocasião dirigiu-se ao Tape, no centro do atual estado do Rio Grande do Sul. Expulsos os jesuítas, Raposo Tavares voltou a São Paulo, onde era considerado herói. "Temos de expulsar-vos de uma terra que é nossa, e não de Castela", dizia o bandeirante Raposo Tavares, aos espanhóis, para anexar terras ao Brasil.

 

Entre 1639 e 1642, Raposo Tavares dedicou-se a ações militares. Como capitão de companhia, integrou o contingente enviado do sul para prestar socorro às forças sitiadas na Bahia. Em missão semelhante esteve em Pernambuco, onde tomou parte na longa batalha naval contra os holandeses. A última e maior de suas bandeiras, em busca de prata, iniciou-se em 1648 e durou mais de três anos. A expedição que percorreu dez mil quilômetros, saiu de São Paulo, seguiu pelo interior do continente, atravessou a floresta amazônica e chegou ao atual estado do Pará. Foi a primeira viagem de reconhecimento geográfico em território brasileiro. Raposo Tavares morreu na cidade de São Paulo em 1658.

 

O BRASÃO

 

Num pentágono formado de cabos de ouro e encimado pela coroa naval: em campo verde, um braço de carnação, semivestido de prata com realces de vermelho e movente do flanco da sinestra empunhando uma espada de século XVII, de lâmina de prata e cabo de ouro, disposta em banda e apontada para o alto; em contrachefe, três faixas ondadas de prata.

 

Explicação

 

RAPOSO TAVARES - Nome por que celebrizou-se o denodado bandeirante Antonio Raposo Tavares (1598-1658), um dos líderes máximos da epopéia das Bandeiras. O verde do campo, a exprimir pujante vegetação, refere-se ao grandioso interior brasileiro valentemente desbravado pelo intimorato Chefe, que, em sua empolgante atuação, com inexcedível coragem e marcante determinação, palmilhou impressionate extensão do território pátrio em heróico percurso pelo sertão; as três faixas ondadas de prata em contrachefe, lembram os Rios Guaporé, Madeira e Amazonas, de cujos cursos o intrépido Mestre-de-Campo, título que recebeu em 1642, acompanhou os rumos, buscando ainda mais engrandecer a Pátria ao atravessar pela primeira vez a densa floresta amazônica, consolidando os mais altos ideais de expansão nacional; o braço semivestido empunhando a espada com galhardia, ao evocar predicados de combatividade, destemor e despendimento do consagrado Chefe-de-Bandeira que a História imortalizou, recordando aquele bravo reporta-se ao próprio navio que lhe tem o nome.

 

O Brasão foi aprovado pelo Aviso 0985 de 22 de outubro de 1973 do EMA (Bol.117 de 26/04/1974/1093)


Jubileu de Prata dos NPF Pedro Teixeira e Raposo Tavares - www.submarino.net/jubileu/

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