1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

Encouraçado de Esquadra

Riachuelo

 

Classe Riachuelo

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 31 de agosto de 1881
Lançamento: 7 de junho de 1883
Incorporação: 15 de julho de 1884
Baixa: 1910

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 5.700 ton.
Dimensões:  97.72 m de comprimento, 15.25 m de boca e 5.94 m de calado.

Blindagem: de 178 à 280 mm nas laterais do casco; 254mm nas torretas principais e 254mm na superestrutura.

Propulsão: mista; vela, com três mastros armado em Barca, 8 caldeiras cilindricas a carvão e 2 máquinas combinadas de três cilindros a vapor, gerando 4.500 hp e acionando dois eixos.
Velocidade: máxima de 16,5 nós.

Raio de ação: ?

Armamento: 4 canhões de retrocarga Whitworth de 9 pol. em duas torres duplas, dispostas em diagonal, uma a BE e outra a BB; 4 canhões de 6 pol. em quatro reparos singelos; 2 canhões de tiro rápido; 15 metralhadoras Nordenfelt e 5 portinholas para lança-torpedos de 18 pol. sendo três na superficie e dois submersos.

Tripulação: 350 homens.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Encouraçado de Esquadra Riachuelo, foi o quarto navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao riacho do rio Paraná, em cujas proximidades travou-se a batalha naval de 11 de junho de 1865, entre a esquadra paraguaia e parte da esquadra brasileira, sob o Comando do Almirante Barroso. Foi construído pelo estaleiro Samuda & Brothers, na Inglaterra, a um custo de £ 365.000 que não incluía a artilharia e munições. A fiscalização das obras, esteve a cargo do Chefe-de-Esquadra José da Costa Azevedo (Barão de Ladário). Teve sua quilha batida em 31 de agosto de 1881, foi lançado em 7 de junho de 1883, sendo submetido a Mostra de Armamento em 15 de julho de 1884. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Mar-e-Guerra Eduardo Wandenkolk.

 

1884

 

Em 19 de agosto foi incorporado a Esquadra de Evoluções criada atraves do Aviso n.º 1541A, do então Ministro dos Negócios da Marinha, Almirante Joaquim Raymundo de Lamare. A Esquadra de Evoluções teve como primeiro comandante o Chefe-de-Esquadra Arthur Silveira da Mota, Barão de Jaceguai e era formada por dezesseis navios entre eles os Encouraçados Riachuelo, Sete de Setembro, Solimões e Javary, os Cruzadores Guanabara, Almirante Barroso, Trajano e Primeiro de Março, as Torpedeiras de 1ª Classe 1, 2, 3, 4 e 5 e as Torpedeiras de 4ª Classe Alfa, Beta e Gama. A Esquadra de Evoluções era o núcleo mais moderno de nossa Armada de então, correspondendo a Esquadra de hoje, e era dotada com os navios com a melhor propulsão, artilharia e torpedos.

 

Em 20 de setembro, partiu da Inglaterra.

 

Entre 28 de setembro e 22 de outubro, escalou em Lisboa, chegando ao Rio de Janeiro em 13 de novembro.

 

Foi incorporado a Esquadra em 19 de novembro, de conformidade com o Aviso de 13 de agosto de 1884 e por outro, de 28 de agosto de 1884, foi-lhe dado o distintivo n.º 1.

 

1884-85

 

Fazia parte da Esquadra de Evoluções, comandada pelo Almirante Arthur Silveira da Mota.

 

1889

 

Em 17 de novembro, partiu do Rio de Janeiro, sob o comando do Capitão-Tenente Alexandrino Faria de Alencar, escoltando o Paquete Alagoas, que transportava a Família Imperial para o exílio na Europa após a Proclamação da República. Chegaram a Lisboa em 7 de dezembro.

 

1890

 

Em 14 de janeiro, partiu do Rio de Janeiro para Buenos Aires, conduzindo o Ministro Quintino Bocaiúva, encarregado de assinar o Tratado de Limites firmado com a República Argentina, por força de arbitragem, de que foi mediador o Presidente dos Estados Unidos da América do Norte.

 

1893 - 1895

 

Comandado pelo CMG João Justino Proença, a 9 de agosto de 1893 seguiu para Europa a fim de ser remodelado nos estaleiros de Forges et Chantiers de la Mediterranée, em Toulon. A modificação mais evidente, foi a substituição da mastreação em barca por um único mastro de combate.

 

1894

 

Em 19 de junho, foi assinado a bordo, no porto de Toulon, um contrato entre o Governo Brasileiro e o engenheiro Claude Goubet, para construção de um submarino de sua patente, no que seria a primeira tentativa do Brasil em possuir um navio desse tipo. Entre as curiosidades desse contrato, constava que esse submarino de 8 metros de comprimento, teria sua guarnição composta por um oficial e dois praças do Riachuelo. Esse projeto não veio a se concretizar, pelo não cumprimento do contrato por parte do construtor.

 

1898

 

Ilustração do Encouraçado Riachuelo. (ilustração: Jane's 1898, via P.Caminha)

 

1900

 

Fez experiências de maquinas a fim de avaliar o seu desempenho depois da modernização, atingindo os mesmos 16 nós da época em que foi entregue pele estaleiro construtor. Esse desempenho mereceu elogio do Estado-Maior General ao maquinistas do navio.

 

Integrando a Divisão Branca, composta também pelo Cruzador Barroso e pelo Cruzador Torpedeiro Tamoyo, conduziu o Presidente Campos Salles a Buenos Aires, em visita oficial à República Argentina.

 

1901

 

Em 2 de janeiro foi extinta a Divisão de Instrução e Criada a 1ª Divisão de Evoluções tendo como comandante o Contra-Almirante Carlos Frederico de Noronha e composta pelo Encouraçado Riachuelo, pelo Cruzador Barroso e Cruzadores-Torpedeiros Tupy e Tamoyo.

 

1907

 

Tomou parte na famosa Revista Naval Internacional de Hampton Roads, nos Estados Unidos, acompanhando o Cruzador Barroso e o Cruzador Torpedeiro Tamoyo, em um  Grupo-Tarefa sob o comando do Contra-Almirante Duarte Huet de Bacellar Pinto Guedes.

 

1910

 

Deu baixa do serviço, sendo seu casco vendido à uma empresa européia. Segundo consta, afundou quando seu casco foi atingido por um temporal na travessia para Europa.

 

 

 

 

O u t r a s    F o t o s

 

O Encouraçado Riachuelo. (foto: SDM) O Encouraçado Riachuelo, depois de sua modernização. (foto: JFS, via P.Caminha) O Encouraçado Riachuelo, fundeado na Baía da Guanabara em embandeiramento de gala. (foto: Marc Ferrez) O Encouraçado Riachuelo, fundeado, provavelmente na Baia da Guanabara. (foto: ?, via Alte. Luiz Alberto da Costa Fernandes) O Encouraçado Riachuelo, serviu a Marinha do Brasil de 1884 a 1910. (foto: Marc Ferrez) Cartão Postal mostrando o Encouraçado Riachuelo fundeado na Baia da Guanabara, em meados da década de 1900 com a Ilha Fiscal ao fundo ainda sem interligação com o continente. (foto: ?)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CMG Eduardo Wandenkolk 15/07/1884 a __/__/188_
CF José Cândido Guillobel __/__/18__ a __/__/18__
CMG Luiz Philippe de Saldanha __/__/1889 a __/__/189_
CT Alexandrino Faria de Alencar __/__/1889 a __/__/1889
CMG João Justino Proença __/__/1893 a __/__/189_
CMG Alexandrino Faria de Alencar __/__/1900 a __/__/190_

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.221-222.

 

- Dantas, Ney. A História da Sinalização Náutica Brasileira e breves memórias, Rio de Janeiro. Ed. FEMAR, 2000.

 

- A Marinha por Marc Ferrez - 1880-1910 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil - 1986, Editora Index - VEROLME.

 

- Revista Marítima Brasileira, vol. 120, n.º 7/9, jul./set. 2000.

 

- Boiteux, Lucas Alexandre. Das Nossas Naus de Ontem aos Submarinos de Hoje.