O marco inicial do projeto Barracuda pode ser colocado no dia 14 de outubro de 1998, quando o Ministério da Defesa da França lançou o programa oficialmente.

Um grupo integrado para estudar o assunto foi então criado. O grupo era composto por membros da DGA (Délégation Générale pour l’Armament), por representantes da empresa DCN (responsável pelo projeto do casco e a construção do submarino), da Technicatome (responsável pela propulsão nuclear) e da CEA (Commissariat à l’Énergie Atomique – a Comissão de Energia Nuclear da França).

Cada uma destas partes tinha uma responsabilidade, mas era fundamental que todas trabalhassem juntas para o melhor andamento do programa.

Os estudos de viabilidade foram concluídos com sucesso em 2002 e em junho do mesmo ano teve início a fase de definição do projeto.

Em dezembro de 2006 a DGA firmou um contrato com o DCNS e a Areva TA (responsável pelo desenvolvimento do reator nuclear) para a elaboração do projeto de detalhe, desenvolvimento do programa e construção do primeiro submarino da classe, com a opção de outros cinco da mesma classe. A DCN foi declarada a contratada principal, sendo responsável pelo projeto detalhado, construção e integração dos sistemas.

A construção do Suffren, primeira unidade e atual nome da classe, foi iniciada em dezembro de 2007, em Cherbourg. Espera-se que o mesmo entre em serviço na Marinha da França no ano de 2017. Os demais submarinos entrariam em serviço a cada dois anos, completando a classe em 2027.

Entre a formação do grupo de estudo (1998) e o início da construção da primeira unidade (2007) a França levou nove anos. Além disso, a previsão é de que a construção do mesmo e as demais etapas (provas de mar, por exemplo) consumam outros dez anos (2017).

Em resumo, se tudo correr bem, os franceses terão um novo submarino nuclear de ataque depois de 19 anos de estudos, projetos, pesquisas, produção e testes.

Já o Brasil, conforme anunciado pelo próprio Comandante da Marinha, pretende possuir o seu primeiro submarino em 2021 (Há uma declaração do Comandante feita durante a reunião do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica na Câmara que fala em até seis anos caso o país dobrasse os investimentos).

A pergunta central é: Como o Brasil pretende possuir um submarino nuclear em 12 anos se a França, país que auxiliará no projeto e na construção do SNBR, levará 19 anos para terminar o submarino dela?

Considerando que o Brasil leve o mesmo tempo que a França (19 anos) para desenvolver o seu projeto, o reator, a construção do novo estaleiro e a construção do submarino propriamente dito, chegaríamos ao ano de 2029, exatamente o ano apontado no “post” Submarino Nuclear Brasileiro deverá estar pronto por volta de 2029.

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Capitão

BRASILLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL!!!!!

Sandro

Caros Amigos, o Barracuda já é um projeto de desenvolvimento de muitos anos, a informação não esta correta, a credito que o Barracuda que na verdade serão 4 construidos simultaneamente, estarão prontos e 5 anos, e pelo que entendi da materia referente aos dados que ja tenho, fechará os 19 anos desde o inicio de seu projeto, que deve finalizar em 2014 as quatro unidades.

Flavio

“Entre a formação do grupo de estudo (1998) e o início da construção da primeira unidade (2007) a França levou nove anos.” Já temos nosso grupo de estudo formado, já temos o reator “quase pronto”(o que nos da ganho de tempo). Pelo que entendi da matéria, de 2002 a 2006 foi o desenvolvimento do projeto. O nosso projeto ainda vai começar, concertesa deve demorar mais tempo. Mas, com uma coisa fiquei intrigado. A matéria diz que em 2017 vai estar operacional na Marinha Francesa. Bom, no Brasil, o nosso deve estar pronto em 2021. Ai vamos colocar mais uns 4… Read more »

Alfredo_Araujo

Li em uma revista Força Aerea um artigo mto interessante sobre tecnologia aeronautica… Q o grande limitador p/ o uso de novas tecnologias é o homem!!! O homem precisa de oxigenio, um ambiente com temperatura controlada, um espaço dedicado para ser seu habitaculo, alimentos/agua… alem de nao aguentar uma grande carga G em curvas/acelerações… Do geito q a tecnologia evolui, acredito q qualquer coisa q tenha um tempo de desenvolvimento de 20 anos, estará automaticamente OBSOLETA ao fim deste periodo… Daqui a 20 anos os céus serão dos UCAVs… E os mares? Será q não existirá SUBs robos q gastarão… Read more »

Rodrigo Botelho Campos

Prezados (as), só tem uma resposta. O Brasil está comprando um projeto completo de submarino nuclear e não apenas o casco. A versão oficial é de que compraremos um casco para embutir um reator nacional. Mas um projeto deste não se resume a casco e reator. Portanto, o tempo ganho pode signicar que o país está pagando mais caro para ter mais do que o casco. A imprensa não compreende os aspectos de segurança envolvidos e fica tratando do assunto apenas pelo viés de uma possível articulação eivada de corrupção por envolver uma determinada empreiteira. Pode ser que sim, pode… Read more »

konner

Meu Deus, será realmente tão incompreencível o que está ocorrendo ??

Será que a MB terá de ‘desenhar’ ???

Para alguns talvez …, mas para certos, me causa espanto.

Robson Br

Este assunto parece que já está esgotado: 1- já é de domínio publico 2- valores conhecidos 3- Financiamento acertado 4- produto final conhecido Tudo indica que existe um movimento para desqualificar os projetos de capacitação nacional. Até hoje não não aceito o que aconteceu em alcântara, onde perdemos parte de nossa massa crítica aeroespacial. Se todos os projetos da década de 70 tivessem continuidades, onde estaríamos agora. Em todas as áreas estavamos atuando. Acabaram com o momento, mas não acabaram com o sonho. Neste período de sombras, brasileiros patriotas mantiveram a chama acesa. Não sou um daqueles que acham que… Read more »

Sandro

Ratificando:
2014 a primeira unidade e 2017 a ultima. Desculpem o Engano!

Nimitz

O reator nuclear da Marinha não está pronto e se funcionar a contento, não poderá ser colocado no submarino. Terá de ser construído outro reator, mais potente e mais compacto. Isso vai demorar muito tempo e vai custar muito caro. A França não passará tecnologia nuclear nenhuma e não se responsabiliza por acidentes que poderão ocorrer, pois todas as marinhas que utlizam tecnologia nuclear em seus submarinos sofreram acidentes. Isso é inevitável, pela natureza da propulsão, que envolve altíssimas temperaturas, vapor de alta pressão e a necessidade de bombeamento de água do mar para resfriamento. Os EUA perderam dois submarinos… Read more »

[…] DO BLOG 2: O Blog do Poder Naval já havia questionado a questão das diferentes datas divulgadas e o longo prazo para a conclusão da primeira unidade. Pode ser coincidência ou os parlamentares estão se baseando nas informações divuladas pelo […]

Subtil

Quer comparar um Barracuda, modenísimo , com o nosso?

Claro que o Barracuda será melhor, mais avançado.

Demora mais tb.

Mas o pronto principal para nós é saber fazer…

Aprender.

Por isto será uma vitória.

O colega aí aponta uma ideia, pode ser…

Mas estas coisas não se divulga. E é melhor que seja assim.

Israel não desenvolveu sua capacidade industrial jogando as claras…

Lucas

Pelas ondas de rebeldia da imprensa em relação ao programa nuclear brasileiro e o desenvolvimendo de um submarino com este tipo de propulsã, a compra de novos modelos e a escolha da França pela MB, parece que a imprensa esta sendo articulada por alguem de fora do país, talvez patrocinada por alemães, e vamos falar para estes jornalistas que desprezam tanto nosso programa nuclear, defender o Brasil tacando papel em eventuais agrassores!!!

Flal

Rodrigo, Bem que eu gostaria que fosse verdade. Contudo, o Congresso francês, que já protestou, diga-se de passagem, desse acordo com o Brasil, fez com que o contrato deixasse bem claro que a França não ajudará a MB com a parte nuclear do SNBR. “ACORDO ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DA REPÚBLICA FRANCESA NA ÁREA DE SUBMARINOS (…) Artigo 2 Princípios Básicos (…) 2.2 A cooperação prevista realizar-se-á no contexto da aquisição de quatro submarinos SBR, com a transferência de tecnologia ampliada para todas as fases (concepção inicial e detalhada, desenvolvimento, construção e comissionamento)… Read more »

Roberto Carvalho

Flal,

Eu já havia lido o acordo, mas não havia reparado.

Os franceses não irão ajudar na parte nuclear do SNBR, e, ainda por cima, não se responsabilizam por nada de errado que aconteça.

Essa imposição do Congresso Francês ocorreu em virtude da pressão européia contra esse acordo?

Saudações

Democracia

“A pergunta central é: Como o Brasil pretende possuir um submarino nuclear em 12 anos se a França, país que auxiliará no projeto e na construção do SNBR, levará 19 anos para terminar o submarino dela?”

Nota, nessa pergunta não foi incluido os trinta-e-tantos anos que ja havia sido pesquisado, pois se for feito a soma dos anos, dara no minimo 40 e tantos anos de pesquisa, não é lógico ?

Viva a República !!!

Capitão

Ok.
Cancela tudo e compra pronto 2 U214.
O mundo agradece e esse blog ficará para o resto da vida feliz!!

…”A pergunta central é: Como o Brasil pretende possuir um submarino nuclear em 12 anos se a França, país que auxiliará no projeto e na construção do SNBR, levará 19 anos para terminar o submarino dela?…”

– Será que esse tempo não combina com a necessidade da marinha francesa em recebê los ? Qual é a previsão de baixa dos atuais subs franceses?? Alguém sabe?????????

Aguardo a resposta.

Guilherme Poggio

Capitão,

Este tempo de construção que os franceses estipularam (cerca de 10 anos) é bastante realista se comparamos, por exemplo, como o tempo que levou o Astute.

Capitão

Pois é Guilherme,

Não sei quanto tempo levou o Astute, mas se for uns 10 anos, ótimo. Gostaria realmente de saber quando os atuais subs franceses darão baixa (previsão).

*** Alguém sabe???????? ***

gerson

Caros amigos, Na minha modesta opinião a marinha esta escondendo o jogo, este sub nuclear deve esta quase pronto escondido em algum lugar, talvez falte algum detalhe que este acordo vai resolver. Afinal todos sabemos que por exemplo as centrifugas de uranio brasileiras são as melhores atualmente e o ciclo de combustivel já foi dominado há muito tempo. Lembro da época que servi no AMRJ por 4 anos, que havia uma área, um galpão imenso, sempre guardado por fuzileiros, que quando perguntavamos o que havia lá eles nada respondiam, mais se via colado na porta de acesso o simbolo caracteristico… Read more »

gerson

caros amigos,

Mais uma coisa este acordo dos sub com a França veio se concretizar depois de assinada a parceiria bilateral de defesa com a França, parceiria essa que não foi feita exatamente no governo Lula e Sarkozy e sim foi detalhada no tempo dos militares, de Ernesto Geisel se não mim falha a memoria, ai foi atualizada para os dias de hoje e está ai o resultado.

Capitão

Este site: http://www.defenseindustrydaily.com/frances-future-ssns-the-barracuda-class-02902/ Diz que o contrato fora assinado e, 2006 para “…to cover development( Desenvolvimento), production and through-life support during their first years of operational service…” Contem: Francês: 2006 — 2017 = 11 anos. Brasil: 2011? — 2022 = 11 anos. O engraçado é que há um tempo atrás este Blog dizia o seguinte sobre o contrato Alemão: “…O Brasil gastará 1 bilhão de euros para construir um SSK sem AIP e modernizar outros quatro. A França gastará 8 bilhões para projetar e construir seis SSN de última geração. Será que estamos fazendo um bom negócio?…” Pensavam de um… Read more »

Capitão

O contrato fora assinado em 2006 para “…to cover development( Desenvolvimento), production and through-life support during their first years of operational service…” Contem: Francês: 2006 — 2017 = 11 anos. Brasil: 2011? — 2022 = 11 anos. O engraçado é que há um tempo atrás este Blog dizia o seguinte sobre o contrato Alemão: “…O Brasil gastará 1 bilhão de euros para construir um SSK sem AIP e modernizar outros quatro. A França gastará 8 bilhões para projetar e construir seis SSN de última geração. Será que estamos fazendo um bom negócio?…” Pensavam de um jeito e agora pensam de… Read more »

Cleber Carvalho da Rocha

O Brasil precisa investir o máximo de recursos possíveis no projeto para poder concretizá-lo a médio prazo. Isto pode ser conseguido com algo que o país deveria já estar fazendo a muito mais tempo e com mais efetividade, é negociar com países emergentes, que estam no mesmo nível ou um pouco mais afançados que nós, que também desenvolvem submarinos como é o caso da China e índia, a troca de tecnologias, não diria nem trasfêrencia, mas troca de conhecimentos, o que poderiamos oferecer a eles e da mesma forma eles a nós, um intercampio que pelo fato de não haver… Read more »