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Na comissão, em que visitou o Brasil, o navio realizou operações no Atlântico e no Pacífico Sul, percorrendo mais de 28.500 milhas náuticas.

No último terça-feira, 11 de agosto, o destróier Tipo 42 HMS Manchester retornou a Portsmouth após completar sete meses de operações contínuas, numa comissão que se iniciou em janeiro deste ano.

A primeira escala foi Cabo Verde, na fase de patrulha do Atlântico voltada a operações contra o narcotráfico, em que foram realizados exercícios junto à guarda-costeira da ilha. Em seguida, o navio concuziu operações de segurança marítima no Atlântico, antes de chegar às Falklands (Malvinas) no início de Março. Ao largo das ilhas, o HMS Manchester participou do exercício Cape Bayonet, que envolveu também tropas do Exército Britânico (do Mercian Regiment, em preparo para operações no Afeganistão) e jatos da RAF (Real Força Aérea).

Durante o mês de abril, juntamente com o navio de apoio Black Rover, da frota auxiliar (Royal Fleet Auxiliary), operou ao largo da ilha Geórgia do Sul. O destróier então retornou às Falklands, a caminho de um curto período de manutenção no Rio de Janeiro para, logo depois, seguir novamente na direção das ilhas, realizando serviços de celebração à memória das fragatas HMS Antelope e Ardent, afundadas no conflito de 1982 com a Argentina pela posse das ilhas.  

No início de junho, seguiu para o Pacífico Sul pelo Estreito de Magalhães, a fim de participar do exercício bienal Teamwork South, que envolveu 22 navios das marinhas do Chile, França, Brasil, EUA e Grã-Bretanha. Em 16 de julho o navio já atravessava o canal do Panamá, em rota para Cartagena, para a efetivação da estratégia britânica, em conjunto com a Colômbia, contra o narcotráfico.

O último porto pelo qual o HMS Manchester passou foi da ilha de Bermuda, para as celebrações dos 400 anos da chegada dos primeiros colonizadores permanentes, após o naufrávio do navio Sea Venture, em 1609. Ao todo, foram 198 dias fora da base e mais de 28.500 milhas náuticas percorridas.

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FONTE e FOTOS: Royal Navy

NOTA do BLOG: o relato sucinto, acima, mostra a extensão das responsabilidades de uma marinha que busca manter capacidade e influência verdadeiramente oceânicas, como a Marinha Real. E, certamente, serve para refletir sobre o impacto que essa prática produz, na operacionalidade e desgaste dos meios e tripulações, assim como sobre os desafios futuros da Royal Navy para manter sua estratégia face aos custos crescentes de novos meios, que substituirão navios com décadas de operação como o HMS Manchester.

Para ler mais matérias relacionadas, incluindo a visita do navio ao Rio de Janeiro, clique nos links abaixo.

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Bronco1

À despeito das qualidades do navio e do armamento que carrega…

Mas esse bicho é feio que dói.

Alguém tem uma explicação para a seção de proa ser tão absurdamente longa, tomando quase metade do navio? É pra diminuir o caturro?

Nunão

Bronco,

Esse é um Type 42 Batch 3, que teve o comprimento aumentado em relação aos Batches 1 e 2. O aumento no comprimento permitiu a melhoria dos espaços internos e a ampliação do número de mísseis Sea Dart armazenados no carregador, que fica logo abaixo do lançador duplo que se vê na proa, logo à frente da superestrutura.

Além disso, a distância entre lançador dos mísseis e o canhão Mk8 (cuja torreta está parcialmente encoberta pela axila da moça do lado direito da primeira foto) pôde ser aumentada, evitando que um só disparo certeiro danificasse ambos.

Nunão

Complementando, você pode notar a diferença entre um Batch 2 e um Batch 3 comparando com o Type 42 do post abaixo:

http://www.naval.com.br/blog/?p=468

Bronco1

Valeu Nunão, eu sabia que ele tinha tido o comprimento aumentado, mas não sabia exatamente o porquê. Achei que era meramente para melhorar as qualidades oceânicas.

Valeu mesmo!

Bronco1

Oceânicas ou Marinheiras, acho que tanto faz, mas como os termos importam no meio naval…

Bom, enfim, vocês entenderam. Rs

Eduardo

A respeito da Nota do Blog, as revistas Newsweek e The Economist desta semana falam exatamente sobre o fim da queda do império britânico e o seu reposicionamento no concerto das nações como uma nação à altura de sua extensão territorial. Ao longo dos anos, a não mais tão grã, bretanha foi garantindo posição desproporcional ao seu tamanho nas relações internacionais, inclusive com Margaret Thatcher sendo considerada a segunda maior responsável pela queda da União Soviética. As revistas apontam a inevitável diminuição do orçamento militar inglês, assim como o remanejamento de pessoal das repartições consulares inglesas mundo afora – deixando,… Read more »