Ecos da Euronaval 2012: Submarine Air Defence Systems

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A melhor alternativa defensiva para um submarino convencional ainda é a sua ocultação nas profundezas. Mas quando sua presença é revelada, escapar pode ser impossível. Tendo isso em mente a DCNS, em parceria com a MBDA, desenvolveu dois sistemas de defesa antiaérea com diferentes propósitos.

O primeiro deles é um sistema que associa o canister de um míssil SM39 Exocet (versão do Exocet empregada a partir de submarinos) e um míssil MBDA MICA. O sistema não requer alterações no submarino e pode ser empregado em tubos lança-torpedos convencionais de 533mm.

O lançamento do MICA pode ser executado em cota periscópica (mais indicado para o engajamento de aviões tipo MPA) ou submerso, e o alcance informado é de até 20 km. A desvantagem é a redução de número de torpedos ou mísseis subsuperfície-superfície transportados pelo submarino.

Já o segundo sistema, para engajamento em distâncias mais curtas (até 6,5 km)  emprega um mastro especial localizado na vela do submarino . Na ponta do mesmo existe um container pressurizado contendo três mísseis Mistral. Este sistema pode engajar múltiplas ameaças ao mesmo tempo e não ocupa espaço no compartimento de torpedos como o MICA. Porém, sua instalação exige um mastro dedicado e isto demanda mudanças significativas no projeto e na construção do submarino.

Ambos os mísseis são supersônicos e do tipo dispare e esqueça com cabeça de busca IIR (Imaging Infra Red), além de serem compatíveis com o sistema de combate SUBTICS.

 

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joseboscojr

Eu não creio que a cápsula (canister) usada seja idêntica ao do SM-39. A do Exocet não se afasta tanto do submarino após ser “ejetada” não sendo dotada de propulsão subaquática usando só um foguete sólido para emergir e sair da água.
Essa cápsula parece ter um propulsor (hélice ou hidrojato) já que se afasta muito do submarino de modo a ocultar a posição do mesmo, embora no final também parece que use um foguete sólido.

Ivan

Bosco, Para engajar um alvo, qualquer que seja ele, é preciso localizar, identificar e designar este para a arma que se pretenda usar. Tanto faz ser um Flak 88 da segunda guerra ou míssil guiado do século XXI, a tripulação do submarino precisa, no mínimo, saber onde está a ameaça aérea. Quando na superfície os alemães a 7 (sete) décadas passadas usavam o Eye Ball Mk1, que ainda é útil hoje em outros cenários, mas duvido que algum submarinista moderno fique na coberta ou na vela de um submarino, a não ser que esteja participando de uma parada militar. Aparentemente… Read more »

joseboscojr

Ivan, Acho pouco provável que o som produzido por um avião de patrulha ou um helicóptero a baixa altitude sejam suficientes para prover o sistema de combate do submarino de uma solução de tiro para um míssil SAM, portanto, nesse caso seria necessário mesmo o submarino estar em cota periscópio e usar seu radar para tal. No caso do helicóptero pairando com o sonar “dipado” aí tanto o sinal do sonar ativo quanto o barulho provocado pelo helicóptero fornecem a direção geral do alvo e são suficientes para uma solução de tiro e o míssil é lançado no modo LOAL,… Read more »

joseboscojr

O Mica original, ar-ar, já faz isso de modo natural. O Mica, assim como outros mísseis BVRAAM atuais, atuam basicamente de 3 formas: LOBL- Com travamento antes de ser lançado contra alvos mais próximos. LOAL autônomo- Com travamento após voar no modo “inercial” contra alvos em médias distâncias ou contra alvos situados além do FOV do míssil no modo high off boresight LOAL assistido- Com travamento após voar no modo inercial e ser atualizado pelo data-link contra alvos a grandes distâncias. Nesse caso do SL-Mica ele uso o segundo método, travando no alvo após voar “guiado” pelo sistema inercial e… Read more »

G-LOC

No fim da 2gm, os submarinos alemães foram ordenados a responder o fogo das aeronaves de patrulha com seus canhões e nao mergulhar. Não vejo problema nenhum nos subs fazerem isso hoje. Os armamentos evoluiram bastante. Pode chegar um ponto em que basta uma plataforma asw ser iluminada por um radar para iniciar evasivas.

No caso de um helicoptero dipando o sonar, o sub tem a direção e a altitude é bem baixa. São informações suficientes para o sub disparar o MICA no modo “home all the way” (liga e atira no que aparecer primeiro).

Renato Oliveira

Olha, particularmente, acredito que o submarino deve ser stealth. A partir do momento que foi detectado por um vetor ASW, o submarino está condenado. Uma tripulação esperta avisaria imediatamente a base ou navio-base sua localização ao localizar um sub. Assim, se algo der errado, um outro vetor ASW pode ser enviado na posição do último e poderia localizar o sub. Derrubar o vetor apenas confirmaria de vez a posição do sub.

Alexandre Galante

Renato, um submarino detectado não ficará parado esperando que um outro vetor seja enviado para a área onde foi detectado. A descoberta de um submarino não garante que a detecção será mantida além de alguns minutos, nem garante que ele será identificado e rastreado. O atacante pode receber o “datum” (que é a última posição conhecida do submarino antes do contato ser perdido), mas este pode se ocultar e desaparecer rapidamente, usando as camadas termais e outras táticas.

GUPPY

Se o Submarino for nuclear, só precisa de poucos minutos para se distanciar do ponto onde foi localizado. Nessa hora, velocidade conta muito.

Ivan

Amigos, Meu questionamento está justamente na solução de tiro para um SAM lançado a partir de um submarino. Acredito que um sub moderno nunca navegará pela superfície em uma área conflagrada. Quando necessário os diesel-elétricos ficarão na cota de periscópio usando o snorkel para renovar o ar. Nesta cota poderá usar um pequeno radar em um mastro retrátil, mas mesmo este, posicionado praticamente ao nível do mar, terá um alcance limitado. Assim sendo, penso que um “Sub SAM” seria aquele último recurso, como as pistolas que os infantes insistem em levar para o combate. Se nada mais der certo, os… Read more »

Marcelo

Muito interessante. Só uma curiosidade, apesar do texto dizer que o MICA seria da versão de guiamento IIR, a figura em corte do canister parece mostrar a versão RF de guiamento por radar ativo. Mas como o Poggio colocou aí em cima, não nos deixemos guiar pelas ilustrações…
Abraços.

cristiano.gr

Alguém sabe se o sub nuclear brasileiro terá algum míssil?

daltonl

Sim, antinavio, provavelmente o exocet, que também equipará os 4 Escorpenes em construção ou já planejados.

abs