A Lockheed Martin confirmou que as corvetas da classe Visby da Marinha da Suécia serão equipadas com lançadores verticais do tipo ExLS (Extensible Launching System) de três células, permitindo o disparo dos mísseis antiaéreos CAMM (Common Anti-air Modular Missile). Essa adição fornecerá à frota sueca uma capacidade de defesa aérea ausente até então, além de abrir caminho para futuras integrações de mísseis antinavio e outros sistemas.

Segundo Edward Dobeck, diretor do programa de sistemas de lançamento da Lockheed Martin, a introdução do ExLS representa uma solução estratégica especialmente importante após a entrada da Suécia na OTAN. O sistema oferece à classe Visby uma capacidade modular de lançamento vertical, alinhando-a com os padrões da aliança e permitindo maior interoperabilidade.

Cada ExLS pode conter até quatro mísseis CAMM por célula, totalizando até 36 mísseis por navio. As corvetas também serão integradas ao sistema completo de defesa aérea Sea Ceptor da MBDA, que fornece proteção de 360° contra ameaças como mísseis antinavio supersônicos, helicópteros de ataque e drones.

O CAMM, guiado por radar ativo e com alcance mínimo de 25 km, deriva de tecnologias do míssil ar-ar ASRAAM, mas com modificações específicas para defesa naval. Versões ampliadas, como CAMM-ER e CAMM-MR, com alcances de até 100 km, estão em desenvolvimento, embora ainda não esteja claro se poderão ser integradas aos lançadores ExLS.

Além dos CAMM, os lançadores ExLS poderão futuramente disparar outras armas, como os mísseis RIM-116 RAM Block 2, AGM-114L Longbow Hellfire e AGM-179 JAGM, todos quad-packable. Esses armamentos oferecem capacidades contra alvos navais, terrestres e aéreos, incluindo drones. O sistema também poderá lançar engodos eletrônicos como o Nulka, que confunde radares inimigos simulando a assinatura de grandes navios.

Ilustração do lançador ExlS de 3 células

Atualmente, as corvetas Visby contam com oito mísseis antinavio RBS-15 Mk2, quatro torpedos de 400 mm, cargas de profundidade, minas navais e um canhão Bofors de 57 mm ocultado em torre stealth. A introdução do ExLS representa um avanço substancial na capacidade de defesa aérea e versatilidade dos navios.

A instalação do Sea Ceptor e dos lançadores ExLS na primeira corveta Visby está prevista para iniciar ainda em 2025, com duração estimada de um ano. Não há, no entanto, cronograma definido para a modernização das cinco embarcações da classe, embora a adoção do ExLS sinalize uma possível expansão de capacidades no futuro.

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Emmanuel

MB, corre aqui para ver um negócio massa!!!!

Daniel Ricardo

O alcance delas é muito curto para o Brasil.

Wilton Pereira dos Santos

Essas pequenas corvetas possuem capacidade de defesa antiaérea muito mais poderosas do que nossas caríssimas fragatas. Enquanto nossas fragatas terão apenas 12 lançadores de mísseis verticais CAMM, as embarcações suecas terão 36. Lendo notícias como essas me convenço a cada dia de que a Marinha do Brasil não fez uma boa escolha, parece mais um improviso do que uma decisão estratégica.

Top Gun Sea

Acho que você não entendeu bem! A Visby não será convertida em um destroyer, até por que as suas dimensões é quase de um navio patrulha de 1800 ton. Ela terá um módulo de 3 células que permite que cada célula dispare 4 mísseis possivelmente um no tubo e 3 já engajados. O rearranjo do sistema que será implantado permitirá que o paiol provavelmente automatizado do navio possa armazenar uma variedade de mísseis já consagrados nas forças navais, que pode ser de até 36 mísseis totais entre as 3 células e paiol.

Last edited 12 dias atrás by Top Gun Sea
Dalton

Compreendi diferente: 3 “módulos” cada um com 3 “silos” e cada “silo” com 4 mísseis totalizando 36 mísseis – 9 silos cada um com 4 mísseis – para pronto uso para apenas um tipo de míssil o “CAMM”.

Last edited 12 dias atrás by daltonl
rui mendes

E é isso, a diferença será no lançador, enquanto as fragatas Brasileiras terão o lançador dos mísseis camm, igual aos das type 23 UK, 1 míssil por célula, as visby, terão o lançador da Lockheed Martin, com cada célula do lançador, a levar 4 mísseis camm, que foi o escolhido, mas poderá levar outros tipos de mísseis. O Brasil é que escolheu ter só 12 células do sistema camm, podia ter escolhido, ter 32 células dos camm, como as type 23, ou então escolhia outro tipo de lançador, como esse das Visby, ou o lançador Francês das corvetas Gowind, com… Read more »

Last edited 12 dias atrás by rui mendes
Abner

Dalton é impressão minha ou às Visby são navios pequenos ?

Assim como entendi que pode lançar uma variedade de mísseis como foi mencionado no texto, com total de 36 mísseis.

Dalton

Pequenos de fato e apesar de tornarem-se mais relevantes com essa adição de mísseis, um segundo lote foi cancelado em favor de navios
ainda maiores em desenvolvimento.
.
O que o texto menciona é que para o momento até 36 “CAMM” poderão ser embarcados para pronto uso, mas ainda não há outro tipo de míssil para os silos.
.
 abrir caminho para futuras integrações de mísseis antinavio e outros sistemas.

Mercenário

Compreendi da mesma forma, Dalton.

O ExLs possui módulos com 3 silos. E serão 3 módulos.

Eder Albino

Eu compreendi de outra forma: Um módulo de três células, com quatro mísseis cada, totalizando doze mísseis.

Last edited 11 dias atrás by Eder Albino
Top Gun Sea

Está correto Eder!
Cada célula poderá disparar 4 mísseis, sendo um no silo e 3 prontos (engajados) para entrar para o tubo (silo) de cada vez. Em sendo apenas um módulo de 3 células, o total de prontidão é de 12 mísseis. Os restantes ou seja, 24 mísseis estarão em um paiol automatizado para reiniciar o ciclo de prontidão. Quando se fala de 36 mísseis trata se da capacidade de armazenamento incluindo a prontidão do sistema VLS do navio.

Last edited 11 dias atrás by Top Gun Sea
Santamariense

Cada célula envolve três “conjuntos” com 4 silos cada uma. Cada silo leva um míssil. Assim, são 3 x 4 = 12 mísseis. Quanto ao sistema de paiol com remuniciamento automático, isso não consta no artigo. Tens um link ou a fonte sobre esse sistema nessas corvetas? No link do artigo colocado por outro colega, está escrito assim (já traduzido): “Uma concepção artística de um Visby armado com CAMM , divulgada anteriormente pela MBDA, mostra um trio de lançadores de três células a bordo do navio. O CAMM pode ser acoplado em quatro células ExLS, o que permitirá que as corvetas transportem… Read more »

Last edited 10 dias atrás by Santamariense
Santamariense

Então são 3** células l, formando 9 conjuntos…

Renato

Prezado Top Gun Sea, Um sistema VLS funciona simultaneamente como lançador e paiol. Cada míssil é lançado diretamente de seu próprio compartimento, sem nenhuma movimentação para um “tubo” de lançamento, como aparece na ilustração da matéria. Todos os mísseis estão disponíveis para lançamento. Não há paiol automatizado recarregando os mísseis para o sistema de lançamento. No sistema VLS não há recarga durante a missão, está só ocorre nos portos com a substituição das células. Assim, a seleção das células com os tipos de mísseis também só é feito no momento do abastecimento no porto, depois não há como alterar a… Read more »

Nemo
Renato

Obrigado. Agora a informação está completa! A matéria do link esclarece que são 3 módulos de 3 células de 4 mísseis cada. Total 36 mísseis! Faltava essa informação aqui.

Santamariense

Exato! A imagem que está no artigo é bem ilustrativa. Três células com cada célula composta por 3 silos, cada silo com 4 missões. 3 células x 3 silos x 4 mísseis = 36 mísseis. O triplo da anêmica Tamandaré.

Mercenário

Caro Santamariense, A Tamandaré, que você adjetivou de anêmica (e tem seu fundamento), é muito provavelmente capaz de receber esses mesmos lançadores ExLS. Eu tenho ideia que você sabe e está criticando o arranjo atual, mas o lançador simples do CAMM é uma questão de custo. Existem fragatas bem mais pesadas com apenas 16 mísseis, ainda que possam ser de maior alcance, e que são elogiadas por muitos, por poderem receber a instalação de mais células. É uma questão de perspectiva. Acredito que existem duas visões nesses casos: os sistemas e armas contratados e a capacidade do navio de receber… Read more »

Top Gun Sea

Dalton, veja a matéria, lá não fala em 3 módulos que daria 9 celulas com 36 disparos simultâneos e sim um módulo de 3 células lançadoras. Cada célula poderá disparar 4 mísseis, sendo um no silo e 3 prontos (engajados) para entrar para o tubo (silo) de cada vez. Em sendo apenas um módulo de 3 células, o total de prontidão é de 12 mísseis. Os restantes ou seja, 24 mísseis estarão em um paiol automatizado para reiniciar o ciclo de prontidão. Quando se fala de 36 mísseis trata se da capacidade de armazenamento juntamente com a prontidão do sistema… Read more »

Dalton

TGS a ilustração mostra como exemplo um desses módulos com 3 silos está escrito na legenda lançador Exls de 3 células (silos) um deles aberto onde se vê um míssil sendo lançado e outros 3 ainda dentro do “envelope protetor”. . Aumentando a outra imagem da corveta vista de cima ou procurando uma imagem mais nítida na internet se verá um total de 3 grupos de 3 silos ou 9 silos cada um com 4 mísseis, totalizando 36 mísseis entre o convés de voo e a superestrutura. . Desconheço “paiol automatizado” em “VLS”, os mísseis são para pronto emprego e… Read more »

Renato

Prezados, a matéria está contraditória ou incompleta. Em seu primeiro paragrafo diz: “(…) classe Visby da Marinha da Suécia serão equipadas com lançadores verticais do tipo ExLS (Extensible Launching System) de três células, permitindo o disparo dos mísseis antiaéreos CAMM. (…)”. Depois no terceiro parágrafo: “Cada ExLS pode conter até quatro mísseis CAMM por célula, totalizando até 36 mísseis por navio.” Ou seja, cada modulo contêm três células de 4 mísseis totalizando 12 mísseis. A matéria menciona um total de 36 mísseis, mas em lugar nenhum diz que serão instalados 3 módulos por navio. A expressão totalizando passa a impressão… Read more »

Marcos

Se não me engano foram essas corvetas que lançaram esse estilo de baixa assinatura de radar em navios.
Isso foi quando? Há uns 20 anos? E ainda assim continuam sendo, na minha opinião, a mais bela e proporcional nesse quesito.

Andre

Creio que a primazia é das La Fayette Francesas, por mais de 15 anos de diferença.

Nunes Neto

Uma boa solução para navios pequenos,poderia para a Barosso e Atlantico, mas creio que nunca terão

Dalton

A marinha já declarou que não pretende investir na Barroso, provavelmente daqui 15 anos
ela será como é agora.
.
As corvetas suecas compartilharam com a Barroso a morosidade na construção e só agora estão recebendo esse reforço no armamento, provavelmente reflexo da entrada da Suécia na OTAN, seja como for, foram construídas com espaço e reserva de peso para receber os
tardios mísseis enquanto a “Barroso” precisaria abdicar de algo, como o hangar mesmo que mantendo a capacidade de reabastecer helicóptero como a Visby também tem.

Cipinha

Na verdade se estudou a possibilidade de instalar sistemas na parte lateral do hangar, mas provavelmente consideraram caro para ser realizado em um único navio, também falam da posição que não seria muito bem vista pela MB… Na minha visão o projeto que originou a Barroso deveria ser aproveitado, uma vez que a MB já o domina completamente. Duas versões poderiam surgir, um OPV nesse caso não precisa de LM2500, muitos sensores e radar moderiam ser retirados tanto por já estarem antigos d+ quanto pq nessa nova configuração não se faz necessário. Uma segunda versão seria uma corveta mesmo, sem… Read more »

Cristiano Salles (Taubaté-SP)

Elas são lindas e ágeis…

Já que o Brasil escolheu as Tamandarés…, focar nelas como: Fragatas e Corvetas…, tentando aumentar as encomendas ao decorrer dos anos…, em doses homeopáticas…, para os políticos brasileiros não interferirem e pararem a produção por algum caso que queiram levar vantagens $$

Submarinos e Tamandarés…, focar nisso…!!!

Já estão gastando muito com navios anfíbios que ao meu ver…, não seria o foco da nossa defesa marítima.

Abraço a todos…

Cipinha

O problema que as únicas compras de oportunidade que tem surgido são navios anfíbios