Magura V5 com míssil ar-ar R-73

Em uma operação histórica no Mar Negro, um drone naval ucraniano derrubou um caça russo Su-30SM (Flanker) pela primeira vez, marcando um avanço sem precedentes no uso de veículos marítimos não tripulados em defesa antiaérea.

A ação, realizada em 2 de maio de 2025, foi conduzida pela unidade de inteligência do Estado Maior Principal da Ucrânia (GUR) com o drone naval Magura V5 equipado com mísseis R-73, resultando na queda da aeronave a cerca de 50 km a oeste de Novorossiysk. O feito foi confirmado por diversas fontes ucranianas e independentemente relatado por veículos internacionais, ampliando a dissuasão ucraniana no teatro do Mar Negro.

A Ucrânia vem empregando desde 2023 drones navais Magura V5 em operações contra a Frota do Mar Negro, acumulando diversas vitórias contra navios de guerra russos.
Até então, essas embarcações não tripuladas haviam sido usadas para afundar embarcações de desembarque e corvetas russas, mas jamais para engajar alvos aéreos.

Na data de 2 de maio de 2025, um Magura V5 equipado com um míssil ar-ar R-73 foi lançado contra um caça Su-30SM que decolava ou sobrevoava o Mar Negro a oeste de Novorossiysk.

Su-30SM

Vídeos divulgados pela GUR mostram o míssil atingindo o Flanker em pleno voo, provocando sua queda no mar.

Fontes russas não emitiram comunicado oficial, mas um blogueiro militar reconhecido confirmou que a tripulação ejetou-se com sucesso, sendo resgatada posteriormente por embarcação civil.

A ação foi imediatamente destacada pela agência Al Arabiya, que ressaltou o uso pioneiro de drone naval para abater uma aeronave inimiga.

VÍDEO: Drone naval ucraniano abate caça Su-30SM russo no Mar Negro

O jornal israelense The Jerusalem Post também confirmou a autenticidade das imagens e a posição ucraniana de “primeiro feito mundial” nessa categoria de armamento.

A cobertura suíça em Bluewin sublinhou que esse episódio eleva o patamar da guerra eletrônica e dos drones na guerra moderna, exigindo novas contramedidas por parte da Rússia.

O Magura V5 é um drone naval com deslocamento leve, capaz de transportar mísseis ar-ar R-73 adaptados, utilizado pela GUR desde 2023 em ações de ataque contra embarcações russas.

Com autonomia que supera 10 horas de patrulha e alcance de dezenas de quilômetros, o V5 opera de forma discreta, aproveitando a dispersão geográfica dos navios para ataques surpresa.

Espera-se que a Ucrânia continue desenvolvendo variantes do Magura V5 com capacidades de guerra eletrônica e armamentos aprimorados, consolidando o uso de drones marítimos como peça-chave de sua estratégia de defesa e dissuasão.

Analistas internacionais ficarão atentos às respostas russas, que podem incluir o fortalecimento das defesas antidrone e a adoção de sistemas de guerra eletrônica para proteger seus caças em missões sobre o Mar Negro.

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Carlos Campos

Muita humilhação kkkkkkkkkkkkk interessante esse míssil, os Ucranianos colocaram um booster nele tão rápido, ou essa versão terra -ar já existia?

Rafael Aires

É agora que vai?!!

Bosco

Um Su-30 foi!!!

Carlos Campos

Já foi, tá no fundo do mar

Bernardo Santos

Um grande feito. Os drones serão com certeza algo fundamental da guerra moderna. Aqueles que já produzem nacionalmente estaram na vantagem, Turquia é um exemplo disso.

Last edited 1 dia atrás by Bernardo Santos
Willber Rodrigues

Turquia sai na frente dessa, com uma indústria de drones já madura e estabelecida.

Já o Brasil, ainda engatinha nisso.
Além da pouca quantidade, ainda são drones importados.

Importar drones…a BID serve pra quê mesmo?

Fabio Araujo

Acho que a Turquia saiu na frente nos drones aéreos, mas em termos de drones navais a Ucrânia esta bem a frente dos outros

adriano Madureira

forças armadas do Brasil é piada! Vejo esses rankings das forças armadas mais poderosas do mundo e quando vejo a posição do Brasil, é algo esdrúxulo.

Que não condiz com a realidade.

Fernando XO

Prezado Wilber, a BID não vai atender todas as demandas que existem… creio que devemos definir e focar em tecnologias chave para sermos menos dependentes de mercado externo, sempre sujeito a fatores geopolíticos… cordial abraço…

Willber Rodrigues

Que nossa BID não atenderá tudo, isso é sabido.
Mas uma tecnologia como a de drones, que não é nenhuma “tecnologia de outro mundo”, DEVE ser atendida pela nossa BID e comprada em quantidade pelas nossas FA’s.

Ora, se a nossa base industrial não puder fazer as nossas munições e tecnologias-chave, como rádios, criptografia e drones, coisa que países como Irã conseguem, então nossa BID e FA’s servem pra quê?

Fernando XO

Pois então, estamos alinhados.. a tecnologia chave tem de ser desenvolvida aqui… a questão é definir quais tecnologias… e você mesmo colaborou – rádio, cripto… entendo ser esse o caminho… cordial abraço.

Filipe Prestes

Imagino navios semelhantes aos de desembarque anfíbios atuais carregando alguns desses, como mothership mesmo, e colocando esses bichos longe da costa para guardar uma flotilha. Ouu ainda, estes poderiam partir da costa para abater caças, como no caso acima. De qualquer forma, é um pequeno marco ucraniano na guerra. E pensar que nem patrulhas e avisos a MB tem direito… Penamos com os Macaés da vida, mas em parte devido ao pensamento retrógrado do alto comando.

paulop

Interessante sua ideia Filipe. Inclusive, já existiu algo semelhante:
https://en.wikipedia.org/wiki/Motor_torpedo_boat_tender

Iran

Seria de fato revolucionário isso ser empregado em grandes proporções, uma nova doutrina de guerra naval

737-800RJ

Os ucranianos estão desenvolvendo drones navais muito interessantes. O Katran é uma versão mais avançada do Magura V5: carrega torpedos, manpads, uma minigun, uma metralhadora e alcança até 130 km/h.

Dá pra colocar dezenas desses pela costa ao custo de uma pequena fração de uma fragata e tocar o terror em qualquer coisa que esteja navegando ou voando no perímetro. Se for abatido, tanto faz, é barato e se pode colocar outros rapidinho no lugar.

https://armyrecognition.com/news/navy-news/2025/ukraine-affirms-naval-drone-expertise-with-katran-autonomous-multifunctional-platform-armed-with-torpedoes

Fabio Araujo

A MB tem prestado atenção nesses drones ucranianos? Com um litoral tão grande pode ser uma boa opção para patrulhamento e defesa do nosso mar territorial!

Emmanuel

A MB quer submarino nuclear.
A MB vive nos anos 80. Daqui uns 40 anos a mentalidade dela chega em 2025.

Willber Rodrigues

A MB atual ainda esta com a cabeça na vuerra das Falkland’s, e quanto luta pra não virar de vez uma GC piorada.
Daqui a algumas décadas, talvez, muito TALVEZ, ela lance geupos de estudo pra se basear nessa guerra ucraniana.

adriano Madureira

Se o Brasil não tiver capacidade de criar drones como esse, melhor a defesa fechar as portas…

Por que então não vejo razão na existência desses institutos técnicos de “excelência” que existem nas três forças militares.

  • Instituto de Pesquisas da Marinha – IPqM
  • Centro de Análises de Sistemas Navais – CASNAV
  • Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo – CTMSP;

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Aí você vê um país ferrado com sanções por mais de quatro décadas, que usa de artifícios como lanchas armadas com mísseis, que poderiam ser remotamente controladas para serem usadas na defesa.

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Fernando XO

Prezado Adriano, existe uma pergunta chave, no processo de gerenciamento de aquisições: “to make or to buy”. Apenas a resposta a essa pergunta vai direcionar adequadamente os esforços de pesquisa e alocação de recursos para as demandas mais relevantes e que tragam independência tecnológica… então, o trabalho desenvolvido nas ICT que você citou é derivado de decisões em nível mais alto. No mais e apesar disso, são exatamente esses institutos técnicos que permitem a P&D necessária para que a BID possa responder às demandas selecionadas, conforme requisitos definidos pela Força (fora outras demandas mais simples e de atendimento mais expedito).… Read more »

adriano Madureira

Se o Brasil não tiver capacidade de criar drones como esse, melhor a defesa fechar as portas… Por que então não vejo razão na existência desses institutos técnicos de “excelência” que existem nas três forças militares. Instituto de Pesquisas da Marinha – IPqMCentro de Análises de Sistemas Navais – CASNAVCentro Tecnológico da Marinha em São Paulo – CTMSP;Aí você vê um país ferrado com sanções por mais de quatro décadas, que usa de artifícios como lanchas armadas com mísseis, que poderiam ser remotamente controladas para serem usadas na defesa. Mas certamente a nossa Marinha jamais iria se rebaixar ao nível… Read more »

Last edited 1 dia atrás by adriano Madureira
paulop

A Jenue Écolle voltando com tudo no Mar Negro… essa estratégio ucraniana de utilizar lanchas drones de alta velocidade lembra muito a ação das lanchas-torpedeiras, torpedeiras e FACs que vez ou outra aparecem nas marinhas mundo afora… porém, resguardadas as devidas proporções, que coisa louca heim…. parabéns a Ucrânia.

Iran

Isso nunca envelhece, até a Aliança Rebelde usava isso contra o Império kk

tutor

Que gambiarra é essa Jezabel?!

Carlos Pietro

Uma gambiarra que está fazendo muito sucesso com os equipamentos Russos.

Comenteiro

Estão bombando.

Iran

As corvetas russas destruídas por esse pequeno drone implicam que os mísseis ucranianos são muito avançados, ou que a tecnologia empregada pela Rússia é péssima, ou que as tripulações russas são ruins, ou seriam os 3?

Carlos

Na verdade os 3 estão errados. O fator decisivo nesse caso é a novidade, o inesperado. Isso sim fez a diferença!

Rodrigo G C Frizoni

Esse memso modelo de drone ja tinha abatido 2 mi-8

adriano Madureira

E aqui no Brasil, nem para pensar em algo similar para ser implementado em um futuro próximo, o almirantado caviar e seu séquito de oficiais devem estar em discussão ou plano de estudo.

Certamente há coisas mais importante, do que debater sobre a implementação de uma embarcação de milhares de dólares com capacidade de destruir ou danificar um equipamento de dezenas ou centena de milhões de dólares.

adriano Madureira

Aqui em Banânia, esses drones militares só são de observação, um BBB militar, onde ou se tem medo de usar aeronaves armadas ou é devido a falta de grana mesmo…

IntenseMX

Carta aos empresários… Sabe-se, que se seu negócio anda bem no ano, você vai comprar mais terras, gado, e plantar safrinha… O sr(a) não poderia criar uma fábrica de drones por gentileza? Só tem um detalhe, precisa ter parceria de 50% com outro país que tenha uma força de defesa que compre algo nacional… (Ucrânia talvez?) Brincadeiras a parte, ser empresário no Brasil não é fácil, e muito menos no nicho de defesa, se não encaixar produtos civis de alto valor igual a Embraer faz, pode amarrar as calças rsrs É incrivel como nada aqui anda pra frente sem tomar… Read more »

Jefferson Ferreira

ao que parece ele não tem radar, é só uma plataforma de lançamento, então, o que guia o míssil até o alvo ?

Rafael Oliveira

O próprio míssil com seu seeker infravermelho.

Bosco

Como o Rafael falou o míssil tranca com seu seeker no alvo antes de ser lançado (LOBL).
Como estamos vendo no vídeo há um sistema autônomo de imagem térmica na embarcação. Se um alvo entra no seu campo de visão ele tranca no alvo e passa a informação para o seeker do míssil que é escravizado ao sistema de imagem térmica do barco. Quando o operador vê que o seeker trancou no alvo com a geração de uma simbologia ele o lança.
*Vale salientar que ao que tudo indica nesse caso foi utilizado o AIM-9M e não o R-73

Bosco

O sistema de imagem térmica da embarcação deve ser móvel permitindo observar em 360° mas os mísseis são posicionados numa plataforma fixa. Para um alvo vindo de outra direção obriga a embarcação virar para o lado do alvo.
Uma evolução natural do conceito será desenvolverem uma plataforma de lançamento capaz de bascular em 360º ou então com mísseis lançados verticalmente com capacidade LOAL (trancamento após o lançamento).
Isso irá permitir uma menor tempo de reação já que não será necessário o USV manobrar.

Fabio Araujo

E como esta no mar com visão livre os sensores não tem nada que atrapalhe localizar os alvos, os pilotos que tem que localizar os mísseis para tentar se defender se não localizarem os mísseis ou não forem ágeis na reação a chance de serem abatidos é grande!

Bosco

O problema para os russos é que precisam se aproximar na distância do tiro de canhão e metralhadora para poderem neutralizar o USV e isso os colocam bem dentro do alcance de um míssil sup-ar de curto alcance. Nessa distância muito curta dá pouco tempo para o avião lançar flares, etc. E mesmo que o faça o AIM-9M é bem resistente às CME. Os russos teriam que atacar de uma distância maior e para isso teriam que utilizar mísseis mas nessas distâncias talvez seja difícil distinguir o USV por ele ser frio. Com certeza o USV conta com um sistema… Read more »

Bosco

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USV Magura com Sidewinder

Fabio Araujo

O Zelensky e o Budanov estão falando que não foi um, mas dois SU-30SM abatidos na mesma operação e da mesma forma e que a tripulação do segundo avião não sobreviveu!

Fabio Araujo

Segundo a navalnews foram drones Magura V7 que são maiores que os Magura V5 e ele é armado com mísseis Sidewinder.
https://www.navalnews.com/naval-news/2025/05/first-image-of-ukraines-sidewinder-armed-magura-v7-surface-drone/

Rodrigo G C Frizoni

Atualizações: os canais russos falam que foi 2 su-30 abatidos por drones navais, 1 a tribupação sobreviveu e a outra foi perdida. Os drones navais estavam equipados com misseis AIM-9 Sidewinder .

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OSINTtechnical

@Osinttechnical
·
13 h

Ukrainian drone boats used Western-supplied AIM9 Sidewinder missiles to shoot down a pair of Russian Su-30SM fighters over the Black Sea on Friday, per Lt. Gen. Kyrylo Budanov.

These would be the first Sidewinder kills on Russian fast jets during the Ukraine