Cape Canaveral, Flórida, 2 de maio de 2025 – A Marinha dos Estados Unidos realizou um marco em seu programa de armas hipersônicas ao completar com êxito um teste de lançamento “end-to-end” de um míssil hipersônico convencional a partir do Cape Canaveral Space Force Station.

Foi a primeira vez que a capacidade Conventional Prompt Strike (CPS) empregou o inovador sistema de lançamento a frio — método que permitirá, no futuro, disparar esses mísseis diretamente de plataformas navais.

O disparo marcou também um passo decisivo no desenvolvimento do míssil comum All Up Round (AUR), fruto de uma parceria entre o Navy’s Strategic Systems Programs e o Rapid Capabilities and Critical Technologies Office do Exército dos EUA. Em 2024, dois outros testes de voo completos já haviam sido realizados, mas em instalações aéreas; agora, o sucesso em solo costeiro abre caminho para a adoção em navios de guerra.

“O alcance, a velocidade e a capacidade de sobrevivência das armas hipersônicas são fundamentais para a dissuasão integrada dos Estados Unidos”, declarou o Secretário da Marinha, John Phelan. “Quando em operação, o Conventional Prompt Strike oferecerá capacidades inigualáveis aos nossos combatentes.”

O sistema de lançamento a frio (“cold-gas”) ejetou o míssil a uma distância segura do solo — e, futuramente, das embarcações — antes de acionar seu primeiro estágio de propulsão. “Essa conquista técnica aproxima o SSP de cumprir seu papel de fornecer à Marinha uma capacidade hipersônica segura e confiável”, afirmou o vice-almirante Johnny R. Wolfe Jr., diretor do Strategic Systems Programs.

Destróier de mísseis guiados USS Zumwalt (DDG 1000)
Destróier de mísseis guiados USS Zumwalt (DDG 1000)

Os próximos passos preveem a integração dessa tecnologia no destróier USS Zumwalt, onde ocorrerão as primeiras operações embarcadas. Os dados coletados em Cape Canaveral também orientarão a produção em série do AUR, que deverá equipar tanto a Marinha quanto o Exército, ampliando o leque de opções de ataque rápido e de longo alcance para combater potenciais ameaças estratégicas.

Com alcance, precisão e letalidade superiores às armas convencionais atuais, o míssil hipersônico CPS representa um avanço decisivo na capacidade de projeção de força dos EUA, reforçando o préstimo de dissuasão e dando ao país meios mais robustos para enfrentar adversários dotados de tecnologias de ponta.

Subscribe
Notify of
guest

25 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Gabriel BR

Demorou

Bosco

Na verdade os EUA não estão com tanta pressa haja vista que querem utilizar seus hipersônicos contra alvos de tempo crítico bem dentro do território inimigo e não para terem outro jeito de fazer as coisas explodirem no país inimigo. Para se atingir alvos relocáveis, de tempo crítico, muito atrás da linha de frente ou mesmo no interior de um país inimigo bem grande, há de se ter antes toda uma cadeia de destruição funcional, o que implica em uma série de “coisas” capacitadas a implementar ISTAR em tempo real bem dentro de área contestada. Os EUA ainda não têm… Read more »

Last edited 20 dias atrás by joseboscojr
Bosco

Diferente dos mísseis balísticos chineses e russos que possuem grandes ogivas com capacidade anti-estrutura/bunker , que sugere que serão utilizados contra alvos fixos convencionais, as ogivas dos mísseis velozes americanos (supersônicos e hipersônicos) têm e terão massas menores que 150 kg, de alta fragmentação/penetração, otimizadas para neutralizar alvos “moles” pontuais e de área e eventualmente penetrarem em alvos levemente duros, como por exemplo, hangares reforçados. Alvos de tempo crítico típicos são baterias AA, pátios repletos de aeronaves, lançadores de mísseis SSM, uma reunião de líderes terroristas num determinado local, etc. Por exemplo, em sendo detectado a movimentação de um TEL… Read more »

Iran

Achei que os EUA já usavam majoritariamente satélites para ISTAR, imaginava que a dificuldade deles era em acompanhar a extensa marinha chinesa no gigantesco Pacífico com esses satélites.

Bosco

Iran, Nenhum míssil hipersônico que os EUA está desenvolvendo tem capacidade antinavio. Há um imenso componente da Força Espacial americana em todas as ações das forças armadas americanas principalmente relativo à navegação, comunicação e alerta de mísseis mas ainda há muito a ser feita no campo da ISTAR que é baseado em quase sua totalidade em aeronaves de diversos tipos. Está longe de existir uma teia de satélites de reconhecimento como por exemplo a rede Starlink , que contará com 30.000 satélites em órbita. Uma rede ISTAR global teria que contar com cerca de 300 satélites só pra começar. É… Read more »

Last edited 19 dias atrás by joseboscojr
Bosco

Dois mísseis “quase hipersônicos” antinavios que os EUA estão desenvolvendo são o PrSM Block 2 e o SM-6 Block IB.
*O HALO que estava sendo desenvolvido para a USN foi cancelado.
Em algum momento da trajetória eles atngem velocidade hipersônica mas não são hipersônicos de fato (PBW e HCM).

Macgaren

Americanos chegando para a festa dos hypersonicos

Cido

Justo no momento que a China já ativou seu sistema de defesa contra hipersonicos .. rs

Mas esse míssil dos EUA, ainda levará um tempo

Abner

E qual é o sistema de defesa contra mísseis hipersoninos da China ?

Bosco

Carcara, Nesse caso o radar foi testado mas não houve interceptação real. Ainda que tenha havido e não informado fato é que os americanos já possuem sistemas antibalísticos e anti-hipersônicos operacionais há algum tempo e nem por isso os mísseis hipersônicos e balísticos chineses , russos, norte-coreanos e iranianos deixam de ser uma ameaça. Não é porque existe uma contra arma que uma determinada arma se torna obsoleta ou inútil. Fosse assim desde 1914 que os aviões teriam fracassados militarmente tendo em vista já existir a metralhadora há 30 anos ou os navios de guerra estariam aposentados depois da invenção… Read more »

Last edited 19 dias atrás by joseboscojr
Bosco

Os americanos não visam obter mísseis “imparáveis”. Do mesmo jeito que os chineses já possuem há décadas sistemas de defesa contra subsônicos e os AGM-86, Tomahawks , JASSMs, SLAM-ERs, NSMs, JSMs, Harpoons, etc, ainda continuam relevantes. Mesmo com esse sistema de defesa contra hipersônico dos chineses, que eu desconheço (você sabe o nome do sistema?), os mísseis hipersônicos dos EUA serão relevantes , desde que utilizados corretamente. Diferente das ditaduras os EUA querem mísseis hipersônicos de longo alcance não para passarem por defesas antimísseis e sim para atingir alvos de alto valor e tempo crítico. Daí terem que ser velozes… Read more »

Roger Sam

Porquê fazer uma afirmação dessas? Pra parecer que está por dentro? Tem gente aqui entre rindo e com raiva. Ainda não há defesa efetiva contra misseis hipersônicos. O que a ucrania derrubou da unica forma possivel hoje: com caças supersonicos.

Iran

Depende do que se considera hipersônicos, se for só estar voando próximo de mach 5, senão me engano o Patriot na Ucrânia derrubou o Iskander nessas condições algumas vezes, e o SM-6 da US Navy um míssil iraniano operados pelos Houthis.

ChinEs

Os Hiper sonicos são agora a nova onda da corrida armamentista… Russia , China, EUA, todo mundo vai querer ter os seus misseis e veiculos, o Brasil não fica atrás.

Bosco

China e Rússia querem hipersônicos para dificultar as defesas ocidentais (em especial a americana) que é bem estabelecida em relação a mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro subsônicos e supersônicos e mísseis semibalísticos supersônicos e aeronaves de todos os tipos.
Com os ditos hipersônicos se adiciona mais um componente ofensivo que olvidará esforços para sua defesa que ora são escassos ou inexistentes.
No frigir dos ovos todos os mísseis continuarão a coexistir sem que haja nenhum mais importante que outro e essa orgia intelectual ou se preferir, histeria coletiva, irá passar assim como todas as armas quando surgiram.

Maverik

Bosco, aquele projeto do 14-X da FAB poderia possibilitar um míssil hipersonico Brasuca? ou a tecnologia é diferente?

Last edited 20 dias atrás by Maverik
Marcelo
Bosco

Sim, Maverik. Em tese o programas do 14-X estuda o conceito de propulsão “scramjet” que pode ser aplicado a mísseis de cruzeiro hipersônicos ou ser aplicado a aeronaves e até a lançadores orbitais, mas considero ainda muito incipiente e se brincar não deve estar mais sendo conduzido. Só em termos de comparação existe o míssil propulsado por scramjet Zircon dos russos. Está sendo desenvolvido o Brahmos II pela Índia . Os EUA desenvolvem junto com a Austrália o HACM. Há a possibilidade de existir o SR-72 americano. Franceses, japoneses, etc. também estão desenvolvendo os seus. Vale salientar que a propulsão… Read more »

Bosco

https://i.namu.wiki/i/yVNXVg569Ef-6-jpvwuMlzt8kQWjbnEm8L1M5feWKqNtjB59FbYl_aqXRIQlxWPLJcgpyAAVIXd-kbKF-zhRDtoboBz-Z5VuG1rxNANAgiN0thcJ-6mdJmY1ZVvvXWKc77fWfIDS4P0YNuQNOFBFAWWWip_jkEQgqNXC1c_Mpjo.webp Se fosse possível ao míssil tipo HGV ter uma trajetória planada tão grande como nesse gráfico praticamente não haveria necessidade de desenvolverem um míssil de cruzeiro já que ambos voariam até o alvo por quase toda a distância. A vantagem de se desenvolver um míssil de cruzeiro hipersônico (HCM) em relação a um míssil tipo PBW (arma de impulso/planagem) dotado de um HGV (veículo planador hipersônico) é que ele pode realmente se manter todo o tempo a baixa altitude (baixa aí é na faixa de mais de 20 km de altura) durante todo o percurso e atacar alvos em… Read more »

Bosco

A USN denomina esses mísseis de IRCPS . No caso o IR significa “alcance intermediário”, o que sugere que esse míssil tenha alcance maior que 3000 km.
A velocidade é dita ser de Mach 17.

Dalton

Se o espaço ocupado pelo segundo canhão for utilizado se poderá dobrar o número de mísseis hipersônicos – 24 ao invés de 12 – ou instalar 32 silos do popular MK-41 para mais mísseis “Tomahawks V” por exemplo, além dos 80 silos MK-57, resultando em um número quase igual de silos de um “Ticonderoga” com 122 MK-41 em que pese os 4 grandes silos do Zumwalt serem capazes de abrigar 3 grandes mísseis hipersônicos cada. . Mas diante de um número limitado de mísseis em estoque e seus preços “abusivos” é possível que esse espaço nunca seja ocupado, mesmo assim,… Read more »

José Gregório

Muito bem colocado.

Carlos Guedes

Os amrricanos, sempre atras dos russos…eles já têem e já testaram

Felipe

Obs: Com relação aos mísseis hipersonicos, os EUA não está tão atrás mais dos russos como já estiveram!