Em 11 de maio de 1962, o destróier USS Agerholm (DD-826) protagonizou um dos testes nucleares mais singulares da Guerra Fria: o lançamento de um foguete antissubmarino ASROC (Anti-Submarine Rocket) armado com uma ogiva nuclear W44 de 10 quilotons. Este evento, conhecido como “Swordfish”, integrou a Operação Dominic, uma série de testes nucleares conduzidos pelos Estados Unidos no Pacífico.

O ASROC foi disparado a partir do USS Agerholm em direção a um alvo localizado a cerca de 4.000 jardas (aproximadamente 3,7 km) de distância. Após o esgotamento do propulsor, a ogiva nuclear separou-se e seguiu uma trajetória balística até atingir a água, afundando até uma profundidade de aproximadamente 198 metros antes de detonar. A explosão resultante criou uma impressionante coluna de água e vapor, visível a quilômetros de distância.

O teste teve como objetivo avaliar os efeitos de uma detonação nuclear submarina e validar o desempenho do sistema ASROC em condições reais. Além disso, buscava-se compreender o impacto da explosão em embarcações próximas e no ambiente submarino, contribuindo para o desenvolvimento de doutrinas táticas para o uso de armas nucleares antissubmarino.

Destróier lançando ASROC

Este foi o único teste conhecido de um ASROC armado com ogiva nuclear. Os dados coletados influenciaram significativamente as estratégias navais durante a Guerra Fria, especialmente no que diz respeito à guerra antissubmarino. As ogivas nucleares W44 foram retiradas de serviço em 1989, marcando o fim de uma era em que armas nucleares táticas eram consideradas ferramentas viáveis para o combate submarino.

O USS Agerholm continuou em serviço até 1978, sendo posteriormente afundado como alvo em 1982. Seu papel no teste “Swordfish” permanece como um marco na história das armas nucleares navais e na evolução das táticas de guerra submarina.


 

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Macgaren

Fico curioso quanto a contaminação com radiação da região