Babcock garante contrato para apoiar operações de retirada de combustível nuclear de submarinos

A empresa britânica Babcock anunciou a assinatura de um contrato no valor de £114 milhões com o Ministério da Defesa do Reino Unido para dar início às operações de retirada de combustível nuclear de submarinos da classe Trafalgar, desativados há mais de duas décadas. As operações ocorrerão nas instalações da empresa em Devonport, em Plymouth, marcando um marco importante no Submarine Dismantling Project (SDP).
O contrato tem duração de três anos e prevê os preparativos para o descomissionamento de quatro submarinos nucleares, com a deflagração das atividades de retirada de combustível prevista para 2026. Essa etapa é fundamental para a desmontagem completa das embarcações, sendo obrigatória antes do início do processo de desmantelamento físico dos cascos.
Segundo o governo britânico, o programa não apenas representa um avanço nas obrigações ambientais e de segurança nuclear do país, como também impulsionará a economia local. A ministra de Aquisições de Defesa e Indústria, Maria Eagle, afirmou que o projeto irá gerar mais de 150 empregos diretos e fomentar o desenvolvimento de competências estratégicas na região sudoeste da Inglaterra.
O CEO da Babcock, David Lockwood, destacou o compromisso da empresa com a segurança e sustentabilidade: “Estamos orgulhosos de apoiar a Marinha Real na gestão responsável de sua frota nuclear. As operações de “defueling” também vão alimentar uma cadeia de suprimentos que sustentará mais de 300 postos de trabalho, além de promover inovações para o setor”.
A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo conduzido pela Submarine Delivery Agency (SDA), em colaboração com a Babcock e o Defence Nuclear Enterprise (DNE), para garantir o desmantelamento seguro da frota nuclear desativada do Reino Unido. Outro projeto em andamento, no estaleiro de Rosyth, está conduzindo a desmontagem do ex-HMS Swiftsure, o primeiro submarino nuclear britânico a ser totalmente desmantelado. A expectativa é que até 90% dos materiais do submarino sejam reutilizados ou reciclados, consolidando o Reino Unido como referência em práticas sustentáveis na área de defesa.
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Como é feita essa retirada do combustível? Eles abrem o casco? E feito um corte no casco? Existe um sistema que retira o combustível do submarino?
O reator nuclear de um submarino é localizado em uma seção central do casco. O acesso ao compartimento onde está o vaso do reator e os elementos combustíveis pode ocorrer de duas formas principais: Por escotilhas superiores pré-projetadas: Alguns submarinos são construídos com acesso previsto para manutenção do reator. Nesse caso, se retira uma seção da superestrutura (geralmente não o casco de pressão em si, mas o revestimento superior). Corte do casco de pressão: Em casos onde não há acesso direto ou quando o submarino está sendo descomissionado (aposentado), é feito um corte no casco de pressão. Isso envolve remover… Read more »
Caramba, submarinos e porta-aviões nucleares depois de sua vida útil custam caro para serem descartados…por exemplo, o desmantelamento do USS Enterprise foi contratado por um preço que supera o de uma Fragata Tamandaré.
Sim, todo o ciclo de um subnuc é caro.
Desde construir, operar, reabastecer reator, e a a dar um “fim” pra tudo isso e a seu reator depois de seu descomissionamento.
O que, por sua vez, automaticamente nos leva a pensar se a MB, num hipotétoco dia em que o Álvaro Alberto ficar pronto, terá grana pra descomissionar e a retirar o reator desse subnuc…
Que Deus nos ajude.
A MB, uma marinha pobre onde sempre houve restrições orçamentárias, querer um subnuc não passa de devaneio e irresponsabilidade.
Amém!
Ou fará o que os britânicos – e russos – fizeram, preservar os submarinos da melhor maneira possível durante literalmente duas décadas ou mais até que recursos sejam disponibilizados para inicialmente retirar o “combustível nuclear” restante e eventualmente retirar o compartimento com o reator e dar fim ao casco.
Dalton tenho uma duvida.
Se um submarino ou NAe nuclear for atacado ou sofrer danos que acabam explodindo eles, essa explosão seria equivalente a uma explosão de uma arma nuclear ou convencional?
Não sei quanto a explosão, mas com certeza um submarino ou porta-aviões nuclear afundando no oceano causará um grande desastre ambiental com seu reator nuclear vazando radioatividade.
Me intrometendo na resposta, acredito que não, pois o combustível do reator (U235) não está numa concentração que levaria a uma reação de fissão nuclear descontrolada. O que poderia acontecer é um vazamento dos produtos da fissão do U235, esse sim extremamente tóxicos. Lembro de ter lido que em alguns reatores de submarinos americanos, o enriquecimento do U235 para o reator estaria na casa dos 80%-90%, se isso for verdade, estes ao terem o vaso do reator severamente danificado poderiam entrar entrar numa reação descontrolada e explodir. A pastilha de U235 você pode pegar na mão, sem causar danos ao… Read more »
E a MB quer ter sub nuc.