Putin aprova plano de desenvolvimento da Marinha Russa até 2050

Navio-aeródromo Admiral Kuznetsov e o cruzador nuclear Pyotr Velikiy, operando ao largo da Noruega, em 2016
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou no final de maio uma ambiciosa estratégia de longo prazo para o desenvolvimento da Marinha da Rússia até o ano de 2050, informou nesta segunda-feira o assessor presidencial Nikolai Patrushev.
O documento, batizado de “Estratégia para o Desenvolvimento da Marinha Russa até 2050”, representa a primeira iniciativa de planejamento naval de tal envergadura na história moderna da Rússia. O planejamento foi iniciado em julho de 2024 por ordem do Kremlin, com base em proposta do Ministério da Defesa e análise aprofundada conduzida pela recém-criado Conselho Marítimo.
Segundo Patrushev, o plano inclui:
- Avaliação das capacidades atuais da marinha frente às experiências no conflito da Ucrânia, especialmente os ataques ucranianos contra a Frota do Mar Negro;
- Estudo do cenário político-militar global e dos arsenais navais das principais potências;
- Estabelecimento de metas estratégicas para tempos de paz e guerra;
- Diretrizes para a composição futura da frota e sua modernização.
Putin anunciou em abril que 8,4 trilhões de rublos (aproximadamente US$ 106 bilhões) seriam investidos na renovação da frota nos próximos dez anos, confirmando o compromisso financeiro da Rússia com a estratégia. A Marinha russa atualmente é considerada a terceira maior do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, mas sofreu perdas significativas desde 2022.
Patrushev afirmou que “não é possível desenvolver uma marinha poderosa e moderna sem visão de longo prazo”, ajustada à evolução das ameaças e desafios globais. O foco será reforçar a presença em mares estratégicos, inclusive no Ártico, no Pacífico e no Mar Negro — onde a frota vem cedendo espaço diante de ataques ucranianos por drones e mísseis .
A renovação da marinha russa em larga escala, com base em gastos comparáveis aos da Guerra Fria, reitera a ambição de Moscou de recuperar seu estatuto de potência naval global — com implicações diretas para a OTAN e EUA, que acompanham com atenção seus planos estratégicos.
A foto é impressionante, mesmo sabendo-se das limitações de ambos, o Grande Cruzador
e o NAe já necessitavam de modernizações na época.
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Quanto ao quadro, outros poderão corrigi-lo ou a mim, mas os 2 (Ivan Gren) não são “Porta Helicópteros” e sim “LPDs” deslocando carregados menos de 7.000 toneladas e não há “15 SSBNs” e sim 5 antigos Deltas IV e 7 “Borei” e embora mais do último estejam em construção substituirão gradativamente os Deltas.
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Há outras pequenas inconsistências, mas, no geral o quadro é bem informativo.
Estão faltando as fragatas Grigorovich, Gepard e Neustrashimy e tem mais classes de corvetas faltando, com as Gremyashchiy er as Buyan. Sem contar que muitos submarinos estão em reformas.
Presumo que deram ênfase em unidades mais capazes/mais novas deixando de lado por exemplo as mais de 20 “Grisha/Parchim” ainda no inventário, sabe-se lá quantas estão de fato ainda operacionais.
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Quanto a “reformas” o mesmo ocorre na US Navy, daí nem ter mencionado que um dos Grandes Cruzadores o “Almirante Nakhimov” por exemplo ainda não ter retornado à ativa isso sendo ano após ano postergado, da mesma forma o NAe John Stennis cuja modernização de meia vida deverá ser concluída apenas em fins de 2026.
Entendi. Algo que me surpreende é que os russos enfatizam as frotas do Norte, do Pacífico e do Negro e nunca se importaram tanto com a do Báltico. Imagino que seja pela proximidade territorial com a Rússia, o que permite projetar poder com a Força Aérea e Tropas Costeiras. Mesmo assim percebo essa frota deficitária. Outrossim, a Frota do Norte projeta poder no Ártico como também no Mediterrâneo, Atlântico e quem sabe no próprio Báltico. Daí ser a maior frota deles. Outro assunto que me intriga é por que nos últimos 15 anos nunca tentaram aumentar e melhorar a Base… Read more »
Já que mencionou o Báltico recentemente foi noticiado, caso não saiba que um dos “Udaloys” o “Severomorsk” poderá vir a ser o Navio Capitania.
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Não foi modernizado e reclassificado como fragata multi função como por exemplo outro da classe o “Marechal Shaposhnikov” mas passou por uma boa revitalização completada em fins do ano passado.
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Mas de fato não há recursos para se fazer tudo o que se gostaria e também é comum se enviar unidades de uma Frota para preencher lacunas em outras além da questão do “prestígio” que também impede o abandono de “grandes” unidades de superfície.
Entendo terem ignorado as Krivak que são velhas, apesar da Rússia ter modernizado uma recentemente e também entendo ignorarem as Gepard que são muito leves, mas as 3 Novas Grigorovich é bem estranho, são fragatas que deslocam 4.000 toneladas e foram incorporadas em 2016 e 2017.
14 Corvetas pegam pesado hehehe, a Marinha russa tem mais de 80 Corvetas.
Podiam ignorar as mais velhas mas eles tem 11 ou 12 Buyan-M comissionadas à partir de 2014.
Realmente, os SSBN em vez de 15 deveriam ser 12. Talvez o gráfico considerou os 3 SSBN que foram convertidos em Submarinos Especiais. A Rússia tem 8 Submarinos Nucleares Especiais, entre eles 1 Delta III 1 Delta IV e 1 Oscar II que eram todos SSBN. Os dois primeiros realizam missões de inteligência e servem como “nave-mãe” de submarinos menores e drones subaquáticos, o último um ex Oscar II virou o K-329 Belgorod e opera o Poseidon (Status-6) o que não o qualifica mais como Submarino Lançador de mísseis balísticos mas continua sendo um Submarino que compõe as forças nucleares… Read more »
Dos 3 “convertidos” apenas 2 eram “Deltas” o outro um “SSGN” justamente o Oscar II que você mencionou e ficou de fora os 4 “Ohios” convertidos em “SSGNs” então penso que incluíram os que estão em construção. . Dependendo da fonte os 2 “Sierra II” não estariam mais operacionais aguardando a revitalização que no caso dos 2 “Sierra I” foi suspensa anos atrás por conta da falta de recursos ainda mais para lidar com cascos de titânio e é duvidosa a situação do outro “Victor III” seja como for este último não expressa o que há de melhor em “SSN”… Read more »
100 bi de dólares em 10 anos não é pouca grana não. É muita grana, mas aí a gente lembra que só de incentivo pro agro em plano safra vão 500bi de reais.
O Brasil é rico, pequenas são nossas aspirações.
Errado.
Esse valor não é todo de “incentivo”, mas o valor do plano todo de empréstimo para a safra. O “incentivo” é apenas parte do montante, já que confere taxas de juros mais baixas.
E 100bi de reais é menos do que o custo do Poder Judiciário, que nada produz.
Plano safra não é dinheiro dado, é empréstimo. Se os juros são justos ou não, é outra conversa.
Só de isenções ficais em 2024 foi aproximadamente R$ 540 bilhões.
O Almirante Nakhimov teve seus dois reatores nucleares reativados. O primeiro foi colocado em funcionamento no final de janeiro, e o segundo em 2 de fevereiro de 2025. Segundo Andrei Dyachkov, diretor executivo do Severnoye Design Bureau, as melhorias realizadas no navio aproveitaram o alto potencial de modernização que ele já tinha desde o seu design original. Isso permitiu a instalação de novos sistemas de armas, defesa aérea aprimorada e sensores mais avançados. Agora o cruzador carrega cerca 176 mísseis de longo alcance, incluindo mísseis hipersônicos Zircon.
Um extenso programa de rearmamento começou depois de 2011, pretendendo construir mais de 100 navios até 2020, e desde então a Rússia tem construído inúmeros navios, principalmente de apoio e corvetas. Teve 4 reveses: o preço do petróleo caiu, as sanções pela invasão da Crimeia, a Covid-19 e as dificuldades tecnológicas e com mão-de-obra e infraestrutura naval. Claro que havia a dificuldade política orçamentária, mas agora saiu mais caro ainda, pois se investisse o valor que estão gastando com a guerra na construção naval, talvez estivessem melhor servidos, com os porta-aviões (3 projetos e 6 unidades pretendidas, especialmente da classe… Read more »
hahaha fumaceira distinguivel de quem é quem kkkk
Poder naval é consequência da pujança econômica. Sem economia forte, sem marinha forte. A Rússia possui além de desafios econômicos, uma peculiaridade que são os submarinos lançadores de mísseis balísticos, algo necessário à doutrina russa, mas muito oneroso, o que torna a marinha russa bastante peculiar. Eu acredito que no futuro, na prática eles terão uma esquadra de superfície leve, baseadas em fragatas e navios de patrulha adaptados às necessidades deles. E uma força de submarinos, essa sim acima da média, com três modelos base, uma classe SSBN baseado no projeto do Borei, uma classe de SSN baseados no Yasen… Read more »
Vale lembrar que em 2010, o almirante Vladimir Vysotskiy disse: “Se, por exemplo, não tivermos um porta-aviões no Norte, a capacidade de combate dos submarinos de mísseis guiados da Frota do Norte será reduzida a zero após o primeiro dia, porque o principal adversário dos submarinos é a aviação.” O plano em novembro de 2011, segundo o jornal russo Izvestiya, era primeiro a construção de um novo estaleiro capaz de construir navios de casco grande, e depois de quatro porta-aviões movidos a energia nuclear até 2023. Obviamente não concluíram. Agora ficou até 2034, salvo engano. De toda forma gostaria de ressaltar esse fato de… Read more »
O almirante em questão exagerou.
Claro que um grupo baseado em navio aeródromo fornece proteção adicional aos submarinos, mas submarinos são furtivos e especialmente os nucleares podem operar muito tempo submerso.
Também existem outras formas de fortalecer a proteção dos submarinos, como o uso de caças operando em bases terrestres.
Esse plano estava indo bem e ate comprou 2 mistral da França para completar a frota russa,mais os americanos ameaçaram os franceses que estavam ajudando a rearmar a frota naval russa.
Agora você imagina se os russos tivessem comprado 2 mistral e 2 porta aviões francês e ninguém tivesse falado nada como estaria a frota russa hoje.
Sorte que os americanos gritou.
A quantos km será que da pra ver o Kuznetsov a olho nu? por que meu amigo é uma fumaceira
Uma parte da modernização que esta em andamento é justamente essa. Todos os motores e caldeiras estão sendo substituídos por modelos novos que consomem menos e emitem significativamente menos fumaça.
Quando ele pega fogo, o que não é incomum, sai bem mais fumaça. E olha que a última vez que pegou fogo, não tinha nem combustível a bordo. Coisas que só russo pra explicar
Quando ele pega fogo,o que não é incomum,sai bem mais fumaça.
Saiu fumaça durante 5 dias.
Coisas que só americano pra explicar.
https://www.naval.com.br/blog/2021/10/23/resultado-da-investigacao-da-marinha-dos-eua-sobre-o-grande-incendio-no-uss-bonhomme-richard/
Essa Guerra esta mostrando que os meios assimétricos causam mais danos.
É assustador ver que um país do tamanho do Brasil possui hoje apenas 8 escoltas
R$106 bilhoes levando em conta as baixas de meios nessa guerra é pouquissimo.
É a conta dessa guerra batendo na porta da Russia.
Aquela velha máxima de que potencias perdem suas posições através de guerras é real.
São US$ 106 bilhões, R$ 588 bilhões.