Lançamento do BRP ‘Rajah Sulayman’, primeiro OPV de nova geração das Filipinas construído na Coreia do Sul

A Marinha das Filipinas celebrou no dia 11 de junho o lançamento do BRP Rajah Sulayman (PS-20), o primeiro navio da nova classe de offshore patrol vessels (OPVs) construída pela HD Hyundai Heavy Industries (HHI), em Ulsan, Coreia do Sul. A cerimônia marcou o corte das amarras e a entrada do navio na água, simbolizando um passo decisivo no programa de modernização naval do país.
O BRP Rajah Sulayman, com aproximadamente 94 m de comprimento, 14,3 m de boca e deslocamento de 2.400 t, será equipado com canhão naval Leonardo de 76 mm, duas AMRs de 30 mm, duas metralhadoras de 12,7 mm, sistemas eletrônicos avançados e convés para operação de helicópteros e drones. O navio terá velocidade máxima de 22 nós e autonomia superior a 5.500 milhas náuticas.
O contrato, assinado em junho de 2022 com valor de cerca de PHP 30 bilhões (~US$ 533 milhões), inclui o fornecimento de seis OPVs com entregas previstas entre 2026 e 2028. O BRP Rajah Sulayman será oficialmente entregue em março de 2026, com as demais embarcações seguindo cronograma progressivo..
A escolha do nome homenageia Rajah Sulayman, líder indígena do século XVI que resistiu à colonização espanhola, reforçando o simbolismo patriótico da nova plataforma..
O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas das Filipinas, general Romeo Brawner Jr, destacou que o navio representa “uma declaração ousada de nosso compromisso com a segurança marítima e a defesa da soberania nacional”.
Este lançamento acompanha outros marcos recentes, como a entrega das fragatas da classe Miguel Malvar e do navio de patrulha rápida BRP Albert Majini, e reforça os investimentos contínuos em capacidades navais sob o Revised AFP Modernization Program, especialmente nas fases Horizon 2 e 3.
Com capacidades multimissão, alcance estendido e arquitetura para interoperabilidade, o BRP Rajah Sulayman irá reforçar significativamente a presença da Marinha das Filipinas no Mar das Filipinas Ocidental, auxiliando no monitoramento de vastas áreas marítimas em um cenário regional cada vez mais estratégico.
Seis opvs por meio bilhão de dólares, não ta barato como o chinês p18 , mas e maior e bem mais capaz,ou seja , tá valendo. Parabéns aos filipinos.
O valor de uma OPV fica entre US$ 80~110 milhões… o que chamou a minha atenção foi um deslocamento de 2,4 mil ton… é bem grande
pra aguentar as trombadas que os navios chineses costumam dar, tem que ser bem reforçado mesmo.
Se esse contrato fosse assinado hoje você pode ter certeza que os valores seria muito mais altos.
OPV de 2,5 mil toneladas sem hangar…
O USS Arleigh Burke e outros 27 de 9.000 toneladas quando totalmente carregados
também não tem hangar 🙂
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Falando sério, quando se quer baratear operações, não ter um hangar – helicóptero orgânico, pessoal extra, etc – é uma boa solução, pode-se aproveitar melhor o espaço para mais mantimentos e combustível.
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E assim como os primeiros 28 Arleigh Burkes helicópteros de 10 toneladas poderão operar
a bordo por uns poucos dias nesse “OPV” além de pequenas aeronaves não tripuladas.
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É bom ter a possibilidade de escolher, com ou sem hangar.
Exato. Para esse tipo de navio, não ter o hangar nao é problema algum. Hangar eu considero ser necessário quando o helicóptero é parte integrante e fundamental do sistema de armas do navio.
BRP Gabriela Silang, com 2.250 toneladas de deslocamento e adquirido em 2019, tem hangar pra um utilitário de 5 t e seu helipad suporta um de até 9 t. E sem canhão de 76 mm…

Opções de sistemas de armas. Um pelo outro. Simples assim.
Tive que refrescar a memória, mestre Dalton, compulsando um CRS report, onde se lê: “Design Changes The DDG-51 design has been modified and updated periodically over the years. The first 28 DDG-51s (DDGs 51 through 78) are called Flight I/II DDG-51s. In FY1994, the Navy shifted DDG-51 procurement to the Flight IIA DDG-51 design, which incorporated certain changes, including the addition of a helicopter hangar.” Ora, como o programa DDG-51 começou no fim dos 1970 e já em 4 de Julho (!) de 1991 o primeiro destroyer Aegis foi comissionado, concluímos que demorou apenas pouco mais de uma década até… Read more »
Também “não comparei” Alex, tanto que comecei o segundo paragrafo com “Falando sério”, foi apenas dentro do contexto de um grande navio seja “OPV” ou “DDG” sem o “fantástico hangar” 🙂 . . Os primeiros 28 “Burkes” foram inseridos em frotas onde havia um bom número de navios com hangares, “Ticonderogas”, Spruances” e Perrys” mas, os “Spruances” por não terem “Aegis” perderam relevância cedo demais, seguidos pelas “Perrys” e o “Arleigh Burke” passou a ser o “pau para toda obra” como se diz com dois hangares, mas, incialmente sem “sonar rebocado” que passou a ser instalado em unidades antigas e… Read more »
Perfeitamente, mestre Dalton, apenas tomei a sério seu bom humor (muito bem sinalizado pelo emoji) pra introduzir e esboçar um argumento que me pareceu muito a propósito: estudar comparativamente a evolução dos OPVs.
Muito obrigado por lembrar das Amazonas, um caso semelhante.
Abraço, mestre.
Olá Alex.. eu também fiquei surpreso com o deslocamento. O Brasil adota um modelo no qual a guarda costeira faz parte da marinha… nem acho ruim como algumas pessoas reclamam. OPV são navios mais simples que uma corveta. Uma boa GC demanda navios de patrulha pequenos e OPV. No caso destes meios distritais de patrulha, o tamanho do litoral importa. A MB está com o programa de NPa500 para substituir as patrulhas antigas, mas não me parece que haverá um aumento da frota. Por outro lado, seria adequado mais OPV, talvez com deslocamentos entre 1.2~ 1,7 mil. Creio que as… Read more »
Olá, mestre Camargoer. Concordo sobre o deslocamento do BRP Rajah Sulayman. E veja: as Filipinas tem um extenso e fragmentado cenário naval pra patrulha e combate – por quê apostar em vasos tão poucos e pesados quando números maiores poderiam fazer diferença pela presença distribuída? Parece que originalmente o Sulayman teria 1500 toneladas mas o estaleiro sul-coreano emplacou uma venda mais pesada. De toda forma, o BRP deve ter seguido a prática sul-coreana de fazer navio militar com padrão comercial resultando em preço menor e maior lucro mas em pouca ou nenhuma sobrevivencialidade inerente. Capitalismo em toda linha: pintar o… Read more »
Verdade.. no Brasil seriam jabuticabas brancas pintadas de cinza… nas Filipinas eles pintam procuram mangas brancas e azuis.
Os filipinos cansaram de ter seus navios, militares e civis, intimidados pela marinha chinesa. Penso que começarão a investir mais em vasos maiores e melhor armados já pensando em abusos cada vez maiores a partir dos próximos anos pelo ímpeto imperialista do PCC.
Penso que um OPV militarizado, ou corveta dissimulada, não seja nenhuma discussão pra um agressor determinado embarcado numa fragata ou contratorpedeiro. Não fico triste em dizer que o porrete maior quebra facilmente o menor – que a indústria de mini porretes esconda isso com propaganda, isso é lá com ela, mas que o cliente acredite na falsa promessa, aí é problema do cliente mal representado…
Navios desse porte e com esse armamento são fundamentais para a MB, com seus mais de 5 milhoes de km² da tão falada e propalada amazônia azul. Mas, na prática, não se vê nada de movimento da MB nessa categoria. Os 3 Amazonas são apenas um pouquinho mais que nada.
Meu caro, recentemente houve outro grande corte do orçamento das forças armadas Brasileiras. Infelizmente é ladeira abaixo. Está difícil finalizar os patrulhas de 500ton, se for de 2000ton+ esquece. Quase a totalidade das nações estão aumentando os seus gastos com defesa e o Brasil indo na contramão, dificilmente teremos mais que 1% ~ 1,1%. Acredito que 2% seria algo meio irreal para o Brasil, porém como temos um PIB elevado, se conseguisse manter 1,4% ~ 1,5% do PIB, com certeza dava pra melhorar e muito os meios das 3 forças. Paciência, é sentar e observar as demais nações, com alguns… Read more »
Pois é…bem por aí, mesmo.
Certo. Contingenciamentos reduzem o poder de investimento em novos equipamentos sem dúvida. Comprometem inclusive os custos básicos de manutenção. Mas a MB precisa começar a levar em consideração cenários políticos e econômicos do país. Claro que é difícil mas alguns sinais devem ser levados em consideração. Tivemos diversas situações que deram demonstrações claras que existiram um impacto econômico no médio prazo. Um deles e que, infelizmente, poucos lembram é o COVID. Não vou me estender no lado econômico. Vendo esses sinais o que a MB fez para reduzir estes custos, em se tratando de programas? Em detrenimento dos embarcações mais… Read more »
A MB é o que sua inoperância e incompetência lhe permitiu ser. Como está, ela é incapaz de cumprir razoavelmente sua missão institucional, embora os egressos tenham direitos previdenciários garantidos institucionalmente. E ainda assim, ouvimos a cantilena viciosa e mercenária de que os estipendios pelos serviços ativos são limitados… Nenhum comandante das três forças fala contra o real motivo da austeridade, sequer contra os beneficiários do austericidio nacional – é que sabem que a força é comprada com dinheiro…
Da matéria no USNI News:
“Originally conceived as a 1,500-ton patrol vessel, the Korean shipbuilder increased the tonnage of the ship under its HDP-2200+ design to 2,400 tons, expanding its range and capabilities.”
Incrível, o mesmo truque da TKMS sobre a MB: vender mais tonelada de navio do que o requerimento original. As marinhas, concluo, são muito suscetíveis aa conversa de vendedor…