A Fincantieri anunciou no dia 26 de junho a assinatura de um novo contrato com a Marinha Italiana para a construção dois novos navios multipropósito PPA (Pattugliatori Polivalenti d’Altura), reforçando seu papel estratégico no programa de renovação da frota naval italiana. As novas embarcações substituirão as duas unidades que haviam sido originalmente destinadas à Indonésia.

O contrato, avaliado em cerca de 700 milhões de euros, inclui também trabalhos já realizados nas unidades que agora seguirão para a Marinha Indonésia. A negociação está sendo conduzida no âmbito da OCCAR (Organização Conjunta de Cooperação em Matéria de Armamento), sob o agrupamento empresarial temporário liderado pela Fincantieri, em parceria com a Leonardo.

Os dois novos PPA serão entregues na configuração “Light Plus” e construídas no estaleiro integrado da Fincantieri em Riva Trigoso e Muggiano. As entregas estão previstas para 2029 e 2030.

Pierroberto Folgiero, CEO e diretor-geral da Fincantieri, destacou a relevância estratégica do acordo: “Este contrato confirma a importância do programa e demonstra a capacidade do nosso grupo de responder de forma rápida e eficaz às necessidades operacionais da Marinha Italiana. As novas unidades fortalecem a cadeia produtiva nacional, assegurando continuidade industrial e estabilidade no emprego, além de consolidar o papel da Itália como protagonista no cenário geopolítico global, onde o setor naval é cada vez mais um elemento-chave de influência e cooperação internacional.”

Os PPA são navios extremamente versáteis, capazes de desempenhar funções que vão desde patrulhas e missões de resgate marítimo até operações de proteção civil ou combate de primeira linha. Seu projeto segue o conceito “fitted for”, permitindo a inclusão progressiva de sistemas e capacidades adicionais, de acordo com as necessidades futuras.

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PPA classe Paolo Thaon DiRevel

Entre as especificações técnicas destacam-se:

  • Comprimento total: 143 metros
  • Velocidade máxima: superior a 31 nós
  • Tripulação: 171 pessoas
  • Propulsão CODAG (combinação diesel-gás) e sistema de propulsão elétrica
  • Capacidade para operar embarcações rápidas RHIB de até 11 metros, lançadas por guindastes laterais ou por rampa de popa
  • Habilidade para fornecer água potável e energia elétrica em apoio a operações em terra

Com o novo contrato, a Fincantieri reafirma sua posição como uma das líderes mundiais na construção naval de defesa, reforçando não apenas a capacidade operacional da Marinha Italiana, mas também a competitividade da indústria naval italiana no mercado global.


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Wagner Figueiredo

É…pois é!!! Falar o que? Lindo!!! Parabéns a Itália, que investe na sua indústria e isso gera emprego qualificado…
Se fosse aqui seria despesa e não investimento!!! Rsrs

Wagner Figueiredo

Gosto dos navios italianos sempre terem na maioria dois canhões…

Luís Henrique

A Itália investia 1,5% do PIB em defesa e era criticada por isso. Porém tinha um detalhe, a Itália NÃO incluía os gastos com militares aposentados e pensionistas. A Itália fez uma revisão e passou a incluir estes gastos e automaticamente passou para mais de 2% do PIB em defesa. Com esse tipo de investimento ao longo dos anos a Itália tem uma bela frota de navios de guerra, caças, etc. Agora a Itália deve aumentar os gastos militares para 5% do PIB, como todos os outros membros da Otan. Imagine o que não terão daqui 10 ou 15 anos… Read more »

Robert Smith

Excelente projeto realmente multi proposito, parabens aos nosso irmão italianos

marcos.poorman

Sei que são classes muito diferentes, mas com esse valor de construção de duas unidades da classe Paolo Thaon DiRevel conseguiríamos produzir quantos navios da classe Tamandaré?

Santamariense

A pau e corda, 2 Tamandaré.

Nelson Junior

Só pra lebrar… Nosso PIB é igual da Itália

Augusto

Mas aqui os roubos são em altos volumes. Do que sobra, tem que pagar emendas secretas, aumentar salários de juízes e políticos, pagar quem não produz nada (bolsa família), pagar viagens em aviões da FAB como se fossem jatinhos particulares para os caras de pau. Então… é difícil comparar.

Machado

O pior que o congresso nacional aprovou aumento do número de deputados federais. Mais gente pra não fazer nada. Acho o congresso nacional o maior problema do Brasil. Não é o único mas o maior. Deputados Federais e Senadores que não tem compromisso com os interesses nacionais, somente seus próprios interesses particulares. O pior que é muito fácil identificar quem são. Basta ver como eles votam. Ali eles se entregam.

Dr. Mundico

A questão não são os números mas a “qualidade” dos números.

Luís Henrique

Só pra lembrar a Itália investia 1,5% do PIB SEM incluir aposentados e pensionistas e mais de 2% do PIB quando se inclui estes gastos.
Nós estamos investindo 0,97% do nosso PIB em defesa e METADE vai para pagamento de aposentados e pensionistas.

Leandro Costa

O problema que vejo nem é esse. Mas sim o fato de que eles tem o PIB igual ao nosso, em uma fração do território e praticamente um quarto da população. Se por um lado eles não tem um território continental para administrar e desenvolver com uma população em número condizente, eles conseguem produzir muito mais do que nós e com um valor agregado infinitamente maior.

Nelson Junior

E eles ainda tem a OTAN para defender caso “caldo entorne”… Nós aqui temos OTANSO e olhe lá

Nelson Junior

Bela “Fragata” ! (padroes Brasileiros)
Se a Tamandaré é considerada fragata essa ai com deslocamento (com carga total) de 6270t. aqui seria um destroier ?

Santamariense

Baita navio!! Moderno, modular, automatizado, muito bem armado. Superior em tudo às Tamandaré…quer dizer, em tudo não, em preço, não é…

Diego

É né falar o que, quem pode, pode.