Marinha dos EUA terá investimento recorde de US$ 47 bilhões em 2026 para construção de 19 novos navios

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A Marinha dos Estados Unidos planeja incorporar 19 novos navios ao orçamento de 2026, um salto significativo em comparação aos cinco navios adquiridos em 2025 e oito em 2024. A iniciativa faz parte de um esforço orquestrado entre o orçamento base e um projeto de reconciliação, totalizando US$ 47,3 bilhões destinados à construção de embarcações de guerra, incluindo submarinos e vasos de guerra de superfície

Do orçamento base, estão previstos três navios: um submarino da classe Columbia, outro da classe Virginia e um navio de vigilância oceânica. Já o adicional da legislação de reconciliação financiará os outros 16 navios, distribuídos entre destróieres, um navio de transporte anfíbio e um porta-helicópteros.

No total, o Departamento de Defesa solicitou US$ 961,6 bilhões para 2026, dos quais US$ 292,2 bilhões vão para a Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais. Deste montante, US$ 47,3 bilhões estão reservados para a construção naval, US$ 93,7 bilhões para manutenção e operações, US$ 29,2 bilhões para pesquisa e desenvolvimento e US$ 7,4 bilhões para moradia familiar.

O aumento expressivo na construção naval — de 5 para 19 navios — reflete a crescente preocupação com a modernização da frota e a necessidade de contrapor a expansão marítima da China e as tensões no Oriente Médio.

A Marinha adotou uma estratégia de “dois projetos, um orçamento” para a aquisição desses navios, combinando os fundos do orçamento base com os recursos extras da reconciliação. Essa abordagem, contudo, tem sido criticada por alguns legisladores, que argumentam que o complexo naval não deveria depender de financiamentos suplementares.

A proposta também prevê a compra de 43 aeronaves novas: entre elas, caças F‑35, aviões de vigilância E‑2D e drones embarcados. O orçamento reserva ainda US$ 312 milhões para o desenvolvimento do submarino Columbia e US$ 623 milhões ao Estudo do Futuro Submarino de Ataque.

Especialistas e autoridades do Pentágono destacam que a frota naval atual enfrenta um atraso significativo em relação à China, que possui mais de 730 embarcações — tornando urgente a modernização dos estaleiros públicos, muitos com mais de um século de uso .

Parte do orçamento será destinada à modernização dos estaleiros de Norfolk, Pearl Harbor, Portsmouth e Puget Sound, totalizando US$ 989 milhões para infraestrutura naval e US$ 2,2 bilhões em instalações do Corpo de Fuzileiros.

De acordo com as autoridades navais, o investimento maciço sinaliza um reposicionamento estratégico: “um orçamento focado na estratégia que garante força naval pronta, resiliente e ágil, priorizando a China como o oponente mais relevante”, segundo o documento orçamentário.

FONTE: Navy Times / Stripes

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Angus

Enquanto alguns países definem gastos com defesa como investimento, outros consideram que são apenas gastos militares. Enquanto alguns países incentivam sua indústria de defesa, com aquisições consideráveis e tributações diferenciadas (inclusive), outros consideram que essas empresas devem ser tratadas como qualquer outra empresa. Enquanto alguns países estão aumentando o % do PIB gasto em defesa, chegando a 2% ou mais %, outros estão diminuindo, chegando a próximo de 1% ou menos. Um caso a parte, um país muito rico (prefiro não nomear) gasta 3 bilhões por ano incentivando artistas consagrados, 7 bilhões para manter empresas estatais deficitárias, 45 bilhões por… Read more »

Macgaren

China trucou os EUA estão pedindo seis.

Ozawa

Os Estados Unidos estão quebrados. Esses gastos são insustentáveis a longo médio e prazo e só se prestam a tentativa (desesperada) de mostrar força e resiliência industrial-militar para a base eleitoral do MAGA. A manutenção de um complexo industrial-militar que responde por 60% do orçamento americano é insustentável, e seu valor militar num ambiente em revolucionária mudança é questionável, para dizer o mínimo.  Na USN, as Ticonderogas, Zumwalts, Freedoms são alguns de muitos outros exemplos de uma indústria que se tornou um fim em si, não uma necessidade real de defesa. E isso tem um destino certo: a ruína da nação que sustenta esses gastos… Read more »

Dalton

Amigo Ozawa, acho que houve uma confusão quanto ao “60% do orçamento americano” não seria que os EUA gastam 60% entre os 5 que mais investem ? Ainda é muita coisa mas, minha compreensão é que beira os 15% ! . Você incluiu os “Ticonderogas” como não sendo uma “necessidade real de defesa” sendo que eles introduziram o “Aegis” ? . O “Zumwalt” dos quais apenas 3 unidades foram construídas e o “LCS” que finalmente encontrou uma função foram projetados em uma outra época onde não havia adversário à altura quando também se passou a encomendar apenas um submarino por… Read more »

Ozawa

Boa tarde, Dalton.

(…) Para o ano fiscal de 2023, a parcela militarizada do orçamento equivale a US$ 1,1 trilhão, ou 62% do orçamento discricionário federal de US$ 1,8 trilhão.
Fonte: The Warfare State: How Funding for Militarism Compromises Our Welfare

E quanto ao MAGA, sim, terminará amarga para os Estados Unidos …

Hamom

Apesar do orçamento militar dos EUA ser um valor enorme, os US$ 1,1 trilhão destinados para 2025 correspondem a 3,6% do PIB previsto de 30,5 trilhões em 2025.

[Enquanto isto Trump exige que os outros países membros da OTAN gastem 5% de seu PIB na área militar…]