INS Vikrant: A jornada técnica de quatro décadas até o primeiro porta-aviões autóctone da Índia

O porta-aviões INS Vikrant da Marinha Indiana saindo para testes de mar em 2021
O caminho até o surgimento do moderno porta-aviões indiano INS Vikrant foi longo e repleto de revisões técnicas, marcado por desafios financeiros e transformações na estratégia naval do país. O processo teve início em 1980, quando a Diretoria de Design Naval da Índia (Directorate of Naval Design – DND) elaborou um projeto conceitual de um “porta-helicópteros”, tomando como base o casco do navio mercante MV Harshavardhan.

Poucos anos depois, em 1985, a Marinha Indiana avançou suas ambições ao formular os Requisitos Operacionais Preliminares (Outline Staff Requirements – OSRs) para um Sea Control Ship (SCS) de 35.000 toneladas. Esse conceito visava uma embarcação capaz de exercer controle sobre áreas marítimas extensas, refletindo preocupações estratégicas crescentes na região do Oceano Índico.

Em 1988, foi firmado um contrato com a empresa francesa DCN (atual Naval Group) para apoiar estudos de design conceitual e auditar o estaleiro Cochin Shipyard Ltd. O resultado foi o projeto de dois navios, sendo o mais robusto um SCS de 37.000 toneladas, projetado com 250 metros de comprimento e 56 metros de boca.
Esse navio seria oferecido em duas variantes: uma equipada com ski-jump para operação de aeronaves STOVL (Short Take-Off, Vertical Landing) e outra com duas catapultas convencionais para aviões CTOL (Conventional Take-Off and Landing) de até 22 toneladas.
Entretanto, em 1990, a Índia enfrentou uma severa crise financeira que obrigou o governo a suspender o ambicioso projeto devido à impossibilidade de financiar sua execução.

Em busca de alternativas mais econômicas, surgiu em 1992 a proposta de um Air Defence Ship (ADS) bem menor, com deslocamento de 16.000 toneladas, inspirado em projetos como o Invincible britânico ou o Príncipe de Asturias espanhol. Esse navio teria capacidade para operar cerca de 14 aeronaves V/STOL, como o Harrier, e foi concebido como solução temporária diante das restrições orçamentárias persistentes durante a década de 1990.

Em 1991, a Marinha Indiana decidiu incluir o caça leve nacional LCA (Light Combat Aircraft) no leque de aeronaves a serem operadas pelo ADS, exigindo modificações no projeto para acomodar essa nova aeronave. O design conceitual do ADS, agora com 19.500 toneladas, foi finalizado em 1993, e o trabalho preliminar de engenharia começou em 1994.
Já em 1995, a Aeronautical Development Agency (ADA) solicitou um aumento de 15 metros no comprimento do navio, além da inclusão de um elevador lateral e de um elevador em linha, exigindo adaptações adicionais no desenho do navio.

O cenário mudou drasticamente em 1997 com o descomissionamento do antigo INS Vikrant, elevando a urgência de um novo porta-aviões para a Marinha Indiana. O projeto ADS passou então a integrar o IX Plano de Defesa, prevendo recursos financeiros para viabilizar sua construção.
Em 1999, foi apresentada ao governo indiano a proposta de construir um ADS projetado integralmente no país. Diferentemente dos porta-aviões adquiridos anteriormente do Reino Unido, que eram justificados principalmente pela defesa aérea da frota, o novo ADS também seria voltado para ataques ofensivos contra alvos de superfície e costeiros, ampliando seu papel estratégico.

Nesse mesmo ano, a Rússia ofereceu à Índia a versão navalizada do caça MiG-29, o MiG-29K, o que levou os projetistas navais indianos a optarem pelo conceito STOBAR (Short Take-Off But Arrested Recovery), combinando ski-jump para decolagens curtas e cabos de retenção para pousos.
Essa escolha determinou a necessidade de uma pista de voo com cerca de 200 metros de extensão, inserida em um navio com comprimento total de aproximadamente 250 metros. Assim, foi aprovada uma nova variante do ADS, com deslocamento na ordem de 37.500 toneladas.

Finalmente, em 2002, o governo indiano sancionou o projeto de um porta-aviões completo, com cerca de 260 metros de comprimento e 60 metros de boca, consolidando o maior empreendimento naval de construção autóctone do país até então.
A ordem de serviço para sua construção foi emitida em 2004 ao estaleiro Cochin Shipyard Limited, marcando o início oficial da materialização do INS Vikrant — símbolo do esforço indiano por autossuficiência tecnológica e projeção naval.







FONTE: @RupakChatto no X
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A transformação do cruzador porta-aeronaves russo ‘Gorshkov’ no porta-aviões ‘Vikramaditya’ indiano
Estamos ficando pra trás em muitas coisas em relação aos indianos, até em saneamento básico estamos perdendo; isso é uma vergonha.
Isso do saneamento é o fim, em 20 anos eles multiplicaram por 10 e o Brasil sequer dobrou.
Se a Índia multiplicar por 10.000 ainda será inferior ao Brasil em saneamento básico.
A Índia, juntamente com Bangladesh, são considerados os lugares mais sujos, imundos, nojentos, do mundo.
Lixo, dejetos humanos, ratos, insetos, cadáveres jogados em rio ou cremados a céu aberto, esgoto nas ruas onde fazem manipulação e armazenamento de alimentos, pessoas defecando nas ruas, centenas de milhões abaixo da linha da pobreza são apenas alguns dos motivos que tornam aqueles lugares os piores para se viver no mundo.
Não são algumas armas que tornam eles melhores que nós.
Não cuspa no prato que come.
Não é de hoje que a Índia nos ultrapassa…
Começamos quase que paralelamente o nosso programa espacial, hoje, vergonhosamente já lançaram nossos Micronanosatélites em seus VLS
Peguei uma implicância com esse tal de “indigenous” aircraft carrier….
😉
Implicâncias a parte, é um belo de um navio. kkk
Pôis bem que eu gostaria de ver um tal desses “indigenous” navegando por aqui…
Armament
Anti-air warfare :-
4 × 8-cell VLS, for 32 Barak 8 surface-to-air missiles
Anti-surface warfare :-
1 × 8-cell VLS, for 8 BrahMos anti-ship missiles
Anti-submarine warfare :–
2 × triple-tube torpedo launchers for Varunastra
2 × RBU-6000 anti-submarine rocket launchers (72 rockets)
Guns :-
1 × OTO Melara 76 mm naval gun
2 × AK-630M CIWS
Aircraft carried
1 × HAL Dhruv (or) Sea King Mk. 42B helicopters
Aviation facilities
Enclosed helicopter hangar capable of accommodating one multi-role helicopters.
https://www.startmag.it/smartcity/fincantieri-qual-e-il-contributo-italiano-alla-portaerei-indiana-vikrant/#:~:text=Fincantieri%2C%20qual%20%C3%A8%20il%20contributo%20italiano%20alla%20portaerei%20indiana%20Vikrant,-La%20prima%20portaerei&text=2%20settembre%202022%2C%20una%20data,portaerei%20costruita%20proprio%20in%20India.
Apesar da definição “indígena”, o conteúdo não autóctone é particularmente significativo. Antes de tudo a Fincantieri (italiana) colaborou no projeto do navio, com base na experiência do porta-aviões Cavour. Isso sem mencionar sistemas, sensores e propulsão de origem russa, americana, russa ou israelense … Entendo que é um grande feito do mesmo jeito , mas precisamos avaliar e diferenciar a propaganda e declarações triunfantes nacionalistas da realidade.
Bem colocado