A empresa espanhola Navantia alcançou um marco importante no seu programa de defesa para a Marinha Real Saudita (RSNF) ao realizar, no dia 9 de julho, a cerimônia de batimento da quilha da primeira corveta da segunda série contratada pelo reino. O evento ocorreu no estaleiro de San Fernando, em Cádiz, marcando a construção do navio número 571 na história do estaleiro, que receberá o nome HMS Al-Madinah.

O ato contou com a presença do Vice-Almirante Mohammed Abdlrahman Alghuraybi, principal autoridade da RSNF, e da embaixadora saudita na Espanha, Princesa Haifa bint Abdulaziz Al-Mogrin, além de executivos da Navantia, como o presidente Ricardo Domínguez e o diretor do negócio de Corvetas e Navios de Ação Marítima, Alberto Cervantes.

Após o batimento da quilha, os representantes sauditas participaram também do corte da primeira chapa de aço destinada à construção da terceira corveta do contrato, oficializando que todas as três unidades já estão em produção. O último navio dessa série deverá ser entregue até 2028. Enquanto a primeira corveta será concluída integralmente na Espanha, as duas subsequentes terão finalização e integração de sistemas realizadas na Arábia Saudita, seguindo o modelo do contrato anterior.

O acordo inclui não apenas a entrega das embarcações, mas também um pacote completo de apoio logístico integrado, treinamento de tripulações e uma fase de avaliação operacional pela Marinha Espanhola na base naval de Rota, com suporte da Navantia. Além disso, cerca de 100 engenheiros sauditas serão capacitados como parte do projeto.

Modelo Avante 2200

As três corvetas seguem o projeto da classe Avante 2200, um modelo multipropósito projetado para vigilância marítima, busca e salvamento, apoio a outras embarcações, além de possuir robustas capacidades defensivas, como guerra antissubmarina, antiaérea, antissuperfície e guerra eletrônica.

Entre os destaques tecnológicos estão o sistema de combate HAZEM, desenvolvido pela joint-venture SAMINavantia, o sistema integrado de comunicações HERMESYS, o sistema de controle de tiro DORNA, o Sistema Integrado de Controle de Plataforma, a ponte integrada MINERVA, motores de propulsão licenciados pela MTU, geradores a diesel e caixas de engrenagem licenciadas pela Schelde. O departamento de reparos da Navantia também participará, realizando serviços durante as paradas técnicas dos navios em San Fernando.

O contrato representa cerca de quatro milhões de horas de trabalho para a região da Baía de Cádiz, gerando impacto econômico estimado em até 2.000 empregos diretos, indiretos e induzidos.

Com mais de 300 anos de tradição na construção naval, a Navantia é hoje uma empresa estatal estratégica para a defesa espanhola e também atua no setor de energias renováveis através da marca Navantia Seanergies. A empresa emprega aproximadamente 4.000 pessoas na Espanha e mantém contratos com governos e empresas em diversas partes do mundo.

Subscribe
Notify of
guest

5 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Alex Barreto Cypriano

As primeiras cinco corvetas classe Al Jubail foram contratadas em 2018 e entregues até 2022, com todas já em serviço ativo, pelo custo de 2 bilhões de Euros, 400 milhões de Euros por unidade (chupa essa, fraguetas Tamandaré!). O D-Mitch do Naval Analysis tem um infográfico sobre essas Al Jubail. Aqui: Parece que o segundo lote de três diferem em algo das cinco originais, mas são aquilo: 2.400 (ou 2.800) toneladas, propulsão a diesel, 25 ou 27 nós de velocidade máxima, 8 ASM (2 x 4), 16 células VLS (dizem que Mk-41 pra até 64 ESSM), um Leonardo Super-Rapid 76… Read more »

Last edited 19 dias atrás by Alex Barreto Cypriano
José Gregório

Muito boa mesmo, corveta de respeito. As nossas fraguetas quantas células de VLS dispõe?

Piassarollo

12

Luís Henrique

12 células para 12 mísseis Sea Ceptor (CAAM).
A deles acho que são 16 células para 16 mísseis VL-Mica.

Mas a corveta deles desloca cerca de 2.400 toneladas e as nossas fragatas vão deslocar cerca de 3.500 toneladas, quase 50% mais.

Luís Henrique

Acho que os VLS são 16 VL-Mica, ou seja, um míssil equivalente ao “nosso” Sea Ceptor, porém em vez de 12 são 16. E a corveta desloca 2.400 toneladas enquanto a nossa Fragata desloca 3.500 toneladas. O nosso contrato subiu, se não me engano para R$ 12,5 bi. Em Euros isso da cerca de e$ 1,92 bi ou e$ 480 mi por navio. Se as corvetas deles custaram 400 mi de euros e é um contrato de 2018 e as nossas fragatas custaram 480 mi e é um contrato de 2020, não vejo nenhum absurdo e acho normal em vista… Read more »