A Guarda Costeira de Taiwan converteu o navio-patrulha Wanli (CG‑609) da classe Anping em navio de guerra, instalando 16 mísseis antinavio, durante o exercício militar Han Kuang 41, que ocorre de 9 a 18 de julho, com apoio da Marinha taiwanesa .

O navio, que integra a “segunda marinha” costeira segundo a visão do vice-almirante Lee Chung-wei, recebeu oito contêineres de Hsiung Feng II e oito de Hsiung Feng III, colocados em pontos reservados durante sua construção, por meio de guindastes no estaleiro de Su’ao. Embora não estejam previstos lançamentos durante o exercício Han Kuang, os disparos com os mísseis serão executados em data posterior para validação operacional.

A iniciativa reflete uma estratégia de “fitted for but not with”, que habilita os navios de patrulha a serem rapidamente convertidos em plataformas de ataque em até 24 horas, sem manter armamento pesado permanentemente embarcado. Essa prática reforça a interoperabilidade entre Guarda Costeira e Marinha, otimizando a defesa costeira sem a necessidade de incremento estrutural futuro.

Especificações do navio e dos mísseis

A Wanli, com 65,4 m de comprimento e casco catamarã, ostenta velocidade máxima de 44,5 nós e alcance de 3.250 milhas náuticas. Também conta com torre REM de 20 mm, lança‑foguetes para controle de multidões e sistemas de resgate integrados.

Os mísseis HF‑2 têm alcance de 160–250 km e guiagem infravermelha/ativa, enquanto os HF‑3 superam os 100 km, voando a Mach 3.5.

A operação dos mísseis é conduzida por equipes da Marinha — incluindo um oficial tático, supervisor e técnicos — embarcadas no navio, garantindo o controle especializado do sistema .


Essa ação ocorre dentro do Han Kuang 41, visando cenários de invasão anfíbia e ataques marítimos, envolvendo exercícios conjuntos de exército, marinha, força aérea e guarda costeira, incluindo simulações de ataque aéreo de caças F-16, disparos de artilharia e bloqueios fluviais.

A medida reforça a resposta estratégica de Taiwan às ameaças chinesas, incorporando navios costeiros modulares e mísseis de longo alcance para criar uma defesa em múltiplas camadas — especialmente no estratégico Estreito de Taiwan, onde a Marinha do PLA intensificou o patrulhamento nos últimos anos.

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Emmanuel

Navio interessante para a MB. Não custaria o mesmo que uma fragata e teria muito poder de fogo contra navios. Seriam até 16 mansups.
Leve, relativamente barato e com poder de fogo.
Mas a MB pensa em submarino nuclear e transferência de tecnologia.

Last edited 3 horas atrás by Emmanuel
Carlos

Praticamente não tem defesa ( daria para sobrecarregar aquela defesa de ponto deles facilmente ). Melhor não. Fora que não deve ter sistema de controle do espaço aéreo e com equipamentos AA e a autonomia deve ser limitadíssima. Esse navio só faz sentido para Taiwan devido a necessidade deles e do inimigo à espreita em questão, mas para nós, que temos um território infinitamente maior e com necessidades próprias, faria mais sentido os Tamandaré mesmo apoiados por Corvetas e bons sistemas integrados de alerta e monitoramento ( como aviões, drones, radares e satélites ). Quaisquer outras necessidades daria para suprir… Read more »

Wellington R. Soares

Creio que em alguma urgência, não seria nada mal pensar em fazer algo com os patrulhas da classe Amazonas. Na guerra vale tudo rsrr…

Santamariense

Desde que os classe Amazonas foram adquiridos eu digo que são navios subarmados. São para patrulha, ok. Mas, isso que Taiwan fez agora com um navio de patrulha, mostra que algo semelhante poderia ser feito com os Amazonas. Instalar 4 MANSUP, lançadores de mísseis superfície-ar, mesmo conteiráveis (VLS seria muito caro e talvez impossível de instalar nesse modelo de casco) e 2 lançadores de torpedos leves. Teríamos um aumento significativo de meios de combate, em especial se considerarmos o pequeno número de meios de superfície atuais e o número menor ainda que teremos em um futuro próximo. Os lançadores de… Read more »

Guizmo

Meu caro, eu falo isso há anos. Cansei de ser criticado aqui, ao reclamar do armamento pífio das Amazonas. Eu creio que um sistema RIM-116 caberia perfeitamente nas NAPAOC, pela versatilidade de engajamento.

Marcelo Andrade

Navio Patrulha não é Escolta, as tarefas são outras, Taiwan está no desespero! Até as lanchas deles serão armadas com misseis! Pelo amor…….!

Marcelo Andrade

Pra que? Atirar mansup em pesqueiro? Precisamos de Escoltas.É o mesmo caso de quando aparece avião chines, paquistanes, etc e fica todo mundo excitado! Nosso avião é o F39! Nossos navios são as FCT. Temos que cobrar mais lotes

737-800RJ

Lembro que falaram aqui uma vez que seria loucura colocar lançadores de míssil antinavio nas Amazonas em CASO DE GUERRA porque não foram feitas pra isso, que o casco não é preparado, que isso, aquilo e tal…

Na hora do “vamo ver” tudo pode e deve ser usado pra combater o inimigo.
E claro que isso tem que estar previsto em treinamentos e planos de contingência, pois facilita muito tudo na hora do caos.

Marcelo Andrade

kkkk Mas são navios distritais! Vcs estão esquecendo qual a situaçao de Taiwan no momento!

Bosco

O míssil HF-2 tem 2 seekers que operam simultaneamente ou de forma isolada.
Um radar ativo e um seeker de imagem térmica (passivo).
O seeker de imagem térmica é utilizado em tempo bom sem que seja preciso ativar o radar e no caso de tempo adverso se o radar sofrer interferência.